Abraça-me {Adaptação)

By oficial_erica

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Poderia um amor nascer de um casamento terminado?! Para Any Gabrielly Soares não, ela deixou de acreditar no... More

Prólogo
Capitulo 1
capitulo 2
capitulo 3
capitulo 4
Capitulo 5
capítulo 6
capitulo 7
capítulo 8
Capítulo 9
capítulo 10
capitulo 11
capitulo 12
capítulo 13
capítulo 14
capítulo 15
capítulo 16
capítulo 17
capítulo 18
capítulo 19
capítulo 20
capítulo extra-Yale
capítulo 21
Capítulo 22
capítulo 23
capítulo 24
Capítulo extra Yale 2 parte
capítulo 25
Capítulo 26
capítulo 27
capítulo 28
capítulo 29
Capítulo 31
capítulo 32
capítulo 33
capítulo 34
capítulo 35
capítulo extra -O começo é sempre mais facil
capítulo 36
capitulo 37
capítulo extra-Sem você
capítulo 38
capítulo 39
capítulo 40
Capítulo 41
capítulo 42 Penultimo
capítulo 43 Último
Epílogo
O caveira

capítulo 30

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By oficial_erica


- Elly, escola das crianças, posso passar? – Hina questionou, ainda estávamos na primeira metade do dia, e eu estava me desviando de todos que queria falar comigo, a decisão de Josh de finalmente revelar que nós éramos um casal encheu o escritório de burburinhos, então depois de contar a minha secretária a verdade pedi para que ela me blindasse ao máximo.

- Claro. – Respondi sem deixar de trabalhar no relatório que estava a minha frente.

- Ok. – Disse e a linha ficou muda.

- Any? – Reconheci de cara a voz de Shivani, ela estava trêmula. Outra crise, pensei com o coração batendo rápido.

- Meu filho está bem? – Questionei depressa.

- Eu não sei. – Ela disse chorando.

- Como não sabe? – Perguntei nervosa.

- Any, fique calma, por favor, nós sentimos muito, mas entraram no colégio e levaram Jaden. – Contou em prantos, no mesmo instante minha cabeça se desconfigurou completamente.

- O quê?! – Indaguei sem acreditar.

- Eu sinto muito. – Ela repetiu chorando. – Os homens estavam armados, ameaçaram as crianças, eles pediram o Ja...

- E VOCÊ ENTREGOU O MEU FILHO! – Gritei transtornada, eu era um furacão naquele momento, um furacão de pura raiva.

- Any, não tínhamos outra alternativa. – Explicou, mas eu não estava interessada.

- NÃO ME INTERESSA! – Vociferei ofegante. – EU PAGO UMA FORTUNA NESSE COLÉGIO! COMO VOCÊS ABREM UM PORTÃO PARA UM ESTRANHO? COMO DEIXAM LEVAR O MEU FILHO?

- Desculpe. – Sina pediu fungado. – As coisas não estavam mais no meu controle.

- EU NÃO QUERO DESCULPAS QUERO O MEU FILHO! – Gritei novamente e desliguei. Gabriella! Foi que veio a minha cabeça de imediato, então peguei meu telefone e disquei como uma louca. – Vamos mãe atende. – Pedi enquanto ouvia o chamar agonizante. – Por favor mamãe. – Disse entre lágrimas, contudo a linha caiu sem que ninguém atendesse. – Não! – Exclamei absorta. Josh! Tive outro estalo. josh vai acha-los, pensei saí da minha sala como um rolo compressor, atravessei o escritório completamente desnorteada, porém não precisei bater para encontrar o pai dos meus filhos assim que o vi parado na porta me lancei em seus braços.

- Nós vamos acha-lo. – Josh falou tocando minhas costas com delicadeza.

- Você já sabe? – Interroguei confusa.

- Sim, eles também me mandaram o pedido de resgate. – Explicou e eu franzi o cenho.

- Resgate? – Questionei e ele confirmou com a cabeça.

- Sim, não mandaram para você? – Josh devolveu a pergunta.

- Não, a escola me ligou. – Expliquei rápido. – Quanto pediram? Tem certeza que estão com eles? Temos que pagar, não vamos tentar negociar, só daremos o que eles quiserem.

- Eles? – Josh me olhou sem entender. – Só me enviaram uma foto de Federico.

- Que? E a Ella, e a minha mãe? – Perguntei apavorada.

- Eles estão com elas também? – Sofya se aproximou, ela estava abraçada ao próprio corpo e com os olhos marejados.

- Eu não sei, eu não sei. – Maneei a cabeça sem saber o que pensar. – Eu liguei para casa e elas não atenderam. – Contei apavorada. – Eu não sei, eu quero meus filhos Josh, e quero agora.

- Nós vamos pagar, certo, não vamos negociar, não se preocupe, eles pediram dez milhões pelo Fe, e vamos dar mais dez se eles estiverem com a Nana, vamos ter nossos filhos de volta não importa como. – Josh segurou meu rosto, ele tentava me passar segurança, mas em seus olhos eu também via o horror.

- Olha, eu entendo o lado de vocês, mas precisam manter a calma e negociar. – Noah tentou ser racional.

- Não você não entende. – Josh negou com a cabeça várias vezes. – Eu vou vender essa merda se necessário, mas meus filhos vão ficar em segurança.

- Calma irmão. – Sofya tocou o braço de Josh. – Vamos tentar saber de Gabriella e da Priscila antes de nos desesperar.

- Eu vou para minha casa. – Avisei com o coração na boca.

- Boa ideia. – Noah ponderou. – Não se preocupem eu fico aqui.

- Vamos. – Josh me pegou pela mão e nós dois saímos como dois trens desgovernados, entramos no carro em silêncio, quando Josh deu partida no carro eu senti como se estivesse indo para a cadeira elétrica. As ameaças desde o início estavam sendo direcionadas para meus filhos, eles não precisavam da minha mãe, minha mente não podia comportar o medo de que além de estar sem minhas crianças algo acontecesse a mulher que eu mais amava no mundo. – Temos que ter esperança. – Meu marido disse derramando algumas lágrimas. – Vamos sair dessa, todos nós.

- Josh, quero ver. – Pedi respirando fundo, eu precisava saber se meu filho estava bem, eu precisava do seu rosto.

- Elly, melhor não, isso não é uma coisa que dar para se esquecer fácil. – Josh falou com a testa franzida.

- Acha que Jaden vai esquecer? – Interroguei encarando-o. – Josh, eu sou mãe e eu quero ver meu filho. – Reforcei meu pedido, e então ele tirou o celular do bolso e me entregou.

- Está nas mensagens. – Indicou e eu abri, minhas lágrimas caíram com força quando eu coloquei os olhos naquela foto. Meu Jaden com uma fita na boca, com os olhinhos assustados, segurando o jornal de hoje, eu queria morrer, eu queria estar no lugar dele, eu queria levar a dor sozinha para que ele estivesse seguro.

- Temos que pagar, hoje, não vamos esperar. – Disse chorando.

- Amor, me perdoa, eu errei de novo, poderia ter feito mais, eu deveria. – Josh segurou minha mão.

- Joah, há meses alguém está vigiando os passos dos meus filhos, e eu não percebi nada. – Apontei com amargor. – Não é só sua culpa.

- Eu subestimei, deixei passar, mas tudo estava dando tão certo. – Ele abriu um sorriso fraco. – Nós somos a droga de uma família perfeita, as crianças são maravilhosas, você é a realização dos meus sonhos, eu me deixei anestesiar por tudo o que temos, me perdoa amor.

- Ei, fica tranquilo, eu não culpo você. – Garanti e ele assentiu o restante do caminho permaneci em silêncio encarando a foto, quando Josh parou o carro, eu olhei pela janela, e meu coração afundou ainda mais. – Não! – Disse culpada ao ver a porta aberta. – Mãe! – Gritei e pulei para fora do carro, entrei em casa e os móveis estavam revirados, mas não muito, o quadro que eu havia ganhado dos meus pais havia sido levado, eu corri até a cozinha ali a bagunça não era tão ruim, mas ainda eu estava cheia de calafrios. – Mãe! – Chamei desesperada. – Ella! Ella, filha, é a mamãe. – Falei na esperança de encontra-las.

- Priscila! – Josh também começou a procurar, mas nós não ouvimos nada.

- Perdemos elas. – Caí no chão da sala chorando.

- Não, não perdemos. – Josh se ajoelhou ficando de frente para mim. – Vamos pagar o resgate por elas também, certo.

- E se não tivermos o suficiente? – Interroguei insegura.

- Temos o suficiente, ok, nós temos. – Ele assegurou e eu assenti. – Precisamos descobrir a extensão do estrago. – Josh olhou em volta. – Talvez tenha alguma pista, eu vou para o andar de cima e você fica aqui.

- Não quero ficar sozinha. – Falei apavorada.

- Ok, ficamos juntos, vamos começar por aqui, certo? – Me encarou e eu confirmei com a cabeça, nós então fomos para a brinquedoteca, e surpreendentemente o lugar estava praticamente intacto, andamos pela casa abrindo cada armário, parte de mim esperava que elas estivessem escondidas em algum deles, mas não havia ninguém. – Falta a garagem. – Josh falou e fomos juntos, e para o nosso espanto meu porsche cayenne estava lá parado sem nenhum arranhão. – Eles devem ter visto o dispositivo de rastreamento.

- Por mim poderiam ter levado e deixado minha mãe e minha pequena. – Disse sem vontade, e então um barulho estranho veio do carro.

- Fica atrás de mim. – Josh se colocou a minha frente, e novamente um barulho estranho e o carro se sacudiu sozinho. – Você tem a chave?

- Na minha bolsa, mas eu saí do escritório sem nada. – Mantive os olhos fixos no carro. – Tem uma reserva dentro na sala, eu vou buscar.
– Avisei e fui para sala, e coloquei a mão dentro de um vaso, onde deixava todas as minhas chaves extras, peguei, e voltei para garagem.

- Se algo acontecer corra o mais rápido que puder e só pare na delegacia. – Josh disse e destravou o carro, ele caminhou e abriu as portas, mas tudo estava vazio, então com cuidado ele foi até a traseira do carro e abriu o porta malas. – Graças aos céus! – Exclamou e eu só entendi quando vi Gabriella agarrada ao seu pescoço.

- Obrigada! – Olhei para cima e corri até eles, ao ver minha filha e minha mãe que se saia com dificuldade do porta malas eu tive a sensação de flutuar. – Meu amor. – Eu abracei Gabriella enquanto Josh ajudava minha mãe.

- Mamãe a senhora demorou a achar. – Gabriella reclamou fazendo bico. – A vovó e eu ficamos escondidas um tempão.

- Querida, me perdoe. – Beijei sua testa chorando.

- Por que a senhora está chorando? – Minha filha perguntou confusa, eu olhei para minha mãe que negou com a cabeça.

- Porque eu sempre fico feliz em ver você. – Eu sorri para minha filha e a apertei nos meus braços.

- Como Priscila, como? – Josh questionou olhando para o porta malas.

- Eu os vi chegar. – Minha mãe disse com as mãos na cabeça. – Com aquelas coisas. – Ela fez um sinal de arma com as mãos. – Eles não perceberam que eu os vi, mas também eu não tinha tempo para correr com Gabriella, então lembrei do carro.

- A senhora é uma heroína. – Josh afirmou e a abraçou. – Obrigado senhora, eu nunca vou saber como retribuir.

- Eu defendi minha família. – Minha mãe falou séria. – Dizem por aí que avós são mães duas vezes.

-  Vem cá, princesa. – Josh pegou Gabriella no colo e eu fui até a minha mãe.

- A senhora está bem? – Perguntei segurando o rosto dela.

- Sim, um pouco de dor nas costas, um pouco assustada, mas bem. – Ela sorriu para mim.

- Eu fiquei com tanto medo de perder você. – Confessei entre lágrimas. – Eu te amo, mãe, te amo muito.

- Eu amo você querida, eu te amo para sempre. – Ela beijou minha testa. – Mas me contem como descobriram? Algum vizinho ligou? Porque o alarme casa estava desativado.

- Não. – Neguei e tomei fôlego para contar a parte difícil. – Mãe, os homens que estiveram aqui não eram assaltantes comuns, eram sequestradores.

- Any, o que está dizendo? – Minha mãe arregalou os olhos.

- Mãe, pegaram o Jaden na escola. – Revelei e ela ficou branca. – Levaram o meu filho.

- Não pode ser. – Ela fitou o chão. – Como, o colégio é ótimo, seguro, como?

- Eu não sei ao certo, só sei que estão com ele e estão pedindo dez milhões de dólares como resgate. – Expliquei e ela assentiu.

- Nossa casa em Córdoba vale dois, podemos penhorar no banco e dar como adiantamento. – Minha mãe falou séria. – Também temos os apartamentos na praia, não sei o quanto valem, mas já podem ajudar, podemos vender os carros, usar a poupança e as minhas joias, vou ligar para o seu pai.

- Mãe, obrigada. – Falei apenas.

Assim que conseguimos nos acalmar um pouco, começamos a agir lentamente, minha mãe avisou meu pai, nós fomos para antiga casa de Josh, onde minha cunhada estava morando enquanto procurava seu apartamento, ela entendendo o nosso completo desespero tomou as primeiras providências legais, comunicando a polícia, então pouco tempo depois que chegamos a mansão se tornou um entra e saí de policiais e advogados. Josh conversava inflamadamente com o negociador, enquanto eu me agarrava a Gabriella com toda a minha força.

- Mamãe, por que o papai está brigando? – Gabriella interrogou enquanto olhava para tudo por cima do meu ombro.

- Ele não está brigando. – Contrariei trazendo seu rosto para baixo. – E o que nós combinamos?

- Que não era pra olhar. – Ela respondeu torcendo as mãos. – Mamãe que horas o Den chega? – Perguntou e eu quis morrer.

- Ella e o Den não vem hoje, ele vai dormir na casa da Ana . – Contei e ela saltou do meu colo.

- Eu posso ir também? – Pediu juntando as mãos.

- Não meu bebê. – Neguei carinhosamente. – Você está de licença por causa da cirurgia, depois vamos marcar um dia só para você ir dormir também, certo?

- Eu queria ir hoje. – Gabriella fitou o chão.

- Vem aqui, meu amor. – Chamei e ela voltou para o sofá e se sentou ao meu lado. – Hoje o Den não está e sabe o que vai acontecer? – Perguntei e ela negou com a cabeça. – Vamos dormir beeeeeeem agarradinhos, eu, você e o papai.

- Ebaaa! – Ela me abraçou e eu apertei bem. Você nunca vai sair do meu abraço, meu amor. – Eu vou levar o uni para dormir também.

- Ótima ideia. – Sorri para ela, então meu celular tocou. – Oi, Delfi.

- Any, eu cheguei do trabalho agora, a babá me contou como você está? – Ela questionou preocupada.

- Ainda sem acreditar. – Respondi cansada.

- Alguém já entrou em contato? Pediram algum resgate? – Delfi interrogou aflita.

- Sim, pediram dez milhões, nos deram dois dias. – Contei e pude ouvir sua respiração alta do outro lado.

- Isso é um absurdo! – Ela disse indignada. – Não tem como levantar uma quantia tão alta em tão pouco tempo.

- Estamos fazendo o possível. – Apertei os lábios.

- Olha, eu conversei com Pedro e sei que vocês têm uma condição excelente, mas se quiserem, temos boas economias. – Nour ofereceu e eu fui tocada pela sua generosidade, eram essas pessoas que faziam daquele momento algo menos horrível.

- Obrigada, muito obrigada. – Falei emocionada. – Isso significa muito para nós. – Engoli o choro por Diana. – Mas eu preciso da sua ajuda com outra coisa.

- Pode falar. – Nour disse solicita.

- Ela não sabe. – Afirmei para que minha filha não entendesse.

- Gabriella?! – Nour interrogou.

- Sim, não queremos contar, na verdade não sabemos como fazer isso. – Expliquei acariciando o cabelo de minha filha que estava deitada no meu colo fazendo sua boneca dormir. – Então, o Jaden vai ficar bem na sua casa, não é? Sem problemas ele dormir aí?

- Entendi, pode contar comigo. – Ela garantiu e eu suspirei aliviada.

- Obrigada, mais uma vez. – Disse serena. – E Ana?

- Está chorosa. – Contou e eu fiquei ainda mais triste, várias crianças haviam sido afetadas pelo que houve, eu jamais conseguiria dimensionar isso. – Perguntando do Den a cada cinco minutos, pediu a Pedro que fosse buscar ele dos “homens maus”, não vamos mandar ela para escola na semana que vem, estamos pensando em olhar outras.

- Fazem bem. – Fui sincera, eu também faria o mesmo assim que meu filho voltasse para mim.

- Eu vou desligar, você deve ter outras preocupações. – Nour disse. – Mas nós estamos com vocês em pensamento, e qualquer coisa é só ligar.

- Ligaremos sim, e Nour,muito obrigada. – Agradeci novamente.

- Estamos aqui para apoiar. – Ela falou e novamente meu coração se aqueceu. – Fica bem.

- Vamos ficar. – Garanti e ela desligou. Encarei Josh que deixara de discutir com o negociador e agora encarava o celular. Nós precisávamos de mais uma ligação qualquer uma, só uma que dissesse que Jaden estava vivo e bem, como se ouvisse meus pensamentos o telefone tocou.

- Alô. – Josh atendeu e colocou no viva voz, eu olhei para Maria e ela assentiu.

- Ella, vamos comer um bolo de chocolate que eu fiz só para você? – Ela se aproximou de Gabriella.

- Pode mamãe? – Perguntou e eu forcei um sorriso.

- Sim, pode. – Assenti e elas foram, então voltei a me concentrar em Josh.

- Alô? – Josh falou novamente. – Quem está aí?

- Já conseguiu o dinheiro? – Uma voz distorcida questionou.

- Estou trabalhando nisso. – Josh disse olhando para o policial. – Mas é uma quantia muito grande.

- Seu filho não vale tudo isso? – Mesmo distorcida a voz parecia debochada.

- Ele vale mais. – Josh afirmou sério. – Mas levantar uma quantia assim leva tempo.

- Não para você. – A voz era segura e eu me aproximei receosa. – Você conhece bancos, tem um bom crédito.

-  Mas isso tudo leva tempo. – Josh argumentou. – Podemos te oferecer um valor em dinheiro e algumas joias.

- Não, eu quero tudo em dinheiro vivo, sem chance de ser rastreado. – O homem falou e o policial indicou para que Josh continuasse falando.

- Pede para falar com o Den. – Disse desesperada para ouvir a voz do meu filho.

- É a sua mulher? – O sequestrador perguntou. – Eu vi as fotos dela, bonita a madaminha. – Ele contou e um calafrio correu a minha espinha. – Coloca a bonita na linha.

- Não, você negocia comigo. – Josh pontuou sem me consultar.

- Quem dita as ordens sou eu. – O sequestrador falou com uma tranquilidade assustadora. – Coloca ela na linha, senão eu mando o pé do moleque pelo correio.

- Eu estou ouvido! – Gritei apavorada. – Moço nós vamos pagar, eu juro que vamos, mas me deixa ouvir a voz do meu filho, por favor, só um pouco.

- O que a madame vai me dar em troca? – Ele perguntou e o policial sinalizou para que eu tivesse calma.

- O que você quer? – Perguntei entre lágrimas.

- Que você venha deixar dez por cento do dinheiro hoje aqui. – Condicionou e eu congelei.

- Nunca! – Josh gritou. – Você não vai chegar perto dela, está me ouvindo.

- Ok, patrão, não tá mais aqui quem falou. – Ele riu. – Mas quero duzentos mil na porta da casa de vocês, se me derem isso na próxima vez que eu ligar talvez vocês ouçam o moleque chorar, ele chora muito inclusive, está precisando de uma surra.

- Por favor, não bate nele. – Chorei e o homem gargalhou.

- Pedindo assim bonita, não dá para resistir. – Ele parecia levar tudo na brincadeira.

- Podemos mandar uma bombinha de asma na mochila? – Perguntei receosa.

- O moleque tem asma?! – Questionou retoricamente. – Mas é óbvio.

- Obrigada. – Disse agradecida.

- Óbvio que não. – Ele riu novamente. – Para quem estudou nos EUA, você é bem burra madaminha. – Falou e Josh franziu o cenho.

- Quem te contou isso? – Meu marido interrogou.

- Daqui a uma hora vamos recolher o dinheiro, sejam rápidos e ganham o prêmio. – Ele disse e desligou.

- Temos que conseguir o dinheiro. – Minha mãe determinou.

- Eu desaconselho a dar quaisquer quantias a eles, senão vocês serão extorquidos de todas as formas. – O policial falou sério.

- Eu vou para debaixo da ponte pelo meu filho. – Josh o encarou sério. – Sofya, quanto temos no cofre?

- O suficiente. – Ela assentiu. – O senhor pode me fazer um favor? – Ela perguntou ao policial que concordou com a cabeça. – Localize meu ex-noivo Diego.

- Sofya, você... – Eu arregalei os olhos.

- Eu tenho quase certeza. – Ela disse chorando. – Me perdoa, eu tinha que ter feito algo.

- Não, Sofya, se esse cara tiver, eu não quero nem pensar. – Apertei os olhos. – Mas, você não tem culpa.

- Se Diego estiver nisso, eu vou mata-lo. – Josh falou com frieza.

- Não, você vai deixa-lo ir para cadeia. – Minha mãe falou tentando manter a calma. – Nós não iremos nos sujar por alguém tão baixo.

Assim que Sofya passou as informações mais precisas sobre Benício ela foi ao cofre da casa e pegou a quantia em dinheiro, meu pai chegou durante esse período, ele trouxe o que conseguiu tirar da sua conta no banco, ele insistiu para que usássemos o dinheiro também, mas no fim decidimos deixar aquilo como uma reserva caso eles exigissem mais. Josh foi com um policial deixar uma mochila na porta da minha casa, eles esperavam achar algo que indicasse o sequestrador, contudo uma moto sem placa foi a responsável por recolher o dinheiro, mais uma vez eles estavam esfregando em nossa cara o quanto eram organizados.

- Já faz uma hora desde que eles pegaram, por que não ligaram? – Interroguei olhando para o celular.

- Vocês deram um tiro no escuro, não há como saber. – O negociador pontou. – Mas, mesmo assim é possível que eles liguem de madrugada, ou amanhã pela manhã.

- Vamos esperar. – Meu pai falou. – Eles vão ligar, querem mais o dinheiro.

- Tomara. – Sofya se sentou no sofá e o telefone de Josh tocou levando meu coração a boca.

- Alô? – Meu marido atendeu nervoso.

- Fala aí moleque. – O sequestrador
ordenou.

- Papai. – Eu quase perdi o ar ao ouvir a voz do meu filho.

- Campeão, eu estou indo te busca, ok? – Josh derramou algumas lágrimas. – Eu não vou demorar.

- Papai, eu tô com medo. – Federico disse com a voz amuada.

- Não precisa ter medo, meu amor. – Falei tentando ser forte. – Faça exatamente o que disserem, e vai dar tudo certo.

- Mamãe, eu quero ir pra casa. – Ele exprimiu baixinho.

- Você já vai vir, estamos indo. – Avisei segurando firme as mãos de Josh. – Eu te amo filho, te amo para sempre.

- Eu te amo... – Jaden parou de falar.

- Nada de palhaçada sentimental madaminha. – O sequestrador voltou a linha.

- Eu quero farar com meu filho. – Exigi nervosa.

- Pague mais. – O homem disse simplesmente.

- Nós te demos duzentos mil e mal tivemos tempo. – Josh falou indignado.

- Querem mais tempo, por um milhão deixo até a madaminha contar uma história. – Ele debochou.

- Se quiser um milhão te damos um milhão, não importa, amanhã te entregaremos o que pediu. – Josh determinou sério. – Seis da tarde você terá o seu dinheiro e eu terei meu filho e espero de verdade que ele não tenha nenhum arranhão porque se tiver avise ao Diego que eu irei ao inferno atrás dele. – Garantiu e o sequestrador desligou.

- Agora ele sabe das nossas suspeitas. – O policial recriminou.

- Agora Diego sabe que não vai sair disso limpo. – Josh retrucou irado.

- Acha que eles ligaram hoje? – Perguntei sacudindo o telefone.

- Provavelmente não. – Ele respondeu e eu suspirei.

- Então vamos subir um pouco. – Me virei para Josh. – Gabriella já tomou banho, vamos coloca-la para dormir, só um pouco.

- Vamos dividir, você sobe e eu fico aqui esperando se algo mudar. – Ele apontou para o telefone.

- Eu prometi a ela que seriamos nós dois, vamos só um pouco. – Insisti, eu também queria ficar, mas não podíamos deixar nossa filha não agora.

- Vá Josh, eu fico. – Meu pai colocou a mão no ombro dele.

- Está bem. – Josh esfregou os olhos. – Mas, me avise se ligarem.

- Claro. – Meus pais falaram em uníssono.

- Vamos. – Indiquei e nós subimos a escada juntos, indo até o quarto onde Gabriella estava deitada na cama assistindo a “ A era do gelo” – Hummm, eu adoro o Sid. – Falei olhando para ela.

- Eu também. – Gabriella concordou enquanto tomava o seu leite.

- A Maria colocou chocolate. – Constatei apertando os lábios e Gabriella me ofereceu o copo silenciosamente. – Não, o papai e eu vamos tomar um banho, certo?

- E depois a gente vai dormir. – Ela disse sorrindo.

- Isso, então tome todo o leite. – Falei e beijei sua testa.

- Um banho não estava nos planos. – Josh disse quando entramos no banheiro.

- Nada tem estado exatamente nos planos desde que chegamos de viagem. – Observei enquanto me despia.

- Não me leve a mal, mas eu não consigo. – Ele se escorou na pia.

- Eu também não. – Segurei sua mão. – Mas se você der um passo talvez eu tenha forças para dar outro.

- Gata... – Josh me encarou com pesar.

- Eu sei, eu também estou morrendo. – Acariciei seu rosto e nós dois derramamos algumas lágrimas mudas. – Só preciso que você me diga que vamos lutar.

- E nós vamos. – Ele colou as nossas testas.

- Ok, certo, temos que tomar nosso banho, sair e colocar nossa filha para dormir. – Disse tentando ser forte, Josh segurou minha mão e fomos juntos até o chuveiro. – Será que ele tem água?

- Acho que sim. – Respondeu enquanto a ducha caia sobre a sua cabeça. – Bem eu espero, na verdade, eu quero que ele tenha água, nem que seja só para beber. – Josh riu amargo.

- Eu também. – Recostei minha cabeça em seu peito. – Eu quero acordar desse pesadelo.

- Somos dois. – Ele segurou a minha
mão. Terminamos o nosso banho um tempo depois, saímos do banheiro e Gabriella ainda estava acordada nos esperando.

- Mamãe, agora a gente vai dormir? – Ela interrogou quase fechando os olhos.
-
Vamos sim. – Me deitei ao lado dela e a abracei.

- Vem papai, vem fazer sanduíche. – Gabriella pediu e Josh se deitou do outro lado e também a abraçou. – Falta o Den.

- Sim, meu amor, falta o seu irmão. – Josh beijou a testa de Gabriella.

- Mas ele volta amanhã. – Gabriella afirmou fechando os olhinhos. – Eu sei aqui. – Ela apontou para o coração e mais do que nunca eu desejei acreditar na ligação de gêmeos.

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