Capítulo 13

20 3 0
                                    

          Não há porque chorar por um amor que já morreu,
Deixa pra lá, eu vou, adeus.
Meu coração já se cansou de falsidade
 

                             Marcelo Camelo

      Confesso que meu coração balançou com ele aqui na minha frente mas não posso me deixar levar por ele, meu coração já se mostrou que não é confiável

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.


      Confesso que meu coração balançou com ele aqui na minha frente mas não posso me deixar levar por ele, meu coração já se mostrou que não é confiável.
       Meu pai veio conversar comigo tentando me convencer a mudar de ideia, claro que não falei o real motivo de estar indo embora, só disse que é uma oportunidade única porque a faculdade é uma das melhores.
        Minha mãe disse que meus padrinhos fazem questão que eu fique no apartamento que eles têm em Santa Catarina, não ia aceitar, mas minha mãe disse que vai proibir a ida do Matheus na cidade, então aceitei, até porque não quero abusar dos meus pais.
     Passei a noite em claro, não consegui dormi praticamente nada, quando amanheceu eu desci para tomar café e só de sentir o cheiro corro para o banheiro e coloco tudo pra fora.
      Não tem ninguém em casa, então deito no sofá até que essa tonteira e ânsia de vômito passe, minha mãe entra em casa um tempo depois.
      - Bom dia filha, está melhor? Estou te achando abatida .- ela diz acariciando minhas bochechas.
      - Bom dia mãe, não estou me sentindo bem, só vou melhorar quando estiver longe daqui, longe dele .
     -Quando pretende ir?- minha mãe pergunta.
     - Essa semana, vou hoje comprar a passagem, se tiver pra amanhã eu vou.
      - Você que sabe minha filha, só acho que não adianta fugir, esse sentimento que você tem por ele tá no seu coração, e ele vai com você por onde você for. Fugir dos problemas não fazem eles desaparecer.- ela diz calma.
      - Não escuto mais meu coração mãe, ele não manda mais pode ter certeza e também não me importo de parecer covarde, não quero enfrentar esse problema.- digo firme.
      -Tudo bem, quando seu pai chegar então vamos comprar a passagem.- ela me dá um beijo na testa e saí.
      Meus pais são os melhores do mundo, mesmo não estando feliz com minha decisão, eles me apoiam.
_______//_______

     Estou de passagem comprada já, viajo na sexta-feira de manhã, por mim ia amanhã mesmo, mas meu pai insistiu para que eu ficasse mais um pouco com ele e não tive como negar.
       Começo a arrumar minhas coisas, não sei se pretendo voltar aqui algum dia, meus pais podem me visitar e podemos conversar por vídeo. Sei que sou nova e imatura e espero que esse sentimento passe e que com o tempo eu possa mudar meus pensamentos. So que agora esta doendo muito.

         Espero superar isso logo, estou com o coração doendo e fora esse mal estar, nada para no meu estômago.

      -Boa noite filha, está melhor?- minha mãe pergunta enquanto entra no quarto.
      - Vou melhorar mãe, não se preocupe.- digo para tranquiliza-la.
      - Vamos descer para jantar, fiz aquela sopa que você gosta quando está passando mal.- ela diz carinhosa, mais só de lembrar da sopa corro pro banheiro.
        - Isso não está normal Emanuelly, você precisa ir ao médico.- ela diz segurando meus cabelos.
      - Isso é nervosismo mãe, assim que eu chegar em Santa Catarina se eu não melhorar eu vou ao médico, prometo.- digo e a abraço, eu vou sentir tanta falta dela e do meu pai.
       - Não, vamos agora, não ficarei tranquila com você viajando assim, por favor minha filha.
      - Sabe que não gosto de hospital mãe.- faço beicinho.
      - Tudo bem mas tente pelo menos comer um pouco, tabom?
      - Ta mamãe, vamos descer.

_______ //_______

       Enfim chegou a sexta, praticamente não dormir essa noite, nunca antes fiquei tão longe dos meus pais, pensei em desistir mais então lembrei de tudo que aconteceu e cheguei a conclusão que não conseguiria viver tão perto dele, eu ia sofrer mais.
        Levanto, tomo um banho, me arrumo e desço para tomar café com meus pais.
         - Bom dia papai- dou um beijo em sua bochecha. - Bom dia mãezinha- beijo minha mãe também.
         - Bom dia princesa, você tem certeza que é isso que você quer meu amor? Podemos conseguir uma faculdade boa por aqui minha filha, temos um dinheiro guardado. - ele me olha triste, eu sinto tanto por isso.
         - Tenho certeza sim pai, vamos nos falar todos os dias ta bom? Não fica assim por favor. Essa bolsa vai ser boa pro meu crescimento. - não aguento ver eles tão tristes.
        - Ta bom, vamos tomar café e vamos pra a rodoviária se não você perde o ônibus.
        Terminamos o café conversando sobre amenidades, então ajudei meu pai com as minha malas e fomos rumo a garagem.
         - Oh minha querida vou sentir tanta sua falta.- minha madrinha me abraça chorando.
         - Eu também madrinha, mais vocês podem ir me visitar junto com meus pais.
         - Se cuida menina, se precisar de alguma coisa só entrar em contato conosco, ta? Vamos sentir saudades.- meu padrinho me abraça também.
         Já não consigo segurar as lágrimas, minha mãe também chora, quando olho em direção a casa meus olhos encontram com os olhos verdes que me fizeram sentir tão bem e tão mal também.
        Ele está encostado na porta me olhando, seus olhos não desviam dos meus, porque que tinha que ser assim?!
        Volto minha atenção a minha frente e todos me olham em silêncio, acho que até meu pai e padrinho que não sabem da história já percebeu o clima tenso entre nós.
       Disfarço e abraço meu padrinho de novo para despedir e em seguida minha madrinha.
       - Desculpa minha querida, sinto muito por tudo que aconteceu.- ela sussurrou em meu ouvido.- Acredite, ele não está melhor do que você. - duvido muito que ele esteja pior que eu, mas não digo nada.
         Só balancei a cabeça e me despedi entrando no carro, meus pais também e seguimos rumo a rodoviária.
         O percurso foi silencioso, só com o barulho do rádio do carro, eu olhava pela janela do carro e foi impossível não pensar no que a madrinha me disse, será que ele está sofrendo também? Também não me importo, ele procurou por isso, quero mais é que sofra mesmo, se isso for verdade né, porque ele pode estar fingindo só para a madrinha ter pena dele, não duvido de mais nada vindo dele.
         Chegamos na rodoviária e seguimos rumo ao meu ônibus, abraço meus pais e ficamos conversando até a chamada para partir.
        -Vou sentir tanta falta de vocês. Prometem ir me visitar?- digo abraçando os dois.
        - Vamos sim meu amor.- minha mãe diz chorando.
       - Você também pode vim nos visitar viu mocinha.- meu pai diz e meu corpo fica tenso, não sei quando conseguirei vim aqui novamente.
         - Claro papai.- digo sem muita convicção.
         As pessoas começam a entrar no ônibus então me despeço deles e entro também.
         Agora vou começar uma nova vida, preciso deixar esse sentimento pra trás, me concentrar em outras coisas, focar na faculdade e tentar arrumar algum serviço para não ficar dependendo só dos meus pais, mesmo eles dizendo que não precisa, eu preciso ate mesmo para me distrair um pouco.
        Seja o que Deus quiser.

Coração não te esqueceuOnde as histórias ganham vida. Descobre agora