Miss Scarlett e a escrava bra...

By Span_sp

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A história se passa no Brasil Colonial do século XVIII e tem como personagem principal Scarllet que teve uma... More

Apresentação - Visão geral da história
Introdução
O casamento
O primeiro dia após o casamento
Os meses seguintes
O impedimento de Francisco
Os meses seguintes a morte do escravo
A humilhação a Scarlett se intensifica
Uma possível saída para Scarlett
A afronta e a resposta
Scarlett visita Josefa
Os anos seguintes
A morte
A imensa herança deixada pelo pai
A descoberta
Um novo encontro com Josefa
A execução do plano
O começo da mudança
O outro dia
O início da vingança
A conversa com Josias
O susto de Josias
Os dias seguintes
O fim do luto se aproxima
Um novo encontro com Justina
Scarlett visita Josefa no seu último dia de luto
O fim do luto e a apresentação da verdadeira Scarlett
O começo das punições
Os cuidados com Justina
O início dos trabalhos no novo regime
A história da intensa punição chega ao povoado
A intimação
Uma visita a sua melhor amiga
A audiência
O dia seguinte
O domingo
O castigo mais profundo
A recuperação
A greve
O outro dia
O psicológico
Forçando a comer
O sábado
O Domingo do acerto
O tratamento de Justina
A semana seguinte
A comunidade descobre o ocorrido
A visita de Josefa
A visita do padre
O restante do dia
A descoberta dos devedores
A terceira semana após o intenso castigo
A produtividade
A violência de Scarlett
As horas seguintes
A boa notícia aos escravos
O banquete
O restante daquele dia
A conversa com Justina
O restante daquele dia
A terça-feira
A quarta-feira
A quinta-feira
O sábado
O domingo
A visita a Josefa
O domingo
A Segunda-feira
O novo castigo
A quinta-feira
A sexta-feira
O sábado
O sábado anoite
O domingo
Os dias seguintes
A quarta-feira
A quinta-feira
Sexta-feira
O sábado
O domingo
O dia seguinte
O enterro de Justina
Os anos seguintes
Uma nova visita a Josefa
O domingo
A encomenda
A busca
A negociação
As origens daquela escrava
Scarlett recebe a carta e a responde
35 dias depois, Scarlett conhece a sua nova aquisição
O encontro com Maria
O segundo dia
O primeiro castigo presenciado por Pérola
A segunda semana naquela casa
A recuperação de Pérola
O domingo
A segunda-feira
A terça-feira
A tarde daquele dia
O restante daquela semana
O domingo
A semana seguinte
O retorno de Artur
A promessa
Alguns meses depois
Scarlett chama Artur para o primeiro encontro
O dia seguinte
O encontro com Tisa
A curiosidade de Pérola e a situação de Catarina
As novas tentativas de Scarlett
Uma nova conversa com Gertrudes
Um novo encontro de Catarina e Pérola
O dia seguinte
Os meses seguintes
A proposta
Uma Scarlett incontrolável
Os dias seguintes
Um novo castigo
Semanas depois
Uma nova conversa com Antônio
A fazenda sem Scarlett
Os dias seguintes
Os acontecimentos do passado
A quinta-feira
A sexta-feira
O retorno de Scarlett
A produtividade
O homem misterioso
A dúvida
A pressão para descobrir a verdade
A decisão de Maria
As horas após a punição de Maria
O plano de Scarlett
A verdadeira história do homem misterioso
O sentimento
O encontro de Pérola e Maria
Antônio Dias Filho prepara o plano de vingança
O domingo
Os preparativos finais para a vingança
A missa
Duas horas depois
O dia seguinte
O segundo dia após o ataque
A quarta-feira
A quinta-feira
A repercussão daquela ataque
As semanas seguintes
O aumento da desconfiança de Scarlett
As ocorrências após aqueles terríveis castigos
Uma conversa de Pérola com Gertrudes
Scarlett visita novamente Josefa
Uma nova conversa de Pérola com Gertrudes
As novas tentativas de Scarlett
A terceira revolta naquela fazenda
Scarlett retorna a fazenda
Os meses seguintes
Novos encontros com Pérola
A fúria de Scarlett
O castigo em Artur
O castigo de Pérola
Os dias seguintes
Um mês após aqueles castigos
A decisão
O passar dos anos
Os anos finais daquela viagem
A doença
O destino de Scarlett
Os meses seguintes
A mudança de ares
A princesa
Os meses seguintes
A vingança
A paixão de Tomaz
A desilusão e a redenção
A preparação para a fuga
A fuga
Os primeiros dias após aquela fuga
A segunda fase daquela busca
Uma Scarlett incontrolável
O final daquele ano
A virada do ano
O retorno
A força de Pérola
O destino de Scarlett e da princesa
A tentativa de recuperação
Os preparativos
Os acontecimentos seguintes
O ataque
O restante daquele domingo
Os dias seguintes
A continuidade daquela investigação
A situação de Scarlett
A versão de Scarlett
A preocupação de Antônio Dias Filho
Os dias seguintes
O destino de Scarlett
A adaptação
A vida de Pérola e Artur

A vingança

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By Span_sp

Aquele senhor escolhido foi então a entrada do galpão, onde dois vigias estavam a esperar o horário para terminarem os seus expedientes e pediu a eles que o levasse até a casa grande, pois ele queria conversar com a sua dona a respeito do funeral de uma escrava de sua tribo, muito querida, que havia morrido naquela tarde. Como aquele grupo era muito bom e os escravos respeitavam os seus capatazes, eles resolveram atender aquele pedido e um dos capatazes levou aquele senhor, acima de qualquer suspeita, até aquela casa grande, enquanto outro capataz ficou em frente aquela porta trancada.

Era início da noite, quando aquele homem chegou em frente a casa grande e viu a sua princesa morta, ainda presa a aquele tronco. Ao entrar na sala da casa de Scarlett, ele subiu as escadas, quando o capataz viu que o quarto de Scarlett estava iluminado e que Maria estava a sair dele, e disse:

- Esse senhor quer falar com a sua dona uma coisa urgente, ele pode Maria?

- Vou ver se ela pode atender. Então Maria questionou a sua dona e ela resolveu receber aquele homem, que estava preso aos grilhões em seus braços e pés, enquanto caminhava por aquela fazenda.

- O que vosmicê deseja? Questiona aquela senhora deitada.

- Senhora, uma das escravas que pertencem a minha tribo foi morta no tronco hoje. Queríamos fazer um funeral decente para ela.

- Vosmicês podem fazer isso amanhã anoite. Essa escrava me atacou e quase tirou a minha vida. Ela ficará lá para servir de exemplo até amanhã.

- Mas, senhora, na nossa tradição, alguém que morre não pode ficar tanto tempo sem fazer os rituais. Além disso, amanhã o corpo dela estará com um cheiro muito forte o que tornará impossível fazermos as homenagens que estamos acostumados.

- Eu já disse escravo. Amanhã podem retirá-la daquele tronco, hoje ela ficará lá e isso é uma ordem! Afirma aquela senhora em tom rude. Quando aquele senhor de forma muito controlada diz:

- Muito obrigado senhora. Tenha uma ótima noite! E então saiu daquele quarto sendo levado por aquele capataz.

No caminho para o galpão, mesmo preso aos grilhões, ele deu um golpe contra o corpo e logo em seguida contra a cabeça daquele vigia, utilizando o próprio ferro que prendia as suas mãos, o fazendo desmaiar. Ele então matou aquele homem, enforcando-o com as correntes que prendiam os seus punhos. Em seguida, pegou as chaves que estavam sobre sua posse, se desprendeu, pegou também outros pertences daquele homem que poderiam servir de arma e escondeu o seu corpo atrás de uma moita. Ao chegar em frente ao galpão, ele matou o outro vigia que ficava na porta, pelas costas com uma faca e de posse das chaves que conseguiu, entrou naquele espaço para colocar em prática, com os outros escravos, a estratégia para o ataque a aquela casa grande.

O comandante-geral do exército daquela princesa, exímio estrategista, já havia preparado todo o plano de ataque. Com os meses passando naquela fazenda, ele foi colhendo informações de como haviam sido as reações dos trabalhadores livres daquela fazenda quando foram atacados em revoltas anteriores dos escravos, preparando uma estratégia para a invasão daquela casa. Enquanto conversavam sobre o ataque, eles preferiam falar em suas línguas, para que os outros escravos não entendessem o planejamento daquele grupo, de aproximadamente, 60 escravos guerreiros da tribo daquela princesa.

Com todo o planejamento socializado, durante a madrugada, enquanto parte daqueles escravos que não pertenciam a tribo estavam a descansar, eles então começam a agir. Primeiramente, eles preparam uma queimada nas plantações de Scarlett, ficando uma parte do grupo a observar o aumento daquele fogo sobre as plantações de cana-de-açúcar. Assim que aquele fogo se expandiu, os homens que estavam a vigiar a casa grande ao lado de fora, durante a noite, perceberam o incêndio e acordaram parte dos capatazes daquela casa, para liberar os escravos e levá-los para combater aquelas chamas, a exemplo do que havia ocorrido antes da última revolta, quando um incêndio havia atingido as plantações de Scarlett.

Aqueles homens chegaram então aos galpões e liberaram todos os escravos, ordenando que eles fossem em direção as queimadas, para apagar aquele incêndio. Foi então que 40 escravos do grupo 2, os guerreiros da terra da princesa, se dispersaram e foram em direção a casa grande. Outros 20 escravos daquele grupo, ficaram posicionados estrategicamente, alguns deles com as armas recolhidas dos vigias mortos. Com essas facas e espadas, eles começaram a matar aos poucos os capatazes que estavam a trabalhar tentando coordenar as ações de combate a aquele incêndio e após isso pegavam as suas armas.

Um a um daqueles capatazes forem sendo mortos, sem que houvesse nenhum alarde. Em pouco tempo, aquele grupo de 20 escravos, haviam matado 19 daqueles homens que estavam a vigiá-los, deixando apenas o Cristovão, o homem que matou a princesa naquele tronco, vivo, por último. O menino mensageiro daquela casa, havia descoberto e informado ao comandante durante aquela noite, que havia sido ele que matou a princesa naquele tronco. Em meio ao desespero para apagar aquelas chamas rapidamente, antes que elas atingissem uma parte maior da plantação, aquele capataz não percebeu que os seus companheiros haviam sido assassinados.

Então um dos soldados da tribo da princesa o pegou pelas costas e ordenou que ele abaixasse as suas armas, quando outros guerreiros o seguraram e retiraram todas as armas que estavam sobre sua posse. Aquele capataz estava desesperado de tanto medo, quando os 20 escravos guerreiros da tribo da princesa o rodearam e disseram:

- Foi vosmicê que matou a nossa princesa naquele tronco, não foi Cristovão?

- Que princesa, eu não sei de princesa nenhuma!

- Aquela mulher que vosmicê chicoteou até a morte, era a princesa da nossa tribo e vamos nos vingar agora mesmo.

- Por favor, eu não sabia de nada! Afirma aquele homem.

Como primeira reação, aqueles guerreiros começam a rasgar as suas camisas e ordenam que ele fique parado de costas naquele chão. Dois escravos, dos mais fortes daquela tribo, pegam então aqueles chicotes severos dos capatazes, que cotavam as pele imediatamente após a batida dependendo da força em que eram ministrados, e começam a chicotear aquele homem sem nenhuma piedade, que desesperado começa a gritar de forma muito extrema. Aqueles dois homens batiam de forma cadenciada, com toda fúria, em vingança pela morte de sua princesa, em um intervalo mínimo de tempo, gerando cortes profundos nas costas daquele capataz, o que causava nele uma dor insuportável. De tantas dores que Cristovão sentiu, ele logo começou a urinar de forma involuntária, molhando as suas calças e todo o seu corpo enquanto era castigado. Aqueles escravos o puniram com mais de 70 chibatadas, que cortaram todas as partes de suas costas, a exemplo do que ele havia feito com a princesa.

Entretanto, eles não queriam o matar a chibatadas, pois achavam que aquilo era muito pouco para uma vingança. Depois de ver que aquele homem estava completamente machucado em suas costas e não conseguiria mais se levantar, eles o viraram de frente, o que o causou uma dor ainda maior, pois as suas feridas ficaram em contato com o chão daquele espaço.

Cristóvão então diz chorando intensamente:

- Por favor senhores. Eu peço clemência!

- Teve clemencia enquanto matava aquela mulher hoje no tronco?

- Eu não sabia que ela era uma princesa. Se soubesse não teria feito aquilo. Diz ele ao levantar as suas mãos, fazendo o movimento como se estivesse a jurar naquele momento, juntando as suas palmas.

Muito revoltado, um dos líderes daquele grupo de guerreiros africanos que estava com uma espada de um dos capatazes nas mãos, movimentou aquela espada com toda a fúria e atingiu os pulsos daquele homem, os cortando imediatamente, enquanto sangue voava para todos os lados. As mãos daquele capataz, imediatamente, voaram para alguns metros de onde ele estava, depois de tamanho impacto. Cristovão deu um grito ensurdecedor naquele momento, quando muitos dos escravos daquela fazenda que estavam a presenciar a vingança daquele grupo, ficaram horrorizados com a severidade daquela punição.

Aquele líder, revoltado, então diz:

- Agora eu quero ver se será capaz de castigar mais alguém com tamanha maldade Cristovão.

- Os senhores cortaram as minhas mãos! Como vou viver agora! Afirmava aquele capataz a tremer intensamente, ao ver o seu sangue a sair voando para longe de seus pulsos, gritando de forma extrema.

- E quem disse que vosmicê vai viver? Questiona aquele líder, sem demonstrar piedade.

Assim que ele termina aquela frase, ordena em sua língua que aqueles guerreiros de sua tribo levassem aquele homem até uma labareda alta, em meio aos fogos daquelas plantações e jogassem aquele homem vivo nela, para que ele pudesse morrer queimado. Logo aqueles homens pegam Cristovão e o levam em direção aos pontos em que se encontravam as maiores chamas, com aquele homem desesperado, gritando, demonstrando sentir dor e medo extremo naquele momento.

Então aqueles homens o jogam em meio a uma grande labareda e ele começa a queimar e se contorcer naquele fogo, tentando sair daquela chama, mas sem o apoio das mãos, não conseguia se levantar e via o seu corpo ser consumido. A cena foi de completo desespero por parte daquele capataz enquanto o seu corpo era queimado, quando segundos depois, ele parou de se mexer. Aquele capataz sanguinário que havia matado a princesa, estava morto.

Então eles chamaram todos os escravos daqueles grupos que estavam apagando as chamas e informaram que queriam invadir aquela casa grande para matar Scarlett. Inicialmente, ao ver aqueles homens mortos, parte dos negros se sentiram encorajados a atacar aquela casa. Entretanto, logo outros escravos disseram que um ataque a aquela mulher nunca deu certo e que em todas as tentativas, muitos escravos morreram de uma forma cruel. Depois dessa fala, com muito medo, vários escravos foram refletiram sobre o passado daquela fazenda e das revoltas ocorridas ali e acabaram desistindo da ideia, voltando ao trabalho para apagar aquele incêndio.

Apenas os escravos do grupo 2 e outros poucos escravos, estavam decididos a realizar aquele ataque, formando um grupo de aproximadamente 50 escravos, que se juntariam aos outros 40 que já estavam próximos a casa grande, preparados para aquele ataque. Aquela sensação no imaginário dos escravos de que Scarlett era invencível e o medo da forma extrema que ela tratava os escravos quando queria se vingar deles, fazia com que eles ficassem paralisados e nesses momentos de reações que poderiam ser decisivas, eles não conseguiam agir.

Então, aquele grupo de guerreiros e outros escravos que se voluntariaram, se dirigem para a casa grande. Enquanto isso, o grupo de escravos que havia ido antes naquela direção, atacaram os homens que vigiavam o galpão de armas, que agora possuía um número reduzido de armas de fogo. A maioria das armas havia sido colocada dentro da casa grande, após o último ataque sofrido pelos escravos. Mesmo com poucas armas, aqueles homens começaram a atirar e foram matando vários vigiar que estavam ao lado de fora da casa grande.

Naquela noite, haviam 60 homens a vigiar e proteger aquela casa grande. Cerca de 30 deles já haviam sido mortos no ataque realizado pelos escravos nas plantações e nos primeiros tiros trocados na porta daquela casa. Imediatamente, todas as pessoas que estavam alojadas na casa grande se assustaram, quando Tenório ordenou que todos os escravos ficassem nos quartos que ele iria ver o que estava a ocorrer.

Tenório vai até o quarto de Scarlett, para ver se estava tudo bem com ela, quando ela assustada, se levanta e o questiona o que estava acontecendo. Ele afirma que poderia estar acontecendo um novo ataque dos escravos. Como Scarlett estava ferida e com as mãos imobilizadas, naquelas circunstâncias, ela não tinha nem como se proteger, dependendo completamente dos seus homens para poder sair viva daquele local naquela noite.

Um mensageiro, trabalhador livre daquela fazenda, saiu por trás daquela casa, para chamar fazendeiros vizinhos e a polícia para reforçar a segurança daquela casa grande, mas, como isso já havia ocorrido na tentativa de ataque anterior e o estrategista daqueles escravos já sabia disso, ele preparou alguns homens para ficar em posição e assim que aquele homem subiu no cavalo, foi alvejado e morreu naquele local. Scarlett daquele momento em diante, estava ilhada naquela casa, sem possibilidade de sair ou enviar uma mensagem para chamar reforços.

Vendo a situação difícil que se encontrava, Tenório prepara a defesa dentro daquela casa, posicionando 10 homens nas janelas, outros homens na retaguarda do primeiro andar e outros melhores posicionadas no segundo andar, enquanto ele ficava a proteger Scarlett e ordenava que os demais moradores daquela casa ficassem em seus quartos para se proteger. A aquela altura, Pérola Maria e Tisa estavam com medo, posicionadas em lugares mais protegidos de seus quartos. Artur, ainda muito machucado depois da terrível punição que sofreu, sentindo muita fraqueza e dores, levantava em momentos muito esporádicos de sua cama e não tinha como tentar se defender naquela conjuntura.

Os escravos então, muito bem posicionados e exímios atiradores, já que utilizavam também essas armas nas lutas tribais da África, começaram aquele combate, acertando alguns homens que estavam na janela. Aquele começo de batalha trouxe perdas para ambos os lados. Naquele primeiro momento, cinco homens que protegiam aquela casa foram mortos, enquanto que 10 escravos foram atingidos, por estarem em uma posição menos favorável para aquele ataque. A batalha estava muito favorável aos escravos, que preparavam um ataque final para entrar efetivamente naquela casa e matar a dona daquelas terras. Naquele momento, 80 escravos ainda participavam daquela batalha, contra 25 homens que protegiam aquela casa.

Logo Tenório ordenou que outros homens fossem para a janela, quando ele desceu e viu que a quantidade de escravos que estavam a tentar invadir a casa era muito grande e, provavelmente, dessa vez, eles teriam uma dificuldade enorme para se proteger. A medida que os combates iam se intensificando, as baixas ocorriam dos dois lados. Com mais armas e munição, os homens da casa de Scarlett, depois de minutos de conflito, conseguiram uma pequena vantagem, matando um número maior de escravos, mas, as mortes daqueles trabalhadores livres, estavam a ocorrer de uma forma muito mais intensa do que na revolta anterior.

Há aquela altura da batalha, já haviam morrido mais 20 escravos, atingidos pelos tiros que vinham das janelas daquela casa, enquanto que outros 5 atiradores, haviam sido alvejados. Foi então que os escravos começaram a subida com armas e espadas, por aquelas escadas, em direção a casa grande, em um grande número. Muitos deles foram sendo atingidos enquanto tentavam aquela subida, mas, com a aproximação das janelas, eles também conseguiam alvejar os atiradores. Ao final daquele ataque, eles conseguiram matar todos os atiradores de Scarlett que estavam na janela, enquanto que metade daqueles escravos haviam sido mortos. O combate agora tinha 30 escravos, contra apenas 10 protetores daquela senhora dentro da casa. Tenório, então desesperado, chamou aqueles homens para que se posicionassem todos no segundo andar, entrou no quarto de Scarlett e disse a ela:

- Senhora, as coisas estão muito difíceis lá embaixo. Recebi a informação de que o mensageiro foi morto e não temos como chamar reforços. Estamos perdendo a disputa e eles são muito mais numerosos do que o nosso grupo. Temo que dessa vez não conseguiremos resistir a mais esse ataque. Diz Tenório, quando sente os seus olhos a lacrimejar.

- Não há nenhuma alternativa Tenório? Eles vão mesmo invadir a nossa casa e matar a todos nós? Questiona Scarlett também demonstrando um semblante de completo desespero naquele instante.

- Pelo desenrolar desse ataque sim, senhora. Já ordenei que todos os atiradores viessem para o segundo andar, pois, os que estavam nas janelas, foram todos mortos pelos atiradores deles, enquanto eles subiam as escadas. Eu acho que chegou o nosso fim! Afirma Tenório já sem tantas esperanças.

Tenório então muito emocionado, abraça aquela senhora, com cuidado para não machucar os pontos em que ela havia sido atingida pela princesa e diz para ela:

- Eu tenho que te dizer uma coisa, antes que isso tudo acabe. Eu sempre quis ter tido coragem para lhe contar sobre os meus sentimentos, mas nunca consegui. Dediquei a minha vida a senhora, a sua proteção. Mas, isso tinha também um motivo especial Scarlett. Desde que vi a sua força e a sua coragem eu comecei a te amar! Eu te amo senhora Scarlett! Afirma Tenório emocionado.

Então ele puxa Scarlett junto ao seu corpo e dá um beijo extremamente apaixonado nela, que se perde em meio a aquele amor demonstrado por Tenório. Assim que aquele beijo termina, Scarlett questiona a ele:

- Porque não me disse isso antes Tenório? Eu também gostava muito de vosmicê. Poderíamos ter nos casado, caso tivesse me dito que sentia todo esse amor por mim. Afirma Scarlett a olhar de forma apaixonada dentro dos olhos daquele matador de aluguel.

- Eu sempre a via encantada por outro homem senhora. Jamais imaginei que pudesse ter uma chance de te amar e que a senhora pudesse ter qualquer sentimento por mim. Para falar a verdade, eu sentia um ciúme enorme de todos os homens que a senhora dizia gostar. Eu queria mesmo era ter matado Murilo, pois a senhora lhe deu um grande amor e ele não retribuiu, a fazendo sofrer. Se tivesse sido eu o felizardo, eu teria feito tudo diferente. Quanto a Artur, essa minha ira contra ele é porque sabia que ele nunca lhe valorizava da forma que a senhora merece. A senhora é tão rara e importante que deveria ser tratada como uma princesa por todos, ser venerada como uma soberana e ele nunca lhe tratou da forma que a senhora merece. Afirma aquele senhor demonstrando completa paixão naquele instante.

- Mas, ainda temos chance de fazer tudo isso se tornar realidade Tenório. Talvez eu não tenha mais como ter um filho. Mas, ainda podemos viver esse amor e nos casar, assim que essa batalha acabar. É um homem respeitado e leal! Eu me casaria com vosmicê tranquilamente! Afirma Scarlett.

- Então agora tenho mais um motivo para lutar. Lutarei pela sua e pela minha vida, para que possamos casar assim que tudo isso acabar. Afirma Tenório, quando dá mais um beijo apaixonado em sua amada e ela retribui com muito carinho.

Assim que aquele beijo acabou, ele estava ainda com mais motivação para vencer aquela batalha. Tenório pediu que Scarlett ficassem em seu quarto para se proteger. Então ela balança a sua cabeça positivamente, se aproxima do rosto dele, e ela toma a iniciativa de lhe dar mais um beijo apaixonado. Scarlett nunca havia se sentido amada em sua vida, pela primeira vez ela sentia um beijo verdadeiramente apaixonado. Aquilo para ela, era uma sensação de felicidade tão grande que não dava para ser descrita em palavras.

Tenório com uma felicidade irradiante após saber que o seu amor era correspondido e ter recebido um beijo espontâneo de Scarlett e uma proposta de casamento assim que aquela batalha acabasse, saiu e fechou aquela porta, demonstrando mais esperança, motivado, ordenando que os homens se posicionassem, pois aquele seria o ataque final daqueles negros e que eles iriam vencer!

Ao lado de fora daquela casa, os negros estavam planejando uma forma de entrar sem sofrer muitas baixas. O estrategista daquela tribo, imaginando as possíveis estratégias de defesa preparadas por Tenório, instrui que os escravos comecem a correr em direção as laterais daquela casa, assim que as portas fossem arrombadas, para dificultar o ataque dos atiradores. Ambos os lados estavam preparados e na expectativa do momento, que provavelmente, selaria do destino daquela batalha.

Aqueles homens então pegam uma tora de madeira e começam a bater naquela porta, quando ela cai para dentro. Imediatamente, eles começam a correr em direção as duas partes laterais daquela casa, 10 foram direcionados para cada lado, enquanto outros 10 ficaram ao lado de fora, protegidos pelas paredes laterais ao lado daquela grande porta de madeira, preparados para um ataque final. Em meio as movimentações de entrada naquela casa, 6 daqueles homens foram atingidos pelos atiradores de Scarlett.

Com 14 deles posicionados dentro daquela casa, um ataque ficaria mais fácil. Logo eles se posicionaram, de forma coletiva e começavam a atirar, acertando parte dos atiradores que estavam no segundo andar, quando 4 daqueles 10 homens foram mortos e houveram mais 8 baixas por parte dos escravos, que por estarem na parte de baixo, tinham uma desvantagem geográfica naquele combate.

O número de combatentes naquele momento era de 6 dentro da casa, mais 10 ao lado de fora, pelo lado dos escravos e apenas 6 ao lado de Scarlett, contando com Tenório. Muito preocupado com o baixo número de soldados para a defesa daquela casa, Tenório pede que eles recuem e entrem para os quartos e fechem a porta, tentando manter o maior número deles vivos, por mais tempo.

Ele entra no quarto de Scarlett e a abraça mais uma vez. Quando ela questiona:

- Como estão as coisas lá fora meu amor? Ainda estamos perdendo.

- Está cada vez mais difícil a nossa situação senhora. Tivemos que nos esconder dentro dos quartos, pois, os escravos estão muito mais numerosos do que o nosso grupo. Temo que não conseguiremos resistir por muito tempo.

- Por favor Tenório, agora que sei que me ama e eu também estou apaixonada por vosmicê, prometa pra mim que vamos nos casar?

- Eu prometo senhora. Vamos virar esse jogo e nos casaremos em breve. Diz Tenório ao dar mais um beijo apaixonado em Scarlett.

Pela primeira vez aquela mulher sentiu que era amada de verdade em sua vida. O amor demonstrado por Tenório em seu olhar, era algo que Scarlett nunca havia visto. Ela estava muito feliz por saber que poderia se sentir amada daquela forma. O seu coração então batia mais forte, quando Tenório mais uma vez, saiu daquele quarto, muito motivado, para avaliar a movimentação dos negros naquela casa.

Para proteger Scarlett, Tenório ordenou que um daqueles capatazes fossem para o quarto daquela senhora para protegê-la e ficasse lá apenas no intuito de se algum inimigo entrar por aquela porta que ele atirasse.

Segundos depois, os guerreiros da tribo da princesa iniciaram o ataque final. Os escravos que estavam posicionados na parte lateral daquela casa, orientados pelo estrategista daquela tribo, se posicionaram com as suas armas em punho, em cima das janelas do primeiro andar, onde eles tinham uma visão mais alta, para atingir os atiradores que saíssem pelas portas do segundo andar.

Os escravos que estavam posicionados ao lado de fora, vieram gritando para entrar naquela casa e subir as escadas em direção ao segundo andar para o ataque final. Assim que aqueles homens saíram de suas portas para reagir, eles foram logo alvejados por aqueles negros estrategicamente posicionados nas janelas do primeiro andar, ficando vivos, apenas Tenório, Gildásio, que se salvaram por estarem posicionados atrás de uma pilastra e aquele capataz que estava no quarto de Scarlett. Seria quase impossível se proteger daquele ataque com tamanha desvantagem numérica que se encontravam após aquele estratégico ataque realizado pelos negros.

Aqueles homens começaram então a tentar subir aquela escada, mas, com Tenório tendo várias armas posicionadas ao seu lado, conseguia alvejar aqueles homens enquanto eles subiam, espalhando corpos por aquelas escadas, o que dificultava ainda mais o acesso rápido a aquele segundo andar.

Pérola, Maria, Tisa e Artur, que estavam no segundo andar daquela casa, ao escutarem tantos tiros e tão próximos, estavam completamente aterrorizados. Pérola estava em seu quarto sozinha, deitada em baixo da cama e rezando para que aquela guerra acabasse logo. Maria fez o mesmo, também com extremo medo, ficou a rezar embaixo da cama, para ver se conseguia se proteger melhor, em meio aquela troca de tiros. Tisa e Artur ficaram em cima da cama dele, tentando se proteger, pois, Artur ainda estava se recuperando do último castigo que havia recebido naquele porão. Todos estavam muito horrorizados e com medo de serem atingidos por aqueles tiros.

A aquela altura, haviam 8 escravos guerreiros vivos, contra aqueles dois atiradores, que estavam melhor posicionados e o capataz que estava no quarto de Scarlett. Os negros, seguindo orientações do comandante, se posicionaram ao lado da escada, mirando em direção as pilastras que protegiam Tenório e Gildásio, enquanto outros homens retiravam aqueles homens mortos cuidadosamente da escada, para facilitar a sua subida para o ataque final a aquela senhora. Aqueles homens estavam com uma adrenalina muito grande. Em poucos minutos aquela batalha seria decidida.

Então aquele estrategista, ordenou, após eles retirarem os corpos que impediam a subida, que aqueles homens corressem em direção ao segundo andar e fizessem o ataque final. Sete daqueles homens sobem correndo as escadas e a troca de tiros se intensifica, quando os escravos são, em sua maioria alvejados e Tenório, em defesa de Scarlett, se posiciona para poder atirar de forma mais certeira nos homens que tentavam subir naquelas escadas. Aquele matador de aluguel heroicamente, acertou outros quatro escravos naquela batalha e então foi atingido por uma bala e caiu sentado no chão daquele segundo andar, quando foi atingido por mais algumas vezes, especialmente, por aquele escravo estrategista, que ficou na retaguarda, posicionado no primeiro andar daquela casa. Subitamente, Tenório parou de atirar e Gildásio começou a atirar naqueles quatro escravos ainda vivos, quando conseguiu acertar três deles, que caíram nos degraus daquela escada.

Ele então pegou uma outra arma de um dos atiradores mortos, que estavam a proteger Scarlett, deitou no chão daquele corredor e assim que o último atirador subiu e chegou ao segundo andar ele alvejou aquele atirador, que era o comandante e estrategista daquela tribo, que caiu no chão. Gildásio ainda ficou posicionado por alguns segundos, para ver se mais alguém se movimentava, mas, não tinha mais nenhum negro vivo naquele espaço.

Ele se levantou e começou a caminhar pela casa grande, quando confirmou que Tenório estava mesmo morto. Então ele gritou que todos poderiam sair dos seus quartos, que aquela batalha havia acabado e quando Scarlett sai, logo ela vê Tenório caído no chão, desacordado, aquele capataz que estava no quarto dela também sai, quando é ordenado que ele pegasse um cavalo e fosse até o Vilarejo para chamar o comandante de polícia.

Aquela senhora se desespera. Ela então começa a gritar e chorar, enquanto, mesmo com as mãos sem poder movimentar direito, ela se esforça e sentindo muitas dores, deita Tenório em seu colo e chora de forma ainda mais desesperada, por ter pedido o seu homem de confiança a quem descobriu que amava e que era amada. Maria, Artur, Pérola e Tisa saem dos seus quartos e movimentam por aquela casa, também demonstrando terror ao ver todas aquelas pessoas mortas. Pérola se emocionou ainda mais quando viu aquele menino, mensageiro da princesa, de aproximadamente 13 anos, morto com uma espada em suas mãos.

Assim que aqueles escravos passaram por toda a casa, eles olham para Scarlett chorando intensamente, desesperada, com o corpo de Tenório sobre as suas pernas. Entre os que participaram daquela batalha, havia um único matador de aluguel vivo e um capataz que havia saído para chamar a polícia. Gildásio estava com a arma em punho e ele também aterrorizado com o cenário de morte que ficou aquela casa. A escada e o chão daquela sala tinha dezenas de corpos de escravos que tentaram chegar ao segundo andar quando foram atingidos, bem como de defensores de Scarlett que haviam morrido na batalha. Naquele conflito morreram mais de 90 escravos, a maioria pertencentes a tribo da princesa, que lutaram até a morte e mais de 58 trabalhadores daquela senhora que estavam naquela casa e ao redor dela naquela noite para protegê-la. Foi a batalha mais sanguenta que já se teve notícias naquelas terras.

Scarlett ficou a gritar e chorar pela perda de Tenório por muitos minutos, parando apenas com a chegada do comandante de polícia, mais de uma hora depois, que a chamou para relatar o que havia ocorrido. Muito revoltado, aquele comandante, ordenou que os escravos daquela casa grande retornassem aos seus quartos e logo em seguida que os seus soldados cortassem as cabeças de todos aqueles escravos revoltosos mortos, para que quando os escravos daquela fazenda fossem recolher os corpos dos negros, aquelas cenas ficassem ainda mais aterrorizantes e eles não ousassem mais atacar uma senhora como Scarlett.

Os escravos ao chegarem naquele espaço e ver aqueles corpos todos sem cabeça, ficaram desesperados com a fúria daquela batalha. Eles recolheram aqueles corpos, as cabeças dos seus irmãos de cor e os enterraram assim que o dia amanheceu em um cemitério de escravos que ficava naquela fazenda.

No dia seguinte, Scarlett estava em um luto profundo pela morte do seu homem de confiança. Ela não queria sair do quarto e recebeu a visita apenas do comandante de polícia, que queria saber se aquela senhora precisava de alguma coisa, quando ele disse que deixaria um destacamento de polícia naquela casa, para a proteger, enquanto ela não conseguia novos trabalhadores para vigiar aquela casa grande e o restante dos escravos.

A tristeza naquela fazenda era geral, de ambos os lados. Os escravos, por terem perdido muitos dos seus irmãos de cor e de Scarlett que havia perdido parte importante dos seus trabalhadores livres que protegiam a sua fazenda, e o seu grande protetor, a quem descobriu que amava e que era amada por ele, Tenório.

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