Cada Vez Mais

Door AMaySousa

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O mundo de Emilia Calton não acabou depois de descobrir a traição do namorado com uma de suas melhores amigas... Meer

Epígrafe
Um
Dois
Três
Quatro
Cinco
Seis
Sete
Oito
Nove
Dez
Onze
Doze
Treze
Quatorze
Quinze
Dezesseis
Dezessete
Dezoito
Dezenove
Vinte
Vinte & Um
Vinte & Dois
Vinte & Três
Vinte & Quatro
Vinte & Cinco
Vinte & Seis
Vinte & Oito
Vinte & Nove
Trinta
Trinta & Um
Trinta & Dois
Trinta & Três
Trinta & Quatro
Trinta & Cinco
Trinta & Seis
Trinta & Sete
Trinta & Oito
Trinta & Nove
Quarenta
Epílogo
★Agradecimentos★

Vinte & Sete

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Door AMaySousa

- Por que não começamos as montagens ainda esta semana? - Henri questiona, me seguindo pelo corredor após combinarmos a organização da feira.

- As barracas vão ficar ao ar livre - explico -, não queremos que tudo desmorone. Melhor deixarmos para uma semana antes.

- Está tudo bem mesmo o pessoal do teatro se apresentar, não é?

Tento não revirar os olhos. Claro que não me importo. E daí se Analu vai ter seu momento de atriz organizado por mim? Eu não ligo para o que ela faz ou deixa de fazer. A feira é para arrecadar fundos para a festa de fim do ano letivo, então é bacana se todos do último ano participarem de alguma forma.

Eu paro em frente ao meu armário e tento encontrar uma forma de abri-lo sem derrubar meus livros e a papelada no chão.

- Me deixe ajudá-la com isso. - Henri tira o peso dos meus braços sem esperar que eu aceite sua ajuda.

Ele me lança um sorriso quando me vê encarando. Desvio o olhar e trato de abrir o armário.

- Você e seus pesos, Lia - diz enquanto deposita o material no pequeno espaço.

- Nunca se sabe-

- Quando você vai precisar. É, eu sei.

- Admita, Henri, você ficou aliviado de não ter mais que carregar minhas coisas por aí - gracejo.

Não que eu pedisse que ele fizesse tal coisa, mas Henri sempre tomava tudo da minha mão se achasse que era demais para mim. Era como uma função auto-imposta como namorado.

Henri estreita os olhos com humor. Ele passa as mãos pelo cabelo escuro curto e dá de ombros.

- Eu não me incomodava, de verdade.

O dia estava extremamente esquisito. Henri não tinha sido chato durante nossa reunião, algumas pessoas - em sua maioria garotas - me lançavam olhadas rápidas, e eu tinha a terrível sensação de que o grupinho de Iza Gonzáles cochichava sobre mim, quando entrei na sala de aula mais cedo.

Tentei afastar a sensação desconfortável. Devia ser só impressão minha.

Henri começa a falar alguma coisa, mas é interrompido pela chegada de Analu. Ela o abraça por trás, lançando um sorriso pouco amigável para mim.

- Ora, parece que esse tempo juntos está fazendo bem para vocês dois - comenta. - Não me digam que estão se acertando e vamos todos ser melhores amigos outra vez?

Dou um sorriso amarelo e ajeito a alça da minha bolsa no ombro.

- Se me derem licença.

Começo a me afastar dos dois, mas Analu chega mais perto e segura meu braço.

- Você já deve saber o que andam comentando por aí.

Paro, retirando a mão dela de mim. Franzo a testa.

- Do que você está falando?

- Da festa, bobinha. Que você foi com Devaze.

Devaze? Estão comentando sobre mim e Theodoro?

- Ele me deu uma carona - repondo na defensiva.

- Quem diria, Lia. Indo a festas, saindo com Theo. Isso é o que chamo de mudança radical.

Ela dá uma risada debochada e toma a mão de Henri, o levando para longe, alegando que está com fome. Eu permaneço no meu lugar, paralisada. Meu Deus, não posso acreditar que há outra fofoca com meu nome circulando pela escola.

Alguém me pergunta alguma coisa, mas mal escuto, então peço licença e quase corro para o refeitório. O que é uma péssima ideia porque fico consciente de cada par de olhos sobre mim e sinto vontade de me encolher até sumir.

Avisto Flora e Austin em nossa mesa de sempre e ele acena ao me ver. Eu desabo na cadeira e Flora desliza uma bandeja com mini sanduíches e suco em minha direção.

Eles não falam nada por um tempo, mas percebo que sabem exatamente o que anda rolando. Cubro o rosto com as mãos e respiro fundo. Mais que droga!

A cadeira ao meu lado faz barulho e abaixo as mãos para ver de quem se trata. Theodoro se senta com as mãos erguidas em rendição os notar meu olhar fuzilador para ele.

- Vá embora, Devaze - rosno. Mas ele me ignora e apanha um dos meus sanduíches, mordendo um pedaço. Observo em choque. O que diabos ele está fazendo? - Eu estou falando sério! - repito, tomando o sanduíche dele. Não que eu o queira já que ele colocou as mãos, mas não vou lhe dar essa satisfação.

Ele mastiga paciente antes de se dirigir a mim.

- Antes que você me ataque, eu já desmenti toda essa baboseira.

Flora afaga minha mão e sorri com carinho.

- Não se estresse, Lia. Eles logo esquecem, como dá última vez.

Ajusto o óculos dela em seu nariz como de costume.

- Não ajuda em nada você vir sentar aqui - Austin diz a Theo. - Está chamando atenção.

Olho ao redor com o coração na mão. É verdade, várias pessoas olham para nossa mesa.

- Vá embora - resmungo, batendo no ombro dele.

- Calma aí, garota. Eu só vim saber o que rolou na sexta, Tony não me contou nada.

- Talvez porque não seja da sua conta - aponto.

Theo sorri malicioso e cruza os braços.

- Vocês saíram juntos, não foi?

Estou a um passo de pegar o copo e jogar todo o suco na cara dele. Mas me seguro, não precisamos de um escândalo.

- Mas não devem ter se divertido, imagino - ele supõe.

Na cadeira em minha frente, Austin se engasga e começa a tossir. Flora dá batidinha nas costas dele.

Meu rosto esquenta e viro-me em direção a Theodoro.

- Você é insuportável.

- Ei, achei que fôssemos amigos!

- Achou errado.

- Não estou dizendo por mal. É que encontrei o cara ontem, e ele não parecia lá muito contente. Diz para mim, baby, o que rolou?

- Eu não vou falar da minha vida particular com você. O que você é, conselheiro amoroso, agora?

Theo revira os olhos e faz menção de levantar. Ótimo.

- É aniversário do irmão mais novo do Tony, por isso ele não veio hoje. De nada.

Então ele nos dá as costas e vai embora.

- O que foi isso? - Austin questiona confuso, recuperado de seu engasgo.

- Eu acho que ele está apenas preocupado com o amigo - Flora diz.

- Ele é um fofoqueiro, Flora - retruco. - Mas chega disso. Vamos mudar de assunto.

Ignoro todo mundo que vem atrás de detalhes sobre minha suposta saída com Theodoro, e é com grande satisfação que pego o ônibus no final das aulas para voltar para casa. Não há ninguém em casa quando chego, como previsto, então tomo um banho demorado e faço minha lição para o dia seguinte.

Estou escolhendo um filme na TV quando meu celular toca.

Meu estômago gela ao ver o nome na tela. Não nos falamos nesses dois dias. Eu tinha a sensação de que dessa vez não era Antony que estava me dando um espaço para pensar. Dessa vez era ele que precisava de um tempo longe.

Eu tinha tomado uma decisão baseada nas minhas emoções em um momento de pânico. E sim, eu tinha pensado no assunto, mas não conseguia chegar a uma conclusão de fato. Porque minha cabeça dizia para me afastar, mas meu coração me mandava fazer outra coisa.

Apanho o celular antes que a chamada se encerre e atendo a ligação.

- Oi - digo, minha voz soa receosa e procuro acalmar meu nervosismo.

- Hey, Lia. - A voz dele se derrama pelas minhas terminações nervosas e sou tomada por um arrepio. - Como você está?

Gemo de desgosto enquanto me largo deitada no sofá.

- Ficou sabendo, não foi? - sondo envergonhada.

Ele se demora um pouco para responder e tomo isso como um sim.

- Eu soube. Theodoro me contou, na verdade.

- Odeio isso. Ele me disse que desmentiu, mas acho que não deram a mínima. Fofocar é mais interessante, presumo.

- É, mas aposto que logo surge outro tema na roda. Tente não se chatear muito com essas bobagens.

- É um absurdo acharem que transei com Devaze. Iza me perguntou isso com todas as letras no meio da aula, Tony! Foi horrível. Quase contei que tinha ido embora com você.

Antony ri do outro lado da linha e sinto minha irritação ceder um pouco.

- Oh, isso sim daria o que falar - ele diz.

- Foi o que pensei, achei melhor ficar quieta.

Eu me ajeito no sofá, sentando-me direito e colocando uma mecha de cabelo bagunçada atrás da orelha.

- Então, eu queria saber se você não está afim de ir ao Danya. Eu vou levar meu irmão, pensei que pudéssemos conversar enquanto tomamos sorvete, que tal?

Suspiro. Eu bem que queria, para falar a verdade. Seria bom ter um pouco de sossego, mas eu sabia que não encontraria exatamente isso se saísse com Antony. Estalo os dedos ganhando tempo.

- Quero conversar, mas vamos deixar para amanhã, pode ser?

- Linda... você está me enrolando - acusa, mas o tom da voz dele é de divertimento, o que me deixa mais tranquila.

- Talvez - rio. - Mas sério, eu estou estressada demais agora, não vou ser uma boa companhia, e não quero brigar com você.

- Você sempre é uma boa companhia, Emilia.

- Nem sempre.

- Nos falamos amanhã, então. Fique bem - ele diz se despedindo e eu desligo.

Em seguida trago uma das almofadas para perto e enterro meu rosto nela, abafando um grito. Apenas para extravasar.

Amanhã. Amanhã eu tomo uma decisão. Agora eu só preciso fingir que minha vida está em perfeita ordem, e que nada está fugindo do meu controle. Isso, fingir. Eu sou boa nesse jogo. Tenho anos de prática.

Deixo a almofada de lado, e volto a me ocupar em escolher um filme.

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