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     Ao abrir aquele porta, Alina sentiu os olhares queimarem sua pele,lhe encarando como se estivesse prestes a se tornar maleável nas mãos daqueles seres humanos desprezíveis. Ela estava ali,em primeiro momento,para se livrar das amarras que foram postas em seus tornozelos e pulsos,para fugir daquele que se condenou no momento em que assinou os documentos de sua certidão de casamento. Mas seu motivo mais forte,sua força maior,era para ter a certeza de que tudo teria um fim,de que seu vínculo como Domínik deixaria de existir.
     Sentando-se de frente para o advogado da perte acusada no próximo caso,Alina encarou a figura grande e de olhos afiados. O homem parecia querer lhe amedrontar,como se fosse possível lhe fazer desistir de estar ali,prestes a assinar novos papéis e iniciar uma batalha árdua e significativa para ambos os lados: Alina defendia a sua moralidade,os interesses de sua família e sua segurança. Mas ele, Domínik,queria apenas a certeza de que continuaria tendo seu mar de lucros e uma vida liberal.
     As primeira palavras foram ditas pelo juiz de paz, anunciando qual era o intuito de ambos os presentes. Haveria perguntas a serem feitas e Alina e Domínik deveriam responder com sinceridade e veracidade, teriam de fazer suas escolhas definitivas sobe o rumo que aquele relação tomaria.

        — Senhor e senhora Rousseau, existem uma lista de questionamentos a serem feitos,e dentre elas,tenho de lhes perguntar: não há possibilidade de uma reconciliação? — a pergunta pareceu ser um tanto tola,mas Alina compreendia a sua necessidade, afinal,se realmente houvesse amor entre eles, não conseguiriam responder facilmente.

      Olhando para o marido,Alina percebeu que,mesmo sob análises de um laudo médico,com exames de corpo de delito, Domínik ainda sim, tentava se passar por vítima. No entanto,com o descaso impregnado em seu olhar , Alina ergueu sua atenção para o juiz e negou suavemente:

       — Não, não existe nenhuma possibilidade de reconciliação entre mim e meu agressor! — suas palavras causaram um certo tremor no corpo de Domínik.

         — Com o perdão da palavra...— o advogado da parte acusada se pronunciou — estamos em um processo de divórcio,uma situação onde não se é permitido acusações imoralistas.

          Alina apenas sorriu mínimamente e voltou sua atenção para o juiz,esse que sabia muito bem os motivos pelo qual ela havia usado tal acusação, afinal,estava com um pulso imobilizado e havia entregado os exames nas mãos daquele tribunal,e por questão de segurança,mantinha os originais com sigo.

          — Não estou disposta a ficar com alguém que foi infiel, alguém que levava as amantes para o apartamento que chamávamos de nosso,e por fim, não quero nada com uma pessoa que apenas me usou para alcançar tudo o que tem hoje — calmamente,as palavras foram sendo pronunciada.

       Alina sabia que Domínik estaria prestes a partir em sua direção e lhe estrangular,apenas não o faria por estarem diante a autoridades. A advogada poderia dizer tais palavras,poderia ter a convicção que estava impregnada em cada uma de suas frases, afinal,existia provas contundentes entregues ao juiz do próximo caso.
     
       — Pelo silêncio de seu cônjuge senhora Rousseau, daremos um intervalo de cinco minutos para que,se possível,conversem amigavelmente — ao ouvir aquela decisão,Alina se frustrou. Queria a certidão de divórcio o mais rápido possível.

        Ao ver o juiz e o advogado de Domínik abandonar aquela sala,Alina se acomodou na cadeira e encarou a face de desgosto de Domínik, então,como uma afronta por aquele papel fajuto que estava sustentando,ela sorriu demonstrando estar completamente satisfeita pela maneira na qual ele parecia tão submisso - mesmo que não assumisse, aos acontecimentos. Domínik tentaria negociar, não sobre o casamento,mais sim,sobre as respostas sobre os processos que viriam após a assinatura da certidão de divórcio.

Seus olhos| Conclusão Em Breve |♡Where stories live. Discover now