I Hate That I Love You | H.S.

By Illocin_and_Jessie

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[ATUALIZAÇÕES LENTAS] Harry Styles é um homem de negócios (subchefe da Advocacy Company Colin Wright) e... More

Boas vindas + Avisos
H&L Lovers | Your Stories
Book Trailer
Elenco (parte 1)
Elenco (parte 2)
Playlist
Prólogo
Capítulo 01 - Incompatíveis
Capítulo 02 - Porto seguro
Capítulo 03 - Descontroladamente complicado
Capítulo 04 - Inconveniente
Capítulo 05 - Gratuitamente rude
Capítulo 06 - Melhor sem você
Capítulo 07 - Perfeitamente imperfeita
Capítulo 08 - Sob novas concepções
Capítulo 09 - Por sua causa
Capítulo 10 - Desestruturados
Capítulo 11 - Imune ao amor
Capítulo 12 - Impulsos e acertos
Capítulo 13 - Surpreendentemente bom
Capítulo 14 - Estepes
Capítulo 15 - Você chora, eu choro
Capítulo 16 - Pra guardar na memória
Capítulo 17 - Impressionantemente doce e inegavelmente idiota
Capítulo 18 - Feliz dia de merda
Capítulo 19 - Adolescente idiota
Capítulo 20 - Aproximação inconsciente
Capítulo 21 - Instável
Capítulo 22 - Melhor com você
Capítulo 23 - Estranho novo eu
Capítulo 24 - Do zero
Capítulo 25 - Eliza
Capítulo 26 - Surto inesperado
Capítulo 28 - Confidencial
Capítulo 29 - Descobertas
Capítulo 30 - Reconciliações
Capítulo 31 - Inesquecível
Capítulo 32 - Quer casar comigo?
Elenco original e mais | Gratidão pelos 100K de leituras
Capítulo 33 - A calmaria antes da tempestade
Capítulo 34 - Espaços entre nós
NOTAS DA AUTORA

Capítulo 27 - Vulnerável

1.4K 95 190
By Illocin_and_Jessie

• Capítulo não revisado.
• Votem e comentem, por favorzinho! ❤️

> Incrível como os gifs desses dois sempre se encaixam 🤭😅<

> MÚSICA DO CAPÍTULO: NAKED, James Arthur.

{"Ei, você aí, podemos ir para o próximo nível? Querida, você se atreveria? [...] Porque aqui estou eu, estou dando tudo o que posso, mas tudo o que você faz é estragar as coisas. Sim, estou bem aqui, estou tentando deixar claro que ter metade de você simplesmente não é o suficiente. [...] Estou aqui, vulnerável."}

     — O que está fazendo aqui? Achei ter deixado claro os termos dos nossos encontros na nossa última conversa. - a puxo para um canto afastado, sentindo o olhar de Elizabeth em nós.

     — Você simplesmente desligou na minha cara, Harry, e eu também deixei claro que não sou uma prostituta pra você procurar quando bem entende. - por um momento ela aumenta a voz e isso me faz cerrar o maxilar. Odeio drama!

     — Sem escarcéu na minha empresa, Sarah. - aviso - Você sabia muito bem como as coisas funcionariam desde o princípio. Se não soube lidar com isso o problema não é meu. Vá procurar outro em quem despejar seu drama, seja o que for que tínhamos eu não quero mais. Cansei disso. - vejo em seus olhos como Sarah está nervosa, seus olhos lacrimejam e não sei se está a ponto de chorar de raiva ou se é apenas sentimental. Ela dá um breve olhar na direção de Elizabeth e então se aproxima mais, deixando um beijo na minha maxilar, o barulho de seu salto alto reverberando pelo local enquanto vai embora em seguida. O fato de Sarah querer me cobrar algo que sempre soube que não teria me irrita profundamente. Sem sentimentos, compromisso, ou qualquer intromissão na vida um do outro, esse foi o expressamente claro combinado. Respiro fundo e me sentindo nervoso simplesmente ando até minha sala, sem correr o risco de iniciar algum contato com Elizabeth e descontar minha raiva nela.

     Uma semana se passou e Elizabeth parece estar testando meu humor e sanidade. Desde que Sarah veio aqui Elizabeth tem sido nada mais que formal comigo. Sei que evitei ela aquele dia inteiro após o breve e irritante momento com Sarah, mas além das cobranças sem cabimento da ruiva meu dia não sucedeu muito bom e eu não seria capaz de controlar meu humor e as palavras rudes e ofensivas que com facilidade sairiam da minha boca assim que ela falasse qualquer coisa que eu não queria ouvir no momento. Louis insiste em dizer que o comportamento da minha secretária é simplesmente consequente de ciúmes, mas tudo para meu amigo é ciúmes. Quando o assunto é namoro, Louis se sente o próprio cupido. Desde criança meu amigo era quem puxava o "com quem será?" nas festas de aniversário e até hoje respirar fundo perto de uma menina já é motivo suficiente para ele achar que você está completamente apaixonado. Não é à toa que ele e Beatrice começaram a namorar com ele tentando convencê-la de que ela o estava encarando e sorrindo justamente para ele quando estávamos em um bar lotado. No fim das contas deu certo já que estão juntos desde o primeiro ano da faculdade, o que dá a eles uns oito anos de namoro. Colin, por sua vez, se limita a dar risadas debochadas e me olhar como um pai experiente que parece saber de tudo enquanto o filho está completamente confuso. Meus amigos são completos idiotas e não me servem pra nada. Nem sei porque fui inventar de perguntar o que deu em Elizabeth logo para eles. Era óbvio que nada de útil e sério sairia de suas malditas bocas, por mais indiferente que tenha tentado parecer ao questioná-los.

     Acabei de dispensar Elizabeth e estou organizando minhas coisas para que possa ir para casa e dar o dia por encerrado. Vejo minha secretária se agasalhando e então desligando a luminária em cima de sua mesa, logo caminhando em direção ao elevador. Respiro fundo ao sentir uma inquietude me atingir de dentro para fora, e antes que eu possa calcular meus movimentos já estou fora do escritório e meus pés caminham até Elizabeth, despejo palavras que sem filtro simplesmente saem de minha boca, expressando minha exasperação quanto a ter se afastado quando tínhamos entrado em acordo quanto a ser amigos, deixando claro que não gosto de acordos não cumpridos. Em instantes, porém, Elizabeth se aproxima e cola seus lábios nos meus. Por um breve momento me sinto confuso, mas que se dane, eu amo sua boca na minha e não vou perder tempo analisando o cenário enquanto posso aproveitar esse momento. Enrosco meus braços ao redor de sua cintura, prendendo-a mais firme em meu corpo e me aprofundando em seu beijo. Como ela pôde dizer que isso não deveria mais acontecer? Algo tão bom não deveria ser visto como problema, ainda mais se nós dois gostamos. Sinto Elizabeth se afastando e isso me faz apertá-la ainda mais em meus braços, então ela afasta seus lábios dos meus minimamente.

     — Prefiro que me chame de Eliza. - ela murmura, seus lábios ainda tocando nos meus. Sorrio e então volto a beijá-la, sentindo seu sorriso em minha boca. Enquanto nos beijamos o elevador já se abriu e se fechou e bom, nós não demos a mínima, ainda mais quando somos os únicos aqui na empresa ainda. Elizabeth faz menção a se afastar novamente, mas mais uma vez a puxo para mim, com um braço ao redor de sua cintura levo minha mão para seu rosto para trazer sua boca a minha novamente, mas ela apenas ri, um riso alto que me faz sorrir, e depois de um rápido selinho se solta de mim.

     — Preciso ir pra casa. - ela diz, pegando sua bolsa no chão.

     — O que eu fiz de errado dessa vez?

     — Por enquanto nada. - ela ri - Me desculpe por isso inclusive. Foi impulsivo, mas já disse que eu não sou do tipo que curte relacionamentos casuais, Harry. Você já me propôs apenas beijos uma vez e acho ter deixado claro que não concordo com isso. Eu... - ela hesita e parece desistir do que ia falar - Olha, combinamos ser amigos e além disso tem Sarah, eu não entendo ao certo como funciona o relacionamento de vocês, mas posso garantir que não quero um igual, e...

     — Ei, espera aí. - interrompo-a, franzindo o cenho - Sarah? Calma, então foi por isso que ficou estranha nos últimos dias? - Elizabeth desvia o olhar, parecendo envergonhada, o que dá a resposta para minha pergunta. - Ok., comecemos esclarecendo isso. Eu e Sarah já não nos víamos há um tempo, estava ignorando as ligações dela e esse foi o motivo de ela ter vindo me procurar aquele dia.

     — Harry, você não tem que me explicar nada...

     — Me deixe terminar, Elizabeth. Não que tivéssemos qualquer compromisso um com o outro, mas deixei claro aquele dia para Sarah que não havia mais nada entre nós. E não, eu nunca concordei em ser seu amigo. - minha secretária me olha indignada, mas eu apenas continuo - VOCÊ propôs amizade e eu disse que não poderia ser seu amigo, mesmo assim cá estou eu engolindo toda minha estupidez e grosseria e tentando ser o menos rude possível com você, enquanto você não mede esforços em me ignorar.

     — Harry, eu não...

     — Me deixe terminar, Elizabeth. - repito e ela assente, permitindo que eu continue. Apenas agradeço mentalmente, afinal se pensar muito vou simplesmente engolir cada palavra de volta, sem coragem nenhuma para falar essas bobagens como se tivesse algum dever de dar satisfações de algo para ela. - Sei muito bem que você não é como Sarah, não ousaria comparar. Quando te ofereci nada mais que beijos não estava tentando ser legal com você, bem pelo contrário, estava numa missão pessoal para te irritar até te fazer desistir do emprego. É como eu era desde minha época de escola e você se tornou apenas mais um alvo fácil. Mas você sabe que agora minha missão pessoal é me afastar desse tipo de atitude. Estou tentando mudar, Elizabeth, de verdade.

     — Sei disso. - ela murmura apenas, mas logo se cala quando nota que ainda tenho mais para falar.

     — Eu nem acredito que vou dizer isso, afinal é estupidez pura e me faz sentir um completo idiota, mas... - minha mão vai para minha nuca e respiro fundo, me sentindo vulnerável antes mesmo de as palavras saírem da minha boca - eu gosto de você.

     — Eu também gosto de você, Harry.

     — Não, Elizabeth, você não está entendendo. Eu GOSTO de você. - enfatizo o "gosto" ao elevar levemente meu tom de voz e ela parece prender a respiração. - Não um gosto do tipo vou com sua cara ou podemos conversar e ser amigos, eu realmente GOSTO de você.

     — Está dizendo que está apaixonado por mim? - ela pergunta, com um sorriso sutil que reflete em seus olhos, maquiando seu rosto, e agora sou eu quem prende a respiração. Tenho vontade de sair correndo daqui como um garoto de dez anos e voltar amanhã fingindo que nada aconteceu. Engulo em seco, sentindo a necessidade de afrouxar o nó da gravata e de uma garrafa de água. Elizabeth agora tem a sombra de um sorriso divertido no rosto e acredito que está se segurando para não rir de mim, quase posso ter certeza que ela é capaz de ler meus pensamentos e saber o quão nervoso estou com toda essa situação. Apaixonado? Sei que não é o mesmo que dizer um eu te amo, mas no momento parece ter um peso semelhante para mim, e isso me assusta.

     — Não, eu estou dizendo que gosto de você. - insisto, firme - Que gosto de você não apenas como amigo, mas estou dizendo apenas isso: que gosto de você. - Elizabeth semicerra os olhos e posso notar o brilho divertido no fundo de suas orbes verdes.

     — É uma pena então, porque eu estou, inexplicavelmente apaixonada por você. - ela olha no fundo dos meus olhos enquanto pronuncia com convicção essas palavras que trazem em mim um impacto que não esperava. Sinto-me irrefletidamente prender a respiração com sua declaração e meu coração acelera descompassado dentro do meu peito. Um barulho escapa do fundo da minha garganta quando tento me recompor e tomar o controle das minhas reações. Tenho dificuldade em admitir estar apaixonado por ela, porém não sei se ela vai me levar a sério se eu continuar repetindo apenas que gosto dela. Engulo em seco quando ela se aproxima levando sua mão para o meu rosto, acariciando minha face, minha cabeça tomba espontaneamente em sua mão por um breve segundo antes que eu retome novamente o controle e volte para minha postura ereta, tentando exibir uma expressão neutra. - Está apaixonado por mim, Harry? - com seriedade ela pergunta novamente. Suas palavras chegam até mim em um tom que parece carregar um fundo suplicante, ao mesmo tempo com sua voz calma e seu toque macio ainda em minha pele me fazendo formigar por fora e ferver por dentro, numa mistura de pensamentos inquietantes e sentimentos irrefreáveis que não sei detalhar, explicar e muito menos controlar.

     — Sim, eu estou. Droga, eu estou sim, e como estou! - admito por fim, meu semblante sério, minha maxilar tencionada e com um tom inegavelmente sincero, que surpreendentemente me cai a ficha que não tem um resquício sequer de falsidade, o que me assusta ainda mais. Elizabeth está rindo e o impulso que tenho é de semicerrar os olhos, negar o que acabei de declarar, lhe dirigir palavras rudes e virar as costas, mas respiro fundo e logo consigo então notar que seu riso não é de forma alguma ofensivo, debochado ou qualquer coisa do tipo. É um sorriso que lhe chega aos olhos, um sorriso... feliz! Seu riso espontâneo e feliz me traz um sorriso também, porém contido já que ainda não sou capaz de demonstrar tão facilmente sentimentos e nem mesmo sorrisos. Me aproximo dela, saciando minha necessidade de juntar novamente meus lábios aos seus. A forma que ela respira fundo sempre que nos beijamos me faz ver como a afeto e isso me faz sentir bem, tanto que a aperto em meus braços durante o beijo buscando ouvir mais uma vez seu suspiro e sentir sua profunda respiração.

     — Sabe, eu gosto de te beijar. - ela diz como uma menina e eu rio.

     — Oh, isso é bom, ou eu estaria numa situação complicada dado o fato do sentimento que acabei de admitir sentir por você. - ela revira os olhos, mas logo em seguida sorri largamente. Eu me sinto estranhamente bem, feliz, confuso, agitado e assustado, tudo ao mesmo tempo. Mas minha vontade de fugir está tão grande quanto a de ficar e eu não quero andar para trás com Elizabeth, seja lá o que está acontecendo aqui. - Quer ir para minha casa? Podemos jantar juntos, desde que você não cozinhe, claro. - Elizabeth semicerra os olhos, mas parece ter algo mais importante para dizer ao invés de responder minha ofensa maquiada aos seus dotes culinários.

     — Hoje eu não posso, tenho um jantar marcado com meu amigo. A menos que queira ir comigo. - por um curto momento me sinto ficar tenso, mas quando ela me estende o convite fico mesmo é assustado, e hesitante. Como de costume eu automaticamente franzo o cenho, uma reação habitual meio que involuntária que tenho desde criança e me deixa com cara de mal humorado, e Elizabeth a interpreta errado. - Você não precisa, - ela diz, agora deslocada - eu só achei que poderia achar legal, mas entendo que...

     — Não, não. Calma, está tudo bem. Eu só... - minha mão voa para minha nuca, se arrastando por ali por um momento antes que eu a coloque no bolso, ajeitando as palavras em minha mente, procurando o melhor modo de proferi-las enquanto Elizabeth apenas me encara, esperando - Eu estou há muito tempo tendo contato apenas com as mesmas pessoas no que diz respeito a amigos, eu sou meio insociável, caso não tenha percebido, e tendo a ser um idiota quando conheço pessoas novas.

     — Ah, eu sei bem disso! - ela exclama divertida, mas como minha expressão só piora Elizabeth se aproxima e segura minha mão. O contato me traz estranheza, mas não posso dizer que não gosto. - Você tem pouca fé em si mesmo. Há uns três meses atrás, na sala de estar da sua casa, você me disse que estava tentando mudar, e desde então, aos poucos você está mudando. Tem alguns deslizes e às vezes até tropeça no meio do caminho, mas já mudou mais do que imagina, Harry. Imagino que não está sendo nada fácil pra você e nem sei dizer se teria a mesma paciência, autocontrole e força de vontade que está demonstrando. Sendo assim, vou respeitar seu espaço, porque acho que não deve dar nenhum passo maior que a perna ou fazer algo que não queira, mas não duvide de si mesmo e do seu progresso.

     — Sabe, eu odeio isso.

     — Isso o que? - minha secretária pergunta confusa.

     — Essa sua capacidade de me deixar embaraçado e confortável ao mesmo tempo. Você confunde a minha cabeça, Srta. Johnson.

     — Mas pelo menos eu tento te ajudar a colocá-la no lugar também. - ela diz divertida, seu sorriso brincando nos lábios.

     — Tudo bem. - digo de supetão e ela me encara, uma interrogação desenhada em seu rosto. - Te acompanho no jantar com seu amigo. Mas tem que prometer que vai me deixar apenas existir ao seu lado, sem forçar conversa.

     — Acordo. - ela me estende a mão, segurando o riso, mas concordando com minha condição. Reviro os olhos, mas aperto sua mão, em seguida puxando-a comigo, de volta para perto do meu escritório.

     Com meus pertences em mãos entramos no elevador, logo chegando ao térreo e entrando no carro, me permitindo dirigir seguindo as direções que Elizabeth me passa durante o trajeto para chegarmos ao nosso destino, que por sinal eu logo descubro ser estrategicamente bem em frente à USAIC.

     — Meu amigo estuda aqui. - ela explica antes mesmo de eu perguntar sobre a escolha do restaurante.

     — É uma ótima Universidade!

     — Estudou aqui? - ela pergunta surpresa enquanto entramos no restaurante e eu afirmo. O restaurante, como esperava, está cheio de jovens universitários e o barulho é considerável, o que me faz apertar os olhos e querer levar as mãos aos ouvidos. Acostumei a estar rodeado por silêncio, mas por um momento me sinto de volta a faculdade, rodeado por meus amigos idiotas que estavam na maior parte do tempo enchendo a cara e me arrastando para o primeiro lugar cheio de gente e muito barulho que achassem. Achamos um lugar mais afastado do grupo bêbado e alvoroçado e nos acomodamos. - Vou avisar Liam que chegamos. - Elizabeth diz, já digitando uma mensagem de texto no celular, em seguida voltando sua atenção para mim. - Seu restaurante vai fazer o que com seu jantar de hoje? - ela pergunta e noto que realmente prestou atenção quando falei sobre minha rotina noutro dia.

     — Eles sempre confirmam comigo antes de fazer a entrega. - explico breve. Mas sem querer deixar o clima tenso como sempre acabo fazendo, procuro na mente algum assunto para começar - Me fale de você e seu amigo. Como se conheceram?

     — Cidade pequena, mesmo bairro, pais amigos e tempo de sobra para ficar brincando de pique-esconde e pega-pega. - ela resume, rindo no final.

     — Oh, então não é um amigo daqui.

     — Bom, agora é. - ela sorri - Mas não, não nos conhecemos aqui. Somos os famigerados colegas de infância quase vizinhos que se tornaram melhores amigos pelo resto da vida. - seu semblante é suave enquanto fala do amigo, um sorriso de lado colado em sua face. - Ele ganhou algumas bolsas de estudo e uma delas foi aqui na USAIC, a qual ele escolheu já que assim poderíamos estar por perto um do outro novamente.

     — Parece gostar muito dele.

     — Claro que sim! Eu o amo. Ele sempre esteve ao meu lado e tenho certeza que sempre estará, tal como ele pode ter certeza que sempre estarei aqui por ele. - ela diz feliz e confiante e me sinto prender a respiração com sua afirmação tão sólida e inquestionável com relação a ela e seu amigo. Não sou capaz de explicar se o que sinto é bom ou se é ruim, só sei que a sensação por algum motivo me revolta por dentro e não me agrada, por isso agradeço quando o garçom se aproxima e depois de pedirmos apenas uma água por hora, Elizabeth muda de assunto. - Mas e você e os meninos, como se conheceram?

     — Louis e eu nos conhecemos ainda crianças, na escola, e Niall se juntou a nós pouco depois. Louis foi o primeiro a chegar em mim e a única criança que não ficou com medo da minha cara emburrada e do meu mau humor terrível.

     — Acho difícil alguém continuar mal humorado perto do Louis. - ela ri.

     — E você tem razão, é quase impossível. Foi só por isso que na faculdade fiz mais amigos. Louis sempre foi muito comunicativo e piadista e por isso sempre estava rodeado de gente, enquanto eu permanecia no meu canto, apenas observando, muitas vezes com Niall ao meu lado. Mas em uma das festas para a qual Louis nos arrastou conheci Colin, que estava bêbado e tinha acabado de levar um soco na cara de uma garota bem na minha frente. Na época ele estava concluindo sua pós-graduação especializada enquanto eu, Louis e Niall estávamos no nosso segundo ano de faculdade. Aquele soco me fez rir até dar dor de cabeça e depois de Colin com seu orgulho ferido me dar um igual, ficamos com olhos roxos combinando e nos tornamos amigos. - Elizabeth gargalha e eu inevitavelmente rio junto com ela.

     — Disse que ele já estava concluindo a pós-graduação, ele é quantos anos mais velho do que vocês? - Elizabeth pergunta e eu me sinto inexplicavelmente bem por notar que ela não só está prestando atenção como também está se mostrando interessada no que digo.

     — Cinco anos. - respondo.

     — E Niall? Parece que ele é com quem vocês têm menos contato.

     — Bom, sempre esteve estampado na cara de Niall que Direito não era bem o que ele queria cursar, mas ele só teve coragem de dizer ao pai que não era o que ele queria há cerca de um ano atrás, só depois de concluir sua pós-graduação. - explico.

     — O pai o obrigava?

     — Não, esse é o tipo de coisa que o meu pai faria. - digo com escárnio - O pai de Niall estava velho e doente e sempre foi um bom pai. Niall tinha medo de decepcioná-lo, tanto mais dada a situação. Sendo assim, escolheu fazer o que sabia que alegraria o pai. Mas então o homem melhorou e Louis e Colin foram essenciais em dar um empurrãozinho para ele enfrentar logo a situação de frente, afinal podíamos ver o quanto ele detestava trabalhar no nosso ramo. E como sabe, agora ele está investindo na carreira de escritor. O pai dele ainda não engoliu muito bem a ideia, não acha que terá um grande futuro com isso, mas o apoia como dá, até porque Niall está bancando a própria carreira, então ele não tem muito o que exigir. - Elizabeth balança a cabeça em concordância enquanto sigo contando sobre meu amigo - E quanto ao contato limitado, é só questão de tempo e espaço realmente, afinal eu, Louis e Colin convivemos num mesmo ambiente de trabalho, com uma carga horária basicamente igual, enquanto Niall não tem mais o mesmo convívio ou rotina. Acabamos criando uma distância involuntária.

     — Apesar de não gostar do trabalho que fazia, ele deve sentir falta de vocês. - ela diz e a imagem do meu amigo risca na minha mente me fazendo pensar que eu não tinha reparado na sua distância até ter tocado no assunto agora. - Posso fazer uma pergunta? - Elizabeth volta a falar após ter ligado mais uma vez para seu amigo – sem sucesso – e beber um gole de sua água, me fazendo encará-la com as sobrancelhas arqueadas, como sinal para que prossiga. - É sobre nós, tudo bem?

     — Tudo bem. - afirmo.

     — Bom, levando em conta que você entendeu quais meus termos para ficar beijando alguém e que você disse que sabe que eu não sou de relacionamentos casuais... - começo a entender onde ela quer chegar e não sei se fujo ou se dou risada de toda sua hesitação e até receio.

     — Quer saber se estamos namorando? - resolvo acabar com seu sofrimento interno tal como o meu. Elizabeth apenas confirma com um murmúrio e eu respiro fundo. - Olha, eu nunca fiquei tempo suficiente ou seriamente com ninguém a ponto de considerar um namoro, e você já pôde constatar por si mesma que sou um desastre com qualquer tipo de relacionamento, apesar de estar tentando mudar, então se quer realmente tentar algo comigo vai ter que ser paciente. - um sorriso começa a nascer nos lábios da minha secretária, mas eu prossigo antes que ela fale qualquer coisa - Além disso, eu não... bom, não me leve a mal, mas me sinto desconfortável só de pensar em assumir que estou em um relacionamento sério, que estou...

     — Apaixonado? - ela pergunta sugestiva, sorrindo, e eu limpo a garganta.

     — Isso. - concordo - Só preciso que entenda que eu... - ela me interrompe.

     — Está tudo bem. Eu entendo. - seus olhos agora parecem sorrir com seus lábios quando me encara de forma meiga e compreensiva. - E se fôssemos aos poucos? - ela pergunta após um curto silêncio.

     — Como assim?

     — Não precisamos contar para nossos amigos que estamos namorando. - sugere - Bom, minha família vai precisar saber e Liam também, se não se importar, mas podemos manter apenas entre nós por enquanto, assim mantemos as coisas sem alterações de comportamento dentro da empresa ou com seus amigos. O que acha?

     — Tem certeza que se sentiria bem com isso? - me forço a perguntar mesmo querendo no mesmo momento apenas concordar veementemente .

     — Sim, Harry. É claro que em algum momento vamos ter que abrir o jogo, mas já disse que respeito seu espaço, e não tenho a intenção de te pressionar ou deixá-lo desconfortável. Além disso, assim você poderá ver se é o que realmente quer antes que outros saibam. - eu balanço a cabeça em concordância lentamente algumas vezes, repassando suas palavras em minha mente e as analisando enquanto Elizabeth me observa. - E então?

     — Acordo. - imito seu gesto de mais cedo estendendo minha mão para que ela aperte e ela o faz, rindo divertida. Minha mente começa automaticamente a ver mil motivos e formas de isso dar completamente errado, mas escolho ignorá-la quando vejo o sorriso largo e feliz da garota a minha frente. Ela começa a abrir a boca para falar algo, mas seu celular começa a tocar, interrompendo. Seu visor se ilumina com o nome "Liam" e uma foto espontânea dela com o amigo aparecendo na tela. - "É bom que tenha uma ótima desculpa." - ela diz assim que atende e depois de uma breve troca de palavras que varia ente xingamentos e carinho, rindo, ela encerra a ligação. - Ele trocou de turno com um amigo, celular no silencioso e muitos trabalhos para fazer. Fui esquecida. - ela explica a ausência do amigo, mas não parece nenhum pouco incomodada - Ainda bem que te trouxe comigo, ou ia ter ficado sozinha. - dou um sorriso de canto para ela como resposta.

     — Bom, já viemos até aqui mesmo, quer jantar?

     — Claro. - ela concorda, pegando o cardápio para analisar as opções.

     Cerca de uma hora e meia depois estou estacionando em frente a sua casa. Elizabeth retira o cinto e segura sua bolsa e seu celular, se ajeitando para sair do carro, mas antes se vira para mim.

     — Muito obrigada por hoje. - ela sorri e parece calcular o que falar ou fazer, o que entendo já que estou na mesma situação.

     — Eu que agradeço. - sorrio de volta, da mesma forma sutil habitual. Sem que eu espere Elizabeth se inclina e me surpreende colando sua boca na minha. Uma de minhas mãos ainda está no volante e a outra vai para seu queixo quando ela ameaça se afastar, mantendo seu beijo suave por alguns segundos mais.

     — Boa noite. - ela se despede.

     — Até amanhã, Eliza. - digo e ela sorri. Constato que a partir de agora momentos como esse se tornarão provavelmente muito comuns entre nós. Sem que eu possa controlar meu coração acelera seus batimentos e o que me surpreende é que meu ritmo cardíaco acelerado não é ruim, é apenas resultado da percepção do quão bem e ansioso me sinto por cada um dos momentos que virei a ter com Elizabeth Johnson. Eu me sinto estranhamente ansioso e... feliz.

Continua...

Olááá, amores da minha vida!!! Como vocês estão?
Bom, como sempre eu demoro, mas eu volto!

E voltei com declarações, namoro secreto começando, beijos e muita confusão emocional da parte do nosso lindo e instável Harry. Como sabem sempre fico ansiosa e insegura com os capítulos, então espero de coração que gostem. Me deixem saber - se possível, por favor - o que acharam.

Muito obrigada pelo apoio e carinho que vocês têm demonstrado por IHTILY. Eu sou imensamente grata, não sabem como me deixam feliz e colocam um sorriso enorme nos meus lábios em meio a tantos dias de angústia e crises de ansiedade. Muito obrigada de coração! Amo vocês. ❤️


All The Love,
P.I. 💞🖤


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