Halo da Lua [Concluída]

By Astrombunny

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Xiao XingChen era a lua brilhante na vida de Song Lan. Song Lan era a neve não tão distante e necessária na v... More

Prólogo
Capítulo 1: Lua Brilhante
Capítulo 2: Memórias da Neve
Capítulo 3: Primeiro Halo
Capítulo 4: Novo Caminho
Capítulo 5: Vozes ao vento
Capítulo 6: Dor
Capítulo 7: Nova Jornada
Capítulo 8: Cultivando laços
Capítulo 9: Memórias do Passado
Capítulo 10: Conversas Noturnas
Capítulo 11: Partículas
Capítulo 12: Poeira de estrelas
Capítulo 13: Sentimentos
Capítulo 14: Declarações
Capítulo 15: BaoShan SanRen
Capítulo 16: Lâmina fria
Capítulo 17: Não foi sua culpa
Capítulo 18: Raios Solares
Capítulo 19: Decisão
Capítulo 20: Acordo
Capítulo 21: Encontro Inesperado
Capítulo 22: Wei Wuxian
Capítulo 23: Irmãos Marciais e Vergonha
Capítulo 24: Vinagre de Maçã
Capítulo 25: Dao
Capítulo 26: Olhos Brilhantes
Capítulo 27: Yin & Yang
Extra: 1. Xue Yang
Extra: 3. Vida Atual
Especial Qixi Festival

Extra: 2. Noite de Núpcias

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By Astrombunny

Segundo extra de Halo da Lua!

[Alerta para dedo no c* e gritaria] KKKKKKKKKKKK

Mentira, é amorzinho.

Sinalizem os erros!

Amo vocês ❤️

Song Lan apertou as bochechas de Xiao XingChen entre os dedos, depositando beijos suaves na pele pálida. Seu marido estava completamente bonito no traje de casamento, ainda que o considerasse belo em qualquer tipo de vestimenta.

Xiao XingChen o puxou para si, unindo seus lábios uma outra vez. Mordiscou os lábios de Song Lan, passeando com a língua na pele fina e rosada. Entreabriu os lábios para recebê-lo, sentindo a boca ser invadida pela língua quente e ágil de Xiao XingChen.

Os dedos do cultivador branco percorreram todo seu rosto, tocando as bochechas, a curvatura de seu nariz, os lóbulos das orelhas...

Song Lan percebeu que o marido estava nervoso. Seus dedos afilados e ávidos percorriam sem direção todo seu rosto, tremendo com cada toque na pele. Xiao XingChen apoiou uma mão em sua nuca, acariciando os cabelos grossos e esfregando a curvatura entre o pescoço e os ombros. Quando seus corpos estavam próximos sem sobrar muito espaço, Song Lan ouviu os batimentos descompassados do coração de Xiao XingChen.

–ZiChen, eu gostaria...

–Shishu! –sua voz sussurrante e fraca foi interrompida por um Wei Ying gritando por ele animadamente. Song Lan beijou sua testa, entregando um doce sorriso ao marido.

–Estamos aqui, Wei Ying. –respondeu, ajeitando as vestes e suspirando fundo antes de empurrar as portas.

Do lado de fora, Wei Ying trazia consigo uma caixa de madeira e dois jarros de vinho presos em um cordão.

–Como conseguiu permissão para trazer vinho? –Xiao XingChen questionou preocupado.

–É uma ocasião especial, shishu. Não foi difícil. –respondeu orgulhoso, balançando os jarros pelo cordão. Desviou seu olhar para Song Lan, tão corado quanto seu tio. –Eu interrompi alguma coisa? –seus lábios se curvaram em um sorriso obsceno.

–Não, Wei Shizi. Entre. –Xiao XingChen permitiu passagem, deixando que o sobrinho escorregasse para dentro do pavilhão. Wei Ying entrou em passos lentos, ainda sorrindo desavergonhadamente.

–Eu quero entregar o meu presente. –disse, deixando os vinhos no chão, entregando a caixa para Xiao XingChen.

–Nós agradecemos, Wei Shizi.

Song Lan assentiu e se aproximou, observando o marido abrir a caixa.

A caixa de madeira era bonita e bem esculpida, certamente o patriarca havia feito com suas próprias mãos. Coelhos estavam desenhados na tampa e Xiao XingChen não entendeu muito sobre isso. Song Lan engoliu em seco, recordando uma passagem do livro que Wei Ying entregara para Xiao XingChen, onde uma pequena história sobre um deus com símbolo de coelho estava escrita na página amarelada antes das explicitas explicações. Pensou então que Xiao XingChen ainda não havia chegado naquela parte, sentindo-se mais nervoso.

Xiao XingChen passeou os dedos nas gravuras e abriu a caixa. Nela haviam alguns incensos muito diferentes do que costumavam usar, um pequeno embrulho com folhas de chá fresco, velas em formatos de flores e alguns pequenos vidros. Abaixo dessas pequenas coisas estava um livro amarelo.

O cultivador branco sorriu, pegando um dos frascos entre os dedos.

–O que são estes, Wei Shizi? –perguntou a lua brilhante com curiosidade.

–São algumas essências para banho e óleos para... Essa noite.

O sorriso de Wei Ying ao pronunciar as últimas palavras fez com que as maçãs do rosto de Xiao XingChen aquecessem, tornando-se um rubro vibrante e vivo. Song Lan desviou o olhar para a janela, incapaz de olhar atentamente por muito tempo.

–Ob..o-obrigado, Wei Shizi. –respondeu Xiao XingChen com extrema dificuldade. O cultivador fechou a caixa, deixando-na sobre a pequena mesa do cômodo.

–Não me agradeça ainda, Shishu. Apenas depois. Bem, vamos beber um pouco? Todos estão esperando por nós.

Wei Ying puxou os jarros do chão, abrindo as portas do cômodo depressa. Xiao XingChen voltou o olhar para o marido, fixando os olhos na caixa em seguida.

–ZiChen... Você poderia...

–Eu irei guardá-la e encontro vocês.

Xiao XingChen sorriu fraco, deixando o aposento e fechando as portas atrás de si. Song Lan se aproximou da caixa, notando como tudo estava tão bem organizado. Wei Ying tivera alguma ajuda talvez.

Pegando os fracos nas mãos, concluiu que continham seis na caixa. Três vidros maiores com essências de um misto de flores e notas frutais para pele e cabelos e três pequenos vidros com óleos mais densos. Retirando todos os pequenos presentes, tomou o livro amarelo em mãos.

Não haviam escritas na capa e Song Lan indagou se o livro seria como o outro. Folheou as páginas com cautela, assinando sua sina.

Onde Wei Ying encontrara aqueles livros?

O livro contava a história de uma mulher assistente do Imperador Amarelo, explicitamente falando como realizar o ato.

A cada nova página, Song Lan tremia deliberadamente. Algumas imagens retratavam casais, homens e mulheres, mulheres e mulheres e homens e homens. Era o livro mais descarado e sem vergonha que o mestre taoísta pegara em mãos desde aquele que escondera de Xiao XingChen.

Notou como uma única página estava dobrada, passando os dedos pelas páginas até alcançá-la. Na página, um bilhete pequeno estava preso. Song Lan abriu, quase caindo para trás com o conteúdo.

"Song Daozhang, os óleos irão facilitar. Derrame em shishu e se deseja saber como, abra a página 54".

Wei Ying sabia que ele seria o primeiro a ler e Song Lan se questionou como.

Abrindo na página marcada, Song Lan engoliu em seco, como se uma fruta cheia de espinhos descesse com dificuldade pela garganta.

Na folha descorada, alguns desenhos sobressaíam. Dois homens estavam juntos em uma cama e um deles embebia os dedos em um dos frascos. Song Lan analisou com atenção, virando a página seguinte. O homem introduzia os dedos no outro e a expressão no rosto daquele que recebia fez Song Lan engolir em seco novamente. Nas folhas seguintes, o homem estava nu sobre o outro.

Song Lan virou a outra página, e nela havia um pequeno texto da história, uma fala da mulher para o Imperador Amarelo.

“Profundos e rasos, lentos e rápidos, diretos e oblíquos, todos esses impulsos não são uniformes, e cada um tem seus próprios efeitos e características. Um empurrão lento deve ser semelhante ao movimento de uma carpa brincando com o anzol; um impulso rápido, os pássaros voando contra o vento. Apresentando e retirando, mexendo para cima e para baixo, da esquerda para a direita, pausando ou em rápida sucessão, todos esses movimentos devem coincidir. Você tem que aplicar cada um deles no momento certo e nem sempre se ater a um e o mesmo estilo porque você encontra o seu prazer ali"

As palavras não sairiam de sua mente tão rápido. Ele lera o suficiente nos livros desavergonhados do sobrinho de Xiao XingChen.

༺༻

Song Lan retornou depressa para o banquete, acomodando a caixa em uma bolsa qiankun. O marido conversava de canto com sua mestre e irmã, enquanto seus shidi e seu shige reuniam-se em uma mesa com Wei Ying. Com HanGuang-Jun estava Wang Mengying e Lan SiZhui.

–Song Daozhang, venha sentar-se conosco e beber! –Wei Ying gritou alto, recebendo um olhar de advertência de BaoShan SanRen. –Desculpe...

Ouvindo o nome do marido, Xiao XingChen virou o rosto para encará-lo. Seus lábios sorriram doce e ele voltou a atenção em sua conversa. O que estivessem falando parecia de grande importância.

Song Lan então sentou-se com seus irmãos e seu "novo" sobrinho, olhando atentamente vez ou outra para a figura de vermelho de costas para ele. Não pode conter um suspiro profundo, extasiado pela beleza de seu marido.

Wei Ying o serviu com uma porcelana cheia e o mestre taoísta segurou-a entre os dedos.

–É muito, mestre Wei. Não costumo beber. –disse, observando o sorriso de Wei Ying se formando novamente.

–Deixe disso, você se casou!

Bai Feng riu e Song Lan lançou-lhe um olhar morteiro e desconfiado.

–Não quero criar esse costume.

Leng Shen entregou um olhar compreensível, apoiando seu irmão mais velho com o brilho de seus olhos.

–Pelo shishu? Não se preocupe, Song Daozhang. Eu me casei com Lan Zhan e vivemos bem mesmo ele não bebendo e sendo fraco para álcool. –Wei Ying sussurrou, porém não baixo o bastante. Lan Zhan o fitou com o olhar frio, fazendo-a o esconder o rosto entre as mãos.

–ZiChen, há algo que precisa saber. –Tai Yang proferiu sério, os outros mestres o encarando em silêncio. –A energia que corre em Xiao XingChen agora é Yin. Eu a converti.

Song Lan arregalou os olhos em surpresa, fechando os dedos em punho com a confissão.

–Por que fez isso?! XingChen é perfeito como é!

–Foi um pedido do mesmo. –Tai respondeu com calma, fixando os olhos no cultivador branco ainda entretido em uma longa conversa.

–Eu não entendo...

–ZiChen, não é ruim. Eu fiz o mesmo para cultivar a imortalidade com A-Yang. Xiao Daozhang fez por amor, para honrar os céus e a terra.

O tom de voz de Leng Shen era o mais pacificador, pensou Wei Ying. Levou a porcelana fria aos lábios e despejou todo o conteúdo na boca.

–Por que está me dizendo isso? –questionou Song Lan irritado.

–Porque você deve marcá-lo. –Bai Feng os interrompeu, tocando as mãos de seu irmão mais velho. –Todos os pontos energéticos de Yin. Entre as coxas, os ombros, o pescoço... Você sabe sobre isso.

–Não irei machucá-lo! Esqueçam! Eu jamais irei ferir XingChen outra vez.

–Não vai me ferir.

A voz clara e pura da montanha soou atrás de si, os dedos finos tocando seus ombros pelas costas. Song Lan apertou os olhos, seu rosto corando como morangos.

–ZiChen, está tudo bem. Senhores, eu gostaria de ter o meu marido por esta noite, se não for incômodo.

Xiao XingChen os deixou atônito e Song Lan se levantou depressa. Seu marido o fitava com amor e ternura e ele não se conteve em abraçá-lo.

–Não era necessário, XingChen.

–Deixe que os deuses julguem isso. ZiChen, eu gostaria de ir para casa. Há muito para conversar.

Song Lan também desejava ir para a casa. Ir para o lugar que agora pertencia à eles. Assentindo, esfregou as bochechas do marido com os dedos, beijando uma com suavidade.

–A-Qing irá para Gusu. Me disse que quer ser uma grande cultivadora. –Xiao XingChen falou orgulhoso, tocando o rosto do marido com carinho e afeição. Song Lan sorriu, desviando o olhar para a garota que ria descontroladamente com Lan JingYi.

–Será bom para ela.

–Song-ge, é hora de irmos. –Bai Feng proferiu, tocando os cabelos escuros da esposa. MeiJiu SanRen estava com os olhos marejados, encantada por seu próprio casamento e a felicidade de seu shidi.

Os mestres taoístas despediram-se de BaoShan SanRen e HanGuang-Jun, puxando Wei Ying para um dos quartos na montanha e evitando que o marido fizesse ainda mais barulho.

Desceram a montanha devagar, adentrando a floresta de bambu. Xiao XingChen permanecia de mãos dadas com Song Lan, esfregando os dedos nos de seu marido.

O pavilhão construído por Song Lan, Wei Ying e Bai Feng era magnifico na visão de Xiao XingChen. Toda a clareira aberta estava cheia de culturas de alimentos e o rio brilhava sob a luz da lua. Para o cultivador branco, todo o tempo que o segredo fora guardado compensava o projeto. Seus olhos se encheram de água e ele chorou.

Uma pequena parte no pavilhão recordava um templo e Xiao XingChen não necessitou de muito para saber que ali deveriam estar construídos os cenotáfios para honrar e fazer preces para a família da Torre da Neve, o Templo BaiXue.

Xiao XingChen se curvou em respeito, sendo seguido pelos outros mestres; ajoelhados sobre a grama verde e fresca.

–Agora precisamos de um nome. –MeiJiu falou, segurando uma das mãos do irmão nas suas. –A-Chen, escolha um nome para nosso pavilhão.

–A lua as vezes não se encontra no céu, e pensamos que ela nos abandonou aqui. Mas quando sua fase passa, retorna com todo o seu resplendor... Como nós. Todos nós. Pavilhão da Lua me parece bom.

Seus ombros foram abraçados pelo marido, apertando-o contra seu próprio peito.

–Gosto deste nome.

Já o havia visto antes. Uma vez... Em seus próprios sonhos. A circunstância era uma grande e inesperada coincidência.

–Eu também gosto deste nome. Pela manhã construiremos uma placa. Irmãos, nos vemos no subir do sol. –Bai Feng falou por fim, envolvendo os braços ao redor da esposa e erguendo-na ao colo, caminhando para uma área mais afastada do pavilhão.

–Tenham uma noite agradável. –Tai Yang fora o último a dizer, carregando o marido já sonolento para o quarto escolhido por ele para viver. –Obrigado por nos permitir ficar, ZiChen.

O rosto de Xiao XingChen estava tomado por um tom carmesim e seu olhar fixado aos pés. Song Lan sentia-se ansioso e preocupado, pensar em ter de machucá-lo ainda era doloroso.

–Não vamos entrar, ZiChen? –seu nervosismo era evidente e por pouco suas palavras não gaguejaram para fora. Song Lan não respondeu, levantando o corpo do marido nos braços e caminhando rumo ao pavilhão. Xiao XingChen escondeu o rosto no peito do marido coberto pela túnica vermelha, evitando fazer contato direto.

Os passos de Song Lan estavam ritmados e não demorou muito para que parassem diante de grandes portas com uma fita vermelha.

–XingChen, você poderia..

As portas, claro. Xiao XingChen ergueu a cabeça para ver as portas, empurrando-as com as mãos.

O interior do quarto era pouco luminoso, com algumas velas espalhadas de maneira uniforme, iluminando a seda vermelha sobre a cama e alguns móveis. Quem quer que o tivera decorado sabia bem como fazê-lo.

Com muita cautela, Song Lan caminhou com Xiao XingChen nos braços para a cama, deitando o marido confortavelmente acima dos lençóis finos e vibrantes. Retirou suas botas, massageando os pés brancos e delgados com cuidado.

–ZiChen, eu... Eu estou um pouco nervoso. –confessou ele, entrelaçando as próprias mãos trêmulas. Song Lan apertou um pequeno ponto de acupuntura nos pés, enviando uma linha de energia gratificante para o corpo de Xiao XingChen. –Isso é tão bom...

–XingChen, eu também estou. Tenho que confessar que li os livros do mestre Wei, porque não queria chateá-lo com minha inexperiência.

A pele pálida de Song Lan converteu-se em um rosa quente, retirando dos lábios do marido um riso animado e acolhedor.

O brilho das chamas da vela criou nos cabelos de Xiao XingChen um halo cintilante, uma auréola clara nos fios escuros de onix, como uma divindade recém chegada à terra.

–Eu também li algumas coisas, ZiChen... –confessou, cobrindo os lábios com uma das mãos.

–XingChen, se algo não for confortável, você promete que irá me dizer? –Song Lan segurou a mão do marido, beijando os nós dos dedos. Xiao XingChen estremeceu pelo toque, voltando o olhar para o lado.

–ZiChen... Sim.

Xiao XingChen levou as mãos no alto da cabeça, retirando os adornos de casamento que pesavam e puxavam os fios para trás. Seus cabelos caíram em ondulação negras sobre os ombros, seus olhos faiscando com a chama das velas. Song Lan sentiu o estômago apertar em desejo, levando a mão na nuca do marido e trazendo-o para um beijo.

O cultivador branco depositou as mãos nos cabelos do mestre taoísta, retirando as presilhas e adornos, assim como a borla Ying e Yang presa aos fios.

–Você é tão lindo, ZiChen... –Xiao XingChen pronunciou com adoração, descansando as mãos no peito do marido. Massageou os ombros largos, beijando os lábios dele uma outra vez.

Song Lan retirou as botas usando os pés, tateando o rosto do marido com a pouca luminosidade que estava sobre ele, enamorado da aparência etérea que sempre acompanhara Xiao XingChen. Usando os joelhos para subir na cama, deitou-se sobre o corpo do marido, reivindicando os lábios rosados e doces do cultivador. Xiao XingChen arfou com a intimidade em ter Song Lan acima dele novamente, ansioso pela noite que viria para eles.

Seu pescoço foi presenteado com uma linha de beijos, alguns mais intensos do que outros. Xiao XingChen adentrou com os dedos nos cabelos de Song Lan, enredando-os com alguma força.

–ZiChen... Marque...

Sabia ele que o marido deveria reclamar direito sobre ele, marcar os pontos do fluxo de energia Yin. Seu corpo tremulava com antecipação, seu interior aquecendo com rapidez.

–XingChen, eu não...

–Faça isso, ZiChen!

Seu corpo arqueou quando os dentes do marido cravaram em seu pescoço, sua têmpora saltando e o coração batendo depressa sem ritmo. Os gemidos de Xiao XingChen invadiram os ouvidos de Song Lan como a pureza do vento e da água e o mestre do templo descansou uma das mãos na cintura esculpida do cultivador branco.

Através das frestas finas da janela de bambu, a brisa fresca noturna invadiu os aposentos dos mestres, um misto de cheiros doces e perfumados das plantações impregnando o ambiente.

A luminosidade da lua clareou os dois corpos, os tecidos vermelhos e dourados cintilando e piscando na escuridão.

Song Lan continuou sua trilha de beijos, mordiscando vez o outra a complexação leitosa do pescoço longo de Xiao XingChen, sugando a pele e marcando-o como seu. O mestre da montanha tremeu abaixo dele, movendo os quadris involuntariamente.

Seus lábios se uniam em uma dança quente, suas línguas entrelaçando uma na outra enquanto suas mãos percorriam o corpo alheio.

Os lábios de Song Lan roçaram o ombro de Xiao XingChen sobre a túnica e o mestre da montanha não suportou esperar por mais, levando as mãos na túnica e removendo a peça com maestria. A túnica vermelha escorregou por seus ombros, sendo retirada com rapidez pelo mais novo.

O mestre do templo admirou o corpo deitado sobre a cama: a pele tão clara como jade branco, flores de jasmin e o próprio cair da neve. Seu belo pescoço coberto por manchas vermelhas e roxas, uma marca circular quase perfeita com os dentes cravados na superfície.  Seus braços eram fortes, o esperado de um cultivador do nível de Xiao XingChen, a musculatura não exagerada e não fraca também. Xiao XingChen era perfeito.

Seus lábios entreabriram e um rouco gemido escapou quando Song Lan usou a ponta dos dedos para passear por seu peitoral, seus ombros e os braços. Seus pelos claros se ouriçaram e suas pernas se apertaram em calor. Parte de sua túnica cobria sua intimidade, uma ereção formada e apertada abaixo da barriga.

O cultivador do templo beijou a linha das clavículas, roçando os lábios frios pelos braços do marido. Seus lábios encontraram os pontos vermelhos e já duros no peitoral claro, tomando-os nos lábios e mordiscando e sugando cada um deles por um longo período.

–ZiChen... –Xiao XingChen suspirou como um animal manhoso, as mãos finas apertando os braços do marido. Segurou o tecido nas mãos, puxando a túnica para removê-la. Song Lan não o impediu, ajudando-o a remover sua própria túnica.

Xiao XingChen olhou diretamente para o aperto em suas calças. O rosto de Song Lan estava corado quando ele o fez e o cultivador branco achou adorável.

O mestre da montanha percorreu as mãos pelo peitoral do mestre do templo, desenhando linhas imaginárias com a ponta dos dedos na pele fria. Apertou seus ombros e notou como sua musculatura estava ainda mais forte do que se lembrava. Cada novo dia, Song Lan aumentava seu cultivo e nutria seu corpo.

O membro de Song Lan estava rígido, preso apenas pelo tecido vermelho. Xiao XingChen podia sentir como pulsava e aquecia, mesmo com sua mão não ultrapassando o abdômen do marido. Também necessitava do marido e sua própria ereção começava a doer.

Pouco entendia sobre isso, tendo lido apenas o livro de Wei Ying e ainda ouvindo-o falar de coisas tão sem vergonha para ele.

Seus pequenos botões continuavam a ser instigados com urgência, mordidos e sugados com força. Song Lan passou os polegares nos pontos sensíveis, acariciando com leveza. Xiao XingChen arqueou as costas, arfando e gemendo alto em prazer.

O nervosismo encontrou Song Lan quando se deitou sobre ele para beijá-lo. A lua brilhante esfregou os quadris contra ele, seu perfume doce misturando-se com o odor fresco de suor. Sua rigidez moía contra ele, o corpo de Xiao XingChen tingindo-se de tons quentes e corados. Por um momento, Song Lan apenas se deteve para olhá-lo. As ondas negras de seu cabelo espalhadas pelos lençóis rubros como o cair da noite, seu rosto puro e límpido completamente vermelho e a linha de suor descendo por sua testa. Xiao XingChen não era apenas bonito, sua beleza ascendia aos céus como uma divindade.

O mestre do templo esfregou as têmporas do cultivador branco, afastando alguns fios escuros que grudavam em seu rosto. As pontas dos dedos de Song Lan percorreram o peito desnudo com maestria, deslizando sobre a pele tão quente quanto as chamas das velas. Beijou seus pequenos botões duros e vermelhos outra vez, numa trajetória  incessante para tomar cada centímetro de pele.

Seus lábios encontraram os quadris, mordiscando as laterais tão bem desenhadas e talhadas. Xiao XingChen gemeu rouco, o hálito quente de Song Lan tão próximo de sua dureza. Com uma mão ágil, o mestre do templo removeu o pano vermelho que o cobria, admirando a ereção rosada do membro de Xiao XingChen. Já o havia visto antes, mas certamente não como agora. Seus dedos longos traçaram a silhueta do cultivador branco, suas coxas lisas e brilhantes, estremecendo sob o toque de Song Lan. O mestre do templo marcou as duas coxas macias, acariciando as pernas longas do marido. Tocar a pele de Xiao XingChen era como tocar a mais pura seda.

–ZiChen... –os lábios se entreabriram para chamá-lo, implorando para que o marido continuasse. Mesmo com sua inexperiência, Xiao XingChen sabia o que desejava. –Por favor, Gege...

Ouvi-lo chamar de forma tão sedutora e delicada fez seu estômago estremecer e se tornar quente. Song Lan não esperou ou ponderou sobre o melhor a ser feito, tomando Xiao XingChen em sua boca. O cultivador branco gemeu e arqueou o corpo em contato com a boca úmida de Song Lan, enterrando os dedos nos cabelos grossos do marido.

–Argh, ZiChen...

Seu corpo se movia e torcia por pura vontade. A língua macia de Song Lan explorando cada canto de sua virilidade, lambendo e sugando sem algum pudor, deixando-o em um estado cataclismico. Seus dedos orquestravam uma belíssima sinfonia nos quadris de Xiao XingChen, deixando-no com a respiração difícil e compassada.

O mestre da montanha então invocou uma barreira de silêncio, incapaz de conter sua voz baixa por muito tempo. Desviando o olhar para o meio de suas pernas, contemplou Song Lan o levando daquela forma desinibida, seus cabelos densos e soltos caindo sobre as coxas dele enquanto seus olhos fechados davam vislumbre para os cílios longos e escuros, roçando na parte inferior de seu corpo. Seu interior aqueceu e seus dedos encontraram os ombros de Song Lan, as unhas penetrando a pele fina de marfim.

–ZiChen, eu... Se afaste... Por favor, ZiChen...

Mas o mestre do templo não se deteve, continuando seu ato por mais algum tempo antes da lua brilhante e brisa gentil se derramar em sua boca.

A essência de Xiao XingChen era doce e perfumada, fresca como orvalho e bambu, mas quente como uma infusão de chá recém preparada. Song Lan limpou os lábios, levantando o rosto para encará-lo. A respiração de Xiao XingChen era intensa, abafada e muito sonora. Seu peito descia e subia em um ritmo alarmante e Song Lan se preocupou. Seu rosto estava coberto pelas próprias mãos, como se assim pudesse cobrir sua própria vergonha.

–XingChen... Está tudo bem? –perguntou, descansando a mão na bochecha febril do cultivador da montanha.

Xiao XingChen nunca sentira antes tamanha sensação, seu corpo fluindo com violência como ondas quebrando na costa. Seu corpo estava fervendo, ardendo com cada carícia de Song Lan. Sua mente explodiu-se em muitas cores, como um belo vitral quebrando na luz do sol.

–Sim... Sim, estou, eu... –sua voz de vacilante e seu corpo se contraiu em espasmos.

Retirando as mãos do rosto, abriu os olhos para fitá-lo. Song Lan estava tão próximo dele, seu rosto coberto por uma camada de vermelho e rosa quentes, as chamas das velas brilhando em seus olhos negros.

–Você quer continuar?

–Sim, Gege... Por favor...

Song Lan necessitava saber quem o ensinara a chamá-lo assim. Todo seu corpo se contraiu em desejo com aquela palavra, sua ereção moendo contra as calças. Xiao XingChen percebeu isso, levando a mão instintivamente para a rigidez do marido. Song Lan arfou, o mínimo toque de Xiao XingChen o levava ao paraíso.

–Você gostaria que eu... –Xiao XingChen tossiu, voltando a encostar-se nas almofadas macias. Estava visivelmente cansado.

–Não se preocupe, XingChen. Eu posso fazer isso.

Song Lan removeu a última peça que o prendia, liberando sua excitação de uma única vez. Xiao XingChen franziu a testa, envergonhado pelo tamanho e espessura diante de seus olhos. Era a primeira vez que o via sem sequer peça de roupa.

O mestre do templo sorriu de canto, tão envergonhado quanto o próprio marido. Tateou as mãos na pequena mesa, encontrando bolsa com a caixa que Wei Ying dera à eles. Retirou da caixa, segurando um frasco entre os dedos. Os olhos de Xiao XingChen brilharam em antecipação.

Com alguma dificuldade, leu os pequenos caracteres indicando um óleo de cor clara. Removeu a tampa e embebeu o dedo indicador. O líquido era espesso e o cheiro suave, pingando em gotas densas e de uma cor âmbar. Song Lan esfregou o indicador, o dedo médio e o polegar espalhando uniformemente. Voltando-se para Xiao XingChen, separou suas pernas devagar, notando a pequena fenda rósea e úmida.

–XingChen, se doer...

–Está tudo bem. –interrompeu, acalmando o marido no melhor que pode. Song Lan assentiu, posicionando o primeiro dedo na entrada.

O dedo deslizou para dentro com dificuldade, Xiao XingChen gemendo baixo pela dor que o atingiu. Song Lan estava atento a qualquer sinal, disposto a para caso fosse necessário. Movendo o dedo devagar, Song Lan abriu algum espaço, retirando e pondo devagar.

Xiao XingChen era um cultivador muito forte e habilidoso, usando sua própria energia para canalizar a dor em fluxos e diminuí-la gradativamente. Quando o dedo deslizou com facilidade, Song Lan introduziu o segundo. Apesar do desconforto, Xiao XingChen não gemeu em dor, mas o som íntimo que saiu de seus lábios foi um tremendo deleite para o mestre do templo. Recordando suas leituras, Song Lan abriu os dedos no interior de Xiao XingChen, expandindo e preparando o interior do mestre para recebê-lo. Com um terceiro dedo, o cultivador branco arqueou as costas.

Sua fenda úmida inchou nos dedos de Song Lan, apertando-o com força. Pingava como seiva de árvore e Song Lan retirou os dedos de seu interior.

–XingChen, eu vou entrar.

As palavras de Song Lan fizeram Xiao XingChen corar, assentindo com extrema vergonha. O mestre do templo apoiou as pernas do marido ao redor da cintura, segurando seu próprio membro na entrada molhada. Vagarosamente, empurrou para dentro com cuidado, parando quando a glande  entrou por completo, esperando que o cultivador se acostumasse com a invasão.

Com a expansão tão cuidadosa de Song Lan, Xiao XingChen não se sentiu muito desconfortável. A extremidade do membro de Song Lan vibrava em seu interior em espasmos ritimicos e crescentes.

–Dói? –perguntou, uma mão acariciando o abdômen de madre pérola de Xiao XingChen. Seu interior era extremamente apertado e Song Lan sentiu o membro ser moído.

–Apenas um pouco. Continue, gege...

Suas capacidades mentais não estariam mais tão sãs se o marido continuasse a chamá-lo daquela forma. Empurrando devagar, Song Lan o penetrou com certa dificuldade, apoiando as mãos em cada lado da cintura de Xiao XingChen.

O cultivador branco abriu os lábios para respirar, fechando as mãos ao redor dos quadris de Song Lan.

–Continue... –sua voz vacilou.

Com a confirmação, Song Lan começou a se mover lentamente. Se os sons que saíam da boca de Xiao XingChen fossem uma indicação, então o mestre da montanha parecia muito satisfeito.

As bochechas macias de sua parte traseira se moviam com o avanço de Song Lan, suas peles tocando-se criando uma onda de choque avassalador em ambos os corpos. Song Lan deslizou os dedos nas pernas macias, segurando-nas e erguendo acima de seu ombro. Xiao XingChen engoliu sem seco, assustado pela posição que se encontrava agora, tão vulnerável. Entretanto, quando o membro deslizou para dentro com mais intensidade, quase não sentiu dor.

Song Lan empurrou e moeu contra ele, aumentando o ritmo de suas estocadas com cada vibração do corpo de Xiao XingChen. Sua testa cobriu-se pelo suor e os cabelos grudaram no rosto. Apoiando uma mão na cama, dobrou-se contra o cultivador branco, penetrando-o mais profundo. Xiao XingChen gemeu e gritou rouco, um espasmo incontrolável percorrendo o corpo enquanto as veias suportavam o bombeamento veloz de sangue. Um calor mais forte o envolveu e um gemido alto escapou de seus lábios que soou por todo o aposento.

Seu membro atingiu o ponto de prazer de Xiao XingChen e quando o percebeu, Song Lan aumentou seu ritmo, batendo contra a sensibilidade de Xiao XingChen. Sua cabeça caiu para trás e com sua mão livre, beliscou os mamilos vermelhos e inchados entre os dedos.

Xiao XingChen gemia descontroladamente, todas as partes de seu corpo desejando mais, ardendo com a intimidade profunda entre eles. Esfregar-se nele antes do casamento não se comparava a isso, nada se comparava a isso.

Song Lan espalhou beijos pelas pernas, os pés e nas coxas, lambendo as gotículas de sangue que se formaram em sua marcação. Tocou novamente o membro de Xiao XingChen, levando-no nas mãos enquanto seu quadril se movia com agilidade.

–Gege... Mais rápido... Mais rápido...

Aquilo estava se tornando insuportável para ele. Song Lan saiu de seu interior com cuidado, recebendo um olhar confuso e preocupado. Com cautela, segurou os quadris do marido e o virou de costas, descansando-o contra os tecidos macios enquanto seus dedos apertavam as nádegas redondas e convidativas. Em um pequeno impulso, arqueou o corpo do marido, voltando a penetrá-lo com vontade. Seu ritmo estava acelerado e Xiao XingChen pensou que se partiria em dois.

Uma vez que Xiao XingChen se acostumou, ele amou a sensação de seu corpo. A reivindicação de Song Lan era intensa, forte e desenfreada. Xiao XingChen se perguntou quanto de desejo estava acumulado desde o início. Suas nádegas e coxas nuas bateram contra a virilidade de Song Lan, fazendo-a vir pela segunda vez nos lençóis. Envergonhado, escondeu o rosto entre as almofadas, os lençóis vermelhos presos entre os dedos.

–A-Chen... A-Chen...

Song Lan estava fora de si quando entrou o mais fundo possível, fazendo com que o corpo do cultivador branco tremesse abaixo dele. Sua semente foi derramada no interior apertando, aquecendo e preenchendo o mestre da montanha por completo. Song Lan arfou, deslizando para fora com cautela.

Ver o marido deitado de forma tão sensível o fez sorrir, beijando os ombros e as costas. Acariciou a nuca e o virou para si.

–Está tudo bem?

Xiao XingChen quase não se lembrava como respirar. Todo seu corpo não obedecia suas vontades e ele apenas assentiu, puxando o marido para si e selando seus lábios com amor. A brisa fresca soprou no interior do quarto e as chamas das velas tremeram. Algum tempo se passou antes que se separassem, já sem fôlego.

–XingChen, há uma tina com água quente.

Song Lan ergueu o corpo do marido nos braços, levando-o para o cômodo de banho e o colocando na água quente.

–Irei trocar os lençóis.

O mestre do templo beijou o alto da testa do cultivador branco, afastando alguns cabelos do rosto ávido.

Quando Song Lan retornou para o cômodo de banho, Xiao XingChen dormia pacificamente na água aquecida. Uniu-se à ele na tina, acomodando-o em seu peito. Com um pano macio, esfregou o corpo de Xiao XingChen, limpando cada mínima parte de seu corpo.

Após banharem-se, Song Lan o carregou para a cama limpa e o secou. O mestre da montanha murmurava palavras sem sentido, pego pela sonolência que o atingiu. Vestiu-o com uma simples túnica branca de dormir, ajeitando o corpo cansado nos tecidos e almofadas macias antes de se deitar.

Aninhou Xiao XingChen em seus braços, velando por seu sono. Tudo o que fizeram durante a noite ainda estava vívido em sua mente, vagando em cada suspiro e gemido, cada vez que seu corpo tremeu de excitação e desejo.

Song Lan não imaginou que aquela figura angelical e etérea acordaria no meio da noite apenas para selar seus corpos outra vez. O momento entre eles foi um equilíbrio perfeito da natureza e cada suspiro rouco saído da garganta de Xiao XingChen era uma canção aos céus e à terra. Song Lan estava dentro do cultivador branco, preenchendo-o por completo, movendo-se cada vez mais fundo e atingindo picos cada vez mais altos. Eles se moveram juntos, lentos no início. As provocações de Song Lan inundando a alma de Xiao XingChen ao máximo. Nada existia ao redor deles além do calor das chamas das velas e a luz da Lua e das estrelas. O alívio chegou explosivo por três vezes quando enfim desabaram novamente nos braços um do outro.

༺༻

Song Lan despertou com o sol nascendo no horizonte. Os pássaros começaram seu canto alegre, de árvore em árvore e a vida na floresta estava iniciando um dia novo. Virando-se para o lado, Xiao XingChen dormia tranquilamente, sua respiração calma e tranquila.

As recordações na noite anterior o fez corar. Todo o corpo de seu marido estava marcado, em pequenas ou grandes manchas de tom roxo e vermelho. Olhando para o próprio corpo, viu como também estava marcado. Suas costas ardiam pelas unhas de Xiao XingChen cravadas a cada impulso de seus quadris, deixando-o completamente rasgado. Isso sequer importava quando se estava com Xiao XingChen.

Os feixes de luz solar iluminaram o corpo alvo de Xiao XingChen, como conchas na praia beijadas pelo calor do dia. Song Lan fixou seus olhos no ser celestial sobre os lençóis brancos. Seu corpo estava coberto na metade, revelando uma cintura agradavelmente curvilínea, os lençóis moldando as nádegas redondas e aveludadas. Por um momento, imaginou que não se passava de um bom sonho.

Xiao XingChen se remexeu na cama, tocando o lado vazio. Abriu os olhos vagarosamente, reconhecendo o marido em pé na grande janela, uma porcelana com fumaça nas mãos. Estava vestido de uma túnica clara, e Xiao XingChen concluiu que ele deveria estar completamente nu por baixo. Song Lan levou a porcelana aos lábios, segurando com firmeza a peça entre os dedos.

–ZiChen? –chamou suave. O marido se virou para ele, caminhando de volta para a cama.

–Você dormiu bem? –Song Lan beijou sua testa e o nariz, acariciando o rosto aquecido pelo sol.

–Muito bem. Você acordou faz tempo?

–Não, meu amor. Um pouco antes de você.

Meu amor...

Xiao XingChen desejou ouvir essas palavras por muitos e muitos anos. Moveu as mãos para o pescoço do marido, selando seus lábios nos dele.

–O dia está bonito. Não quer ir para fora? –perguntou o mestre do templo, levantando-se novamente para pegar uma túnica para o marido. O tecido era tão branco quanto todas as outras de Xiao XingChen, mas com desenhos bordados e mais grossa que o habitual. –É um pouco frio agora. Então vista isso.

Xiao XingChen tomou a túnica em mãos, admirando a peça antes de ajeitá-la para vestir. Sentou-se na beira da cama, forçando-se a levantar. Seus pés não o obedeceram e ele tropeçou.

Seu quadril estava extremamente dolorido.

–XingChen? Você está bem? –Song Lan disse, apoiando o marido nos braços.

–Estou, ZiChen. Isso deve ser comum depois de...

Não conseguiu terminar a frase e Song Lan corou como fruta madura. Pegou a túnica e se vestiu com a ajuda do marido, ajeitando os cabelos com um adorno.

–ZiChen? –falou quando estava pronto.

–Sim?

–Foi incrível... Obrigado, Gege. –sorriu doce, os lábios curvando em um furinho na bochecha.

–Pare de me chamar assim. –Song Lan voltou-se para o espelho, adornando o prendedor de cabelo antes de sair. Xiao XingChen conteve um riso nos lábios, caminhando com alguma dificuldade.

Xiao XingChen bebeu seu chá e esperou o corpo se recompor antes de se juntar aos outros fora do Pavilhão da Lua. A placa estava sendo talhada perfeitamente por Leng Shen, concentrado em seu ofício. O pescoço estava coberto por marcas e Xiao XingChen agora sabia o porquê.

MeiJiu SanRen não vestia mais que uma túnica de campo, os cabelos presos em um coque alto transpassado por um adorno vermelho. Seu pescoço estava bem coberto e conhecendo a personalidade de sua shijie, sabia que não seria notável tão cedo.

Song Lan colhia folhas de chá com Tai Yang, enquanto Bai Feng fazia os ajustes finais em suas novas espadas. Em algum momento teriam de escolher um nome para as lâminas.

–Daozhang! Daozhang! –A-Qing gritou para ele, aparecendo entre os bambus altos e verdes.

–A-Qing!

O cultivador a abraçou com afeição, organizando alguns fios soltos de seu cabelo.

–Estamos partindo para Gusu. Eu vou sentir a sua falta, Daozhang. De todos os Daozhangs...

–Também sentiremos sua falta, A-Qing. Quando desejar, pode se unir a nós.

–Eu vou ser uma grande cultivadora como BaoShan. Eu voltarei em alguns anos, Daozhang. Espere por mim!

E tão rápido como apareceu, A-Qing se foi. À distância, Xiao XingChen viu o o sobrinho e o marido, acompanhados de seus juniores. Acenou para eles, pensando no momento que se encontrariam outra vez. Não seria nunca um adeus.

Nesta vida ele encontrou o filho de CangSe e já era muito gratificante poder vê-lo.

Caminhou de volta para o pavilhão, sentando-se na parte frontal e admirando a beleza da manhã. Song Lan colhia as folhas com calma, olhando para ele vez ou outra. MeiJiu se uniu à ele, cuidando das marcas fundas deixadas no pescoço.

–Use as flores de jasmin no próximo banho. Seus quadris irão melhorar.

Xiao XingChen não queria saber como ela descobriu isso. Apenas assentiu, mudando o rumo de sua conversa.

Quando o Sol estava no meio do céu, Song Lan retornou para ele, beijando-o com extrema paixão na entrada do pavilhão.

–Vamos comer, A-Feng preparou um prato do templo para nós.

Xiao XingChen gostava da comida do templo e isso lhe trazia boas lembranças. O mestre Zhihao e Mingzhu Xiansheng o enchia de comida todas as vezes que esteve no templo, fazendo-no provar todo tipo de alimento e combinações.

–ZiChen... –o deteve pelas mãos, Song Lan se voltando para encará-lo. –Me sinto feliz em ser seu marido e poder contemplar o mundo ao seu lado outra vez.

Os olhos de Song Lan encheram-se de água, mas o mestre não permitiu que caíssem por seu rosto. Levou uma mão na bochecha do marido, acariciando com a ponta dos dedos.

–Eu penso o mesmo, A-Chen. Eu te amo.

–Eu também te amo, ZiChen.

Seus lábios encontraram os do mestre da montanha e o tempo já não era mais importante.

–ZiChen, eu nunca imaginei que nós... Bem, talvez em meus sonhos. –os dedos afilados percorreram o anel brilhante em seu dedo, esfregando para comprovar que não era um mero sonho. –Fique comigo para sempre.

–Eu jamais deixarei você outra vez.

Xiao XingChen, a lua brilhante e gentil brisa, a poeira estelar da manhã. E Song Lan, a neve distante e geada fria. Este nome sequer fazia jus à ele agora, porque, se XingChen deixou de sentir algo na noite passada, foi frio.

Oi, bolinhos! O que acharam do capítulo? Eu perdi as contas de quantas vezes mudei algo porque não achei muito bom kkkkkk

Enfim, espero que tenha agradado.

Como falei, vou fazer os agradecimentos no último capítulo.

De toda forma, agradeço a paciência! ❤️

Eu iniciei uma nova história chamada O Grão Mestre e o Imperador de Jade, onde o casal principal é wangxian, porém terão muitos outros casais.

Mais uma vez, obrigada por tudo! Trago o próximo capítulo na sexta feira.

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