Abraça-me {Adaptação)

By oficial_erica

207K 15.4K 4.5K

Poderia um amor nascer de um casamento terminado?! Para Any Gabrielly Soares não, ela deixou de acreditar no... More

Prólogo
Capitulo 1
capitulo 2
capitulo 3
capitulo 4
Capitulo 5
capítulo 6
capitulo 7
capítulo 8
Capítulo 9
capítulo 10
capitulo 11
capitulo 12
capítulo 13
capítulo 14
capítulo 15
capítulo 16
capítulo 17
capítulo 18
capítulo 19
capítulo 20
capítulo extra-Yale
capítulo 21
Capítulo 22
capítulo 24
Capítulo extra Yale 2 parte
capítulo 25
Capítulo 26
capítulo 27
capítulo 28
capítulo 29
capítulo 30
Capítulo 31
capítulo 32
capítulo 33
capítulo 34
capítulo 35
capítulo extra -O começo é sempre mais facil
capítulo 36
capitulo 37
capítulo extra-Sem você
capítulo 38
capítulo 39
capítulo 40
Capítulo 41
capítulo 42 Penultimo
capítulo 43 Último
Epílogo
O caveira

capítulo 23

3.6K 297 51
By oficial_erica

Voltei minha atenção por um momento para a sala de Any, ela e Sofya riam a vontade do que o candidato da entrevista. Em algum momento minha esposa, colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e corou. Ela está flertando?! Apertei os olhos, incomodado com aquilo.

- É parece que o cara está se dando bem. - Noah apontou também olhando para sala e eu notei que havia sido pego.

- Só espero que elas se lembrem de que precisamos de um subdiretor e não de um galã. - Pontuei sem esconder meu descontentamento.

- Até por que esse posto já é seu. - Noah arqueou a sobrancelha com ironia.

- Não gosto do seu tom. - Balancei minha caneta. - O que eu estava tentando dizer, é que eu conheço essas duas. - Encarei Any e Sofya que pareciam se divertir. - Principalmente a minha irmã e sei que elas podem muito bem desviar o foco dessa entrevista.

- Sinceramente Josh, acho que você deveria confiar mais no bom senso das duas, especialmente no da Any. - Ele disse sério. - Você sabe como ela é profissional.

- Sim, você está certo, mas mesmo assim, não estou tendo um bom pressentimento sobre essa entrevista. - Me recostei em minha cadeira e Noah riu.

- Quem diria Josh,em tão pouco tempo e já está usando o seu instinto paterno. - Ele gracejou e eu bufei.

- Você não se cansa, não é mesmo?! - Falei com sarcasmo.

- Claro que não. - Ele riu. - É minha oportunidade, nunca foi tão bom assim zoar com a sua cara.

- Ahhh, claro. - Assenti sem humor. - Não consigo ao menos imaginar sua satisfação com isso.

- É você não faz ideia. - Ele disse com um sorriso irônico nos lábios.

- Então se já terminou com isso pode ir. - Dispensei um pouco bravo.

- Josh, tem algo que eu gostaria de pedir a você. - Ele começou se ajeitando na cadeira.

- Diga. - Indiquei curioso.

- Você gostaria de ser meu padrinho de casamento?! - Convidou e eu arregalei os olhos.

Quando Noah e eu nos conhecemos, anos atrás em Londres, uma coisa ficou clara nós éramos ao mesmo tempo muito parecidos, mas muito diferentes. Ele sempre foi de certa maneira mais firme em suas decisões e mais sério, em contrapartida eu me comportava como um bon vivant. Ele mesmo de longe me apoiou quando Emília me deixou no altar e eu estive ao seu lado quando seus pais faleceram, nós dois tínhamos isso em comum, o apreço pela lealdade um do outro, e talvez isso tenha sido o que mais foi difícil suportar em nossa briga, mesmo que com certa razão, ver Noah me dando às costas foi um duro golpe. Contudo, nesse momento, depois de acertarmos os pontos, saber que ele ainda me considera a ponto de pedir algo tão especial, me fez ver que de fato construímos uma irmandade.

- É claro que sim. - Sorri sincero. - Vai ser uma honra.

- Obrigado, você não faz ideia do quanto isso significa para mim. - Ele falou emocionado. - Mas tem uma coisa. - Noah abriu um sorriso sem graça. Sabi, pensei na hora. - Bem inicialmente eu achei que isso não seria um problema, mas depois do aniversário das crianças.

- O que foi?! - Interroguei confuso e Noah suspirou.

- É que Sabina convidou Any para ser sua madrinha. - Ele explicou. - Eu demorei a convencê-la que vocês dois poderiam ser um par, mas vi como você ficou desconfortável na hora da foto, então talvez isso não seja uma boa ideia.

- Por mim sem problemas. - Dei os ombros, não perderia por nada nesse mundo a oportunidade de entrar novamente com Any em uma igreja. - Elly já sabe?!

- Sim, Sabina conversou com ela. - Contou. - Ela disse que também não tem problemas com isso.

- Então acho que é isso. - Falei despreocupado.

...

- Oie. - Any abriu a porta da minha sala, mais tarde naquele mesmo dia.

- Oi. - Tirei meus olhos do computador e me voltei para ela.

- Vim ver como você está, fiquei ocupada com as entrevistas à manhã inteira, e depois almocei com as garotas, mal tive tempo. - Ela se sentou em minha frente. - Como você passou o dia?! Muito trabalho?! Conseguiu almoçar?!

- Bem, tudo tranquilo por aqui, eu saí para comer com Noah. - Contei e ela sorriu tranquilamente.

- Sina ligou hoje. - Any falou preocupada. - Jaden teve uma crise hoje.

- Ele está bem?! - Perguntei aflito.

- Eles deram a bombinha e ao que parece ele ficou bem, mas ela me pediu para busca-lo mais cedo hoje. - Disse e eu assenti.

- Vamos nós dois. - Determinei e ela suspirou.

- Eu ia sugerir isso, Sina também pediu para que fossemos porque ela precisa conversar com um de nós. - Explicou e eu franzi o cenho.

- Será que eles não estão dando conta das crises do Den?! - Questionei apertando os lábios. - Porque se for o caso, podemos procurar outra escola.

- Não, eu realmente não acho que seja isto. - Ela negou com a cabeça. - Acho que estamos tendo problemas com comportamento.

- Não Elly. - Contrariei certo. - Ella e Den são ótimos, crianças tranquilas, não acho que eles aprontariam na escola.

- Eu sei, mas tantas coisas aconteceram nos últimos tempos, talvez tenha sido demais para eles. - Any passou a mão pelo cabelo. - A psicóloga falou que isso poderia acontecer.

- Olhando por esse ponto é possível, mas independente do que for vamos dar um jeito nisso juntos, como uma família. - Segurei sua mão e sorri para ela, me levantei um pouco da cadeira, me inclinei, tirei seu cabelo do rosto, nossos lábios já estavam entreabertos quando a porta da sala foi aberta.

- Desculpe. - Shiv falou encabulada e se virou para sair.

- Não, sou eu quem pede desculpas. - Any se levantou rápido. - Conversamos depois. - Ela me encarou brava e voou para a porta.

- Eu também vou indo. - Shiv olhou para baixo.

- Shiv, por favor, entre e feche a porta. - Pedi sentando, ela fez o que eu pedi então parou em frente a mim. - Sente-se, por favor.

- Chefe, desculpe, eu deveria ter batido, antes de entrar. - Ela falou envergonhada.

- Sim você deveria. - Concordei e ela fitou as mãos. - Mas, eu não deveria estar tentando algo com a senhorita Soares dentro da empresa. - Poderei calmo, então ela me olhou confusa. - Shiv,eu vou ser sincero com você, mas preciso da sua absoluta discrição.

- Claro, chefe. - Ela se prontificou e eu sorri.

- Eu estou interessado em Any, mas do que como um simples chefe. - Confessei e Shiv não ficou surpresa. - Suponho que você já desconfie disso, mas o que importante aqui, é que talvez você tenha ouvido falar que ela é uma pessoa muito reservada e que se relaciona o pouco. - Continuei e minha secretária assentiu. - Depois de algumas tentativas finalmente acho que estou fazendo progressos, então, por favor, não diga nada a ninguém, nem mesmo a Hina, sei que são amigas, mas, por favor, não comente nada. - Pedi sério.

- Tudo bem chefe, eu nunca vi nada de estranho entre vocês. - Ela falou temerosa.

- Muito obrigado Shiv, não faz ideia do quanto isso é importante para mim. - Fui sincero.

- Chefe, posso te fazer uma pergunta?! - Shiv pediu e eu assenti. - O senhor vai querer que eu ajude com outras coisas?!

- Como assim?! - Interroguei sem entender.

- Além de te dar cobertura, quer que eu faça coisas para te ajudar com a Any?! - Especificou e eu percebi que tinha uma aliada.

- Eu gostaria muito. - Dei a ela um sorriso agradecido.

- Então, pode deixar comigo que tudo o que eu ficar sabendo sobre ela, eu vou te contar rapidinho. - Disse com garra. - Inclusive, eu a ouvi comentando no almoço que estava com vontade de comer kinder ovo, mas que não iria comprar por causa da alimentação dos filhos, então quem sabe alguém não poderia deixar um em cima da mesa dela por acaso?! - Shiv sugeriu com um sorriso esperto nos lábios.

- É uma boa pedida. - Falei maquinando algo. - Obrigada Shiv.

- Disponha chefe. - Exprimiu animada. - Já posso ir?! É que ainda não terminei os memorandos.

- Sim, pode ir. - Dispensei e me recostei na cadeira, depois disso não levou nem um minuto para que uma mensagem chegasse ao meu celular.

Me encontre no almoxarifado AGORA!

Ri ao ler a mensagem, se eu bem conhecia Any, ela definitivamente estava mal humorada. Isso com certeza é algo interessante de se ver. Mais do que depressa sai da minha sala e segui o mais discretamente possível para o almoxarifado, cheguei antes dela, mas não esperei muito logo Any estava entrando na sala como um furacão.

- Fomos pegos! - Exclamou andando de um lado a outro. - Como pudemos ser tão descuidados. - Ela disse passando a mão pelo cabelo, transtornada. - Íamos nos beijar na sua sala! - Ela me olhou com nervosa. - E ainda por cima com a porta aberta! Nem ao menos nos demos ao trabalho de trancar! - Falou indignada. - Agora me diz Josh, o que é que nós dois vamos fazer?! Assumir?!
- Exatamente. - Confirmei e Any arregalou os olhos. - Bem, pelo menos em parte. - Falei e Any me olhou confusa. - Eu disse a Shivani que estava interessado em você, e que queria te conquistar, pedi também para que ela não comentasse nada com ninguém.

- E acha mesmo que ela vai fazer isso?! - Any questionou incrédula. - Francamente Josh, à uma hora dessa ela já deve estar contando tudo para a Hina, que vai contar tudo para Sabina e aí você já viu, nossa paz vai para o ralo.

- Calma gata, eu confio na Shivani, ela não vai dizer. - Assegurei e Any bufou. - Estamos seguros, nosso romance continua bem secreto. - Me aproximei dela e segurei sua cintura, ela tentou se desvencilhar, mas eu mantive firme em meus braços. - Ei, sei que deveríamos ter tomado mais cuidado, mas confie em mim quando eu digo que dará tudo certo, por favor. - Encarei-a ternamente.

- Confio. - Ela sorriu, se inclinou e me beijou, virei nossos corpos e caminhei com ela até as prateleiras, e a prensei ali, o barulho das pastas caindo no chão fez com que Any sorrisse e seu sorriso arrancou um meu.

- Te amo como um louco. - Declarei sobre seus lábios. - Te amo moranguinho, te amo demais. - Beijei seu nariz e ela riu.

- Amo quando você diz essas coisas. - Ela abriu um sorriso meigo.

- Ama quando eu digo que te amo?! - Perguntei e ela assentiu corada. - Eu te amo. - Sussurrei em seu ouvido e sua pele se arrepiou.

- Você às vezes fica tão romântico. - Falou e eu franzi o cenho.

- Às vezes?! - Interroguei impressionado.

- Sim, às vezes. - Ela deu os ombros. - Josh, nós dois sabemos que você sempre foi, digamos, mais prático.

- Gata, ser direto, não quer dizer que eu não sou romântico. - Argumentei convicto. - Eu sempre criei um clima, e você sabe.

- Era ok. - Any cruzou os braços.

- Ok, ok?! - Questionei perplexo. - Está me dizendo que fazer amor comigo é ok?!

- Jamais. - Ela negou rápido. - Estou dizendo que o clima que você criava era ok. - Any explicou e eu bufei. - Mas não era sempre, no nosso aniversário de sete meses, por exemplo, você colocou música, fez massagem, leu Neruda, foi incrível. - Ela disse nostálgica. - Quinta e sábado também foram incríveis você foi tão intenso em tudo.

- Tudo bem. - Maneei a cabeça para a explicação dela.

- Você não ficou bravo, ficou?! - Ela perguntou mordendo o lábio.

- Como você quer que eu fique?! - Encarei-a nervoso. - Você, minha mulher, me diz que eu crio um clima ok quando estamos juntos, você me deu um ok, isso é tipo um 5,5 em 10.

- Cinco e meio é uma nota muito baixa, eu daria uns sete. - Ela falou com seriedade.

- Sete, eu sou a droga de um sete. - Olhei para baixo frustrado.

- Claro que não amor, você é mais do que dez para mim. - Any segurou meu rosto. - Só estamos falando de clima, mas em todo resto você é incrível, tipo nota um milhão.

- Sem essa Any. - Me desviei dela que encarou o chão culpada. - Se eu sou um sete, isso significa que eu tenho que melhorar, está bem a partir de hoje vou trabalhar meu lado romântico.

- Sabe que não precisa fazer isso?! - Ela mordeu o lábio.

- Não, eu preciso fazer. - Contrariei. - Any você tem um dez gigantesco em todos os quesitos comigo, mas se eu estou fazendo algo que não te agrada tanto isso significa que eu preciso melhorar para dar a você o que você merece. - Expus meu lado e ela se aproximou.

- Só essas palavras já te fazem o melhor homem do mundo para mim. - Ela disse antes de se inclinar para me beijar.

...

- Estou nervosa. - Any torceu as mãos. - Não quero que as crianças estejam aprontando, se for assim eu terei que dar bronca, e eu odeio dar bronca.

- Engraçado, achei que você adorasse. - Brinquei e ela suspirou. - Any, relaxe, Gabriella e Jaden são ótimas crianças, tenho certeza que não será nada sobre comportamento

- Queria ser confiante assim. - Any deitou a cabeça em meu ombro e nós entramos na escola.

- Eu esqueci de perguntar. - Comecei. - Você e Sofya acharam algum candidato promissor?!

- Não. - Any abriu um sorriso. - Achamos o candidato perfeito. - Ela falou empolgada. - Vamos fazer um teste com ele amanhã.

- Então vou conhecê-lo. - Constatei e Any assentiu.

- Acho que vai gostar dele, ele é bem focado e assertivo como você gosta. - Explicou e eu assenti.

- Perfeito, assim podemos viajar tranquilos. - Ponderei animado. - Estou louco para pegar uma praia com você.

- Que bom que está animado, vai precisar disso para driblar a energia dos seus filhos. - Ela disse rindo.

- Estou empolgado com isso também. - Falei beijando seu rosto. - Mal posso esperar para eles me enterrarem na areia.

- Você enterrado na areia?! Essa eu pago para ver. - Any disse presunçosa enquanto nós finalmente chegávamos à porta da sala de aula. - Chegamos. - Ela olhou para porta. - Vou avisar Sina. - Anunciou e foi até a porta, assim que a professora das crianças apareceu, ela acenou para mim simpática, disse algo a Any e depois saiu. - Ela nos pediu para esperar na sala dos professores.

- Ah, claro. - Assenti e Any nos guiou até o outro prédio da escola, entramos e nos acomodamos na sala. Esperamos por cerca de trinta minutos até que Sina entrou na sala trazendo consigo Jaden e Gabriella

-Papai -Gabriella pulou em meu colo. - Papai, eu aprendi a escrever meu nome todinho.

- É sério?! - Interroguei impressionado e ela assentiu sorrindo. - Mas, que princesa esperta você é.

- Obrigada papai. - Gabriella me abraçou.

- E você campeão o que fez hoje?! - Perguntei a Jaden que estava encolhido no colo de Any.

- Papai, o Den ficou cansado hoje. - Gabriella explicou baixinho e eu me senti mal, mesmo não entendendo muito, eu sabia que havia algo genético na asma e isso acabava comigo.

- Sina é sobre o estado do Jaden que quer conversar conosco hoje?! - Any perguntou temerosa.

- Sim, mas não é tudo. - Sina respondeu séria. - De qualquer forma acho melhor começarmos por esse assunto assim seguiremos pelos outros. - Falou e abriu seu caderno. - Bem, em primeiro lugar quero deixar claro que Jaden é um menino esperto e muito inteligente, quando está bem ele tem resultados excelentes.

- O problema é quando não está. - Any disse triste enquanto acariciava a cabeça do nosso filho.

- Infelizmente sim. - Sina olhou para baixo. - Nos últimos tempos Jaden tem tido mais episódios e isso tem afetado o seu rendimento em sala, e nesse momento ele não está no mesmo nível dos colegas, nesse caminho o ideal seria que ele repetisse.

- Há algo que possamos fazer a respeito?! - Interrompi ansioso.

- Talvez, como eu disse Jaden é muito esperto, creio que ele mesmo já se deu conta do que está acontecendo. - Ela olhou para meu filho que parecia querer entrar na barriga da mãe novamente. - Ainda temos todo o segundo semestre pela frente, então proponho que ele receba aulas de reforço após o horário, além disso, gostaria que vocês procurassem o médico novamente, talvez ele possa fazer algo pelas crises.

- Claro, vou marcar uma consulta para amanhã mesmo. - Any garantiu séria. - E estou completamente de acordo com as aulas.

- Eu também. - Confirmei com a cabeça. - Além disso, garanto que seremos mais atentos em casa também.

- Sabia que poderia contar com vocês. - Ela sorriu satisfeita. - Bem, agora que estamos combinados vamos ao segundo ponto. - Ela riscou a agenda. - A asma não afeta apenas Jaden,Gabriella também sofre.

- Filha, você também está ficando como seu irmão?! - Questionei aflito e Gabriella se encolheu.

- Não dessa forma Josh. - Sina suspirou. - Gabriella é uma menina muito amorosa com o irmão, o defende sempre, e hoje tivemos um problema por causa disso.

- Aonde você quer chegar?! - Any perguntou confusa.

- Gabriella bateu em um coleguinha hoje. - Contou e eu arregalei os olhos, depois imediatamente me virei para minha filha que olhava para suas mãos enquanto as esfregava.

- Gabriella Beauchamp, você não fez isso. - Any a encarou severa.

- Mamãe, o Júlio disse que o Den era burro e invaldogo. - Gabriella se defendeu.

- Invaldogo?! - Indaguei confuso.

- Inválido. - Sina corrigiu.

- Então isso aconteceu?! - Questionei e ela assentiu. - E por que os pais desse garoto não estão aqui?! - Interroguei bravo. - Porque em todo caso minha filha estava praticamente se defendendo.

- Josh, mas nada justifica a violência. - Any ponderou.

- Eu sei gata, mas o que me impressiona é que uma criança de cinco anos esteja chamando a outra de inválida. - Falei revoltado. - Não pretendo passar a mão na cabeça de Gabriella, mas exijo que a escola tome alguma providência quanto a isso, não é o primeiro episódio que esse garoto importuna nossos filhos.

- Você está certo. - Any meneou a cabeça. - Sina de nossa parte pode ficar tranquila, iremos garantir que Gabriella não tenha mais nenhum tipo de comportamento agressivo em sala. - Ela foi firme. - Mas, eu concordo com o meu marido, quero que a escola tome alguma providência em relação ao Júlio, não toleraremos mais reclamações desse tipo em nossa casa.

- Eu entendo a posição de vocês como pais, mas, por favor, eu peço que tentem conversar com as crianças para que elas sejam mais pacientes. - Ela falou cansada. - Os pais de Júlio não são como vocês, por isso os chamei para conversar antes, porque sei que tenho em vocês aliados.

- Mas, ainda assim, quero que eles sejam chamados para uma conversa, esse tipo de comportamento é nocivo até para essa criança. - Apontei e Jazmín concordou com a cabeça.

- Eu prometo que farei tudo o que estiver ao meu alcance. - Ela assentiu de leve. - Bem há só mais uma coisa que eu gostaria de tratar com vocês, isso já aconteceu há umas duas semanas, mas acho importante falar mesmo assim.

- O que houve?! - Any perguntou visivelmente preocupada.

- Jaden beijou Ana, na boca. - Revelou e eu gargalhei, entretanto o olhar mortal da minha esposa me fez ficar mudo.

- Tudo bem, nós vamos conversar com ele. - Any massageou as têmporas.

...

- Três semanas é muito tempo. - Tentei argumentar enquanto estávamos a caminho da empresa na manhã seguinte. - Você deu uma semana para Gabriella e ela bateu em alguém. - Apontei. - Jaden deu um selinho, um selinho, Any, pelos céus.

- Pelos céus digo eu. - Ela falou brava. - Ele tem cinco anos, se eu não fizer nada aos dezesseis ele estará engravidando alguém.

- Ele não vai fazer isso. - Retruquei e ela riu sarcástica. - Vamos ensina-lo, Elly nesses casos punir é pior.

- Não importa. - Ela deu os ombros. - De qualquer forma eu já impus o castigo.

- Então volte atrás. - Sugeri e ela fechou a cara.

- Isso vai acabar com a minha autoridade. - Expôs teimosa.

- Any, se você punir, Jaden vai associar o beijo a algo ruim, e por mais teimosa que você seja, sei que você sabe que isso não é bom. - Falei calmo. - Nesse caso conversar com ele e reconsiderar são melhores do que arriscar no futuro.

- Eu odeio quando você está certo. - Ela bufou e eu sorri. - Tudo bem, quando eles chegarem da escola eu retiro o castigo.

- E sobre Gabriella, não acha... - Comecei.

- Não Josh, já chega, você já conseguiu muito de mim. - Ela determinou.

- Ok, eu não vou discutir. - Segurei sua mão. Não muito tempo depois disso chegamos a corretora. - Uma última coisinha. - Disse antes de puxar Any para um beijo demorado. - Vou sentir sua falta. - Beijei sua bochecha.

- Também vou sentir a sua. - Ela correu o nariz pelo meu rosto. - Amo você.

- Amo você. - Acariciei seu rosto. - Vamos subir?!

- Vamos. - Any pegou a bolsa. - Meu subordinado deve ter chegado.

- Você está toda animadinha com isso. - Constatei debochado.

- Quero começar a mandar logo. - Ela confessou empolgada.

- Tenho que ficar com ciúme?! - Arquei sobrancelha. - Achei que a Any ditadora fosse exclusividade minha.

- Não. - Ela deu os ombros.

- Gata, gata, não brinca com fogo. - Avisei e ela gargalhou.

- Quero brincar com você. - Ela passou o dedo no meu queixo e passou a andar apressadamente. Subimos no elevador e Any ficou quieta de imediato, assim que saímos Sabina se aproximou de nós.

- Eu vi o cara novo. - Ela simplesmente me ignorou. - Que gato!

- Ele tem um excelente currículo. - Any foi certeira.

- É eu percebi. - Sabina se abanou.

- Bom dia chefe. - Hina desejou. - O senhor Villalobos já está a sua espera.

- Venha comigo Josh, quero te apresentar ao novo membro da equipe. - Any se virou para mim séria.

- Tudo bem. - Falei e a segui até sua sala.

- Bom dia. - Any entrou sorridente, o homem que estava de costas se virou revelando o buquê de flores que carregava. Só pode ser brincadeira! O cara do tinder?!

- São para você Elly. - Ele estendeu as flores. Esse idiota chamou minha mulher de Elly ?! Que intimidade é essa?!

- Oh, é muita gentileza sua. - Ela agradeceu corando.

- Any. - Limpei a garganta.

- Sebastian esse é Josh, nosso CEO. - Ela me apresentou e eu exagerei ao apertar a mão do sujeito.

- É um prazer conhece-lo. - Sebastian disse educado. - Eu li a sua entrevista na TIME ano passado sobre o método Beauchamp, foi excelente.

- Obrigado. - Agradeci seco. - Any, sei que está ocupada com o senhor Villalobos, mas arrume um tempo para se reunir comigo, é importante.

- Claro. - Any assentiu.

- Bem, vou deixa-los à vontade. - Falei e me virei para sair, contudo antes virei-me para eles por um instante. - Senhor Villalobos, não toleramos qualquer tipo de romance nesse escritório. - Disse e Any ficou boquiaberta, saí da sala antes que ela me atirasse um de seus vários bibelôs.

Continue Reading

You'll Also Like

1.2M 69.6K 85
Grego é dono do morro do Vidigal que vê sua vida mudar quando conhece Manuela. Uma única noite faz tudo mudar. ⚠️Todos os créditos pela capa são da t...
1.7K 134 11
sn a afilhada de Monroe vai pra Portland passar um tempo com seu padrinho
7.7K 305 22
Tenham uma boa leitura
172K 14.2K 43
[concluída] » adaptação da história da @_crazygirl13 « Noah e Any são namorados. Eles se amam? Não! Bem, isso que eles dizem, mas a realidade é outra...