A Morte Te Segue

By sstrawberrylittle

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Na Universidade do Colorado em Boulder, após o caos ser orquestrado, há paz. Após uma semana intensa de prova... More

Comunicado!
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Epílogo.
Agradecimentos!

Capítulo 29

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By sstrawberrylittle

"Há sempre a escolha entre voltar atrás para segurança ou seguir em frente para o crescimento. O crescimento deve ser escolhido uma, duas, três e infinitas vezes; o medo deve ser superado uma, duas, três e infinitas vezes."
Abraham Maslow.

A vida dentro daquela casa tornavá-se mais leve com Nicolas por perto, e nos últimos dias  que decorreram antes do julgamento, eles dedicaram-se em terminar a pintura das paredes de seu quarto, que aos poucos ficaram totalmente azuis. O motivo de tanta demora para pintarem aquelas paredes era que sempre que começavam, acontecia alguma intervenção, seja uma brincadeira inesperada ou até mesmo uma implicância forçada, como por exemplo, o professor criticando incessantemente o gosto musical calmo e pacato que a jovem costumava a ouvir, tentando lhe inserir com persistência algo mais agitado. Nesse dia em especifico, eles tiveram até mesmo que parar a reforma, sentarem um de frente para o outro, e começarem a defender o suas melodias favoritas e artistas que admiravam. Após um longo debate centrado, Nicolas prometeu dedicar-se em analisar a extensão das músicas monótonas de Marion, e por mais que sejam tristes, concentrar sua atenção nas belas letras que traziam. E a garota, por sua vez, prometeu com muita relutância tentar ouvir as músicas extravagantes que Nicolas havia indicado.

A paz durou por um curto período de tempo, especificamente, até chegar o dia seguinte e o professor convidá-la para tomar sorvete em uma sorveteria próxima, e ela anunciar que detestava sorvete e doces no geral. Nicolas tentou assimilar aquela informação em sua mente, mas não conseguiu pronunciar palavras agradáveis ao ouvir aquilo, então proferiu, sem remorso:

— Uma pessoa que não gosta de doces já morreu por dentro faz tempo. — Zombou, enquanto pensava em qualquer outro lugar que pudesse levá-la.

No fim, acabaram em um restaurante bistrô, optando por um cardápio mais diversificado, com vários tipos de alimentos desimpedidos do famigerado açúcar. Apesar de Marion ser restritamente proibida de sair de casa pelo seu pai, — e anteriormente pela polícia, fazendo com que cumprisse prisão domiciliar até seu julgamento — durante esse período conturbado, graças ao vídeo de Alexander fazendo suas confissões sujas, a polícia impôs que não seria necessário se abster da humanidade até a data da audiência, e os repórteres que tanto a atormentavam, começaram a atormentar, dessa vez, a família de Alexander e de Inez Hull. Como sempre, com questões desagradáveis, tirando o conforto de qualquer familiar, principalmente daqueles que já tiveram seus filhos friamente assassinados.

O tempo que passava com o Nicolas a ensinava entender duas coisas importantes na vida, das quais, antes duvidava; os opostos se atraem, e suas picuinhas com aquele homem antes, na verdade, eram um intenso magnetismo, que como ela não conseguia controlar e nem entender, lutava para esconder. A segunda, mas não menos importante; seus medos não cessam apenas colocando em uma caixinha, e sim, enfrentando cada um deles. Sem exceções.

Marion achou que já havia aprendido a parte de enfrentar seus medos, mas havia deixado o pior dos medos par trás; seu temeroso pai. Mas mais uma vez, mesmo que de uma forma inconsequente, Nicolas a fez enxergar a realidade. Seu pai era o principal medo que deveria ser enfrentado para que finalmente conseguisse coragem de enfrentar o restante.

Somente de pensar em tomar uma atitude contra os mandamentos daquele velho poderoso, a garota sentia seu estômago revirar e mãos formigarem. Porém, aquela era uma atitude necessária, e ela estava disposta a fazer algo com relação ao controle que o pai sempre obteve dela. Marion não estava disposta a ouvir ele falando para os repórteres sobre ela ser uma garota mimada, e sobre o fato mentiroso dela ter forjado uma identidade falsa por conta própria, com o objetivo de chamar a atenção. Aquilo era uma calúnia, e a garota pensava que na concepção da justiça, calúnia também deveria ser um crime injustificável.

Disposta a mudar as coisas ao seu redor, Marion acordou mais cedo, colocou a roupa mais refinada do seu amontoado de roupas casuais, e convenceu seu irmão a deixá-la participar de um pronunciamento político que ele e o pai iriam fornecer pela manhã daquele dia. — na verdade, era um julgamento devido as atividades ilegais que Robert estava sendo acusado, mas eles ainda insistiam em chamar aquilo de pronunciamento — A jovem preferiu não despertar Nicolas, que estava em um sono profundo e tranquilo, então apenas seguiu seu destino, junto com os dois homens de sua família.

— Tenho que deixar claro para você não me constranger em público. — Robert pronunciou, com o mesmo jeito frio de sempre.

— Tudo bem. — Afirmou, sem ânimo, enquanto subia os primeiros degraus que permitia acesso à uma filial da suprema corte sediada em Los Angeles.

O ambiente era amplo, com vários bancos similares, infestado por vários homens de terno. Marion entendeu o motivo de Marcus e Robert terem ficado tão relutantes em levá-la naquele lugar. Sua tarefa havia sido, primeiramente, convencer seu irmão, que logo depois, convenceu seu pai. E agora, no meio daquele público, ela sentia-se como se estivesse em um jogo dos sete erros, por mais que suas vestimentas fossem formais.

Ao sentar-se entre seu pai e seu irmão em frente ao auditório de políticos, Robert Sparza começou a explicar o motivo de ter seu nome estampado nas manchetes recentemente. Aquele era um dos principais motivos da reunião, e a insistência da jovem em ir até o local era exatamente esse; poder justificar as acusações que seu pai poderia fazer contra ela naquele momento, mesmo que ele ainda não soubesse exatamente de seu objetivo, já que solenemente, Marion havia prometido colaborar com tudo.

— Senhores, isso não é motivo para desespero e nem uma questão para que solicitem meu afastamento do cargo. Marion cometeu um erro, quis viver uma vida longe da família. — Pronunciou, usando o mesmo linguajar persuasivo que Marion sempre conheceu. — Afinal, todo jovem tem um momento como esse, em que quer criar asas. Mas quando a primeira coisa começa a dar errado, a primeira coisa que lhe vem em mente é o colo dos pais. — Alegou. — Marion perdeu a mãe muito cedo, como sabem. O que resta à ela sou eu, e somos muito apegados um no outro. Na primeira coisa que deu errado, ela ligou para o primeiro repórter, e deu um jeito de chamar minha atenção. — Ele soltou uma risada curta e abafada, ajustando o microfone que estava na bancada perto de seu rosto. — E eu, como um pai que ama sua filha, fui em direção à ela, para poder acolhê-la nesse momento em que diversas injúrias são direcionadas à ela, mas enquanto tento fazer isso, acontece uma injúria contra mim. Eu sou um homem de bem, e o único erro que cometi foi tentar defender minha família.

Todos homens de terno que estavam nas arquibancadas estampavam um sorriso no rosto, como se entendessem a situação, e admirassem Robert Sparza por aquilo. Marion, presenciando o poder psicológico que ele exercia nas pessoas ao seu redor, entendeu o motivo pelo qual aquele homem havia dominado sua vida por tanto tempo. E por mais que sua mente gritasse para encarar seus medos, seu coração palpitava e seu corpo tremia ao ter que fazer aquilo, fazendo com que entrassem em um estado de pânico. A voz de uma mulher a tirou daquele estado psicológico, e ao contrário de todos homens, ela não sorria. Seus cabelos loiros estavam presos em um coque, e seu rosto enrugado, porém, muito bem maquiado, destacavam suas expressões sérias. Ela ocupava a mesa do júri, e exercia mais poder do que os demais membros da sala naquele momento.

— Já que trouxe sua filha aqui hoje, talvez queira passar a voz para ela. — A mulher sugeriu.

— Marion tem vergonha de falar em público. — Ele justificou. — Sempre foi muito tímida, desde pequena. Está aqui com o único intuito de me fornecer apoio.

A mulher, não satisfeita com a resposta que Robert havia lhes fornecido, estreitou o olhar para Marion, que abaixou a cabeça ao encontrar seu olhar.

— É verdade, Marion? — Ela questionou, olhando em sua direção.

A garota olhou assustada para todos à sua volta, e vislumbrou uma plateia cheia de expectativa, aguardando uma resposta. Robert, por sua vez, permanecia com um olhar de advertência em sua direção. Ainda em um estado temeroso, a jovem aproximou-se do microfone e disse:

— Não.

Poucas palavras, mas suficientes para que um falatório começasse ao redor, e seu pai adquirisse o mesmo olhar sombrio. O mesmo olhar que havia adquirido naquele dia na delegacia, quando foi buscá-la.

— Com licença, senhores. — Ela bateu um pequeno martelo que havia em sua mesa, para cessar a conversa que surgia ao redor. — Pode nos explicar isso, por favor.

Marion capturou todo ar que estava em sua volta naquele momento, enchendo seus pulmões com aquele acúmulo e soltando o mesmo pelo nariz. Enfim, tomou coragem para prosseguir com sua defesa:

— Meu pai sugeriu que eu me mudasse para longe, com o intuito de dizimar o que estavam falando sobre mim. Eu não pretendia fugir, mas ele insistiu. — Pronunciou, observando as reações assustadas em sua volta. — Robert Sparza me arrumou identidade falsa. Não sou uma jovem querendo criar asas, e ele não é um homem que defende a família.

Todo publico que escutava suas palavras com atenção ficaram perplexos diante das afirmações, inclusive a mulher loira que tanto insistiu para que ela falasse algo. A jovem perguntou-se o que eles fariam se soubessem exatamente de tudo o que Robert escondia por trás daquele terno e daquela pose de ditador. Porém, temia que ainda saísse como culpada daquela situação, já que por muito tempo, de tanto conviver com a pressão e influência de seu pai, acabou acreditando que o papel de réu, era unicamente seu.

— Marion, espera lá fora. — Marcus sussurrou em seu ouvido. — Por favor, faça isso por mim.

— Marcus... — Ela estreitou os lábios, tentando negar à aquela solicitação.

— Por favor. — Solicitou novamente.

A garota respirou profundamente mais uma vez, e por fim, resolveu seguir os conselhos do irmão. Aproximou-se do microfone, e anunciou com cautela:

— Isso é tudo o que eu tenho a dizer. Se não se importam, como não sou um membro essencial para essa discussão de cargo, irei aguardar ao lado de fora. Com licença. — Após pronunciar, levantou-se do lugar em que estava sentada, e foi acompanhada por diversos olhares.

Os seus passos eram rápidos, e antes que pudesse dar-se conta, ela já havia saído do prédio no qual estava. Parada na calçada, finalmente pode respirar ar puro, e sentia-se extremamente aliviada após ter ousado a fazer aquilo contra seu pai, mas ainda estava temerosa pelas consequências que aquilo poderia gerar.

Quando finalmente havia conseguido aliviar suas tensões, sentiu uma mão em seus ombros, e ao virar-se em direção à pessoa que depositava respectivo toque, encontrou um rosto conhecido, o que fez sua boca abrir levemente em surpresa. Os olhos azuis que a olhavam com apreensão naquele momento carregavam ternura, e ao mesmo tempo, tristeza.

— Mark Bradley! — Especulou, aumentando o tom de voz. — O que faz em Los Angeles?

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