Capítulo 24

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Trocaria a memória de todos os beijos que me deste por um único beijo teu. E trocaria até esse beijo pela suspeita de uma saudade tua, de um único beijo que te dei.
 

               Miguel Esteves Cardoso

             A cara da Manu com meu pai falando que precisamos ficar na mesma sala foi impagável

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             A cara da Manu com meu pai falando que precisamos ficar na mesma sala foi impagável. Juro que eu não sabia que ele faria isso, mas não vou fingir que não gostei. A sala realmente tem duas mesas, já que ele estava vindo me auxiliar até eu pegar o jeito de tudo.
             Eu vou aproveitar a oportunidade, eu quero essa mulher de volta, faço o que for preciso, vou mostrar que mudei e que estou muito arrependido de tudo que fiz no passado. Eu sei que ela ainda sente algo, se não sentisse não ficaria tão incomodada quando nos encontramos ou com o fato de termos que trabalhar tão próximos um do outro.
              Meu pai terminar de explicar tudo para ela e para Fabiana e esclarece algumas duvidas delas. Depois chama a Marcela.
            -Senhor Carlos. - Marcela entra na sala toda formal.
           - Já disse que nada de Senhor Marcela, não é porque temos funcionárias novas que isso vai mudar, me sinto muito velho quando me chamam de Senhor. - meu pai diz descontraído.
            - Tudo bem Carlos.- Marcela sorrir pra ele.- O que precisa?.
            - Gostaria que você acompanhasse as duas por um tour pela empresa, mostre todos os andares e explique cada setor, depois mostre a sala da Fabiana, Emanuelly ficará nessa sala por enquanto. - meu pai diz e Marcela olha pra mim segurando um sorriso.
             -Tudo bem, vamos meninas?- ela pergunta e as meninas se despedem indo com ela.

              Meu pai fica me olhando sem falar nada e começo a ficar incomodado com a situação, ele parece querer ver o que se passa na minha cabeça.
             - O que foi pai?- não aguento e pergunto.
             - Olha Matheus, eu não sou ingênuo, sei muito bem que aconteceu algo no passado antes de vocês dois irem embora, sei também que sua mãe e a Marília sabe o que aconteceu e não contou para mim e para o Rafael, eu só não a pressionei a me contar porque confio nela para resolver o que quer que fosse. Só quero dizer que estarei de olho, qualquer um que olhe pra você ver como o seus olhos brilham quando olha pra Emanuelly e tenho quase certeza também que quem fo.deu tudo no passado foi você, então aproveite essa oportunidade que a vida esta te dando e conserte as coisas, mas como disse, estarei de olho e se ela não quiser, a deixe em paz e siga sua vida. - ele acaba de dizer e eu estou sem palavras, minha mãe realmente não contou nada para ele.
            - Obrigado pai, foi eu realmente que errei no passado e estou disposto a tudo para consertar e provar que mudei.
            - Nem tudo Matheus, lembre-se, quando um não quer, dois não brigam. - ele diz serio. - Bom, já fiz o que tinha que fazer aqui na empresa, estou indo embora e vou viajar como eu disse, mas quero relatórios diários de como está as coisas e da adaptação da Manu e se comportem, terá gente de olho em vocês me falando tudo que acontece aqui.- ele se despedi e vai embora.
            Eu me perco em pensamentos e só despertos quando vejo a Manu entrando pela porta, ela olha pra mim e eu sorrio pra ela, ela me ignora e vai sentar na sua mesa, pelo jeito será mais difícil do que eu pensava tentar uma aproximação.

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            Já passa das 19:00 e ainda estamos aqui na empresa, tivemos uns contra tempo hoje e precisamos ficar até mais tarde para resolver, não precisaria dela ficar comigo, mas acabei me aproveitando da situação para tentar ficar mais próximo.
           Trabalhamos muito hoje, só conversamos assuntos da empresa, toda vez que tentava falar algo pessoal ela me ignorava, ate que na ultima tentativa ela brigou comigo e disse que estava aqui a trabalho e não queria papo furado e que se eu continuasse insistindo ela iria embora, acabei desistindo, terei que ir aos poucos.
          
           Acabamos e ela suspira aliviada.
           - Você veio de carro? - pergunto pra ela.
           - Vim com a Fabi no carro dela.- responde sem me olhar guardando suas coisas.
           - Você ainda não tem carteira? Ou tem e não conseguiu comprar um carro ainda? Fala que posso providencia um jei...- ela me corta.
           - Eu estou com o dinheiro, só estou sem tempo.- ela fala grossa.
           - Como vai embora? Fabiana vira te buscar?- pergunto mesmo percebendo que ela não esta a vontade conversando comigo.
           - Vou pedir um Uber.- diz de má vontade.
           - Eu posso te levar se quiser, moramos no mesmo prédio mesmo.- ela me fuzila com o olhar.
           - Eu ainda não engolir essa, vou conversar com minha mãe e a madrinha.- ela diz brava.- E não, prefiro ir andando a pé do que entrar no mesmo carro que você.- ela se levando para sair e eu também me levando pegando minhas coisas para ir atrás dela.
           - Isso tudo é medo de não resistir? De lembrar dos velhos tempos?- eu provoco.
           - Era piada? Não vi graça alguma.- diz apertando o botão do elevador varias vezes.
           - Só uma vez já é necessário, não precisa ficar com medo de mim.- digo colocando a mão por cima da sua para parar de apertar e ela retira a sua rapidamente.
          O elevador chega e entramos, ela me olha com cara de poucos amigos e eu tenho vontade de rir porque sei que será pior. Ela achou o que? Que eu iria de escada ou esperar o próximo elevador? Só rindo mesmo, não vou facilitar para ela, a quero de volta, não é por capricho, e sim porque a amo de verdade, não vivi depois que ela foi embora, só sobreviver mesmo.
          O elevador para de repente apagando as luzes e depois acende novamente só que uma fraquinha que é de emergência.
         - Meu Deus, o que aconteceu. - ela diz desesperada.
        - Calma, vou chamar a segurança. - antes que eu aperte o botão já começamos a ouvir uma voz.
          - Desculpa o transtorno Senhor Matheus, o rapaz da manutenção desligou para mexer no andar da garagem porque estava fazendo um barulho e não sabia que ainda tinha pessoas na empresa, ele disse que é coisa rápida e perguntou se podem esperar uns minutinhos?- olha o destino ai minha gente.
           Eu digo sim ao mesmo tempo que a Emanuelly diz não.
           - Pode deixar Sr.Almir, se for rápido mesmo, não estou com pressa.
           - Obrigado Sr. Matheus, e mais uma vez desculpa o transtorno. - ele diz e a voz some novamente.
          - Agora somos só nos dois Manu e eu preciso que me ouça. - digo serio a olhando e vou chegando mais perto dela, ela esta do lado oposto ao meu e fica tensa com minha aproximação.
           - Não chega perto de mim Matheus, estou falando serio, não quero escutar nada. - chego perto e coloco uma mecha do seu cabelo atrás da orelha e olho nos seus olhos, a vejo engolir e virar o rosto fugindo no meu toque.
           - Eu me arrependo tanto Manu, tanto que você não tem ideia, preciso que saiba disso, eu mentir, omitir e fui idiota de mais , imaturo de mais , mais nunca, nunca mesmo te trair com outra pessoa, eu amava você de mais. Preciso que me perdoe, não estou pedindo outra chance, só quero seu perdão para seguir em frente e convivermos bem. - digo mais realmente quero outra chance, mais vou começar aos poucos.
            - Se é de perdão que você precisa está perdoado, agora se afaste um pouco.- ela diz sem me olhar nos olhos e eu seguro seu queixo o levando para olha-la.
             - Você é tão linda, era linda e conseguiu ficar ainda mais.- digo quase sussurrando olhando em seus olhos e vejo seu olhar descer para minha boca, passo a língua pelos meus lábios e quase posso tocar o seu de tão próximos que estamos.
              - Vo... Você esta muito perto. - ela diz tão baixo que quase não escuto, ela levanta os olhos para olhar os meus e olha novamente para minha boca.
              Eu não resisto e a beijo, ela corresponde com a mesma vontade, juro que parece que estive morto todos esses anos e que ela está me trazendo para vida novamente, não vou dizer que não fiquei com ninguém esses 5 anos, mas parecia tudo mecânico, com ela não, tem fogo, arrepio no corpo, coração acelerado, pernas bambas e frio na barriga, me sinto adolescente de novo. Estamos perdidos um no outro quando o elevador da um solavanco e volta a descer, ela me empurra e eu quase caio de bunda no chão.
          - Manu, precisam... - começo a falar mais as portas se abrem e ela corre pra fora. - Manu espera, eu te levo, vamos conversar, você não pode fingir que nada aconteceu. - digo e seguro seu braço, ela me olha com os olhos em chamas.
            - Eu posso e vou fingir que isso nunca aconteceu e espero que faça o mesmo, não vai rolar Matheus, não sou mais a boba que você iludiu e brincou a cinco anos atrás não. Só um aviso, FICA LONGE DE MIM.- Ela diz e volta a andar, eu fico parado absorvendo tudo que ela disse.

       Vai ser muito difícil, será que vale a pena lutar pra tê-la de volta?

Coração não te esqueceuOnde as histórias ganham vida. Descobre agora