5. Um Homem Morto.

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[Leia o aviso no fim
Do capítulo]



           𝓤m barulho alto, extremamente ruidoso, fez com que eu me encolhesse ainda mais no chão. Parecia um assovio distorcido. Pelo canto do olho pude ver mais gente se juntar a Darkless, mas não consegui registrar seus rostos. Não consegui registrar nada além da dor excruciante que alastrava-se por meu pescoço, doendo tanto que me fez gritar de novo, em completa agonia. Mãos fortes me viraram, colocando-me de frente para o sol, que queimou meu rosto e minha visão. O rosto de Darkless surgiu em minha frente, me olhando com as sobrancelhas arqueadas e os lábios cerrados numa linha fina, antes de me me puxar para seus braços. 

Tudo foi ainda mais rápido dessa vez. Num momento, eu estava sendo puxada para seus braços, noutro, Darkless correu comigo numa velocidade vertiginosa e então, eu estava sobre uma superfície macia, longe do sol. Gemi de dor e senti as lágrimas descerem por minhas bochechas conforme tudo ficava escuro e trêmulo. 

Darkless novamente voltou a estar frente ao meu rosto e eu arregalei os olhos de pavor quando suas presas cresceram, seus olhos ficando vermelhos. Se eu não sentisse tanta dor, teria gritado, mas minha garganta estava tapada. Sem parecer se importar com meu medo, Darkless mordeu o próprio pulso e quando o sangue saiu furiosamente de sua pele, colocou-o contra minha boca. 

Tentei o empurrar, tentei gritar, morder, mas ele não tirou o pulso sanguinolento da minha boca. 

— Beba! Minha saliva não vai adiantar nesse caso, preciso que você beba meu sangue para se curar. — A voz de Darkless soou estranha aos meus ouvidos, mas ainda assim consegui acatar a ordem. 

O sangue dele era espesso e quente, tinha um gosto de ferro amargo e eu tentei vomitar assim que ele escorreu por minha garganta, mas Darkless apertou ainda mais o pulso contra meus lábios, me impedindo de por pra fora aquele líquido viscoso e horrível. Quando por fim pareceu já ser suficiente, o mestre puxou o braço para trás e eu tossi descontroladamente, levando a mão até o pescoço, onde percebi que o corte dos dentes do outro vampiro já havia cicatrizado. 

— Meu Santo Deus… — Sussurrei me sentando onde notei somente agora ser um sofá. — Puta merda. 

Darkless continuou com os olhos azuis fixos em mim conforme me sentava no sofá vermelho vinho. Olhando ao redor, tudo era escuro, quase preto. Desde os sofás até às cortinas na parede, o chão de mármore negro e o as paredes… Brancas? Arqueei as sobrancelhas. 

— Obrigada… — Limpei a garganta. — Por salvar a minha vida, literalmente. 

O Darkless me olhou de forma desdenhosa, quase como se não valesse seu tempo estar perto de mim. 
— Quem era aquele homem? — Perguntei por fim, me encolhendo no sofá macio. 

— Um homem morto. — Darkless disse de forma tão natural que parecia estar falando do tempo. Eu arquejei. — Eu quase não fui atrás de você. Imaginei que novamente tinha achado divertido ser rasgada pelas minhas rosas. 

Estava prestes a dizer que eu não achava nada disso divertido, quando me dei conta de algo. 

— Suas rosas? 

Darkless desviou o olhar para algo atrás de mim e eu me virei também. Pela janela, podia ver a vastidão do roseiral, tão grande que parecia ser infinito. E então, olhando ao redor, percebi onde estava. 

— Estou na sua casa, não estou? — Perguntei baixo, me levantando para olhar pela enorme janela. Se aquela era a casa dele, o outro lado do roseiral era onde ficavam as mansões e a construção principal. — O roseiral é o seu jardim. 

Darkless se aproximou da janela também, seu olhar ficando contemplativo ao observar a vastidão de rosas de todas as cores possíveis. A luz do sol, ele era ainda mais lindo. Seus olhos azuis feito o céu ficavam mais claros, assim como sua pele branca parecia quase pálida demais para ser real. Seus cabelos negros e brilhantes não estavam mais claros, não, pelo contrário. O preto reluzia na luz solar, brilhando como petróleo exposto ao sol. Quando ele me flagrou observando, desviei os olhos. 

Darkless me surpreendeu novamente, levando a mão até a minha que estava no corrimão e a onda de choque quase me fez pular. Por um momento milhares de pensamentos voaram por minha mente; como nos livros o vilão intocável se aproximava da garota indefesa, mas quando o vi arquear as sobrancelhas, assim que esse pensamento cruzou minha mente, puxei a mão com força, dando dois passos largos para trás. 

— Você pode ser o rei disso tudo, mas você não tem nenhum direito de invadir os meus pensamentos, ok? Nenhum direito! 

— É impossível que eu te toque sem ler o que se passa na sua mente, mas eu o fiz para aferir seu estado de saúde. — Darkless disse no habitual tom frio de sempre, mas havia uma centelha de diversão em seus olhos. — Não posso negar que seus pensamentos são deleite para meu ego. 

Meu rosto ruborizou por inteiro, pude sentir. Filho da puta. Dei mais passos para trás, tentando colocar o máximo de distância entre mim e o Mestre, mas eu não tinha ideia de como sair dali. 

— Pode me levar até Elysha? — Perguntei, derrotada. — Ela deve estar preocupada. 

O Darkless assentiu e lançou um último olhar para o roseiral antes de se aproximar lentamente. 

— Irei te tocar. 

Foi seu único aviso antes de passar os braços ao redor do meu corpo e deslizar pelo vento, fazendo meus cabelos voarem. Gritei de susto, e felizmente, quando ele me soltou no chão de cascalho frente a mansão, notei que não tive tempo de sequer pensar algo que me deixaria ainda mais constrangida. 

— Entregue a Elysha. — O mestre disse retirando um anel de ouro, com uma pedra de safira no topo, do bolso interno de seu paletó. 

Nossos dedos se tocaram minimamente quando ele me entregou o anel e pude ver seu sorriso quando não consegui controlar o pensamento que veio instintivamente ao encarar a safira. 

Azul como os olhos dele.

Abri a boca para dizer algo, mas não precisei. Darkless desapareceu tão rápido quando apareceu. 

Respirando fundo, me encaminhei para dentro da Mansão Relish, onde encontrei Elisha andando de um lado para o outro na sala de estar. Parecia nervosa, incomodada, mas quando colocou seus olhos sobre mim, sua expressão foi tomada por choque. Olhei para baixo, para minha blusa branca ensaguentada, jeans rasgados e sujos. 

— O que aconteceu com você? — Minha irmã perguntou num grito, se aproximando de mim tão rápido que fiquei tonta. Dei um sorriso amarelo antes de erguer o anel. 

— Darkless pediu para te entregar. 

E então tudo ficou escuro quando a adrenalina abandonou meu corpo e desmaiei nos braços de Elysha.

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Sigam o caminho das rosas,
Elas lhe guiarão por essa jornada.

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A Corte De Sangue - VAMPIRE HISTORY. | CONCLUÍDOWhere stories live. Discover now