8. Seu Nome.

7.7K 775 257
                                    

🥀


       𝓐 primeira coisa que me perguntei quando Darkless me arrastou para fora por uma saída lateral, era o porquê dele estar usando luvas, sendo que não estava fazendo frio. A segunda coisa, porém, foi em quanto tempo eu estaria morta. Chamá-lo de Aztraz havia sido uma atitude desesperada, que dera muito errado, devido a força que ele usava para me puxar para longe do galpão, praticamente me arrastando pela grama. 

— Eu sinto muito… 

Darkless me interrompeu ao me soltar bruscamente e pelo estado bêbado em que me encontrava, tive que firmar os pés com força para não ir parar no chão. O Mestre me encarou com raiva, seus olhos azuis tempestuosos tão cheios de fúria que me encolhi. 

— Nenhuma. Nenhuma pessoa viva conhece meu primeiro nome. — Darkless disse numa voz controlada, que me fez novamente desajar que ele gritasse. Seria menos assustador. — E então, você, entre todas as pessoas, me chama por esse nome. Então, Lizzie, me diga. Como. você. sabe. meu. nome?

A última frase ele repetiu pausadamente, fúria em suas feições. 

— Eu tive um sonho. No sonho, te chamavam de Aztraz Niklas Darkless. 

O Mestre me encarou, arqueando suas sobrancelhas negras e se aproximou mais de mim. 

— Me diga a verdade antes que eu a arranque de você. 

Respirei fundo, tremendo por inteiro. Se eu um dia tinha pensado que seu rosto angelical não poderia ser assustador, estava muito errada. Sua expressão bela foi retorcida pela raiva, e lentamente, seus olhos deixaram de ser azuis, se transformando no mais profundo vermelho. Pela primeira vez, eu mesma decidi que ele poderia ler meus pensamentos e tirar suas próprias conclusões. Ergui minha mão em direção a ele. 

— Bom, eu não posso mentir para seus poderes estranhos. 

Darkless me encarou por um momento e respirou fundo para se acalmar. Felizmente, seus olhos voltaram ao azul. Num movimento brusco, o Mestre tirou as luvas e agarrou minha mão. 

Agora tinha entendido a serventia das luvas. Ele só podia ler a mente das pessoas quando sua pele estava em contato direto com a de alguém, de luvas, ele podia tocar qualquer um sem sugar para si todos os pensamentos que alguém já teve. Senti nojo ao pensar no porquê dele precisar de luvas dentro do galpão. Me arrepiei por completo quando a imagem dele nu com outras mulheres surgiu em minha mente. 

Darkless soltou minha mão com a mesma rapidez que pegou, mas ele não abriu nenhum sorriso malicioso como tinha feito nas últimas duas vezes, e não havia nenhuma diversão em seu olhar. 

— Você sonhou com a minha coroação. — Ele disse por fim e passou as mãos pelos cabelos longos. 

— Hum… Isso é ruim…? 

Darkless tinha acabado de vestir suas luvas novamente quando o perguntei e novamente, seus olhos voltaram a ficar vermelhos como sangue. Abruptamente, o Mestre segurou meu pescoço com a mão destra e eu arquejei peante a possibilidade dele esquecer o lance de seu povo perder caso os Relish morressem e ele simplesmente me matar ali mesmo. 

— Você teve um sonho com minha coração, que aconteceu há quase seiscentos anos atrás, e me pergunta se isso é ruim? 

— A culpa não é minha. — Sussurrei quando ele aumentou a pressão. — Por favor, não me machuque… 

Darkless se aproximou ainda mais, praticamente colando seu rosto ao meu. Seu cheiro novamente invadiu minhas narinas e eu me senti atraída por sua fragrância doce como o cheiro das rosas. 

A Corte De Sangue - VAMPIRE HISTORY. | CONCLUÍDOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora