Quase virei o almoço de um troll fedorento

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Mesmo relutante Maia acabou aceitando o meu plano.

Ela estava posicionada em cima de uma árvore, esperando o seu momento de agir.

Enquanto eu me aproximei dos trolls correndo e gritando - Fujam! Fujam! Os deuses estão furiosos!

Nesse momento Maia entrou em ação.

Mas antes disso passamos no deposito do Jardim, que ficava a alguns metros dali, e pegamos algumas coisas que poderiam nos ser úteis. É incrível o que se pode fazer com alguns produtos químicos a base de álcool e fogo. Maia fez algumas bombinhas caseiras, nada destrutivas, porém muito barulhentas.

- Buuuuuum! - Explodiu a primeira bomba aos pés dos trolls.

Com o susto ambos começaram a gritar e andar em volta, pedindo misericórdia aos deuses. Meu plano estava dando certo. Enquanto Maia continuava a arremessar suas bombas improvisadas, eu corri até o bebê dragão e o desamarrei. Realmente ele era muito dócil, parecia um filhote de cachorro, me lambia com uma língua de um metro de comprimento.

- Venha amiguinho, vamos sair logo daqui. - Falei amarrando a corda em torno de seu pescoço, e o puxando como se estivesse levando um animal doméstico para passear.

Até então, tudo estava ocorrendo conforme o planejado, os trolls corriam de um lado para o outro, tentando escapar da fúria dos deuses. Quando eles percebessem a verdade, estaríamos longe com o dragãozinho. Pelo menos esse era o meu plano.

Mas como eu sou um cara de muita sorte, as coisas não ocorreram exatamente desta forma. O dragão estava muito agitado com toda essa confusão. Eu não estava conseguindo segura-lo, em um pequeno momento de descuido, ele se soltou e... - droga, porque isso tem que acontecer comigo?! - a corda se prendeu em meu pé, e fui arrastado Jardim adentro.

- Aaaaaaaaaah... - gritava, enquanto era arrastado.

Isso acabou totalmente com a distração das bombas, os trolls logo perceberam que seu almoço havia fugido e estava arrastando um garoto pelo chão. Um deles correu e agarrou o dragão, pegou a corda e me levantou até a altura de seus olhos.

- Quem é você?! - Perguntou o troll com uma voz rouca e um bafo que quase me fez vomitar.

- Argh! - Que cheiro é esse? Você comeu algum animal morto? - Perguntei tampando o nariz.

Ele continuou me analisando, e ao me mostrar para seu companheiro, perguntou - será que podemos comer esse aqui também?

O outro monstro me analisou, olhou de cima a baixo, e fez uma cara de desgosto.

- É meio magro, a carne parece ruim, e ele não parece estar muito saudável. - Respondeu o outro troll.

- O que?! Você não tem espelho em casa não? - Falei me retorcendo e sacudindo na corda.

Nesse instante, uma flecha cruzou sobre mim, partiu a corda me derrubando e soltando o dragão, que saiu voando Jardim afora.

- Aaarhgg! - Foi o som que emiti ao cair esparramado no chão.

Levantando, percebi que Maia estava logo a frente, corri cambaleante até ela - você estava tentando me salvar ou me matar?! - Perguntei levando a mão as costas.

- Foi mal, ABAIXE-SE!

Mais uma vez ela salvou minha vida. Me empurrando para o chão no momento em que a lâmina de um dos trolls passava sobre minha cabeça. Rolamos para escapar do segundo ataque do monstro, dessa vez com uma marreta gigante.

Oliver Turner e os caçadores de dragões - A chama sagradaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora