A Morte Te Segue

By sstrawberrylittle

27.7K 4.2K 11.7K

Na Universidade do Colorado em Boulder, após o caos ser orquestrado, há paz. Após uma semana intensa de prova... More

Comunicado!
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Epílogo.
Agradecimentos!

Capítulo 3

842 147 164
By sstrawberrylittle

"Mas eis a hora de partir: eu para morte, vós
para a vida. Quem de nós segue o melhor
rumo ninguém o sabe, exceto os deuses."
Sócrates.

Nicolas estava em um sono profundo, até começar a sentir uma dor águda em seu corpo por ter dormido no chão. Decidiu então abrir os olhos, e foi quando vislumbrou os cabelos de Margot próximo ao seu rosto, expelindo um cheiro intenso de camomila. Ela estava aconchegada em seu peito, tomada por um sono profundo. —  Ótimo, pelo menos a nervosinha não passou a noite inteira com a cabeça no chão frio e duro. —  Nicolas pensou, em ironia. Ao mesmo tempo sentiu vontade de rir, pois depois de tanta marra e orgulho presenciados naquela mulher ontem a noite, não serviram de nada ao visualizar sua imagem tão complacente, acolhida ao seu corpo agora pela manhã.

O homem, com a cabeça doendo, começou a chacoalhar o pequeno corpo de Margot, para que pudesse levantar-se. A garota, depois de muito resmungar, levantou apressadamente quando reparou aonde estava deitada. A sua postura destemida voltou à tona, mostrando o mesmo desdém de horas atrás. — Nem parece a mesma menina que estava aconchegada em meus braços há alguns minutos. — Nicolas pensou.

— Dormiu bem? —  Nicolas questionou, com sarcasmo.

— Não, você ronca demais. — Margot mentiu, tentando causar desconforto no professor.

Nicolas pegou o celular em seu bolso, e visualizou o horário. Seis da manhã. Seu pai já deveria estar chegando, e enfim ele estaria livre daquele pesadelo chamado Margot Franco.

Um breve silêncio se fez, até um barulho de passos no banheiro ressoar pelo local, e ao olhar para expressão no rosto da garota ao seu lado, Nicolas pode ver o que mais parecia ser uma expressão de horror do que alívio.

— Relaxa, é o meu...

Antes que pudesse terminar a frase, Margot colocou a mão em sua boca, na tentativa de faze-lo ficar quieto, porém, Nicolas logo afastou sua mão para longe, confuso com essa atitude.

— Você é louca? — O rapaz gritou.

— Fica quieto. — Margot sussurrou.

— Ficar quieto? É a nossa chance de sair daqui! —  Nicolas disse, com a voz exasperada.

Os dois concentraram sua atenção na porta assim que ouviram uma chave ser inserida na fechadura, e segundos após, a maçaneta girando sorrateiramente. Ao ser aberta vagarosamente, a porta rangeu. Margot apertou o braço do rapaz ao seu lado, como se fosse arrancar sua carne com as unhas. Assim que a imagem de um senhor grisalho apareceu, com roupas cinzas e um sorriso espontâneo, a paz tomou conta do ambiente, e fez com que a jovem ficasse mais tranquila.

— Filho? — O senhor questionou, olhando para Nicolas.

— Que bom que chegou, pai. — Nicolas disse, abraçando o senhor. — Essa é a Margot.

O senhor olhou rapidamente para garota acanhada em sua frente, e logo desviou o olhar para Nicolas novamente, com o cenho franzido.

— Já disse que é um problema ficar saindo com as meninas da univerdade, Nick. — Advertiu seu pai.

— Não meu senhor, ele não está saindo comigo. —  Margot protestou. — Eu ainda estou com todos meus neurônios no lugar para dar bola para o seu filho, com todo respeito.

— Fico feliz, minha jovem. Prazer, Harris Owen. — O velho sorriu.

— Sou Margot Franco. — Margot esticou os braços para Harris, que logo apertou a sua mão, e balançou sultimente. — Bom, eu já vou indo, mas em todo caso, foi um prazer em te conhecer, senhor Harris. Ah! E Nicolas, foi um total desprazer te conhecer.

— O desprazer foi todo meu, Margot. — Apressou em dizer.

Após a mulher sair apressadamente pela sala, Harris olhou para Nicolas animado.

— Gostei dela. — O velho disse sem hesitar. — É muito espontânea.

— Até demais. — Nicolas bufou, pensando em como a garota havia o estressado naquele momento em que passaram juntos.

Margot saiu do banheiro e seguiu apressadamente pelos corredores que davam entrada para o estádio, e que inclusive, até o momento, estava vázio, cheio de lixo espalhado pelos cantos. Isso despertou uma revolta na jovem, que desde criança, sempre lutou pelas causas ambientais. Em sua visão, o fato do ser humano ter feito diversas descobertas, mas ainda não ter aprendido o caminho da lata de lixo, lhe dava uma sensação retrógrada da humanidade.

Ao sair do estádio, em passos firmes, algo estranho chamou a sua atenção. Várias sirenes piscando em volta de uma área do campus, coberto por um gramado. A área estava isolada por várias faixas amarelas. Os pés de Margot começaram a ficar mais lentos cada vez que se aproximava mais da área, até que ficaram totalmente estagnados no local. Sua presença logo chamou a atenção dos políciais, e um homem negro, com cabeça raspada, e uma barba bem contornada em seu rosto, foi em sua direção, passando por baixo da faixa amarela.

— Olá, senhorita. — O homem disse, com um olhar desconfiado. — Meu nome é Adrian Ross, sou detetive. Quem é você? O que faz aqui a essas horas?

— Meu nome é... Margot. — A jovem disse, desatenta, bisbilhotando entre os carros de polícia. — Eu estou voltando do jogo.

— Não é um pouco tarde para estar voltando do jogo? — Adrian questionou, desconfiado.

— Sim, é que eu fiquei presa... no vestuário masculino. — Emitiu um sorriso tímido. — O senhor Harris, que faz limpeza no local, me destrancou hoje cedo. O que aconteceu?

— Hum. — Assentiu. — É um homícidio. Provávelmente foi um assassinato passional.

— No meio do campus? — Margot interrogou.

— Sim. — Afirmou. — Viu ou ouviu algo estranho essa noite?

Margot lembrou-se da silhueta que visualizou na janela do depósito, e da ligação desconhecida que recebeu no meio da madrugada, e seus instintos logo despertaram um sentimento de horror.

— Recebi uma ligação de um número privado. — A garota suspirou, lembrando-se daquele momento de pânico. — Uma voz estranha , que parecia adulterada, disse que não adiantava eu me esconder.

— Senhorita, qualquer tipo de criança passa esse tipo de trote, não precisa ficar com medo. — O detetive suspirou. — De qualquer forma, iremos rastrear esse número para que você possa se sentir melhor. Me permite? — Estendeu as mãos.

— Sim. — Margot retirou o celular do bolso, e entregou para o detetive.

Adrian Ross análisou a tela do celular de Margot por um breve momento, apertando várias teclas, porém, Margot não questionou de ter sua privacidade invadida, afinal, não tinha nada a esconder. Seus olhos estavam focados em uma maca de necrotério, que saiu vazia do fundo de uma van preta, provávelmente era o carro que iria levar o corpo para autópsia. A maca voltou carregando um corpo, coberto apenas por um lençol branco, e era possível visualizar apenas os cabelos loiros, com uma mecha no tom rosa, por baixo desse lençol.

Margot sentiu seu coração bater disparadamente, e suas pernas fraquejarem. Leonora havia feito uma mecha sútil, na cor rosa, em seus cabelos antes do jogo. A sua intenção era mudar o visual, mas sua mudança foi quase imperceptível, o que fez suas amigas caírem na gargalhada quando viram.

Uau, que mudança! Nem te reconheço mais. —  Margot provocou.

Engraçadinha. —  Leonora riu.

—  Nicolas vai cair nas suas garras depois dessa mudança radical. — Mikaylla pronunciou, sentada em sua cama, abaixando os óculos de grau para encarar a amiga.

—  Ele vai pensar "como não reparei nessa garota antes? ela tem uma mecha rosa!"  — Margot gargalhou.

Uau, vocês são tão engraçadas. — Leonora protestou, jogando dois travesseiros nelas, um em cada amiga.

Margot ficou olhando paralizada aqueles cabelos saindo do lençol. Até que, abruptamente, saiu correndo em direção a maca, e sem pensar duas vezes, puxou aquele tecido fino que cobria o corpo sem vida, na intenção de provar para si mesma que não era sua amiga, e sim outra pessoa. Na tentativa de se convencer que o sumiço daquela loira inconsequente, significava apenas uma fuga para fazer sexo sem compromisso com algum homem qualquer. Ou quem sabe, aproveitar a noite em alguma festa pelas redondezas da cidade. Mas suas expectativas foram frustradas.

Leonora Leach, vinte e quatro anos, assassinada no campus da universidade. Seu corpo estava pálido, e sua boca estava roxa. Visivelmente dava para ver marcas em seu pescoço, sangue seco próximo à sua cintura, que deve ter aparecido devido aos cortes em sua barriga. Os cortes formavam um desenho um tanto que esquisito, ao lado de seu umbigo, descendo para seu sexo, em formato de círculo, e em seu topo, uma flecha apontada para cima. Na biologia, esse símbolo é usado para representar o sexo masculino. Ao certo, não dava para saber se havia sido feito por um bisturi ou por algum tipo de faca, só que foi feito por algo afiado.

As pernas de Margot bambearam, e sua cabeça começou a dar várias voltas. Ela não entendia o motivo daquilo estar acontecendo. Queria acreditar que tudo era um sonho e que logo iria acordar, mas a realidade não era bem assim. Logo, sua vista escureceu, e apenas sentiu o impacto de seu corpo caindo no chão, fazendo com que tudo que tivesse em sua mente naquele momento, desaparecesse.

Continue Reading

You'll Also Like

139K 1.2K 3
Thomas é um rapaz surdo-mudo que está vivendo o sonho de entrar para a Universidade. Ciente das limitações dos ouvintes ao seu redor, o plano inicial...
153K 10.8K 35
Sinopse : Alguns dizem que boas garotas são garotas que ainda não foram pegas e eu digo que ate mesmo as boas garotas vão para o inferno principalmen...
457K 13.9K 104
Camila é uma mulher forte e sonhadora. Ela mora com o pai desde pequena, porém a relação dela com seu pai, Saulo, não é das melhores. Ele é um homem...
23.6K 323 7
Selena é uma adolescente comum, com alma de artista. Pouco popular, passa despercebida pelos corredores do colégio. Um de seus maiores desejos é ser...