Miss Scarlett e a escrava bra...

By Span_sp

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A história se passa no Brasil Colonial do século XVIII e tem como personagem principal Scarllet que teve uma... More

Apresentação - Visão geral da história
Introdução
O casamento
O primeiro dia após o casamento
Os meses seguintes
O impedimento de Francisco
Os meses seguintes a morte do escravo
A humilhação a Scarlett se intensifica
Uma possível saída para Scarlett
A afronta e a resposta
Scarlett visita Josefa
Os anos seguintes
A morte
A imensa herança deixada pelo pai
A descoberta
Um novo encontro com Josefa
A execução do plano
O começo da mudança
O outro dia
O início da vingança
A conversa com Josias
O susto de Josias
Os dias seguintes
O fim do luto se aproxima
Um novo encontro com Justina
Scarlett visita Josefa no seu último dia de luto
O fim do luto e a apresentação da verdadeira Scarlett
O começo das punições
Os cuidados com Justina
O início dos trabalhos no novo regime
A história da intensa punição chega ao povoado
A intimação
Uma visita a sua melhor amiga
A audiência
O dia seguinte
O domingo
O castigo mais profundo
A recuperação
A greve
O outro dia
O psicológico
Forçando a comer
O sábado
O Domingo do acerto
O tratamento de Justina
A semana seguinte
A comunidade descobre o ocorrido
A visita de Josefa
A visita do padre
O restante do dia
A descoberta dos devedores
A terceira semana após o intenso castigo
A produtividade
A violência de Scarlett
As horas seguintes
A boa notícia aos escravos
O banquete
O restante daquele dia
A conversa com Justina
O restante daquele dia
A terça-feira
A quarta-feira
A quinta-feira
O sábado
O domingo
A visita a Josefa
O domingo
A Segunda-feira
O novo castigo
A quinta-feira
A sexta-feira
O sábado
O sábado anoite
O domingo
Os dias seguintes
A quarta-feira
A quinta-feira
Sexta-feira
O sábado
O domingo
O dia seguinte
O enterro de Justina
Os anos seguintes
Uma nova visita a Josefa
O domingo
A encomenda
A busca
A negociação
As origens daquela escrava
Scarlett recebe a carta e a responde
35 dias depois, Scarlett conhece a sua nova aquisição
O encontro com Maria
O segundo dia
O primeiro castigo presenciado por Pérola
A segunda semana naquela casa
A recuperação de Pérola
O domingo
A segunda-feira
A terça-feira
A tarde daquele dia
O restante daquela semana
O domingo
A semana seguinte
O retorno de Artur
A promessa
Alguns meses depois
Scarlett chama Artur para o primeiro encontro
O dia seguinte
O encontro com Tisa
A curiosidade de Pérola e a situação de Catarina
As novas tentativas de Scarlett
Uma nova conversa com Gertrudes
Um novo encontro de Catarina e Pérola
O dia seguinte
Os meses seguintes
A proposta
Uma Scarlett incontrolável
Os dias seguintes
Um novo castigo
Semanas depois
Uma nova conversa com Antônio
A fazenda sem Scarlett
Os dias seguintes
Os acontecimentos do passado
A quinta-feira
A sexta-feira
O retorno de Scarlett
A produtividade
O homem misterioso
A dúvida
A pressão para descobrir a verdade
A decisão de Maria
As horas após a punição de Maria
O plano de Scarlett
A verdadeira história do homem misterioso
O sentimento
O encontro de Pérola e Maria
Antônio Dias Filho prepara o plano de vingança
O domingo
Os preparativos finais para a vingança
A missa
Duas horas depois
O dia seguinte
O segundo dia após o ataque
A quarta-feira
A quinta-feira
A repercussão daquela ataque
As semanas seguintes
O aumento da desconfiança de Scarlett
As ocorrências após aqueles terríveis castigos
Uma conversa de Pérola com Gertrudes
Scarlett visita novamente Josefa
Uma nova conversa de Pérola com Gertrudes
As novas tentativas de Scarlett
A terceira revolta naquela fazenda
Scarlett retorna a fazenda
Os meses seguintes
Novos encontros com Pérola
A fúria de Scarlett
O castigo em Artur
Os dias seguintes
Um mês após aqueles castigos
A decisão
O passar dos anos
Os anos finais daquela viagem
A doença
O destino de Scarlett
Os meses seguintes
A mudança de ares
A princesa
Os meses seguintes
A vingança
A paixão de Tomaz
A desilusão e a redenção
A preparação para a fuga
A fuga
Os primeiros dias após aquela fuga
A segunda fase daquela busca
Uma Scarlett incontrolável
O final daquele ano
A virada do ano
O retorno
A força de Pérola
O destino de Scarlett e da princesa
A vingança
A tentativa de recuperação
Os preparativos
Os acontecimentos seguintes
O ataque
O restante daquele domingo
Os dias seguintes
A continuidade daquela investigação
A situação de Scarlett
A versão de Scarlett
A preocupação de Antônio Dias Filho
Os dias seguintes
O destino de Scarlett
A adaptação
A vida de Pérola e Artur

O castigo de Pérola

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By Span_sp

O dia amanhece e Pérola ao abrir os olhos, sentiu seu coração bater mais forte. Aquele é o dia em que ela, provavelmente, teria que demonstrar mais forças em sua vida. Ela teria que suportar um castigo que jamais imaginou que tivesse que passar durante a sua existência.

Catarina antes de subir para fazer o café, ao ver que ela estava acordada, diz:

- Preparada para o seu dia, escrava? Acordou disposta para sofrer extremamente hoje?

- Bom dia para vosmicê também Catarina, eu espero muito que o seu dia seja muito proveitoso e que tenha muita paz em seu coração. Afirma Pérola com um semblante sério.

Aquela fala foi um tapa de luvas naquela escrava, que a cada resposta dessas de Pérola, ficava ainda mais irada, pois aquela escrava não perdia a sua compostura, mesmo quando era frontalmente atacada.

Pérola, ainda no porão, come um pedaço de pão e um copo de leite levado por Gertrudes. Logo em seguida, Tenório pede para que ela o acompanhe, pois a sua dona estava a esperando para iniciar o castigo. Ao ouvir isso, Pérola sente o seu corpo tremer enquanto aquele matador de aluguel retira aqueles grilhões que a prendiam.

Assim que chegou na cozinha, ela percebeu que todas as escravas que estavam naquele espaço choravam intensamente, o que a trouxe ainda mais desespero. Gertrudes lhe deu um abraço e disse:

- Tenha forças minha filha. Vosmicê vai conseguir aguentar tudo isso!

- Muito obrigada senhora. Muito obrigada pelo apoio. Afirma Pérola, quando lágrimas escorrem dos seus olhos.

Ao passar ao lado de Catarina, que estava na sala, ela vê aquela escrava a sorrir, acompanhando ela a ser levada por Tenório em direção a parte da frente daquela casa.

Quando eles descem, que chegam na parte da frente daquela casa, próximo a aqueles troncos que ficavam em um espaço na lateral, ela observa Scarlett a sua frente, com Maria ao seu lado com um guarda-sol, demonstrando um semblante bastante preocupado, quando a dona daquela fazenda faz um movimento com as mãos para que Tenório coloque Pérola naquele tronco.

Então Pérola tem as suas roupas, da parte de cima do seu corpo, retiradas, o que a causou uma vergonha tremenda naquele momento. Era a primeira vez que ela estava com a parte de cima do seu corpo totalmente nu em frente as pessoas que estavam naquele espaço. Muito religiosa, apenas aquele fato, já fazia aquela escrava branca a sentir uma humilhação enorme. Scarlett percebeu isso e estava ainda mais feliz ao ver o desconforto de Pérola em meio a aquela situação.

Pérola era linda, mesmo estando com os seus cabelos curtos, por terem sido cortados por Scarlett no dia anterior. As suas costas ainda estavam com marcas vermelhas e roxas dos golpes que Scarlett havia lhe aplicado no dia anterior, enquanto castigava Artur. Entretanto, as suas costas não tinham nenhuma marca profunda, até aquele momento, e o corpo daquela escrava era perfeito. Os poucos escravos que estavam a ver aquela cena ficaram impressionados com a beleza daquela jovem. Provavelmente, depois desse castigo extremo, as suas costas nunca mais seriam daquela forma, pois, depois de tamanho castigo com aquele chicote cortante, certamente várias marcas e cicatrizes ficariam gravadas nos pontos atingidos de seu corpo.

Pérola suava frio naquele momento, ela sentia a brisa do vento a tocar em suas costas e toda a sensibilidade de sua pele. Isso a deixava ainda mais aterrorizada. Naquele instante, ela pensava aterrorizada o quanto aquele castigo poderia ser degradante.

Scarlett então prepara aquele chicote e diz a Pérola:

- Preparada para o seu castigo escrava?

- Não senhora, eu não sei se consigo suportar tamanha punição. Tenha clemência senhora. Eu errei, mas prometo que isso não acontecerá mais. Afirma Pérola demonstrando desespero naquele momento.

- Eu te dei uma chance escrava, queria lhe aplicar direto 80 chibatadas e acabar com a sua vida aqui mesmo, de forma definitiva. Mas, decidi colocar uma quantidade de chibatadas que vosmicê pode suportar ou não. Se tiver forças vive, se não tiver forças, sua vida acaba por aqui.

Pérola naquele momento se cala e fica a rezar para que tivesse forças.

Scarlett então para de falar e se prepara para começar aquele castigo. Ela então movimenta aquele chicote com toda a força e acerta o primeiro golpe contra as costas de Pérola, que faz uma marca profunda no ponto atingido, formando uma linha vermelha, que vai se transformando em uma linha de sangue, onde aquele chicote com metais tocou fortemente contra a sua pele.

A reação dela foi de uma dor muito extrema e de desespero enorme. Ela não imaginava que uma dor daquela fosse possível de ser causada. Sentir a sua pele cortar daquela forma era uma coisa indescritível. Pérola estava incrivelmente desesperada, sentindo o seu coração bater mais forte e a sua respiração ficar ofegante, depois de um grito absurdo de dor que ela deu naquele momento em que foi atingida. Pérola tem certeza, após aquele primeiro impacto, que não teria condições de suportar tamanho castigo. Se em um golpe ela estava a sentir dores impressionantes, sentir aquela dor por mais 59 vezes, seria um castigo insuportável.

Artur ao ouvir o grito de Pérola de seu quarto distante, se desespera. Ele começou a chorar e tentou se levantar, mas Tisa o segurou e disse:

- Vosmicê não tem forças para se levantar Artur, se tentar, vosmicê vai se machucar.

- Eu tenho que fazer alguma coisa Tisa, Pérola franzina como é não aguentará tamanho castigo. Eu não posso vê-la morrer de forma tão cruel sem poder fazer nada.

- Se vosmicê for lá a nossa dona se sentirá afrontada Artur e isso é muito pior e vosmicê sabe disso. Scarlett não aguenta sentir que está sendo afrontada por ninguém. Se fizer isso é que ela vai castigar Pérola até a morte mesmo.

- O que eu vou fazer então, eu preciso ajudar Pérola?

- Pérola é muito religiosa Artur, tem muita fé. Reze por ela. Vosmicê tem a mesma religião que ela tem, reze para que ela tenha forças para suportar tamanho castigo. Acho que é o melhor que podemos fazer por ela nesse momento.

Artur sente lágrimas ao sair dos seus olhos e começa a rezar intensamente para tentar, de alguma forma, trazer forças para Pérola.

Naquele espaço a frente da casa, Scarlett deu o segundo golpe nas costas de Pérola, gerando um desespero ainda maior do que ela teve no primeiro golpe, fazendo movimentos extremos e gritando de forma ainda mais desesperada.

Scarlett abriu um sorriso naquele momento, demonstrando prazer em apresentar o seu poder a aquela escrava traidora. Ela continua a bater em Pérola sucessivamente e aquela escrava na evolução daquele castigo, chorava e gritava extremamente de dor. O sangue com a evolução daqueles golpes já percorria toda a suas costas, molhando de sangue os panos que a envolviam da sua cintura para baixo.

Ao chegar ao golpe de número 30, Pérola parou de gritar e demonstrou que não tinha mais forças, deixando que seu corpo caísse sendo seguro por aqueles grilhões. Scarlett se revolta, quando ela cai e diz:

- Porque caiu escrava? Já não aguenta mais? É tão fraca que não consegue nem ficar em pé?

Pérola tentava arrumar forças para responder, mas estava tão desgastada, que conseguia falar apenas baixinho naquele momento:

- Senhora, eu não suporto mais. Se continuar e me castigar dessa forma, acabará com a minha vida.

- Eu estou impressionada com a sua fraqueza escrava. Eu tenho que ter é escravas negras mesmo, porque essas brancas, não aguentam nada. 30 chibatadas é quase nada e vosmicê já está dessa forma. Como ousa me enfrentar sendo tão fraca dessa forma? Afirma Scarlett em tom debochado.

- Peço perdão pelo que fiz senhora.

- Não te perdoo Pérola, vosmicê me traiu escrava! Diz Scarlett ao acertar mais golpes contra aquela escrava, o que a faz movimentar o seu corpo mais extremamente, mas sem forças para gritar, não consegue emitir mais nenhum som.

Artur que estava no quarto a rezar, ao ver o barulho daquele chicote, sem os gritos de Pérola, se desespera ainda mais intensamente, notando que Pérola já não reagia. Ele chora e reza ainda mais naquele momento.

Ao chegar no golpe de número 40, Pérola desmaia e não reage mais. Scarlett por um lado estava feliz com aquela força que estava a demonstrar, mas por outro, estava irritada, por descobrir o quanto aquela escrava era fraca, na concepção dela, a ponto de não aguentar mais de 40 chibatadas, antes de perder a consciência.

Ela então comenta:

- Ta vendo como essa escrava é fraca Maria. Eu fico impressionada como alguém tão fraca ainda tenta me afrontar.

Maria naquele momento sentia lágrimas ao sair dos seus olhos e prefere não responder nada. Quando Scarlett olha para ela e questiona:

- Porque vosmicê está chorando escrava? Está ao lado dela, mesmo depois que viu que ela me traiu?

- Não senhora. Eu só estou triste e com medo de Pérola não suportar tamanho castigo. Mas, não estou do lado de ninguém. Afirma Maria com um semblante de desespero.

- Que bom, porque quem está do lado de quem me traiu, traidor também é. Diz Scarlett em tom severo.

- Não senhora. Eu não ficaria contra a senhora de forma nenhuma. Só espero que Pérola não morra. Diz Maria, sabendo que não poderia contrariar aquela senhora em nenhuma hipótese.

- Vamos ver o quanto ela suportará daqui pra frente. Mas, não terei piedade quanto a essa escrava traidora. Ela me traiu pelas costas. E isso eu não admito.

Então Scarlett chama um daqueles capatazes e diz:

- Tragam água gelada e joguem na cabeça dessa escrava, eu quero ela acordada para continuar esse castigo.

Imediatamente aqueles capatazes pegam um balde de água fria e jogam sobre a cabeça de Pérola, que começa a movimentar o seu corpo.

Scarlett então diz:

- Está achando que acabou escrava? Chegamos a pouco mais da metade do seu castigo ainda.

Pérola sem conseguir falar muito bem, devido a sua fraqueza após sentir tanta dor e perder tanto sangue diz:

- Senhora. Tenha clemência. Eu não estou a suportar mais.

- Deveria ter pensado nisso antes de me trair escrava. Agora aguente as consequências. E levante-se. Eu não quero mais que fique a ser sustentada presa a esses grilhões. Se teve forças para me trair, tem que ter forças para suportar o castigo que estou a lhe aplicar.

- Eu não consigo senhora. Não tenho forças para isso. O meu corpo está a tremer e sem forças.

- Vai me trair de novo escrava? Questiona Scarlett demonstrando uma certa ironia em sua fala.

- Não senhora. Eu prometo que nunca mais farei isso em minha vida.

- Levante-se escrava. Eu estou ordenando. Diz Scarlett em tom severo.

- Eu estou tentando senhora. Mas, não estou tendo forças, está doendo muito.

- Essas escravas brancas, nunca vi tamanha fraqueza. Vosmicê vale 24 escravas negras no valor, mas na força, não vale nem um décimo da que elas tem. Justina aguentava esse castigo de olhos fechados e vosmicê está aí quase morrendo em um pouco mais da metade dele. Eu tenho que admitir, aquela escrava era muito forte. Ela me afrontava, mas tinha força para suportar os meus castigos. Vosmicê me afronta e é uma fraca como nunca vi igual. Levante escrava. Eu não vou ordenar de novo!

Ao ver que sua dona estava furiosa, Pérola fez todo o esforço para tentar se levantar. Muito franzina, aqueles cortes a traziam uma dor absurda. O seu corpo estava a tremer de uma forma incrível, quando ela conseguiu, depois de muito esforço, se levantar e ficar em pé, amarrada a aquele tronco, se apoiando nele.

- Assim está bem melhor escrava. Pelo menos sendo punida vosmicê me respeita e atende as minhas ordens. Pronta para o restante do seu castigo escrava?

- Não senhora. Eu não sei o quanto consigo suportar mais.

- Vamos ver o quanto aguenta. Afirma Scarlett quando acerta um novo golpe contra as costas de Pérola, que se movimenta de forma extrema, tamanha a dor que estava a sentir. Outros golpes sucessivos são ministrados e aquela escrava depois de mais 6 chicotadas contra o seu corpo, cai novamente a ter o seu corpo seguro por aqueles grilhões, demonstrando que não estava a aguentar a ficar em pé em meio a tamanho castigo.

Naquele instante, Artur chorava ainda mais intensamente em seu quarto. Ele dizia:

- Isso tudo é culpa minha. Nada disso teria acontecido se eu tivesse escutado Pérola e tivesse entendido os riscos que era nos encontrar dessa forma. Eu deveria estar lá sendo castigado no lugar de Pérola. Ela não merece nada disso. Se ela morrer eu me mato também, eu não vou conseguir viver com esse peso por ter feito tanto mal a quem tanto amo!

- Ela vai aguentar Artur, vamos continuar rezando. Pérola será forte. Ela vai sair dessa! Afirma Tisa.

Catarina estava a assistir aquele castigo demonstrando uma felicidade enorme. Ela abria sorrisos ao ver a pele de Pérola ser cada vez mais dilacerada a cada golpe. Ela nunca tinha sido punida daquela forma, mas pelas reações de Pérola, ela poderia entender que aquele castigo era muito extremo e que aquela escrava não aguentaria por muito tempo. Certamente, Pérola não aguentaria sobreviver e passar daquele dia. Isso alegrava intensamente aquela escrava, que não suportava ter sido protelada por uma escrava branca.

Scarlett continuou aquele castigo e depois de aplicar mais 4 golpes contra as costas de Pérola, notou que aquela escrava não reagia novamente. O sangue a aquela altura já banhava totalmente as suas costas e aqueles metais, também acertavam algumas partes da frente do seu corpo, após a ponta rodear as suas costas, o que trazia cortes também em sua barriga e seus seios, o que gerava a Pérola um sofrimento ainda mais insuportável.

Aquela senhora, com ódio de Artur e de Pérola, não se comovia. Ao ver que Pérola desfaleceu, ela pediu para que um dos capatazes visse se ela ainda estava viva. Aquele capataz foi então até Pérola e pegou em seu pescoço, quando viu que ele estava pulsando e falou para a senhora:

- Senhora, ela ainda está viva, mas não sei se suporta muito mais esse castigo, pois está visivelmente muito debilitada senhora. Ela é muito franzina. Diz aquele capataz demonstrando compaixão por Pérola.

- Eu te perguntei se ela estava viva. Não te perguntei se ela aguenta mais ou não. Diz Scarlett em tom furioso, quando aquele trabalhador se cala. Então Scarlett ordena: - Eu quero que joguem mais água fria em Pérola. Ela precisa retornar a consciência, eu só vou parar esse castigo, quando chegar ao número de golpes que disse que ministraria.

A essa altura Gertrudes olhava pela janela daquela casa, desolada. Ela não conseguiu nem descer, pois não queria ver de perto aquele sofrimento que Pérola estava a passar. Ela pegava com os seus orixás para que Pérola suportasse tamanha punição. Mas, ao ver Pérola a desmaiar pela segunda vez, ela, amanado muito aquela escrava, estava desesperada.

Artur, pensou naquele momento que o castigo já tinha sido finalizado, quando ele pediu que Tisa fosse imediatamente ver como Pérola estava e se havia sobrevivido. Tisa corre por aquelas escadas para ver o que havia ocorrido, enquanto Artur continuava deitado de bruços sobre aquela cama, sem conseguir se levantar, tamanha as dores que estava a sentir do castigo sofrido no dia anterior.

Aqueles capatazes jogaram baldes de água gelada contra o corpo de Pérola por 3 vezes, foi quando ela despertou, demonstrando estar sem energias, depois de ter desmaiado pela segunda vez.

Maria naquele momento chorava desesperada. Ela tentava chorar calada, sem emitir nenhum som para que a sua dona não ficasse ainda mais nervosa. Mas, o seu sofrimento era muito grande ao ver a sua melhor amiga a sofrer daquela forma, a ponto de não suportar aquele castigo, tendo que ser acordada de forma tão brusca depois de ser molhada por tantas vezes.

Scarlett estava furiosa, chamando novamente aquela escrava de fraca, por inúmeras vezes:

- Como ousou me afrontar escrava? Como ousou, se sabia que era tão fraca desse jeito? Se fizer isso de novo da próxima vez eu não terei piedade. Eu te mato assim como fiz com Justina. Sofrerá tantos castigos que irá implorar para que eu te mate. Eu prometo!

Pérola estava quase a perder a consciência. Estava tão fraca que não conseguia nem ouvir a sua dona direito. A sua mente revezava entre um estado de consciência e inconsciência, de sentir uma dor pavorosa e ter um certo alívio quando perdia a consciência. Scarlett então complementa a sua fala:

- Mas, isso se conseguir sobreviver até o final do castigo prometido de hoje. Nervosa, Scarlett continuou a bater naquela escrava que já se encontrava sustentada apenas por aqueles grilhões, sem nenhuma força ou energia restante.

Artur ao escutar novos barulhos daquele chicote contra o corpo de Pérola, se desespera em seu quarto, tentando se levantar, mas sem forças e sentindo muitas dores, caiu no chão daquele quarto. A febre estava o deixando totalmente frágil.

Maria, tinha certeza que com a continuidade daquele castigo Pérola não resistiria e o seu desespero aumenta, o seu choro era impressionante naquele momento, ela já não conseguia mais chorar em silêncio, o que irritava ainda mais Scarlett e fazia ela ser ainda mais severa com Pérola para demonstrar o seu poder.

Pérola no golpe de número 55, muito fraca, desmaiou pela terceira vez. Scarlett sabendo que aquele castigo estava para finalizar, resolveu aplicar os golpes restantes e acabar logo com ele. Assim que finalizou, pediu para que o capataz retirasse aqueles grilhões e verificasse se Pérola ainda estava viva.

Ao retirar, ele nota que ela estava a respirar, mas a sua pulsação estava um pouco fraca. Pérola estava entre a vida e a morte, depois de tanto sofrimento. Eles chamam então um forte escravo e ordenam que ele leve Pérola, totalmente ensanguentada, para o seu quarto, quando eles chamam imediatamente a curandeira para ver se ela conseguiria manter aquela escrava viva.

Scarlett estava a se sentir vingada naquele momento. Colocou aquele chicote encharcado de sangue no chão, retirou as suas luvas, também cheias de sangue, as colocando no chão e disse para Catarina:

- Satisfeita escrava?

- Sim senhora, muito satisfeita. A senhora fez muito bem o que tinha que fazer.

Maria que estava ao lado, ficou revoltada de tanto ódio daquela escrava. Chorando muito, ela queria partir para cima dela naquele momento, mas, só não fez isso, porque a sua dona estava ao lado e ela poderia ser castigada severamente por isso.

Scarlett ao ver Maria ainda chorando diz:

- Porque está chorando escrava? Limpe essas lágrimas agora e pare de chorar. Senão eu lhe darei um motivo para chorar de verdade. Eu posso calçar as minhas luvas e pegar aquele chicote pra te mostrar o que faço com traidores que preferem escravas do que a mim.

- Não senhora, por favor, eu já parei. Eu já parei. Diz Maria ao limpar as suas lágrimas e forçar intensamente, para engolir o choro, demonstrando um desespero enorme naquele momento. O seu coração estava completamente partido. Ela não sabia se Pérola suportaria tamanho sofrimento. A sua angustia era muito grande!

Quando foi deixada em seu quarto, Pérola logo teve os primeiros cuidados da curandeira e de Albertina, que estava acostumada em tratar a irmã Justina, enquanto ela era castigada por Scarlett.

Pérola acorda por um momento, em meio a dores extremas, quando Albertina diz a ela para nunca mais se aproximar de Artur em sua vida. E ela antes de desfalecer, diz que depois do que sofreu e o que viu Artur sofrer, que jamais faria isso novamente. E então ela desmaia naquela cama.

Por ela estar desmaiada, a limpeza daquelas feridas pôde ser realizada sem causar muito sofrimento a Pérola. Albertina e aquela curandeira, gostavam muito de Pérola e a trataram da melhor forma possível para que ela pudesse se recuperar plenamente. Ela estava muito debilitada, mas, elas lembravam que Justina já havia chegado muito pior naquele porão, quando foi castigada algumas vezes por Scarlett e tinham uma expectativa grande de que ela poderia reagir nas próximas horas e se recuperar totalmente nos próximos dias.

Artur estava desesperado por notícias em seu quarto, quando Albertina foi até ele e disse que Pérola estava desmaiada, não escondendo que ela estava muito debilitada, mas que achava que ela poderia se recuperar, essa fala o deixou ainda mais preocupado.

Scarlett estava satisfeita com os seus castigos. Ela imaginava que agora teria Artur em suas mãos e que Pérola havia entendido que jamais deve a afrontar em sua vida. Assim como os demais escravos, que viram que ela castigou até os seus escravos brancos de forma severa, correndo o risco de os perdê-los, imagina o que ela não poderia fazer com os demais, que tinham um valor de mercado muito inferior.

Mais tarde, a curandeira que cuidava de Pérola, sente que aquela jovem estava com uma febre muito alta, algo comum para quem sofria aquela punição terrível. O corpo ao sofrer aqueles golpes, perdia muito sangue, ficando muito debilitado, o que poderia fazer com que aquelas feridas ficassem inflamadas, causando febre aos escravos castigados. Esse era um dos fatores que na maioria das vezes chegavam a matar os escravos após aqueles castigos, pois, nessa época não existia antibióticos para o tratamento daquelas inflamações. Para reduzir os riscos de febre extrema, aquela curandeira fica a tentar aplicar compressa na testa daquela escrava para que ela pudesse baixar a sua temperatura, lhe dando também chás para que aquela febre pudesse diminuir e que seu corpo sofresse menos.

Durante aquela madrugada, era Scarlett que não conseguia dormir. Em seu quarto, com a consciência muito pesada e com medo dos sonhos que teve na noite anterior, ela começa a ver coisas.

Ela via Justina e Francisco a caminharem por aquele espaço. Aquele era o quarto de seu marido e depois da morte deles, ela se mudou para lá, que era o quarto mais amplo daquela casa. Ela nunca tinha sentido medo ou remorso por estar no quarto em que seu marido havia sido assassinado por ela. Mas, depois daquele pesadelo terrível da noite anterior, ela começou a sentir mais medo durante aquela noite.

Nas suas visões, novamente Justina e Francisco a acusavam de ter os matado. Diziam que ela estava amaldiçoada por ter causado tanto sofrimento ao seu filho e afirmavam que ela jamais seria feliz ou amada. Ao final daquelas falas, eles disseram também que ela nunca teria filhos, pois era seca como uma árvore sem frutos e amaldiçoada pela sua maldade extrema.

Assombrada, Scarlett começou a gritar intensamente, ordenando que eles fossem embora, quando ela começou a pegar porcelanas e jogar contra a parede. Muito preocupado, Tenório logo se levantou e foi ao quarto daquela senhora. Quando questionou:

- O que está acontecendo senhora? O que foi que a senhora jogou essas porcelanas contra a parede?

- Justina e Francisco não estão a me deixar em paz Tenório. Por favor me abrace. Eu estou sendo atacada por essas almas penadas que não tem me deixado em paz.

- Senhora, não tem ninguém aqui. Talvez a senhora esteja muito estressada com tudo o que aconteceu. Diz Tenório ainda abraçado a Scarlett.

Depois de ficar algum tempo abraçada a Tenório, Scarlett consegue dormir naquela cama de forma mais tranquila. Aquela reação daquela senhora assustou todos os demais moradores daquela casa, que escutaram aqueles barulhos e não entenderam muito bem o porque aquela senhora estava a quebrar as porcelanas contra a parede.

E assim, a noite termina com Pérola a ser tratada pela curandeira, sem despertar daquele sono profundo até a madrugada, quando ela acordou pela segunda vez para pedir água, demonstrando estar a delirar um pouco e com febre. Mas, depois ela dormiu novamente, não demonstrando mais essas reações durante aquela noite, enquanto estava sendo cuidada de perto pela curandeira.

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