capítulo 33

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- Está quente, não é?! – Any se abanou.

Nós estávamos há uma semana executando nosso plano para engravidar, e de longe essa era a coisa mais difícil que eu já havia feito em toda minha vida. Me movi um pouco, me aproximando mais de Lamar, o que o fez me encarar com estranheza, eu engoli seco e voltei a encarar a TV, não queria ficar agarradinho com meu cunhado favorito, mas não dava para ficar perto de Any assim.

- Quente, está muito quente. – Any falou ofegante. – Eu vou tomar um banho de piscina.

- Quê?! – Sofya franziu o cenho. – Elly, são dez da noite.

- Eu sei, mas preciso me refrescar um pouco. – Any sorriu sem jeito, e se virou em direção a porta que levava ao jardim.

- Elly, não vai trocar de roupa?! – Minha irmã questionou novamente.

- Ah, não de roupa é melhor. – Any me encarou e eu assenti, então ela saiu.

- Vou subir e tomar a um banho. – Falei me levantando do sofá.

- Outro?! – Sofya semicerrou os olhos. – Tem alguma coisa de estranho entre você e a Elly. – Ela colocou a mão no queixo. – Vocês conseguiram?! – Minha irmã perguntou com animação. Ela assim com toda nossa família sabia que Any e eu estávamos tentando ter nosso bebê.

- Não. – Neguei com a cabeça. – Mas, estamos empenhados nisso.

- Josh. – O doutor amor chamou. – Não que seja da minha conta.

- E não é. – Sorri para ele sem vontade.

- Mas, acho que você e a Any deviam relaxar um pouco em relação a gravidez, o estresse pode interferir no ciclo de Elly e não será benéfico. – Ele disse de boa vontade.

- Acredite se quiser, o estresse é o nosso maior aliado. – Declarei e subi as escadas.

Quando terminei meu banho me deitei na cama e encarei o teto. Como isso virou um incomodo tão grande?! Pensei frustrado. Em minha mente Any e eu conseguiríamos ter filhos logo na primeira tentativa, tivemos gêmeos e não estávamos nem tentando, mas a verdade é que todos aqueles meses frustrados haviam se tornado piores para mim do que o período de abstinência que estava vivendo. E se nós fossemos aqueles casais que não conseguiam mais engravidar, e se no meio desses quase seis anos algo tivesse acontecido e nós dois não pudéssemos mais ter filhos?!

- No que está pensando?! – Any se deitou ao meu lado usando um moletom largo.

- Na nossa saga pelo bebê. – Disse e ela deu um sorriso amarelo.

- Posso ligar o ar?! É que vai ficar insustentável dormir assim sem ele. – Ela apontou para o moletom e eu assenti. – Amor, eu também tenho medo, mas nós estamos tentando e se isso não der certo há alternativas.

- Então você também considera que há algo errado?! – Perguntei chateado e Any assentiu.

- Temos que pensar em todas as possibilidades. – Ela se virou para mim e acariciou meu rosto. – Mas, também temos que nos lembrar de que temos boas opções. – Any sorriu.
– Fertilização in vitro, inseminação, e até mesmo a adoção.

- Animaria entrar na fila?! – Questionei curioso.

- É claro, mas desde que você também queira, vamos tomar todas as nossas decisões em conjunto. – Ela selou os nossos lábios.

- Gosto da ideia da adoção. – Sorri fraco e Any colou nossas testas. – Eu sou muito sortudo por ter encontrado você.

- Não, como eu sou por ter você. – Disse e me beijou, aos poucos nosso carinho ficou mais lento, mais terno. – Será que teremos problemas se burlarmos um pouquinho nosso plano de abstinência.

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