Abraça-me {Adaptação)

capítulo extra-Sem você

JOSH

- Mais alguma coisa chefe?! - Marisa, minha secretária uma senhora de sessenta anos, mas mais eficiente do que qualquer uma que eu já havia tido, me encarou por cima dos óculos, e eu tirei meus olhos dos documentos a minha frente.

- Não. - Neguei com a cabeça. - Pode ir, vou continuar por aqui.

- Sim, boa noite chefe. - Marisa desejou e eu assenti.

- Marisa, só mais uma coisa. - Chamei e ela se virou. - A senhora cancelou o jantar com minha namorada?!

- Sim, eu liguei para a senhorita Jane e avisei. - Disse com tranquilidade.

- E como ela reagiu?! - Perguntei e Marisa abriu um sorriso.

- Ficou uma fera, e disse para o senhor nunca mais aparecer. - Indicou e eu suspirei.

- Mande flores, com os dizeres: "Sinto pelo nosso fim, você é uma pessoa maravilhosa", por favor. - Pedi e minha secretária maneou a cabeça.

- Já fiz isso. - Falou ironicamente.

- Mandou o cartão com esses dizeres?! - Interroguei espantado.

- Sim, chefe, já se tornou um costume.
- Marisa me olhou séria. - Bem, tenha uma boa noite, chefe. - Desejou e saiu.

Apertei os lábios e pensei no que as palavras que Marisa havia dito "tornou-se um costume". Minha inconsistência amorosa, estava tomando proporções grandes demais. Começou com Emília, ficamos juntos por cinco meses, antes do fatídico casamento, e nos dois últimos meses eu entrei em cinco relacionamentos, todos sempre iguais, começavam muito rápido e terminavam com uma velocidade muito maior, às vezes por mim, às vezes pela minha família, às vezes eram os dois, de qualquer maneira fazia um bom tempo que eu não conhecia a sensação de pertencer a alguém, de ter uma pessoa me esperando em casa, alguém em quem eu possa confiar e desabafar. A última vez que fiz isso foi com Diarra, e as coisas terminaram em um desastre.

No entanto, eu não podia negar que aquilo não era minha culpa, eu fui desleixado com tudo, entreguei demais, não percebi que estava criando uma cobra em minha cama, e foi isso que me trouxe até aquele ponto, enterrado no meu trabalho, em uma vida dedicada a desfazer toda a merda que trouxe para a empresa dos meus pais. Eu a amava, e ainda havia partes em mim confusas com as memórias, Diarra dominava tudo e desde que ela me traiu a solidão e o vazio me dominaram. Isso me fazia sentir como um idiota, por tudo, por ter me anulado, por ter parado de pensar direito. Resfoleguei e voltei minha atenção para os documentos, me concentrei naquilo, debruçando-me naquilo que poderia ser a melhor opção para a empresa, só desviei minha atenção quando o meu celular tocou.

- Fala irmão. - Atendi com tranquilidade.

- Cadê você Josh?! - Noah questionou bravo, e a culpa me atingiu em cheio, aquela era a última noite do meu amigo em Londres, ele voltaria para o seu país natal para estar com seus pais.

- Indo para o pub. - Disse pegando meu terno.

- Mentiroso. - Noah cuspiu as palavras. - Você está na empresa.

- Perdão, eu acabei perdendo o horário. - Falei enquanto saía correndo pelo escritório vazio.

- Ok, pelo menos você está vindo. - Ele pontuou com impaciência. - Mas, nem pense em passar para pegar a Lizzy.

- É Jane. - Corrigi rápido. - E não se preocupe, não estamos mais juntos.

- Não estou surpreso. - Noah falou com desdém. - Josh, não se atrase, te vejo em breve.

- Ok, estou chegando. - Avisei e tomei o elevador, assim que saí do escritório, segui para uma loja de bebidas para comprar uma lembrança para Noah, escolhi sua bebida favorita um uísque, e enfim fui para o pub.