Abraça-me {Adaptação)

By oficial_erica

207K 15.4K 4.5K

Poderia um amor nascer de um casamento terminado?! Para Any Gabrielly Soares não, ela deixou de acreditar no... More

Prólogo
Capitulo 1
capitulo 2
capitulo 3
capitulo 4
Capitulo 5
capítulo 6
capitulo 7
Capítulo 9
capítulo 10
capitulo 11
capitulo 12
capítulo 13
capítulo 14
capítulo 15
capítulo 16
capítulo 17
capítulo 18
capítulo 19
capítulo 20
capítulo extra-Yale
capítulo 21
Capítulo 22
capítulo 23
capítulo 24
Capítulo extra Yale 2 parte
capítulo 25
Capítulo 26
capítulo 27
capítulo 28
capítulo 29
capítulo 30
Capítulo 31
capítulo 32
capítulo 33
capítulo 34
capítulo 35
capítulo extra -O começo é sempre mais facil
capítulo 36
capitulo 37
capítulo extra-Sem você
capítulo 38
capítulo 39
capítulo 40
Capítulo 41
capítulo 42 Penultimo
capítulo 43 Último
Epílogo
O caveira

capítulo 8

5.6K 402 124
By oficial_erica

- Papai, papai olha para mim! – Gabriella pediu dando pulinhos animados e eu soube naquele momento a minha palavra favorita para toda vida: papai. Como então pouco tempo eu já os amava tanto, era indescritível, quase mágico, era simplesmente perfeito. Eles eram a melhor parte de mim, meu melhor acerto em meio a tantos erros, eu os levaria comigo para sempre.

- Sim, meu amor. – Virei-me para ela dando-lhe a maior atenção.

- Olha o que a mamãe me ensinou. – Ela respirou fundo e se preparou. – J-O-S-H-U-A! – Ela soletrou meu nome, meu nome! Eu não podia ser mais feliz, olhei para os lados para agradecer Any por tudo, mas ela não estava na sala.

- Onde está a mamãe?! – Perguntei olhado para cima, onde Jaden estava escalando meus ombros e pulando dali.

- Não sei papai, acho que ela saiu. – Jaden disse antes de pular no chão e eu entrei em pânico. Any não poderia me deixar sozinho assim com as crianças, eu não estava preparado, não sou nada comparado a ela, e se acontecer alguma coisa?!

- Onde foi que você se enfiou Elly?! – Perguntei retoricamente encarando a porta.

- Papai, vamos procurar a mamãe! – Jaden ofereceu empolgado.

- Legal! Esconde-esconde! O meu favorito! – Gabriella comemorou juntando as mãos. Fitei meus filhos que me encaravam cheios de expectativa.

- Tudo bem, tudo bem! – Cedi e eles gritaram. – Vamos começar pela sala, mas em silêncio senão a mamãe perceberá tudo. – Falei e os dois levaram o indicador à boca. Seguimos para fora silenciosamente, meus filhos esgueiravam-se pelas paredes imitando espiões, eu não consegui evitar o riso.

- Shhhh! – Os dois fizeram em uníssono e eu levantei minhas mãos em sinal de rendição, continuávamos em direção a sala quando comecei a ouvir vozes.

- Sei que é meio inesperado, mas quando a minha secretária me entregou o convite, sabia que tinha que agradecer. – Um homem disse sorrindo para Any. Ele era alto, moreno, tinha um sorriso jovial, com certeza fazia sucesso com as mulheres.

- Tio Lamar!!!! – Meu filho correu para o homem que o recebeu de braços abertos e na hora reconheci seu nome, ele era o tal amigo de Any que Gabriella havia mencionado. O que esse cara quer aqui?!

- Como vai o meu melhor amigo?! – Lamar perguntou e eu fiquei irado, eu deveria ser o melhor amigo do meu filho, eu! Mas você acabou de chegar, sabe-se lá há quanto tempo esse cara está na vida deles. Minha consciência me denunciou e eu fiquei extremamente inseguro.

- Mamãe, a senhora não sabe brincar?! – Gabriella questionou um pouco indignada, o que me fez lembrar Sofya logo de cara. – Essa brincadeira é de se esconder, eu, o Den e o papai te achamos rápido demais! – Ela protestou e imediatamente os olhos do tal Lamar se arregalaram, Any percebendo isso, sorriu sem graça e se virou para mim.

- Bem, Josh esse é Lamar pediatra das crianças. – Ela apresentou e eu suspirei um pouco aliviado, então ele era só o médico e nada de mais. – Lamar esse é Josh, meu ex-marido e pai das crianças. – Ela falou aquilo doeu um pouco em mim. Essa era a primeira vez que Any me apresentava assim, como o seu ex, nós nunca terminamos na época do namoro, nem sequer demos um tempo, éramos bons juntos, então era muito estranho vê-la se referindo a mim daquela forma.

- Muito prazer, Josh. – Ele estendeu a mão e eu a apertei. Encaramo-nos e não levou nem um segundo para que eu percebesse que ele queria ser mais do que o médico das crianças, ele queria um lugar maior, o lugar que eu já havia ocupado um dia. – Seus filhos são ótimos. – Elogiou com um sorriso que juguei ser falso.

- Eu sei. – Respondi simplesmente. – Obrigado por estar cuidando tão bem deles. – Agradeci por educação, não vou ficar fazendo ceninha na frente da Any ou dos meus filhos, eles não mereciam isso.

- Eu é que agradeço pelo convite para o aniversário das crianças. – Ele falou gentilmente e eu me dei conta que havia esquecido da festa, foi o que me levou a essa verdade toda, eu me esqueci, mas aparentemente eu deveria ficar de olhos abertos já que havia alguém disposto a me substituir.

- Não agradeça a mim, agradeça a Any, ela é o cérebro responsável por tudo. – Falei pegando minha filha no colo. – Se me dão licença eu vou subir com as crianças. – Despedi-me sabendo que se ficasse ali mais um pouco com certeza expulsaria o doutor amor.

- Papai, podemos brincar de Barbie?! – Gabriella perguntou com um olhar de filhote.

- Claro, meu amor, podemos fazer o que você quiser. – Garanti dando um beijo em sua bochecha.

- Ei! Espere eu vou também! – Jaden correu até nós. – Tchau tio Lamar, eu vou com o meu papai! – Ele se virou antes de segurar a minha mão e partir conosco.

Sentei-me com as crianças na brinquedoteca e revezei a atenção entre meus filhos, era confuso, principalmente porque eu não parava de pensar que Any estava sozinha com o doutor amor na sala. Como se ouvisse meus pensamentos o seu perfume de rosas invadiu o ambiente e eu girei meu corpo para vê-la. Ela estava sorridente, corada e envergonhada, eu conhecia aquele jeito, o sorriso tímido e meigo, eu conhecia como ninguém, ela havia flertado, ou ao menos ele havia feito isso, minhas desconfianças se tornaram certezas, Lamar estava interessado e Any cogitava corresponde-lo, estranhamente aquilo me deixou triste. Eu preciso me livrar desse sentimento de posse, que tenho por ela, constatei e passei a fitar o chão.

- Papai, o senhor está triste?! – Jaden se aproximou de mim com os olhos castanhos preocupados.

- Não campeão, eu estou bem, só estou cansado. – Falei passando a mão pelos olhos, tentando me livrar da melancolia que se instalou em mim.

- Eu te empresto a minha cama. – Ele ofereceu humildemente. – Você pode dormir lá, eu posso ficar com a Ella, o quarto dela é rosa, mas eu posso fazer isso para você ficar. – Ele concluiu e como em um passe de mágica eu me senti mais forte, eles eram a minha prioridade, minha vida.

- Campeão, eu adoraria ficar, mas eu preciso ir para casa tomar banho. – Expliquei e ele olhou para o chão tristonho. – Não fique assim, amanhã eu venho para leva-los a escola.

- Não, papai, fica! – Gabriella me abraçou com força.

- Princesinha, eu adoraria, mas não posso, tenho coisas que preciso resolver. – Falei passando a mão em seu rosto. Era verdade, eu precisava conversar com Ada, ela tinha que saber das crianças.

- Resolve e volta depois. – Ela falou simplista e eu derreti.

- É papai, volta e fica aqui! – Jaden insistiu e fiquei sem saber como continuar a negar.

- Sua mãe, ela precisa descansar. – Dei outra desculpa e eles correram para Any.

- Por favor, por favor, mamãe, deixa o papai ficar. – Gabriella puxou a roupa de Any.

- Mamãe deixa, eu empresto o meu quarto! – Jaden implorou.

- Claro. – Ela os respondeu sem jeito e eu percebi que aquele era o seu limite.
– Se quiser ficar a casa é sua Josh. – Ofereceu desconfortável.

- Crianças. – Chamei e eles vieram até mim. – Eu preciso ir para casa, tudo o que eu mais quero no mundo é ficar com vocês, mas eu tenho que ir. – Falei e os dois fitaram o chão. – Eu vou arrumar tudo para o fim de semana, vocês irão passa-lo comigo, isso se sua mãe quiser. – Finalizei olhando para Any e imediatamente meus filhos começaram a implorar novamente.

- Por favor, mamãe! – Eles gritavam incessantemente.

- Tudo bem. – Cedeu sorrindo. – Vocês podem ficar com o papai este fim de semana. – Anunciou e a sala se transformou em um palco de comemorações.

Depois de tanta celebração o cansaço venceu meus filhos e Any os levou para o banho, pensei em ir embora, contudo antes de subir Federico me pediu que esperasse até que ele dormisse, assim pareceria que eu fiquei a noite toda. Enquanto eu colocava Jaden para dormir, Any fazia o mesmo trabalho com Gabriella. Fiquei surpreso com a facilidade que tive para fazer meu filho pegar no sono.

- Boa noite, papai, eu te amo para sempre. – Ele declarou antes de adormecer.

- Eu também te amo para sempre, campeão. – Falei inclinando-me e beijando sua testa.

- Nada mal para a primeira vez. – Any constatou encostada no batente da porta.

- Diana já dormiu?! – Perguntei levantando-me.

- Há uns quinze minutos. – Respondeu divertida saindo do quarto.

- E eu achando que tinha ido bem. – Disse sem graça enquanto fechava a porta.

- E você foi, acredite demorou muito até que eu conseguisse ter uma noite tranquila. – Garantiu e eu fui atingido em cheio, nada do que eu fizesse recuperaria o tempo que perdi, ou tornaria o caminho de Any mais fácil. – Desculpe, não foi a minha intenção te deixar assim. – Ela pediu rapidamente.

- Não, o único que deve desculpas aqui sou eu. – Assumi a culpa. – Elly, eu falhei com você, com nossos filhos, acabei com tudo o que poderíamos ter, você fez um trabalho incrível, eu só tenho que ser grato por isso e também por você permitir que eu entre na sua vida outra vez.

- Na minha não, na das crianças. – Ela corrigiu friamente.

- Sim, na das crianças. – Repeti conformado. – Bem, eu acho que está na minha hora. – Anunciei olhando para a escada.

- Eu te levo até a porta. – Any ofereceu educadamente. Seguíamos em silêncio para a porta quando o meu celular vibrou.

Não quero bancar a namorada ciumenta, mas já é tarde e estou preocupada, você está bem?!

A mensagem de Heyoon me fez suspirar fundo, minha noite estava longe de terminar, eu ainda tinha um grande desafio pela frente, contar tudo a minha namorada e torcer para que ela aceitasse.

Estou bem e já a caminho de casa, me espere, quero ver você.

- Tudo bem, Josh?! – Any interrogou com os olhos preocupados.

- Eu ainda não contei a Heyoon. – Falei com a cabeça cheia sem medir as palavras.

- Heyoon?! – Questionou confusa e eu percebi que havia entrado em uma saia justa.

- Minha namorada. – Disse calmamente. – Eu não disse a ela sobre as crianças.

- Está preocupado com a reação dela?! – Perguntou receosa.

- Sim, quero que ela goste das crianças e não quero que ela tenha uma impressão errada de mim. – Desabafei cansado.

- Então se importa com a opinião dela?! – Any continuou perguntando e eu estranhei aquilo.

- Sim, não quero que Heyoon sofra com essa história. – Suspirei pensando no quão difícil seria para ela saber de tudo.

- Então o que vocês têm é sério. – Desta vez Any não perguntou e sim constatou, eu a encarei e talvez fosse uma impressão mas os olhos dela pareciam marejados.

- Você está bem?! – Foi a minha vez de perguntar.

- Sim, eu só estou com sono. – Ela respondeu fazendo uma cara de sono fofa, aquilo me trouxe tantas lembranças que não resisti e estiquei minha mão para afagar seu rosto. Prometa que não vai me tocar como já vez um dia. O pedido de Any cintilou em minha mente fazendo-me recolher a mão.

- Eu já vou, mas venho amanhã cedo para leva-los a escola. – Falei com a mão na maçaneta. – Boa noite, Any. – Desejei abrindo a porta e saindo da casa.

- Boa noite. – Ela respondeu e eu segui meu caminho. – Josh! – Luna gritou quando eu andava até o carro, me virei para ela, contudo ela permaneceu calada por alguns segundos. – Boa sorte com sua namorada. – Disse baixinho e tive a impressão que não era aquilo que ela gostaria de dizer.

...

- Que bom que você esperou. – Falei ao chegar a casa e me deparar com Ada sentada no sofá mexendo em seu celular.

- Você disse que queria me ver. – Ela sorriu, caminhou até mim e me beijou. – Eu senti saudades, você saiu ontem e hoje também, não quero parecer carente, eu sei que você tem assuntos da empresa para tratar, mas não pude evitar. – Ela foi sincera e eu selei nossos lábios levemente antes de guia-la ao sofá para dizer tudo.

- Na verdade o motivo da minha ausência nestes últimos dois dias não foi o trabalho. – Confessei e Heyoon me encarou confusa. – Eu tenho algo sério para te contar, espero que você entenda, porque isso é a coisa mais importante da minha vida.

- O que foi Josh?! Você está me assustando. – Ela falou temerosa.
- Você sabe que eu fui casado na época da faculdade, sabe também que me divorciei por uma paixão e que depois fui abandonado no altar. – Fiz uma introdução esperando que isso fosse aliviar o impacto da notícia.

- Sim, a garota legal e a golpista. – Heyoon disse eu ri do apelido que ela deu as minhas antigas relações.

- Isso mesmo, acontece que Any, minha ex-mulher ficou grávida. – Revelei e Ada arregalou os olhos. – Não agora, mas naquela época, contudo eu não soube de nada porque Diarra, a golpista que me deixou, impediu que Any fizesse contato comigo. – Completei nervoso.

- Está me dizendo que é pai?! – Heyoon perguntou e eu assenti. Ela fitou o chão por alguns minutos que pareceram durar uma eternidade, mas quando voltou a me encarar eu vi seus olhos cheios de lágrimas. – Filho. – Disse para si mesma. – Você sabe o que isso significa para mim?! – Ela questionou sem nenhum tom acusatório e eu sabia o porquê, mesmo que não dissesse eu conhecia o desejo dela de ser mãe ou pelo menos supunha isso, já que logo que começamos a sair ela mencionou amargamente que não podia ter filhos.

- Sim, eu sei, mas quero que saiba que isso não muda nada. – Assegurei não querendo magoa-la.

- Muda, Josh, isso muda tudo, mas entenda eu não estou brava, é só que você é pai e essa é uma grande coisa, estou feliz por você. – Falou e fiquei tocado por sua sinceridade. – Você já conhece seu filho ou filha?! – Ela perguntou enxugando as lágrimas.

- Sim, eu já os conheço. – Respondi sorrindo vendo em minha mente a imagem dos meus filhos.

- Plural?! São dois?! Tipo você e Sofya?! – Ela questionou curiosa, já cheia de energia, como a Heyoon que eu sempre conheci.

- Sim, exatamente com Sofya e eu, um menino e uma menina. – Contei e ela sorriu. – Jaden e Gabriella, eles têm quatro anos.

- Uma garotinha, você é pai de uma garotinha, eu posso ajuda-la a se vestir! – Exclamou animada e eu arquei a sobrancelha. – Isso se você deixar. – Ela se aproximou fazendo charme. – É claro que tem a mãe dela também, mas você disse que ela era legal, como é mesmo o nome dela?! – Perguntou frenética.

- Any Gabrielly. – Respondi simplesmente.

- Any Gabrielly,gosto do nome, é elegante, aposto que ela tem um ótimo gosto para se vestir. – Disse empolgada.

- Ela é boa, boa demais. – Elogiei completamente grato pela postura de Any com toda a história. – Se eu estivesse no lugar dela acho que não agiria da mesma forma.

- Não concordo! – Heyoon se posicionou. – Você tem um coração gigante, é claro que faria o mesmo. – Afirmou categoricamente e eu fiquei admirado por sua fé em mim.

- Obrigado. – Agradeci beijando sua mão.

- Não agradeça, são seus filhos, eles são a coisa mais importante para você. – Falou acariciando meu rosto. – E quando vou conhecê-los?! – Perguntou ansiosa.

- No fim de semana. – Respondi sorrindo. – Eu tenho que preparar quartos para eles. – Pontuei coçando a cabeça.

- Deixa comigo! – Ela se ofereceu com um sorriso de orelha a orelha.

- Não é preciso, não quero te dar trabalho. – Disse e seu sorriso ganhou mais determinação.

- Josh , por favor, você odeia compras! – Pontou e eu concordei com a cabeça. – Eu adoro compras e como não terei outra oportunidade para decorar um quarto de criança, sou automaticamente a solução perfeita para o seu problema. – Argumentou com paixão. – Vai deixa! – Ela pediu beijando meu rosto. – Por favor, amorzinho. – Heyoon disse sedutoramente desabotoando minha camisa. – Vamos, do contrario eu vou te torturar. – Sussurrou em meu ouvido e eu me vi obrigado a ceder, ela queria algo que eu não poderia dar a ela, não hoje, minha mente estava um caos.

- Está bem, está bem. – Falei me afastando dela. – Mas não exagere. – Pedi dando o cartão a ela.

- Só irei comprar o necessário. – Afirmou, mas eu sabia que a realidade seria completamente diferente.
Fiz o possível para me desviar de Heyoon depois disso, procurei ser sutil para que ela não ficasse chateada. Quando saí do escritório e fui me deitar ela já dormia tranquilamente, fechei os olhos e tentei descansar, contudo imagens inconvenientes de Any com o doutor amor surgiam incessantemente em minha cabeça, ele queria o meu lugar, queria Any, e ainda que não fosse meu direito isso me tirava o sono. Girando na cama lembrei-me de que ele não era o primeiro que já tentou algo com ela.

- Ai Elly! – Sofya protestou enquanto Any fazia algo em seu rosto. Minha irmã estava deitada no colo de Elly que se debruçava sobre ela olhando a concentrada.

- Quieta Sosô! Qualquer erro e eu assassino sua sobrancelha. – Ela disse dando um tapa em seu ombro. Por mais que eu adorasse a relação das duas eu tinha que admitir que isso era um pouco inconveniente. No dia anterior Any e eu faríamos quatro meses de casados, mas a visita inoportuna de Sofya estragou a comemoração.

- Que bonitinho as duas amiguinhas! – Ironizei ficando de frente para elas.
- Mau humor logo cedo, me poupe maninho. – Minha irmã disse impacientemente.

- Espero que esteja familiarizada com o sofá porque é nele em que você irá dormir hoje Sofya! – Determinei sério e Any imediatamente parou o que estava fazendo.

- Joshua! – Falou brava. – Sua irmã está nos visitando, não se deixa as visitas dormirem no sofá. – Pontuou como uma verdadeira dona de casa. – Ele é desconfortável.

- Eu que o diga. – Exprimi colocando as mãos em minhas costas doloridas por minha noite no sofá. – Mas meu lugar em com você, ela é a intrusa! – Acusei chateado. – Além disso, ontem era a nossa comemoração.

- Olha só, nem vem, não sou intrusa. – Sofya defendeu-se. – Eu perguntei se estava tudo bem vir este fim de semana e a Elly disse que sim. – Argumentou e eu bufei.

- Não me olha com essa cara! – Any disse brava. – Eu perguntei e você disse sim, várias vezes inclusive.

- Estávamos fazendo amor! – Expus e Any corou imediatamente. – Eu diria sim para qualquer coisa.

- É sério que você é tão fácil assim, maninho?! – Sofya perguntou debochada.

- Já chega! – Defini. – Nós dois vamos jantar juntos essa noite. – Determinei olhando para minha mulher. – E você Sosô claramente está desconvidada! – Afirmei antes de sair da sala.

Maravilhosa, esse é o único adjetivo que chega perto de definir a companhia de Any, era maravilhosa, me trazia paz, serenidade, mas ao mesmo tempo era cheia de vida e paixão. Saímos de nosso jantar incrível e caminhávamos para casa, eu já começava a me preparar psicologicamente para voltar para minha realidade com sofya, quando ouvi uma voz conhecida.

- Ei, Any S! – Bailey se aproximou de nós, cheio dos seus gracejos. Ele era da minha turma na faculdade e sempre quis ficar com Any desde que a viu na recepção dos calouros, mas para o azar dele e minha sorte eu fui sorteado como mentor dela na universidade.

- É Any B. agora. – Falei passando a mão na cintura da minha esposa.

- Calma, Beauchamp, eu não quis ofender. – Ele levantou as mãos em sinal de falsa rendição.

- Boa noite, Bailey. – Any desejou com indiferença. Isso meu amor. – Como vai?!

- Melhor agora que eu te vi. – Bailey galanteou. – E ai quer esticar em algum lugar?! – Ele ofereceu e me preparei para soca-lo, mas fui quebrado pela gargalhada de Any. – Qual a piada Any S?! – Ele perguntou sem graça pela reação dela.

- É que é muito engraçado você acreditar que eu vou sair com você quando eu estou aqui indo para casa fazer amor com meu marido. – Ela respondeu rindo muito. – Desculpa, mas é engraçado. – Ela disse tentando parar de rir e eu percebi que Bailey tinha ficado ofendido e aquilo era ótimo. – Licença, mas eu quero ir para o quarto. – Any disse me puxando.

- Amor o que foi isso?! – Perguntei perplexo quando nos afastamos.

- Você viu a cara dele?! – Ela interrogou explodindo em risadas e eu não consegui resisti e a acompanhei.

- Você foi maravilhosa! – Declarei antes de puxa-la para um beijo. – Tenho muito orgulho de ser casado com você. – Falei acariciando seu rosto. – O único problema é que foi uma mentira. – Disse a olhando intensamente.

- E quem disse isso?! – Ela perguntou com um sorriso. – Sabe, eu estava pensando, não testamos o sofá ainda, será que ele é resistente?! – Ela interrogou com um sorriso malicioso.

- Any, Any, Sofya está em casa. – Ponderei desejando matar minha irmã.

- Eu vou ser silenciosa. – Ela sussurrou em meu ouvido. – Vem amor. – Ela se afastou e estendeu a mão, eu a peguei e caminhamos juntos para casa, naquele momento eu acreditei ser impossível ser mais feliz, mas quando chegamos em casa eu descobri que estava errado.

- Mal posso esperar para Sofya dormir, acho que vou dar algo para ela. – Brinquei enquanto Elly abria a casa.

- Oh minha nossa! – Any exclamou ao entrar no apartamento, entrei e vi a sala toda à luz de velas e decorada para um momento romântico. – Você fez isso?! – Ela perguntou.

- Não, mas sei quem fez. – Disse encantado.

- Sofya. – Constatou ao pegar um bilhete fixado na entrada.
“Feliz aniversário Beauany! Volto amanhã para o almoço. Aproveitem!”

- Ela é tão generosa. – Any suspirou. – Você deve desculpas a ela.

- Eu peço o que você quiser, mas agora. – Falei tomando-a em meus braços. – Nós dois temos uma noite incrível pela frente.

- Eu amo você. – Ela declarou se inclinando para mim e meu coração disparou, eu descobri naquele instante que essa era a maior certeza que tinha: Any me amava.

...


No dia seguinte Any e eu entramos no carro um pouco sem jeito um com o outro e partimos em direção a escola das crianças.

- Papai tem a música dos dedinhos?! – Gabriella perguntou se ajeitando na cadeira e eu entrei em pânico.

- Essa música é chata! – Jaden provocou mostrando a língua.

- Jaden Soares ! – Luna chamou-o rígida e eu então me dei conta que meus filhos ainda não eram completamente meus. – Quantas vezes eu já disse que não se deve mostrar a língua, principalmente para alguém que gostamos?! – Ela perguntou séria.

- Muitas, mamãe. – Ele respondeu olhando para baixo e não precisou que Any dissesse mais nada, porque ele se virou para a irmã e a olhou com pesar. – Me perdoa Ella. – Pediu sincero.

- Tudo bem Den. – Gabriella acariciou o braço do irmão. – Papai tem a música dos dedinhos?! – Ela questionou novamente e eu conheci outra característica dela. Teimosa como a mãe.

- Querida eu não... – Eu iria decepciona-la, porém Any me interrompeu.

- Bem aqui. – Ela disse tirando um pen-drive da bolsa. – Posso?! – Pediu indicando o painel do carro.

- Claro! – Falei sorrindo e ela ligou o pen-drive no carro. – Você é incrível. – Elogiei e ela corou, parte de mim ficou exultante ao saber que minhas palavras ainda a afetavam.

- Primeira regra do mundo dos pais: ande sempre preparado. – Ela falou e imediatamente uma música excessivamente animada e estridente começou a tocar e a Gabriella cantarolou alegremente e Any a acompanhou. – Segunda regra: músicas infantis são mais grudentas que qualquer chiclete, você não pode contra elas. – Ela explicou ao notar minha careta.
No final da viagem eu já tinha certeza que a segunda regra de Any era verdadeira, sem ouvir duas vezes eu sabia que a música dos dedinhos me acompanharia o restante da semana.

- Prontinho. – Falei descendo Gabriella do carro. – Agora você campeão. – Disse tirando cinto da cadeirinha de Jaden

- Pode deixar papai. – Ele pulou do carro. – Viu como eu sou forte! – Ele fez uma pose engraçada.

- É claro que é você puxou a mim! – Exprimi com orgulho.

- Olha, mamãe o papai falou que eu pareço com ele. – Den contou animado.

- É como parece. – Any ironizou, mas nosso filho não entendeu. – Vem, já estamos em cima da hora. – Ela ofereceu a mão passou a andar em direção ao portão da escola. – Meu amor tenha um bom dia. – Ela se abaixou para ficar na altura de Jaden. – A bombinha está na mochila qualquer coisa, use está bem?! – Perguntou e ele assentiu. – Eu amo você para sempre. – Ela declarou afagando o rosto dele.

- Eu te amo para sempre, mamãe. – Jaden a abraçou e correu para mim. – Por que está chorando papai?! – Ele perguntou e eu me dei conta que havia ficado comovido demais com a cena.

- Não é nada, só eu estou feliz. – Falei sorrindo.

- Eu também estou. Eu amo você papai! – Exclamou pulando em meu pescoço.

- Eu também amo você. – Declarei e me afastei um pouco, notando que Any já havia se despedido de Gabriella

- Papai, você vem me buscar?! – Ela perguntou com as bochechas vermelhas.

- Claro meu amor, venho buscar vocês. – Garanti ela sorriu. – Eu te amo, minha princesinha.

- Eu te amo, papai. – Ela beijou a minha bochecha. – Até mais tarde! – Acenou e pegou a mão do irmão, seguindo junto a ele até a escola.

- Como você consegue deixa-los?! – Perguntei a Any enquanto nós víamos as crianças passarem pelo portão.

- Eu ainda não descobri, acho que é o costume, com o tempo isso se torna um hábito. – Ela respondeu também hipnotizada. – Eles vão à escola desde os sete meses, eu os coloquei em um berçário quando comecei a trabalhar, foi difícil, mas nos adaptamos bem. – Contou e deu um suspiro, então eu percebi o quão forte ela havia se tornado. A Any que conheci na faculdade era meiga, frágil, delicada, mas a mulher que estava na minha frente era firme como uma rocha criou sozinha, dois filhos e fez um excelente trabalho.

- O que você conseguiu fazer é impressionante. – Elogiei e ela se virou para mim.

- Obrigada. – Agradeceu sorrindo. – Mas estou mais confiante agora que tenho ajuda. – Ela piscou para mim e eu sorri. – Josh, se importa em me dar uma carona até a empresa?! – Pediu sem jeito.

- O quê?! Pensei que isso não fosse uma questão. – Falei surpreso. – Mas é claro, sempre que eu trouxer as crianças nós vamos juntos depois.

- Desculpe, é que eu não tinha certeza de como as coisas ficariam depois. – Pediu envergonhada.

- Não tem problema. – Assegurei. – Vamos, então?! – Apontei para o carro e ela me seguiu.

Percorremos o caminho para o escritório tentando fazer o trajeto não parecer uma situação complicada, mas era. Mesmo que nós dois não estivéssemos brigados ainda havia muitas coisas suspensas entre nós, sentimentos mal resolvidos, magoas e tantas outras coisa. Eu estava confuso e com toda certeza Any também estava. Nossos motivos podiam ser diferentes, mas a raiz era a mesma o nosso passado juntos era forte demais e eu me perguntava como havia conseguido viver por tanto tempo ignorando-o.

- Josh, você vai se casar?! – Luna perguntou do nada, tirando-me dos meus devaneios.

- O quê?! – Perguntei confuso. – Eu... eu... eu... – Tentei formular uma resposta, mas foi em vão.

- Desculpa, esquece isso, foi uma pergunta idiota. – Ela se virou para janela e passou a observar a rua silenciosamente. Aquilo partiu meu coração, ela parecia tão indefesa, parecia precisar de mim.

- Ei, Elly. – Chamei pegando sua mão, ela se virou e me encarou, seus olhos mesmo tristes eram calmos. – Eu estou aqui. – Garanti apertando a mão dela que sorriu amargamente.

- Eu queria que nós dois nunca tivesse acontecido. – Falou desolada antes de se voltar para a janela novamente, deixando um buraco gigantesco no meu coração.

O restante do percurso nós permanecemos em silêncio, parte de mim processava a afirmação de Any e concordava com ela e a outra parte queria parar o carro e beija-la até que ela se arrependesse do que havia dito, mas eu afastei a ideia, eu tinha feito uma promessa e iria honra-la pelo menos uma vez na vida eu respeitaria Any, quem sabe não seja desse jeito que eu me redimiria.

- Eu vou para minha sala, se precisar de alguma coisa é só me falar. – Any abriu a boca novamente quando entramos no elevador.

- Tudo bem, mais tarde temos que conversar sobre o registro das crianças, eu quero que elas tenham o meu sobrenome e que sejam incluídos como herdeiros do grupo Beauchamp. – Falei sério.

- Josh, sabe que não precisa fazer isso, não é?! – Ela disse amena.
- É importante para mim. – Declarei e ela sorriu.

- Está bem, mais tarde conversamos então. – Concordou pegando seu gloss de sempre e passando-o nos lábios. Ah, moranguinho não dificulta as coisas para mim! – Algum problema Josh?! – Ela perguntou inocentemente.

- Não, nenhum. – Respondi consternado.

- Que bom então. – Ela falou passando os lábios um no outro para espalhar o gloss enquanto olhava para mim fixamente.

- Ótimo. – Continuei observando seus lábios.

- Você devia comprar um babador. – Ela sugeriu assim que a porta do elevador abriu, saindo apressadamente para sua sala. É atração Joshua, só atração, contenha-se.

- Você está bem?! – Noah perguntou quando eu passei por ele sem nota-lo.

- Não. – Afirmei e ele arregalou os olhos. – Preciso te contar algo.

- Que bom, por que tenho uma coisa para te dizer também. – Ele falou aflito. – Diego está aqui e trancado na sala com Sofya. – Contou e eu temi, minha irmã estava com sérios problemas.

Continue Reading

You'll Also Like

193K 8.6K 23
Richard Ríos, astro do futebol do Palmeiras, tem uma noite de paixão com uma mulher misteriosa, sem saber que ela é a nova fisioterapeuta do time. Se...
1K 75 38
Uma casa, um quarto para alugar...
4.6K 354 64
Dotados de inteligência e sempre fazendo o possível para conquistar o impossível, dois dos mais respeitados cientistas latino-americanos vêem seus ca...
1.1M 66.5K 82
Grego é dono do morro do Vidigal que vê sua vida mudar quando conhece Manuela. Uma única noite faz tudo mudar. ⚠️Todos os créditos pela capa são da t...