42. Prostituta do Darkless.

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     𝓓eitada nos braços dele, com a cabeça em seus peito e agarrada a ele por inteiro, não conseguia pensar em outra coisa senão seus lindos olhos, que me encaravam pacificamente. Era a primeira vez que eu via sua expressão tão relaxada, serena, sem nenhuma preocupação ou malícia. Darkless acariciou meu rosto e meus cabelos com a ponta dos dedos e fechei os olhos por um segundo para aproveitar a sensação. O dia estava nascendo lá fora, inundando o quarto com seus raios dourados, mas nenhum de nós tinha a intenção de levantar para fechar as janelas. Aztraz desceu seus dedos por meus ombros e braço, franzindo as sobrancelhas. 

— Você está toda ferida. 

Confusa, procurei o que ele estava vendo. À luz do sol, os hematomas roxos em minha pele estavam visíveis. Meus ombros, antebraços, pulsos, costelas e pernas tinham marcas profundas em diferentes tons de violeta. Soltei uma risada ao erguer meu braço para analisar as marcas. 

— Eu não senti isso. — Falei entre risadas, meu rosto corando. 

Darkless acariciou meus pulsos, que ele tinha marcado ao segura-los sobre minha cabeça na segunda vez em que transamos. 

— Sinto muito. 

Sua doce expressão serena fora substituída por pesar, e meu coração doeu ao ver a culpa em seus olhos. Me aproximei dele e o beijei com delicadeza, suavidade em cada toque dos nossos lábios. 

— Não ligo pra isso. Até gosto das marcas. 

Foi a vez de Darkless rir, e eu me encantei pelo som perfeito de sua risada. Acariciei o rosto do Mestre, completamente apaixonada pelo brilho de seus olhos azuis como o céu, com seu cabelo preto como petróleo e sua pele lindamente de alabastro. 

— Há uma forma de você não se machucar mais. — Darkless falou acariciando minhas costas com os nós dos dedos. Arqueei as sobrancelhas. 

— Qual forma? 

— Se transformando em vampira. — Ele disse com cuidado e eu me sentei num pulo. 

— Você quer que eu me transforme em um Lostess? 

Darkless também se sentou e rolou os olhos ao ouvir minha pergunta. 

— Claro que não. — Darkless suspirou. — Se você morrer com meu sangue no seu organismo, se torna uma vampira. Imortal como eu. 

— Isso é… 

— Ninguém sabe disso. — Darkless demandou colocando o dedo indicador sobre meus lábios. — Seria um caos se os vampiros mortais descobrissem que eu posso dar a eles a imortalidade, sem o preço da perda de suas almas. Todos iriam querer, nada seria como antes. 

Assenti em choque e voltei a me deitar contra os lençóis de seda, momentaneamente sem palavras. Viver eternamente… Uau. E beber sangue. E matar seres humanos inocentes. 

— Prefiro as marcas. — Disse a ele depois de longos minutos em silêncio. — Eu prefiro as marcas, do que me tornar uma vampira. 

— Você prefere ser facilmente ferida? Prefere ser o elo frágil? Prefere uma vida cheia de cuidados, onde você pode morrer por um resfriado, uma doença terminal, ou um acidente de carro, do que simplesmente viver para sempre? 

As palavras dele estavam carregadas de cetismo, mas ele não pensava como eu. Havia nascido um vampiro, afinal. 

— A promessa de imortalidade não me atraí, ela me assusta. — Respondi fechando os olhos. — E então, eu seria vampira. Ok. Mataria seres humanos inocentes, beberia o sangue deles para saciar minha fome. Me transformaria num monstro para minha própria espécie.

Darkless arqueou suas sobrancelhas negras e sentou-se na cama, me encarando com os olhos azuis tomados por ultraje. Me sentei também. 

— Um monstro? É isso que você pensa de mim? 

— Não! — Praticamente gritei. — Estou falando no contexto geral. Você nasceu vampiro, beber sangue e matar humanos é a sua forma de sobreviver. É o que seu corpo foi criado para fazer. Mas eu tenho uma escolha. Eu não preciso fazer isso. 

— Então você prefere morrer. 

— Sim! Exatamente isso! — Exclamei irritada. — Olhe, imagine que você teria a chance de se tornar mais forte do que é agora. Bem mais forte. Mas, o preço disso seria matar o seu povo. O seu povo. Você faria isso, Aztraz? Para ficar mais forte, para ser imortal, você faria isso? Machucaria seu povo? 

Darkless me encarou buscando palavras para refurtar, mas a resposta estava em casa traço de seu rosto angelical. Estava em casa atitude que ele teve nos últimos séculos. 

— Não. — Ele disse por fim. — Não faria. 

Segurei o rosto dele entre as mãos e o beijei novamente. Darkless demorou alguns segundos para corresponder, mas quando comecei a me afastar, ele me puxou para ele num beijo intenso. O empurrei para trás e sentei em sua cintura quando ele deitou contra os lençóis. À luz do dia, ele era ainda mais lindo. Darkless apertou meus seios e eu gemi contra a boca dele, antes de lentamente arrastar meu corpo para baixo e encontrar sua ereção; gememos juntos quando deslizei por seu cumprimento. 

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Depois de um longo banho com Darkless, que resultou em uma transa contra a parede, o Mestre me levou até em casa no meio da tarde e roubou um beijo antes de ir embora. Entrei em casa saltitante, com um sorriso de orelha a orelha, mas percebi que a noite não tinha sido boa apenas para mim. Elysha e Benjamin estavam deitados no tapete próximo a lareira, nús, rindo de algo. 

— Céus! — Exclamei tampando os olhos ao passar pela sala. Elysha deu um grito agudo de susto e Benjamin sufocou uma risada. — Vão para um quarto! 

— Achei que você continuaria… — Elysha parou de falar e arquejou. Tirei as mãos dos olhos e a encontrei olhando para mim esbabacada. Felizmente, ambos tinham se coberto com um lençol. 

— O que foi? 

— Você está cheia de marcas. Marcas de mãos nos pulsos, nos braços. Seu ombro está mordido… Lizzie… Quem fez isso? Quem te machucou dessa forma? 

Olhei para meus braços desnudos e coloquei a mão sobre a marca roxa que sabia estar em meu ombro; Darkless tinha curado a mordida que fez com os caninos, mas essa sua saliva não podia fazer desaparecer, como os roxos. 

— Ninguém me machucou, Elysha. Está tudo bem. — Respondi firme. 

— Olha como você está! Você está destruída! Alguém te agrediu! 

— Elysha… 

— Me conte, Lizzie! — Ela gritou se colocando de pé. — Quem fez isso com você?! 

— Ela é humana, Ely. — Benjamin interrompeu meio sem jeito. — Você também teria marcas de minhas mãos em você se fosse humana. Ela não foi agredida… Foi, Lizzie? 

— Não. Não fui. — Concordei desanimada. Meu rosto ficou quente e Elysha parecia não acreditar no que estava ouvindo. 

— Darkless. Você estava fodendo com Darkless. — Minha irmã constatou, tanto eu quanto Benjamin ficamos surpresos por seu palavreado. — Minha irmã… Uma das putas do Mestre. 

Ultrajada, a olhei. Minha boca se abriu em espanto, e meu coração doeu por suas palavras de vergonha. 

— Sim, uma das putas do Mestre. — Confirmei antes de caminhar em direção as escadas, dando as costas para que ela não visse minhas lágrimas.

A Corte De Sangue - VAMPIRE HISTORY. | CONCLUÍDOWhere stories live. Discover now