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     •| Mundança de narrativa|•

        Alina sentia como se tudo à sua volta desmoronasse e perdesse completamente o sentido. Não haveria forma para descrever o que sentiu ao ser apontada como a errada em toda a história,em como estava sendo injusta em acusar todos aqueles que lhe prejudicaram. Era como se a cada bofetada e ofensa,cada traição e lágrimas derramadas,ela fosse merecedora. Alina Prescott se sentiu vazia,com um terrível despeito lhe atingindo.

       E à medida que conduzia o veículo por aquelas ruas, ouvindo outros carros passarem por si,sabia que deveria se empenhar para ganhar aquele julgamento e garantir que sua mente lhe culpasse quando tudo realmente tivesse um fim definitivo. Por mais que estivesse ferida pelas acusações indiretas e a imagem do olhar em sua mente, Alina não daria o braço a torcer, faria o possível para que seus problemas tivessem um fim.

        Estava magoada com o empresário. Alina havia feito grandes escolhas em sua vida, desde sua maior idade: escolheu se formar em direito e fundar seu próprio escritório, se casou com o homem que lhe jurou amor e fidelidade,sonhou em ter uma família. Mas se frustrou com o passar do tempo,tudo estava indo contra si e se esvaindo feito areia contra uma maré grosseira. Ela estava cansada,farta de abrir mão de si e de seus objetivos, exausta de se doar inteira e receber somente migalhas: Não se atravessa um oceano por alguém que não está disposta a molhar os pés.
  
       Se perdeu em seus pensamentos a ponto de não se dar conta de que havia chegado ao seu destino,se deixou levar tanto pelos problemas e inseguranças. Então,sabendo que seu tempo estava curto e que deveria ser a primeira a chegar no tribunal de justiça,Alina saiu do veículo e seguiu até a porta da casa de seus pais,tocou a campainha e aguardou ser atendida.

        A advogada não negava ao quão tensa estava,também não escondia que seu nervosismo se devia a assuntos distinto do que realmente precisaria resolver naquela manhã. Ela tinha planos para aquele dia: queria deixar aquele tribunal ao lado de seu noivo e comemorar que estaria legalmente divorciada,passar o restante da tarde em seu apartamento sentindo as carícias de Dylan e seus beijos carinhosos e duradouros,no entanto,se auto sabotou.

      Ao encontrar seus pais e irmão na sala de jantar,sentados a mesa enquanto conversando de forma descontraída,Alina se aproximou calmamente e os cumprimentou: deixou um beijo na testa de seu pai,um selar na bochecha de sua mãe e um leve bagunçar de cabelos em Rafael,esse que suspirou profundamente e sorriu. Era uma relação de se admirar, algo que poucos teriam o prazer de presenciar.

        Alina sempre foi carinhosa e dedicada com aquele que amava, não seria capaz de machuca-los e tão pouco, magoa-los intencionalmente. Em toda sua vida,deixou que as pessoas lhe ferissem sem receber uma punição em troca,permitiu que usassem e abusassem de sua bondade,e parceria que,por conhecê-la perfeitamente bem, Dominik decidiu se aproveitar e causar todos os traumas e acontecimentos dolorosos em sua vida.

         — Onde está, Dylan? Ele havia nos dito que estaria aqui com você,minha filha! — o questionamento de Leonardo fez com que Alina abaixasse o olhar sobre suas mãos,se deixando levar por segundos do acontecido em menos de uma hora e meia.

     Ela sabia que se dissesse alguma coisa,seria interrogada de forma evasiva,tinha consciência que seus pais iriam procurar a fundo por toda a explicação que ela se negaria a dar. Não era como se preferissem apoiar o rapaz,mas ambos sabiam que os impulsos de Alina eram algo descontrolado, complexo e que poderiam lhe fazer perder bem mais do que estava disposta. Conheciam a filha que tinham, não duvidavam um segundo sequer de que ela poderia travar uma guerra se assim desejasse,e prova disso,era o julgamento que estariam presentes em menos de três horas.

      Alina se endireitou naquela cadeira,cruzou as mãos sobre a mesa e suspirou,tendo consciência de que seu tempo de enrolação eram mínimos e não deveria envolver seus problemas pessoais naquele momento,ao menos, não enquanto estivesse em uma luta interna contra seu emocional, afinal,precisaria estar apta a se defender diante ao juiz designado para o cargo, deveria mostrar segurança de si e de cada uma das palavras que dosse utilizar e dizer.

Seus olhos| Conclusão Em Breve |♡Onde as histórias ganham vida. Descobre agora