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     Segunda feira,dia quinze de julho. Para Agatha era um dia e data tranquila,algo que não influenciava em nada em sua semana e tão pouco, em sua vida que parecia estar caminhando em uma lentidão absurda. Em sua concepção pesimista,nada do que acontecesse seria o bastante para que a seretonina de seu corpo tivesse um aumento e lhe fizesse enxergar as coisas com mais visibilidade e emoção. Estava cansada de muitas coisas inclusive,de viver em um mundo escuro.

    Estava em seu quarto,sentada em sua cama enquanto suspirava pesadamente a medida que tentava se perder na melodia da música que preenchia cada centímetro daquele cômodo. Seus olhos fechados poderiam expressar muitas coisas positivas,mas a realidade era outra; seus dedos batucando sobre suas coxas despidas também poderiam ser sinal de assimilação,no entanto,era apenas sua ansiedade e frustração em um debate. Alina Rousseau era apenas uma advogada aprisionada em um mundo monótono,uma jovem mulher com restrições.

     Com a porta sendo aberta por Lêda, Alina se retraiu sobre aquele acolchoado e suspirou profundamente sabendo o que ouviria,tendo a certeza de que seu emocional se debilitaría mais do que se encontrava, afinal,era o dia de sua visita ao oftalmologista responsável por sua recuperação ocular.

     Em seu acidente, Alina acabou por sofrer com um traumatismo craniano,esse que lhe deixou absorta a tudo a sua volta por longas quatro semanas; e como consequência, houve um deslocamento de sua retina ocular. Pela fatalidade acontecida ter sido de um nível grave,a menina acabou por ser incapacitada de passar por uma cirugia antes de um tempo preestabelecidos pelo seu médico.

     Entretanto,também ficou tido que, caso Alina necessitasse de um tempo extensivo,a cirugia seria de pouca utilidade, afinal,as chances de ter sua visão de volta seriam mínimas. Então,todas as vezes que precisava voltar naquela consultório e ser examinada,sua frustração aumentava,o ódio a cegava.

      — Senhora,está no horária de sairmos. Precisa de ajuda para se aprontar? — estando familiarizada com as emoções que a garota poderia sentir, Lêda se mostrou o mais receptiva possível.

     A mais nova sabia e compreendia tudo o que poderia estar se passando na mente da advogada,entendia o quão difícil poderia ser, afinal,a jovem mulher teve de abrir mão de sua vida passada; foi afastada de seu trabalho,sendo tratada como alguém inútil e ,de certa forma,sendo vista com um olhar de pena. Lêda jamais tiraria a razão da chefe,apenas gostaria de que ela se esforçasse e mantivesse a esperança,nutrisse aquela possível melhora.

     Então, mesmo sabendo que a cuidadora ficaria naquele quarto lhe observando, Alina apenas umedeceu seus lábios e se levantou do acolchoado. Caminhando até seu closet - esse que tinha todo gravado em sua mente,assim com a organização de suas roupas e acessórios - fez sua escolha da vez e se vestiu apropriadamente. Estava tão farta de tudo aquilo,exausta por ouvir os mesmos diagnósticos, já não se importava com o que poderia ser dito e quais as suas melhorias.

     E enquanto as duas mulheres se aprontavam para mais um passo da vida de Alina, Domínik se encontrava em seu escritório, sentado em sua cadeira enquanto tinha sua secretária em seu colo vestindo apenas a peça íntima de seu sutiã e a saia que contornava suas curvas. Ao menos se importava onde estava e quem poderia entrar naquela sala.

     Suas mãos contornavam a pele exposta como se estivesse moldando um vaso,os dedos ágeis deixavam pequenos apertos no corpo curvilíneo. Domínik sabia onde tocar e como fazer,e era isso que o fazia ter muitas mulheres em seu encalço,lhe beneficiava com muitas delas em sua cama. O homem era um verdadeiro ser desprezível,um escroto que ao menos cogitava a ideia de que estava ferindo sua esposa.

     Domínik Rousseau se afastou da secretaria e suspirou profundamente ao ouvir e ver sua porta sendo aberta, encontrando seu sócio e vice presidente lhe encarando odioso. Então, deixando um pequeno selar nos lábios da mulher,essa que havia se levantado e vestido sua blusa o mais rápido possível pelo susto,o empresário se apoiou por completo em sua cadeira e sustentou o olhar do amigo.

Seus olhos| Conclusão Em Breve |♡Onde as histórias ganham vida. Descobre agora