~Ladies and gentlemen and others! Trouxe mais um capítulo como prometido.
Eu quero agradecer (outra vez) todas as pessoas que acompanham essa história! Não se esqueçam de comentar e votar nos capítulos.
Como sabem, eu possuo uma outra história (original) e inscrevi ela em um concurso. Não me importa ganhar ou perder, apenas tentar me deixa bem feliz.
Estou reunindo one shots para um livro que publicarei em agosto. Se tiver algum shipp que desejaria ver, dedicar algo para alguém ou simplesmente ter personagens criados por você em uma das idéias, deixa mensagem no mural!
Sem mais delongas, boa leitura e até o fim do capítulo!
MeiJiu SanRen indicou a clareira que usariam como uma porta de entrada para a Montanha Celestial de BaoShan.
Ao seu lado, Bai Feng permanecia inquieto. Sabia ele que, se permitido entrar, o destino seria implacável.
Muitos anos enfrentou ele sem companhia, sem sequer amigo para falar, sem um mestre para ensiná-lo ou uma família para lhe dar algum consolo.
Eles poderiam nunca mais se ver e seus caminhos poderiam separar-se.
Não apenas Song Lan, que certamente permaneceria ao lado de Xiao XingChen para sempre; mas também a mulher que ele amava agora, o único ser pelo qual ele havia se apaixonado durante toda sua vida.
Injusto seria se ele tivesse que impor uma escolha, tanto para seu amigo quanto para MeiJiu.
Song Lan escolheria Xiao XingChen, e ele estava certo. MeiJiu não poderia deixar a montanha, e ela estava certa. Seu futuro seria perambular sozinho mais uma vez.
Sobre seus ombros, uma sombra pousava. Todos aqueles que passaram por ele, aqueles que ainda vivem e aqueles que tiveram suas vidas tomadas.
–Bai Shidi.
Quando a voz de Song Lan soou mais dura que o normal, ele acordou de seu devaneio amargo.
–Song-ge.
Seus olhos tornaram-se muito frios e cortantes.
–Temos que ir. MeiJiu espera por nós.
–Eu não posso, ZiChen. Eu perderei tudo e não quero ver o mundo desabar diante de meus olhos.
–Não há nada para perder.
O vento soprou sobre sua pele fazendo com que seus cabelos dançassem.
Ele se voltou para frente e notou a mulher que amava entretida em uma espécie de círculo de energia, concentrando sua atenção no solo luminoso.
Não sentiu quando suas lágrimas desceram.
–ZiChen, eu sei que você terá uma segunda chance, meu irmão. Porém eu, viverei a sombra de uma felicidade apenas sonhada.
–Você terá a chance de cortejá-la para BaoShan SanRen.
Celeremente, Bai Feng iniciou um riso alto, apoiando uma de suas mãos aos ombros de seu melhor amigo.
–Você cortejará Xiao XingChen para BaoShan? Eu acredito que não. Não estou pronto para a morte, gege. Ainda muito precisa ser feito.
Um casto sorriso se formou em curva na laterais dos lábios de Song Lan.
–Se for o necessário, eu farei.
Como se um vento forte o atingisse no rosto, Bai Feng entreabriu os lábios em surpresa.
–Você está corando, gege. –falou.
–Eu não estou, Bai Shidi.
Ele acenou com a cabeça, mas as lágrimas não cessaram. Seus lábios ainda riam.
Song Lan tinha um olhar curioso.
–Ou então eu deveria ir até BaoShan e cortejar ambos os irmãos?
O mestre taoísta mais velho empalideceu, e Bai Feng pode ver a raiva formando sobre sua cabeça e a possessividade tomando os olhos brilhantes.
–Eu deveria surrá-lo até perder sua memória, Bai Shidi.
Bai Feng quase iniciou uma nova risada, contendo-se com medo de que a ameaça fosse real.
Diferente disso, Song Lan riu.
–Vamos, Bai Shidi. Estamos atrasados.
O mestre caminhou veloz em direção ao círculo com a ligação feita por MeiJiu: um olhar singelo de que deveriam partir o mais depressa possível.
–Ei, Song-ge! Você acabou de rir? Ei, você sabe como fazer isso?
–Sou capaz, apenas não vejo utilidade em fazê-lo. Ande depressa!
༺༻
Na floresta de bambu, atravessaram a última curva que indicava a entrada para a Montanha Isolada.
A última canção do vento soprando entre as minúsculas frestas fez o coração de Bai Feng errar inúmeras batidas.
A noite se fechou escura pela falta de iluminação, fosse das lanternas ou apenas alguma chama de fogo próxima.
Com as lágrimas ainda secando na pele pálida do rosto, Bai Feng se auto silenciou por algum tempo. À sua frente, MeiJiu os guiava pela estrada.
–Sinto como se não soubesse aquilo que nos espera, Song-ge. –falou finalmente tomando alguma coragem.
Se MeiJiu os ouvia, ela não deu atenção alguma.
–Eu passei longos anos apenas esperando para subir esta montanha uma outra vez. –iniciou ZiChen, se abrindo para uma última conversa mais ampla e clara.
–E agora está feito, mas você se sente inseguro. –continuou Bai Feng.
Song Lan consentiu.
–ZiChen, eu não sei o que farei quando tudo se encaixar como deve.
–Do que está falando?
Desviando o olhar para o céu, o mestre mais novo suspirou fundo.
–Quero dizer, você seguirá o seu caminho e muito possivelmente XingChen o seguirá. Mas eu...
–Podemos compartilhar uma vida, Bai Feng. Construir um lugar para todos nós. –interrompeu ele.
–Você realmente seguiria essa ideia, ZiChen? Quero dizer, todos nós em uma mesma casa? A beleza de Xiao XingChen à vista?
–Eu poderei pensar se deixar de me provocar por isso.
MeiJiu sentiu a lágrima fria dançar movimentos ágeis em seu rosto. Seus lábios se contraíram e ela sorriu.
Bai Feng sentiu a angústia torcer seu estômago na forma mais cruel e preocupante.
–Iremos esperar aqui. BaoShan Laoshi já sabe que chegamos.
Não muito depois, passos eram ouvidos como meros ruídos suaves sobre a grama que cobria a montanha.
Um tilintar alto quebrou o torpor em que se encontravam, pressionando diretamente nas costas de Bai Feng.
O mestre engoliu seco.
–A mestre aguardava apenas dois. Quem é este, A-Jiu?
Pressionou com maior firmeza a ponta da espada, faltando pouca força para furá-lo.
–A-Mei... Abaixe a espada. É uma ordem.
Em desgosto, a jovem cultivadora devolveu a espada na bainha, ainda encarando fixamente o homem à sua frente.
MeiJiu virou-se e seu olhar era tranquilo.
–Este é Bai Feng do Templo BaiXue e este é...
–Song Lan.
Havia aborrecimento e desgosto em sua voz, mas ZiChen não a julgou. Compreendia que seu nome se tornara conhecido na montanha de BaoShan, e não de uma forma agradável.
–A-Mei, deixe-nos passar. Todos nós.
–Eu o farei quando disser porque Hwei-Ru não está com você e seus... amigos.
–A-Ru?
O rosto de MeiJiu tomou uma feição desesperadora.
–A-Ru desafiou as regras desta montanha e partiu à sua procura. Você não a encontrou?
Não houve, entretanto, uma resposta satisfatória. Em angústia, MeiJiu SanRen caiu sobre a grama fresca de joelhos, sendo apoiada por Bai Feng e Song Lan.
MeiJiu inclinou sua cabeça concentrando-se no chão.
–Eu irei encontrá-la. Nós iremos, A-Jiu. –pronunciou Bai Feng, lhe trazendo algum conforto.
–Os dias se tornam amargos, minha irmã. Diga-me algo de conforto. –disse por fim MeiJiu, desesperançosa.
–A-Jiu... Pouco no mundo ainda nos vincula à vida e nos traz alegria.
–O mundo nos traz dias sombrios, A-Mei. E ainda, o sol se põe todos os dias no horizonte.
Apoiando-se nos dois mestres, a cultivadora se levantou devagar, ainda possuindo alguma dificuldade ao fazê-lo.
–O seu amigo pode nos acompanhar.
༺༻
Os pensamentos de Song Lan estavam se tornando demasiado audíveis até para ele mesmo.
Caminharam até um pequeno pavilhão na escuridão, incapazes de enxergar muito diante dos olhos. Havia pouca luz e o silêncio tornava-se tão comum que seus ouvidos passaram a detectar os ruídos de pequenos animais entre as árvores.
Não soube contar o tempo em que estava ali, em um aposento sozinho. Bai Feng fora levado para outro, talvez próximo e talvez não. Ele não soube dizer.
À vista disso, Song Lan descobriu que não fora a noite que se tornara mais escura, e sim os seus solitários pensamentos lhe trazendo uma dor aguda no peito.
Da abertura de sua janela, ele pode presenciar com encanto o manto noturno coberto de pontos cintilantes que embrulhavam o horizonte.
A razão de seus sentimentos conflitantes era unicamente a mestre de Xiao XingChen.
Por que ela o queria na montanha? Castigá-lo por abandonar seu discípulo amado como seu próprio filho?
De qualquer forma, ele aceitaria seu destino e a responsabilidade de todos os seus atos.
Uma sombra caiu sobre ele e apenas assim ele pode notar uma outra presença no aposento.
–Song ZiChen.
Virou-se em um único salto, assustado pela intromissão.
A cultivadora estava à sua frente mais uma vez.
–BaoShan Laoshi pediu para que eu viesse chamá-lo. A-Jiu e seu Shidi se encontram nos quartos pessoais da mestre.
Em concordância, ele a seguiu apressado para fora do quarto.
–Devo advertir-lhe que alguns de nós não estão satisfeitos com sua presença.
Eles caminharam em passos silenciosos pelos corredores evitando quebrar a tranquilidade e paz que a Montanha Celestial emanava.
–Não imaginei de forma diferente.
–Certo. Não posso acompanhá-lo agora.
De frente para as grandes portas escuras, a cultivadora tomou sua posição de guarda e permitiu sua entrada, fechando as portas atrás de si.
Os quartos pessoais de BaoShan SanRen não possuíam grande iluminação, assim como não haviam muitos móveis no cômodo.
No fim do cômodo, acima de um pequeno lance de escadas, estava a mesa e BaoShan SanRen.
Song Lan uniu suas mãos diante de seu corpo e a reverenciou, colocando-se de joelhos após observar de relance MeiJiu e Bai Feng nas extremidades.
–Olhe para mim, Song ZiChen.
Ele o fez.
Olhar diretamente para BaoShan SanRen era um tremendo martírio.
As velas acesas sobre a mesa da mestre taoísta refletiam uma faísca desconhecida nas pupilas de seus olhos cinzentos, algo como aborrecimento.
A sério, o rosto da mestre de Xiao XingChen era inigualável.
–Aproxime-se. Eu não quero feri-lo, se é isso que você teme.
Olhou para ela sem falar sequer palavra, caminhando devagar até que se encontrou perto o suficiente dos degraus.
Song Lan sentiu seu corpo estremecer e a dor em seu peito voltar ainda mais latejante do que outrora.
Sentiu como se ela pudesse enxergar toda sua alma apenas com o olhar frio e vazio.
Estava suportando uma tortura quase que insuportável, criada por sua própria tristeza.
–Você aqui esteve uma vez, pelo remorso contido no coração de meu filho XingChen.
–Eu... Eu me arrependo...
–De suas palavras, Song ZiChen? De suas palavras orgulhosas e ferozes? Eu não desejo seu arrependimento, assim como não posso perdoá-lo.
A informação não o surpreendeu. Song Lan compreendia que havia mágoa nos corações daqueles que amavam Xiao XingChen, tão doloridas e abertas como sua própria.
Seu corpo cedeu e novamente ele se pôs de joelhos, sentindo como se o frio arrasador do gelo moído no inverno o jogasse contra o manto branco e congelante. Ardia mais que ter o corpo incendiado.
Um gosto amargo como fel dominou a sua língua e ele desejou que este não fora o primeiro gosto a sentir outra vez. Abrindo seus olhos, percebeu que a dor lancinante e o gosto terrível em seus lábios devia-se ao fato de uma tremenda mordida indesejada, em sua própria língua.
BaoShan SanRen conhecia seu coração e os sentimentos que carregava, assim como a expressão dura que seu rosto se tomava.
–Eu sei... Sei que...
Seus lábios feridos e o gosto ferroso de sangue escorregaram para fora de sua boca, e ele pausou suas palavras como se pronunciá-las fosse tão difícil por estar sendo golpeado de forma violenta por uma força maior.
–Meu abandono machucou XingChen... Eu...
Bai Feng e MeiJiu SanRen desejaram confortá-lo, lhe trazer algum apoio aos traumas que carregava, ainda que não fosse permitido.
BaoShan havia lhes advertido para não interromper em nenhum momento, ainda que a situação se tornasse muito desconfortável.
–A alma de meu filho se despedaçou pela angústia, o medo e o remorso.
O rosto fino de BaoShan se contorceu em uma expressão amarga, e sua voz tão cortante e fria quanto uma tempestade de neve e a pele de um cadáver.
Seu tom era impassível.
Os olhos escuros de Song Lan, que um dia pertenceram a Xiao XingChen, incharam devido ao fluxo descontrolado de lágrimas.
–Eu desejaria que você sentisse essa ferida aberta e crua, Song ZiChen. Para sempre.
Seus batimentos cardíacos aumentaram o fluxo de seu sangue e ele pode sentir o líquido quente queimá-lo debaixo da pele.
–Ainda que exista minha objeção e ela deve ser clara, Song ZiChen, não é para mim que você deve lamentar-se.
As pesadas portas se abriram devagar, rangendo conforme eram empurradas com alguma dificuldade.
MeiJiu SanRen sentiu o chão se dissipar debaixo de seus pés e sua visão se tornou turva e escura.
Passos cambaleantes adentraram os quartos, esbarrando entre algumas vigas finas de madeira na entrada.
–ZiChen? Você está aqui?
༺༻
~Eu prevejo algumas pessoinhas querendo me matar, mas como prometido, o capítulo está aí!
A continuação estará disponível em dois dias, como prometido. O capítulo era bem grande e mais uma vez precisei dividi-lo.
Se encontrarem erros, sinalizem! Fiz a revisão mas não sei de tudo salvou corretamente.
Como sempre, eu agradeço a Yanligranger por sempre me apoiar em tudo. Eu amo muito você!
Indico novamente a fic songxiao da LotusFlower124 que é muito fofinha, de universo alternativo. ❤
Também indico a fic songxiao que comecei a ler hoje e já adoro, da Kyra_Kastro 💚
Não se esqueçam de votar e comentar nos capítulos, isso ajuda muito na divulgação da história e me mantém animada com a escrita.
Não vou ficar enrolando. Então até o próximo capítulo! ❤❤❤