ℙ𝕣𝕠́𝕝𝕠𝕘𝕠

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    Naquela noite,as lágrimas deslizaram por meu rosto a medida que suas palavras eram relembradas. Senti meu peito queimar em um vazio infindável,era como se parte do meu mundo houvesse saído por aquela porta sem pretensão de retornar. Você não estava lá para contemplar a cena, não esteve ao meu lado quando mais precisei. Realmente me amava, Dylan? Realmente queria estar ao meu lado todos os dias de sua vida,ou era somente uma jura falsa?
   
    E por horas, permaneci sentada naquela cama,a mesma que dividiamos todas as noites,aquela na qual você me amava delicadamente,afinal,nunca fora sexo,sempre era amor. Eu me recordo de como os ponteiros do relógio trabalhavam fazendo o pequeno ruído a cada número, consigo recriar cada canto do nosso quarto. Acredito que jamais seria capaz de esquecer.

    Você não dormiu em casa. Não voltou para secar minhas lágrimas, não voltou para dizer que ficaria comigo até o fim. Então,por alguns segundos naquela madrugada eu que me vi sozinha, deixando que a mágoa surgisse,percebi que nosso relacionamento estava passando por uma crise e que,se você não retornasse para casa da mesma forma que me deixara,os papéis do divórcio ocupariam um espaço em sua mesa no escritório.

    Parecia loucura,após dois anos de casados,pensar que o fantasma de nosso passado poderia ser a causa do nosso rompimento. Não deveria,mais tinha consciência de que você a procuraria para desabafar, Dylan,no fundo de meu coração,tinha a certeza de que Ashley estaria no meio de tudo isso.

     Quando olhei as horas,soube que nossa vida juntos teria um fim. Me lembro de ter levantando daquele sofá onde havia passado a noite,me recordo de seguir para o banheiro e me permitido tomar um banho quente em uma busca falha de tranquilizar meu corpo e mente,ambos que pareciam querer me sufocar.

    No café da manhã,a porta de nosso duplex foi aberta. Senti o cheiro de álcool,também lhe vi todo amarrotado e com os cabelos desgrenhado. Sua noite parecia ter sido regada em bebedeira,mas a marca em seu pescoço também revelava outra coisa,algo que me fez perceber ter de retocar a maquiagem no caminho para meu escritório.

    — Alina...— sua voz chamou por mim,ainda não havia me notado apoiada no batente da porta daquele cozinha.

    Sabe o quanto aquilo me doeu, Dylan? Perceber que meu marido havia passado a noite com a mulher que me machucou,que me humilhou diante a minha família,que me acusou de ter sido insuficiente para Domínik,de ser insuficiente para você. Você ao menos percebeu que enfiou uma faca em meu peito e a girou como se não enxergasse a dor em meus olhos,ao menos percebeu como conspirou para minha morte.

    Você foi incapaz de enxergar,foi incapaz de escolher ficar comigo, com a sua esposa. Eu engoli meu orgulho,pisei em mim mesma somente para não magoar você. Dylan,eu me humilhei aceitando aquela mulher mantendo contato com você,me destruí para que a " sua amiga" permanecesse presente em sua vida. Mas você não enxergou,ao menos percebeu os perdidos de socorro e piedade.

    — Você não voltou para casa! Onde passou a noite, Dylan? — sabe aquele questionamento que te feri feito uma navalha de duplo corte? Foi isso que senti ao me fazer de ingênua.

   Então,ao olhar em minha direção, você se aproximou e tentou me tocar. O cheiro dela estava impregnado em cada centímetro de seu corpo,a marca do batom em sua camisa e pescoço. Eu quis te empurrar com todas as minhas forças, Dylan! Quis te estrangular com minha próprias mãos.

     — Amor...— enxerguei pavor em seus olhos,o medo que não foi capaz de amolecer meu coração;afinal,ele estava ferido e implorando por abrigo.

     — Você estava com ela? Foi com ela, passou a noite com Ashley? — e em meio àquelas perguntas,as lágrimas deslizaram por minha face cansada.

Seus olhos| Conclusão Em Breve |♡Onde as histórias ganham vida. Descobre agora