A Morte Te Segue

Door sstrawberrylittle

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Na Universidade do Colorado em Boulder, após o caos ser orquestrado, há paz. Após uma semana intensa de prova... Meer

Comunicado!
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Epílogo.
Agradecimentos!

Capítulo 30

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Door sstrawberrylittle

"As pessoas só ficam realmente interessantes quando começam a sacudir as grades de suas gaiolas."  
Alain Botton.

Era possível perceber a correnteza de sentimentos que Mark nutria por aquela garota à sua frente somente pelo modo como analisava cada movimento dela, mas também era nítido o quanto estava ressentido com os últimos acontecimentos. Marion entendia perfeitamente o motivo do ressentimento, mas ainda não conseguia compreender sua presença em Los Angeles.

— Desculpa te seguir até aqui. — Ele respondeu, desviando seus olhos do chão. — Depois de tudo o que ocorreu, eu precisava te ver... E te falar uma coisa.

— O que houve? 

— Eu sei que você está com o Nicolas, mas... — O rapaz calou-se, tentando buscar palavras adequadas para aquele momento.

— Mas o que, Mark? — Indagou, curiosa. — Se for sobre seus sentimentos, como eu já disse...

— Não é isso! — Alertou. — É sobre aquela noite que Olga foi assassinada. Você não foi a única que teve uma discussão com ela.

— O que quer dizer com isso?

— Nicolas discutiu com ela e com o Alexander naquela noite, antes de subirmos para o seu quarto. — Ele suspirou, demonstrando o nervosismo de estar falando aquilo. — A Olga estava bêbada, e quando Nicolas chegou na república, ela jogou-se em cima dele, e eles discutiram muito.

Mark estava nervoso ao contar aquilo, e seu nervosismo era perceptível para Marion. Ao mesmo tempo que ele falava, parecia que uma eletricidade passeava por todo seu corpo, fazendo com que fosse impossível manter-se quieto. Desde quando havia começado a justificar o motivo de estar ali, seus pés batiam incessantemente no chão, e suas mãos deslizavam constantemente pelos cabelos loiros e sedosos.

— E Alexander? — Marion questionou, ainda que estivesse confusa, tentava ter compaixão pelo rapaz à sua frente.

— Naquela noite, o Alexander falou umas besteiras. Te chamou de mentirosa. — O jovem ponderou. — Nós dois discutimos verbalmente com ele, mas foi Nicolas quem lhe deu um soco. — Admitiu. — Algumas pessoas interviram, mas Nicolas falou que se ele fizesse mais alguma coisa, ele iria matá-lo. Não sei se foi no sentido figurado, mas somente eu ouvi. Logo após, subimos para o seu quarto.

— Nicolas não mataria...

— Você não sabe. — Interrompeu. — Isso é uma atitude suspeita. A polícia deveria saber. — Pronunciou, com a respiração ainda ofegante. — Você não pode levar a culpa por isso. Por ele.

— Mark, como você veio até Los Angeles? — Marion questionou, apreensiva.

— Dirigindo.

— E você veio apenas me falar isso? — Ela questionou, confusa. — Você poderia falar por telefone.

— Eu precisava ver se você estava bem. Precisava olhar em seus olhos. — Especulou, deslizando as mãos sob o rosto da jovem. — Eu precisava ouvir sua voz, sentir seu cheiro. — Seus olhos começaram a marejar, e um sorriso triste tomou conta de seus lábios. — Eu não consigo te esquecer, mas respeito sua escolha. — Afirmou. — Eu sabia que hoje iria ter esse pronunciamento, e achei que poderia falar com a sua família para poder te ver. Foi uma surpresa te encontrar aqui.

— Mark, obrigada por tudo. Mas meus sentimentos não mudaram. — Marion encarou o rapaz com pena, e ele assentiu.

— Tudo bem. — Emitiu um sorriso triste, e despejou um beijo em sua bochecha. — Nem os meus.

Após terminar o que tinha para dizer, sua respiração acalmou. Marion não achava que sua relação com Mark um dia poderia acabar da forma que ele queria, pois sempre contemplou por ele o laço de irmandade, e nunca cogitou que aquilo significasse mais do que uma singela amizade.

Não demorou muito para que Robert saísse da sede, junto ao seu irmão. Ele passou reto pela garota, sem ao menos olhar em seu rosto, e entrou na limusine preta que estava à sua espera. Já Marcus, foi de encontro com sua irmã, ficando ao lado do rapaz com quem mantinha um diálogo. Marion, pela primeira vez, teve em sua vista as duas pessoas que considerava verdadeiros irmãos. A aparência de Mark contrastava com a de Marcus; ambos eram loiros, mantinham seus cabelos penteados para o lado, e eram altos. Já as características faciais eram diferentes; Mark possuía olhos azuis, e Marcus, verdes. Seu irmão legítimo tinha um rosto mais fino e um maxilar mais marcado do que Mark. A personalidade de ambos também era muito diferente uma da outra, mas o principal fator não mudava; Marion acabou depositando toda carência que sentia de Marcus em Mark enquanto esteve em Boulder.

— Vamos? — Marcus questionou, sem ao menos cumprimentar Mark, demonstrando seu péssimo humor no momento.

Marion assentiu, mas antes, concedeu um abraço apertado em Mark, e ele retribuiu com intensidade. Em seguida, observou a garota entrar no carro, ainda com pesar. Ela havia ficado triste pela situação, mas por algum motivo, não conseguia tirar de sua cabeça aquilo que o rapaz havia insinuado de Nicolas. O fato do professor ter ameaçado Alexander antes dele morrer poderia significar muitas coisas, e por mais que ela estivesse com ele em dois assassinatos, uma parte do tempo havia passado dormindo.

— Qual motivo da discussão dele com a Olga? — Marion murmurou para si mesma, enquanto olhava para janela do carro.

— Disse algo? — Marcus questionou.

— Não.

Durante a viagem, seu pai não havia falado nada com ela, e ela sabia que isso era devido a presença do seu irmão no local. Robert odiava discutir na frente de Marcus, pois sabia que ele sempre defenderia a irmã mais nova, acima de tudo e todos. Então ele apenas ignorava a situação, mexendo em seu computador portátil, e Marcus fazia o mesmo. Marion questionava-se se eles poderiam ficar, pelo menos por um momento, sem a tecnologia. Aquela alienação à irritava, mas sabia o quanto era importante ficarem olhando com frequência sites de notícias, principalmente depois de um pronunciamento como aqueles.

— Esse imbecil fazendo besteira novamente... — Marcus disse, olhando para o computador portátil.

— Quem? — A garota indagou, curiosa.

— Ele... — Marcus virou o monitor em direção de Marion, e ela pode ver Cameron Stephens na tela.

Desde a morte de Inez, Cameron não havia parado os protestos, e a notícia da vez era que o rapaz estava organizando uma passeata por justiça pelo assassinato de Inez Hull, e mesmo após Alexander ter assumido a culpa antes de morrer, ele pedia a prisão preventiva de Marion. A garota apenas balançou a cabeça negativamente. Sabia que Cameron sempre iria culpá-la pelo o que houve com Inez.

Ao chegar em sua residência novamente, a jovem nem ao menos cogitou ir para o seu próprio quarto, e caminhou direto ao de Nicolas. Ela não pretendia esconder o que havia sido contado à ela naquele dia, e nem sobre a visita de Mark. Porém, ao abrir o quarto do professor, deparou-se com o ambiente vazio e silencioso. O único barulho presente era o de seu celular que vibrava em cima de uma cômoda que havia no local. Marion olhou para o visor e visualizou o nome de Harris estampado. Ela não hesitou em atender, pois concluiu que poderia ser algo importante.

— Harris? — A garota questionou, ao pressionar o celular em sua orelha.

Nenhuma resposta surgiu do outro lado da linha, e logo a ligação caiu. Preocupada com o que poderia ter acontecido, a garota clicou novamente nas chamadas realizadas para poder retornar a ligação, mas ao invés disso, encontrou um número com o nome de Roberta Sheppard na lista. Ele havia ligado para ela no dia de seu assassinato, durante o período da noite, e a ligação havia durado cinco minutos.

Marion analisou mais uma vez o horário que havia sido realizada a ligação. Por mais que naquela hora ela estivesse com Nicolas, havia um momento em que ele saiu para buscar preservativo no carro, e demorou alguns minutos para encontrar. A ligação correspondia justamente a aqueles minutos.

Marion sentiu seu coração acelerado, e sem que ao menos percebesse, já estava com as mão trêmulas e pernas bambas. A jovem pousou o celular buscamente na cômoda, e assim que virou-se para porta com o objetivo de ir para o seu quarto, deparou-se com Nicolas.

— Aonde foi essa manhã? Estava preocupado. — Ele questionou, puxando a garota para um abraço.

Ao invés de retribuir o abraço de forma ávida, ela permanecia com o corpo tensionado, sem mover um único músculo. Marion sentia suas vasos sanguíneos congelarem, enquanto um tremor tomava conta de seu corpo por fora. Ela não sabia o que pensar e como agir. Não sabia se sentia medo ou raiva.

— O que aconteceu, linda? — Ele desfez o abraço, encarando a garota.

— Nada. — Deu um riso abafado, tentando disfarçar sua tensão.

— É por causa da audiência amanhã? — O professor questionou.

Com todas as coisas que estavam acontecendo no momento, ela havia esquecido totalmente que amanhã era o seu julgamento. O dia em que teria que defender sua inocência com todas as suas forças. O seu pai estava preparando um dos melhores advogados para sua defensa, mas diante de tudo o que ela havia feito pela manhã daquele dia, não sabia mais se poderia contar com aquilo.

— Sim, é isso mesmo. — Mentiu. — Vou para o meu quarto, planejar minha defesa.

— Mas e o advogado? Ele deveria te instruir...

— Não sei se meu pai irá me conceder o advogado dele, então terei que planejar meus argumentos sozinha. — Admitiu.

— Quer ajuda? — Nicolas questionou, encarando cada detalhe da fisionomia de Marion.

— Não. — Ela respondeu, e logo após saiu do quarto, em passos rápidos.

A garota estava em pânico, e pode sentir outra crise de ansiedade dominando seus sentidos enquanto seguia em direção ao seu quarto. Nicolas havia ficado para trás, sabendo que o comportamento da garota não era normal e perguntando-se qual seria o motivo para que ela se comportasse tão arredia daquela forma.

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