Se eu te contar meu segredo, sei que vai me entender, Só que eu não posso ir me entregando pra você, Vamo com calma, vamo ver se rola Pra ninguém se machucar.
Ainda é muito cedo pra gente falar de amor, Isso não quer dizer que apaixonado eu não tô, Só tô indo com calma, pra quando eu te entregar, Meu coração não ter mais dúvidas.
Henrique e Juliano
Não passou por minha cabeça que quando eu viesse ver a Fabiana no seu serviço ela não estaria, juro que passou tudo em minha cabeça, menos ela fugindo de mim. Imaginei até mesmo ela me acertando um belo tapa na cara por ser idiota e a ter beijado antes de contar o que esta acontecendo comigo.
Matheus teve a brilhante ideia de chamar Marcela para nos ajudar, esperamos Emanuelly ir embora e nos reunimos na sala dele para poder contar para a Mar o que tinha acontecido. Posso dizer que ela ficou muito feliz quando contei tudo né?
- Vocês só podem ter feito curso de babaquice, não tem condições. - ela olha brava pra nos dois e depois olha pro teto e diz. - Isso é castigo de outras vidas meu Pai? como você me da dois amigos tão babaca desse jeito?
- Ei, calma ai, eu não fiz nada dessa vez, estamos aqui para ajudar ele a conversar com a Fabiana. Me deixa fora dessa.- Matheus se defende e nós olhamos pra ele com cara de deboche.
- Claro que você não fez nada né? você é um santo Matheus, não sei como não fizeram um pedestal ainda e te colocaram lá em cima. - Eu solto uma gargalhada e Marcela se vira pra mim novamente. - Se eu fosse você não ficava rindo não. Sinceramente? minha vontade é ir lá no apartamento das duas agora e me juntar a elas em um plano de vingança contra vocês, porque vou falar com vocês viu, ta difícil de defender !
- Eu sei que errei Mar, eu paguei caro com 5 anos afastado dela, sem uma noticia nem nada, você sabe disso. E vou provar pra ela que eu mudei e que mereço uma segunda chance. Sei que fiz ela sofrer e me arrependo muito, só que não posso desistir dela por isso, eu AMO ELA, muito!- Matheus diz chateado.
- Eu sei que fiz errado também, sei que o certo seria contar tudo pra ela antes de beija-la, só que foi mais forte que eu. Eu não espero que ela me perdoe e fiquemos juntos, só quero me explicar com ela para que não pense que eu a vejo como uma qualquer para passar meu tempo enquanto não me caso. - Desabafo.
- O problema de vocês é fazer e depois pensar, ficam chorando o leite derramado em vez de vigiar para não entornar. - ela diz séria. - Não adianta vocês ficarem fazendo carinha de sofrido pro meu lado não. Vocês tem que consertar as burradas de vocês mesmo, pelo pouco que conheci delas, elas não merecem nada disso que passaram. Mas, o caso do Theus ele que tem que se resolver mesmo, o seu Gui eu vou ajudar, vou chamar ela para conversar e você me encontra lá para conversar com ela. - ela diz pegando o celular e digitando algumas coisas.
Depois de uns 15 minutos em completo silêncio ela se levanta e me olha.
- Bora, ela vai me encontrar na praça de alimentação do shopping que a encontramos na primeira vez que você a viu. - ela vai saindo da sala e eu levanto e me despeço do Matheus antes de segui-la.
Eu vou o caminho todo pensativo, nunca fiquei assim por ninguém, ela mexe comigo como ninguém nunca mexeu, é como se a conhecesse a anos. Minha vontade era pegar ela e sumir, deixando tudo para trás e curtir essa sensação boa que só ela me trás. Porque que minha vida tinha que ser tão complicada desse jeito? Podem me achar maluco, mas abriria mão de toda a minha herança para ficar com ela, se o meu problema fosse só o dinheiro. Se não fosse essa doença do meu pai, eu já teria mandado tudo pros quintos. E parece que foi só pensar nele que meu telefone toca e seu nome aparece no visor, olho para Marcela e ela fecha mais ainda sua expressão ao ver que é meu pai.
- Tudo culpa desse velho.- ela diz irritada.- Desculpa Gui, mas não consigo acreditar nessa doença, e mesmo que seja verdade, um pai não pode fazer o que ele ta fazendo com você. É maldade.- eu só balanço a cabeça em concordância e atendo meu pai.
Ligação on
- Oi pai.
- Preciso que venha para casa, Vivian esta aqui chorando e ameaçando contar para o pai dela que você não a quer mais. - ele da uma pausa e como não falo nada ele continua. - Você sabe como essa Junção é importante para mim, meu ultimo desejo antes de morrer meu filho.- ele diz com uma voz baixa e supostamente triste.
- Pai, se eu dissesse para o senhor que eu estou apaixonado por outra pessoa e que não quero me casar? Isso tudo é mais importante que minha felicidade? - eu pergunto mesmo sabendo a resposta.
- Não seja estupido Guilherme. - ele diz agora com rispidez.- Paixão acaba, um império é diferente. Mas se esta tão apaixonado assim, enrole ela, até firmarmos a junção. Depois você decide, se a deixa como amante ou se separa de Vivian e a assume.- Eu nunca imaginei que iria sentir vergonha do meu próprio pai. - Lembrando que o contrato só será valido após 1 ano de casado. - ele termina de cavar minha cova.
- Pai, eu não vou pra sua casa hoje, diga a Vivian que não conseguiu falar comigo ou qualquer coisa que ache melhor. Depois conversamos. - ele começa a falar alguma coisa mais desligo a chamada e meu celular.
Ligação off
- Eu sei o que vai dizer Mar, mas por favor agora não.- eu peço para ela e ela faz um cafuné na minha cabeça demonstrando que sabe que não esta fácil para mim.
Chegamos ao Shopping e seguimos rumo a praça de alimentação. Quando chegamos perto do restaurante que Marcela combinou com Fabiana , ela me ver e abaixa a cabeça.
- Gui, espera só um minutinho enquanto converso com ela? não quero que ela fique com raiva por ter mentido para ela. - Marcela pede e eu aceno com a cabeça me sentando em uma mesa distante mas que ainda assim consigo ver as duas. Seja o que Deus quiser, mas dependendo dessa conversa que nos dois teremos, eu estou disposto a largar tudo por mais louco que pareça .
Quando recebi a mensagem da Marcela para me encontrar com ela no Shopping, achei que seria a oportunidade perfeita para distrair ou até mesmo saber mais sobre essa historia do Guilherme sem da o braço a torcer e falar com ele. E qual não é minha surpresa ao vê-la entrando com ele na praça alimentação?
Abaixei minha cabeça e respirei fundo. Ela não tem culpa, provavelmente ele usou ela para chegar ate mim hoje. Eu nunca me sentir tão idiota como me sentir ontem a noite, é ridículo o modo como ele mexe comigo, como minha pele arrepia só de esta na presença dele, mais ridículo ainda foi com apenas um beijo eu imaginar coisas com ele que nunca senti antes com ninguem.
Não sou anti relacionamentos, não é isso. Só não tive experiências boas e tinha meio que riscado isso da minha mente e planos que tinha para os próximos anos. Achei valido depois de pegar minha prima que considerava minha melhor amiga com meu namorado na cama da nossa casa. Eu morava com minha tia e prima depois que meus pais morreram quando tinha 15 anos. Com 17 isso aconteceu e como esperado minha tia ficou do lado da minha prima, e ainda disse que eu era sonsa demais. Depois disso eu esperei calada os dois meses seguintes até fazer meus 18 anos e poder me mudar. Fui embora da cidade em que morava com elas, aluguei um apartamento com o dinheiro que ganhava da pensão dos meus pais e depois de poucos meses Manu mudou para lá e uma ajudou a outra.
Saiu dos meus pensamentos quando Marcela senta na minha frente.
- Eu sei que você deve esta com raiva agora.- ela começa dizendo e percebo que ela sabe o que ele fez. - Ele fez errado, eu sei. Mais ele só quer te explicar tudo, não precisa perdoar ele, acredite em mim, ele tá passando uma barra muito grande. Não viria interceder por ele se ele não merece.
- Realmente não era minha intensão escuta-lo agora, mas já que estamos aqui, melhor acabar com isso de uma vez. - falo séria. - Mas por favor, que isso não se repita, eu gostei muito de você, não aceito ser feita de trouxa.
- Oks, desculpa, realmente eu precisava ajuda-lo. - ela diz se levantado e indo na direção dele e eu fico esperando.
Vejo ela falar com ele e ele dar um abraço nela antes de se virar na minha direção e vim caminhando. Só de olhar pra ele meu peito se contrai, melhor ter dado errado logo, me sinto vulnerável perto dele e não gosto disso.
- Obrigado por aceitar falar comigo.- ele já senta dizendo.
- Não tive muita escolha não é mesmo? - vejo que ele fica com vergonha.- Vamos direto ao assunto Guilherme, fale, estou ouvindo.
Então ele começa a contar tudo que aconteceu, desde o momento que ele conheceu a tal noiva até o momento que seu pai anuncia a doença e "pede" que ele se case para fazer a Junção das empresas. Eu escuto tudo atenta e fico com dó dele, se isso que ele diz for mesmo verdade, o pai não vale nada, mesmo que essa doença seja verdade ( o que desconfio que não seja), pai nenhum tinha que fazer isso com um filho por ganancia.
- E foi isso que aconteceu Fabi, me perdoa? Eu juro que nunca foi minha intenção te magoar ou faze-la de trouxa, eu só não resistir. - Ele estava de cabeça baixa e então levanta e agora esta olhando dentro dos meus olhos, parece querer mostrar que esta falando a verdade.- Você me despertar sentimentos e sensações que nunca sentir antes. Eu estaria disposto a largar tudo se você quisesse me perdoar.- ele diz me pegando de surpresa.
- Eu entendi sua historia Guilherme, de verdade, sinto muito por tudo que esta passando.- respiro fundo.- Você também me faz sentir coisas que não esperava sentir tão cedo. Mas, você precisa resolver sua vida primeiro, um conselho que te dou, procure saber mais sobre essa doença do seu pai, para não fazer algo e se arrepender depois. - digo e me levanto.- Não estou dizendo que vou te esperar pra sempre, mas resolva a sua vida e depois me procure, quem sabe não podemos ver como as coisas vão ser.- aceno um tchau para ele e me viro indo embora.
Preciso dormir ao menos uns 3 dias seguidos para descansar de tudo que passei nesses poucos dias que cheguei nessa cidade. Cê ta doido!