Capítulo 12

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       É possível repousar sobre qualquer dor de qualquer desventura, menos sobre o arrependimento. No arrependimento não há descanso nem paz, e por isso é a maior ou a mais amarga de todas as desgraças.
 

                Giacomo Leopardi

      Fico vendo ela correr para uma sala e não consigo nem reagir, eu magoei ela, fui um idiota ela vai custar a me perdoar

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      Fico vendo ela correr para uma sala e não consigo nem reagir, eu magoei ela, fui um idiota ela vai custar a me perdoar.
      Olho o Guilherme vindo na minha direção e eu disfarço limpando rapidamente minhas lágrimas.
     - Não fica assim cara, tudo vai se acerta.- ele da dois tapinhas na minhas costas - Da um tempo pra ela esfriar a cabeça e mais tarde vocês conversa, seja sincero, fala a verdade por ter falado aquilo dela, só assim você vai conquistar a confiança dela de novo.
      - Você tem razão, vou dar um tempo pra ela, mais tarde tento conversar.
      -Isso mesmo, agora vamos que o sinal já vai tocar, graças a Deus que é só essa semana de aula, aí ano que vem a faculdade nos espera. 
       Eu não respondo, estou no modo automático, vou pra sala e me sento esperando as aulas passar, não consigo me concentrar em nada, preciso convence -la a me perdoar, sei que será difícil mas não impossível, ela não vai resistir, moramos praticamente juntos.
   O final da aula toca e saio apressado para ela não pegar nenhuma carona para casa, vou tentar conversar com ela no caminho.
       Vou a porta de sua sala e não a vejo lá dentro, chamo uma colega dela para perguntar.
     - A Emanuelly já saiu?
     - Ela foi embora na hora do intervalo, parece que passou mal.- me sinto péssimo, ela está me evitando.
      - Tudo bem, obrigada.- Viro e vou pra empresa do meu pai, vou dar um tempo pra ela esfriar a cabeça.
        _____//______

      Chego em casa o mais rápido que pude, não consegui me concentrar em nada na empresa, meu pai até perguntou se estava acontecendo alguma coisa mas eu não contei nada, nem sei o que ele faria se soubesse, ele e a mamãe são loucos pela Manu, não fiquei nem mesmo 1 hora la e ele me dispensou.
       Chego em casa e pergunto ao tio Rafael onde ela esta e ele diz que ela ainda não chegou, que foi a casa de uma amiga. Eu sei que não é verdade, então começo a procurar por todos os lugares que imagino que ela possa ter ido e nada dela.
        Desisto de procurar e volto pra casa, depois de uns 30 minutos esperando ela chega. Eu tento segurar ela pra poder me explicar.
      - Me solta Matheus.- ela diz entre dentes.
      - Você quer me matar do coração Manu, eu estou louco atrás de você desde que saí da escola.-  digo nervoso- Onde você estava?
      - Não te interessa, me deixa passar.- diz tentando puxar o braço mas eu aumenta o aperto.
      - Precisamos conversar primeiro, por favor, me deixa explicar. -  peço quase num sussurro.
      - Não temos nada pra conversar, não tem explicação para o vídeo que eu vi, e eu já disse para esquece que eu existo.- puxa o braço com mais força mas não solto.- Está me machucando.- ela diz e olho pro seu braço e percebo que estava apertando demais.
      - Desculpa, mas você precisa me ouvi por favor.-  suplico .
      - Nunca, entendeu? Nunca vou te perdoar e não quero te vê mais, sai da minha frente.- diz me empurrando e então sai correndo pra dentro de casa.  
        Resolvo deixar pra conversar com ela mais tarde, preciso tomar um banho e comer algo.

      ____//______

       Tomo um banho rápido e desço para ir conversar com a Manu, resolvo passar pela cozinha e comer algo, não consegui comer nada hoje. Quando entro na cozinha está minha mãe e a dona Marília sentadas.
        - Ainda bem que chegou.- minha mãe diz. - Estava te esperando.- está com uma cara muito irritada e a dona Marília ainda não levantou a cabeça.
       - Mãe, depois conversamos, eu preciso conversar com a Manu primeiro.
     Tia Marília levanta a cabeça e então vejo seus olhos vermelhos e lágrimas caindo.
      - Tia, aconteceu alguma coisa com a Manu?- pergunto preocupado.
      - Isso é culpa sua Matheus, senta agora aqui e vamos conversar.
       - Mãe, foi um mal entendido, eu preciso me explicar com ela.
        - Ela não quer conversar com você, e você vai respeitar a vontade dela, está me ouvindo?
       - Mais mãe eu preci... - Tia Marília me interrompe.
       - Ela quer ir embora.
        - Como assim ir embora, não, ela precisa me ouvir, tia por favor, faz ela me ouvir, só uma vez.
      - você gosta dela mesmo?- ela me pergunta
     - Gosto muito, eu fui um idiota mas preciso conversar com ela, eu não a trai tia, juro.
       - Vou deixar você ir conversar com ela.- sorrio- Mas, se não conseguir convencê-la vai desistir dela é deixar ela seguir a vida dela, estamos entendidos?- ela diz séria.
      - Tudo bem tia- digo de cabeça baixa, eu tenho que conseguir.
      - Então vai, antes que o Rafael chegue, ela não quer que ele ou seu pai saibam disso.
      - Oks, tô indo.- saio rumo a sua casa.

      Entro e subo as escadas e bato na porta do seu quarto, ela murmura um entre.
       - Precisamos conversar Manu- digo assim que abro a porta do seu quarto, ela estava encolhida na cama e quando me vê senta de uma vez limpando o rosto.
        - Não temos nada pra conversar, vai embora.- ela diz com raiva.
       - Por favor, eu não te trair com aquela garota, eu juro.
       - Você pode até não ter ficado com ela, mais me traiu sim, traiu minha confiança, me humilhou para os seus amigos só para alimentar seu ego, eu não quero saber de mais nada, eu quero que saia daqui agora.- ela diz se levantado e indo até a porta a abrindo pra mim sair.
      - Por favor me perdoa, não vá embora, se não quiser ficar comigo eu respeito sua decisão mas não vai pra longe, eu não conseguiria viver assim, eu gosto muito de você Manu, por favor fica.- ela chora mais.

        - Esse é um dos problemas, você gosta de mim e eu te amo, nunca daríamos certo, uma coisa que começa errada termina errada, agora sai do meu quarto e esquece que eu existo, se você sente mesmo alguma coisa por mim, respeite minha decisão.- fico sem reação diante das sua palavras.
         - Desculpa, eu vou embora então mas pensa em tudo por favor, não precisa ir embora. -Dou um beijo rápido em sua testa e saio do seu quarto.

Vou pra casa e encontro minha mãe e a tia me esperando.

       - Pela sua cara não conseguiu nada né? - minha mãe diz.

         - Não mãe, ela não quer me perdoar mas ela tá certa, nem eu me perdoei ainda, vou deixar ela seguir a vida dela, ela merece alguém melhor que eu, sempre soube disso.- olho para mãe dela- Desculpa por tudo tia, eu fui um idiota me perdoa, não vou mais atrapalhar a vida dela.- digo segurando as lágrimas e ela me abraça.
       - Deixa ela esfriar a cabeça, se tiver que ser vai ser, não importa o tempo que passar.
       - Obrigado, vou pro meu quarto.
       - Não vai comer meu filho?- minha mãe pergunta
       - Estou sem fome mãe , depois como algo.
         Subo para meu quarto e me jogo na cama, nunca pensei que fosse doer tanto como está doendo agora mas sei que está doendo mais nela do que em mim, fui um idiota total, só pensei em mim e na minha reputação com meus " amigos" como fui imbecil, deveria ter escutado o Guilherme, teria evitado tanta coisa.
        Mas o que mais me dói é ela querer ir embora, não vou suportar viver sem ao menos vê-la, e o pior ela me ama, e eu não consegui nem diz o que eu sentia de verdade, agora aguento as consequências.
       

Coração não te esqueceuWhere stories live. Discover now