~Olá, SongXiao lovers! Hoje trago um capítulo de memórias. São fragmentos de eventos que ocorreram com Song Lan, XingChen e outras pessoas importantes nessa história, com passagens muito bonitinhas sobre a amizade de Song Lan com XingChen, alguns lapsos do amor crescente e os anos que passaram juntos.
Ainda os dias atuais.
Eu espero que o capítulo agrade vocês. Obrigada por todas as leituras, comentários e votos! Me fazem muito feliz e me inspiram a continuar!
Nos encontramos no fim do capítulo.
Beijo :3 ❤
Primeira memória: Templo BaiXue
"O riso de Xiao XingChen carrega consigo a beleza de um dia ensolarado de verão. Nada parece ser mais belo do que isso".
Foi com tamanha beleza em palavras que Bai Feng falou de Xiao XingChen pela primeira vez.
O cultivador errante havia acabado de chegar no templo ao lado de Song Lan, e todos os discípulos olhavam para ele com vislumbre e admiração.
No primeiro dia, ainda que alguns poucos curiosos se manifestassem, a maioria dos discípulos manteve uma certa distância da figura nova e tão diferente de todos os outros.
De forma compreensível, XingChen possuía aparência etérea e suas roupas eram sempre tão pálidas quanto as nuvens no céu.
Com o passar dos dias, eles puderam notar XingChen rindo por todo o templo, sendo seguido todas as manhãs, tardes e noites pelos jovens discípulos do templo.
–Deixem Xiao XingChen em paz! Vocês deveriam estar em seus estudos. -A voz de Bai Feng carregava um descontentamento que não era real, mas ele imaginou que XingChen merecia um pouco de descanso.
Todos os dias ele estava na presença dos juniores do templo, ensinando a eles todo tipo de coisa. Algumas noites eles podiam até mesmo vislumbrar o cultivador demonstrando sua habilidade com a espada, em uma dança ritmada manejando ShuangHua.
–Eu acho que Bai Shixiong está com ciúmes porque não recebe atenção. -riu um dos jovens discípulos, carregando consigo a risada dos outros garotos.
–Não seja tolo! XingChen Daozhang é meu amigo. Se eu necessitar falar com ele, eu apenas preciso procurá-lo.
–Se Bai Shixiong diz... -o garoto continuou rindo, usando uma das mãos para abafar sua risada.
–Eu deveria castigá-los por isso. Como vocês ousam...
–Bai Shidi.
Ele foi interrompido por uma voz mais grossa, que trazia medo ao coração dos discípulos mais jovens.
Song Lan os observava impassível, sem desviar o olhar em sequer momento.
–Song Daozhang!
Os jovens discípulos disseram em uníssono, unindo suas mãos em um cumprimento respeitoso.
–Voltem para suas aulas.
–Sim, Song Daozhang!
Com a diversão estampada no rosto suave de Bai Feng, e uma careta zangada de um discípulo júnior, eles se separaram. Bai Feng voltou sua atenção para Song Lan, e havia uma estranha faísca em seus olhos.
–Algo ocorre, Song-ge?
–Não encontro XingChen.
Esta era a faísca.
–Eu o vi pela manhã, sendo seguido por alguns discípulos... Discípulos mais velhos.
–O que quer dizer?
Bai Feng se contraiu em uma risada alta, os olhos abrindo e fechando conforme perdia o ar.
–Oh, confesso que isso valeu a pena ser dito. Song Daozhang, Song Daozhang... Me impressiona sua tolice.
A princípio, Bai Feng não pode notar o descontentamento nos olhos de Song Lan, mas o amigo sempre lhe foi uma incógnita.
–Não compreendo o que quer dizer, Bai Feng.
–O que aconteceu com "Bai Shidi" meu querido irmão?
–Sabe ou não onde está XingChen?
–No pátio atrás do templo.
Ele falou por fim, observando a figura em vestes negras se afastar rapidamente.
–Espero que um dia seja capaz de notar seus próprios sentimentos.
No pátio, sobre um tronco de madeira, ele encontrou Xiao XingChen rodeado de discípulos, alguns muito próximos e outros apenas a espreita, como se aguardassem o momento certo de agir, seja lá o que desejassem fazer.
Sua aparência tão divina se sobressaía naquela tarde quando Song Lan o encontrou.
O sol estava alto e o dia era quente. Os raios luminosos quentes sobre sua pele, a brisa carregando o perfume doce e inebriante por uma longa distância. Ele recupera o fôlego após observar tão atentamente como a luz do sol beija a forma magra, como se os próprios deuses estivessem elegendo um novo semi deus para eles.
Quando ele se vira para ele e faz sua presença notável, Song Lan sente que seus pés esquecem como caminhar e seu coração bate em êxtase.
–ZiChen!
Sua doce voz soa como cítaras tocadas no mesmo ritmo.
Ele sorriu, levantando-se de seu lugar e caminhando de encontro ao outro mestre.
Song Lan desviou o olhar.
Quando ele se uniu ao outro, o rosto de Song Lan se tornou vermelho.
–ZiChen, o que há de errado? Você está febril?
Involuntariamente e preocupado, XingChen levou a mão ao rosto de Song Lan, tocando uma das maçãs de seu rosto.
O mestre taoísta se afastou de forma tão brusca que o cultivador errante abriu os lábios em surpresa.
–ZiChen, perdoe-me, eu... eu me esqueci... Sua misofobia... Desculpe.
O corpo de ZiChen tremeu violentamente com o toque repentino e ele se amaldiçoou por parecer tão fraco.
–Tudo está bem.
Não.
Definitivamente não.
Nada estava bem. As poucas vezes em que ele foi tocado, nunca foi de forma tão íntima.
–Certo...
Não havia confiança em sua voz.
Abismados pela demonstração rápida de afeto e pelo toque impensado, os discípulos foram se afastando aos poucos.
Ele nunca soube o que XingChen havia sentido e certamente XingChen não sabia que o motivo pelo qual ele se afastou não era desprezo.
Segunda Memória: Estrelas
"Eu não sei o que o acompanha, mas sua luz parece tão brilhante quanto à luz das estrelas".
Uma velha senhora proferiu aos ouvidos de Song Lan, quando o mestre taoísta recebeu uma pequena oferta em sua mão, uma bolsa de moedas, como presente pela bondade de XingChen.
Eles investigavam uma cidade que sofria de aparições de cadáveres ambulantes.
Ao cair da noite, eles ouviram os ruídos dos cadáveres caminhando, ShuangHua apontando para eles enquanto XingChen a segurava com firmeza.
Ele deixou Song Lan sozinho em um momento, e ele não soube o porquê até encontrar a senhora na estrada.
Eles nunca se afastavam ou lutavam muito distantes um do outro.
Song Lan soube então que Xiao XingChen o deixou sozinho para proteger uma senhora, levá-la em segurança antes que os cadáveres se aproximassem. Ela era manca e já não podia ser tão rápida quanto o restante.
Quando o serviço estava terminado, XingChen se sentiu feliz pelo presente generoso, ainda que não desejasse aceitar. A senhora insistiu.
As horas passaram tão depressa, e eles compartilhavam um momento juntos no gramado da cidade. A abóbada celeste coberta por seu manto de estrelas.
A brisa fresca balançava as vestes incaustas de pureza de XingChen, a lua clara sobre sua cabeça.
Song Lan observou com encantamento. A luz das estrelas perderiam em uma batalha caso o adversário fosse Xiao XingChen.
Terceira Memória: Neve
"Eu sinto que estou apaixonado por você".
XingChen pensou após uma longa observação, seu rosto se mantendo reto e os olhos atentos ao homem que estava alguns metros a sua frente, alugando um quarto em uma pousada para um rápido descanso após uma caçada noturna bem sucedida.
A neve começou a cair, tão leve e gentil, mesmo com a temperatura tão destruidora que caía a cada segundo. XingChen levantou aos mãos para o alto, tocando os flocos gelados que caíam.
Havia uma capa grossa em seus ombros, quente, que pertencia a Song Lan. O mestre taoísta havia entregado uma de suas capas quando se despediram de sua rápida passagem ao Templo BaiXue.
Ele falou que devolveria, mas Song Lan disse que não era necessário. Por longos meses ele se sentiu confuso com a capa, não sabendo se ZiChen havia lhe dado um presente ou apenas não queria mais algo seu que tocou em outra pessoa.
De qualquer forma, isso era mais que o suficiente para Xiao XingChen.
Quando enfim eles conseguiram um lugar para descansar, ZiChen dormiu tão rapidamente, seu corpo exausto pelo trabalho excessivo.
Eles não praticaram inedia por um bom tempo e agora sentiam o peso de um dever adiado.
Mas contrário a ZiChen, Xiao XingChen não conseguiu dormir. Ele permaneceu na varanda, sozinho, observando como a neve se tornava mais densa. Muitas vezes ele enfrentou o inverno, mas desde sua decida da montanha, tudo lhe pareceu mais frio que o habitual.
Ele continuou observando, a neve caindo e Song Lan dormindo.
–Eu amo você. Já faz algum tempo.
O seu próprio silêncio cobriu esta declaração, dita em palavras que mais pareceram sussurros.
Em algum lugar na escuridão que se formava, na densa cortina de neve, ele ouviu uma coruja piar. Sua atenção se voltou para o som por um momento.
–Perdoe-me. São coisas tolas de se pensar. Isso seria improvável.
Sua determinação falhou e ele cedeu.
–Esqueça, ZiChen. Boa noite.
E até o dia em que ShuangHua marcou o seu pescoço para sempre, ele nunca disse.
Song Lan, em seu profundo sono, nunca soube.
A única testemunha de sua declaração era uma coruja perdida na neve.
Tempo Atual, Chyou.
–É bom vê-la aqui, MeiJiu.
Bai Feng falou em desdém, observando a mulher se aproximar devagar da mesa de pedra no jardim.
–Sempre o acompanho. Todas as vezes que me chama.
–Exato. Não é todo todo dia que você vem sem que eu pergunte. Entretanto, posso me acostumar com isso.
Ele sorriu, brilhante.
–Você não possui cara, Bai Feng.
Era verdade que em todas as vezes que se encontraram era por um pedido de Bai Feng. Mas MeiJiu acreditou ser melhor encontrá-lo antes que o homem batesse à sua porta outra vez.
–Song Daozhang saiu muito cedo para cultivar. Eu acredito que ele esteja muito perto de respostas melhores de A-Chen.
Ela falou em calmaria, levando a porcelana com chá aos lábios.
–Ele tem demonstrado mais felicidade. Em nossa conversa durante a noite, eu o vi sorrir.
Era claro que a feição sombria de Song Lan não mudava com facilidade. Vê-lo sorrir era uma tremenda vitória.
MeiJiu balançou a cabeça, mas teve que sorrir.
–É um progresso. A alma da senhorita A-Qing tem se tornado muito forte. Acredito que deveríamos partir em busca de trazê-la de volta.
Bai Feng sorriu, mas ele quase não ouviu as palavras de MeiJiu. Sua atenção estava voltada para os lábios cativantes e expressivos, tão diferente da senhora que ele conheceu semanas atrás.
Seus lábios sorriam abertamente, e ele não pode deixar de devolver o sorriso.
Bai Feng sabia que estava muito longe da perfeição de MeiJiu, e que talvez ele jamais pudesse ser correspondido. De qualquer forma, para ele, ele sentiram-se feliz pela maneira como as coisas ocorriam.
Eles tiveram muitas noites habituais em que caminhavam juntos após a refeição noturna, e várias vezes conversaram até que o sol começasse a subir ao céu.
Quanto a essa aproximação e os sorrisos involuntários de Bai Feng quando adentrava o quarto, Song Lan nada disse.
Em um momento, eles não faziam mais vigília sozinhos.
MeiJiu SanRen e Bai Feng eram tão bons companheiros quanto Song Lan e Xiao XingChen.
E Song Lan foi o primeiro a notar isso.
Ele sabia que Xiao XingChen teria demorado a notar caso pudesse vê-los. Ao menos foi o que ele pensou.
Quando Song Lan retornou à pousada, MeiJiu e Bai Feng analisavam um grande mapa sobre a mesa do quarto que compartilhava com o amigo.
–O que fazem?
Ele perguntou, atraindo a atenção dos dois mestres que até então não pareceram notá-lo.
–Song-ge, estamos traçando uma rota. Acredito que seja o momento de partirmos de Chyou. -falou Bai Feng.
Ele queria partir, muitos dias atrás. Ele desejava mostrar a XingChen e A-Qing outras partes e locais deste mundo.
Mas esperou, porque era o que deveria ser feito. MeiJiu e Bai Feng trabalhavam muito ao seu lado para trazê-los de volta, e ele ouviria toda e qualquer sugestão.
Ele se aproximou da mesa e se uniu a eles.
–Para onde iremos? -ele pronunciou um pouco animado.
–Iremos para LangQiao. Há alguém que desejo encontrar. -MeiJiu levantou o olhar, após apontar no mapa uma pequena cidade escondida entre duas províncias.
–O que há em LangQiao? -perguntou Bai Feng de pronto, atraindo a atenção de Song Lan.
–Uma velha amiga. Iremos?
Song Lan apenas assentiu. Bai Feng demorou algum tempo em sua decisão, mas não seria capaz de contradizer a mulher à sua frente.
Quando a noite caiu, eles deixaram a pousada e Chyou para trás.
LangQiao ficava quatro dias de Chyou, e por mais que fossem cultivadores de alto nível, eles não voaram em suas espadas, mas seguiram caminhando, conhecendo novas paisagens e as relatando para Xiao XingChen e A-Qing.
Quando enfim puderam avistar a entrada da cidade, Bai Feng se preocupou.
Em sua visão, a cidade estava abandonada e não parecia ter sequer um morador naquele local.
–MeiJiu...
–Confiem em mim. Ela está sobre a montanha. Continuem.
Eles continuaram em passos lentos, adentrando uma névoa espessa e solo liso e escorregadio.
Conforme se aproximavam da montanha, uma camada densa de névoa e fumaça crescia, se tornando difícil de enxergar.
Um tilintar alto de espadas foi ouvido, e uma figura em vestes negras, e vermelhas voou para frente, impedindo que progredissem no caminho.
–Como ousam subir a esta montanha? Acaso procuram a morte?
Não houve resposta rápida antes que sentissem um forte ardor em seus pés.
A lâmina da espada havia feito cortes em suas peles finas!
Os três mestres caíram agachados.
–Se algum dia ousarem cometer este mesmo erro, certifiquem-se de estarem de joelhos!
~Ola, meus amores! Este capítulo ficou tão grande que está dividido em três partes!
Essa é a primeira parte, e agradeço pela espera paciente.
Eu não me senti muito bem esses dias, o que levou a este pequeno atraso.
Estou fazendo os retoques finais de uma novel original que escrevi, e espero trazê-la para o wattpad ainda essa semana.
Não há muitas novels sobre mulheres senhoras de seita, ou grandes mulheres em batalha. A minha novel é exatamente isso, uma mulher tão poderosa que supera a força de cultivo dos senhores!
Dêem uma olhada nas histórias dessas garotas incríveis, ElieSilva_, Yanligranger e lyu_dnjm!!!
O restante dos capítulos eu trarei durante a semana.
Para a felicidade de todos, estes são os últimos capítulos sem nosso amado Daozhang!
Não está revisado, se encontrar erros, sinalize.
Até a próxima! ❤