Eu nem lembrava mais o gosto do seu beijo
Faz tempo que a gente 'tava separado
(Eu nem imaginava o quanto te desejo
Pensei que o nosso amor era caso encerrado)
Foi só te ver de novo pra eu perceber
Que o meu coração, só sabe te querer
Bateu uma saudade, uma louca vontade de amar você
Se eu pedir 'cê volta pro meu coração
Pelo amor de Deus não me diga não
Vem que 'tá na hora 'tá aberta a porta pra você entrar
Jorge e Matheus
Acordo com a campainha tocando, só pode ser meus pais ou Guilherme e Marcela, são os únicos que o porteiro libera sem me avisar. E pelo desespero da pessoa que esta tocando já ate imagino.
Levanto me arrastando e vou abrir a porta para o furacão entrar.
-Meu Deus, você esta péssimo.- Marcela diz rindo entrando com umas sacolas do supermercado.
-E você é uma chata, o que esta fazendo aqui tão cedo?- digo a acompanhando até a cozinha onde ela começa a tirar as coisas da sacola.
- Cedo? Por que 14 horas da tarde é cedo ne? Vim fazer o almoço, o Guilherme já deve está chegando, fico pensando o que seria de vocês dois sem mim? - ela faz uma cara de pensativa.
- Não sabia que era tão tarde. Fui dormi o dia já esta clareando. E eu tenho certeza que nós já teríamos sido internados sem você.- comento com ela.
-Imaginei, já que liguei e não me atendeu. Você tem que relaxar um pouco, ficou a semana toda assim, não adianta querer remoer como vai ser o reencontro com a Emanuelly, amanhã você vai saber e se prepare para o pior, o que vier é lucro, já que você foi muito babaca.- ela diz despretensiosa.
Sim, Amanhã Emanuelly começa na empresa, ela chegou segunda passada, mais pelo que meu pai disse ela pediu uma semana para se acomodar, ela não quis morar com os pais.
- Você é minha amiga ou dela? Parece que esta torcendo pra ela se vingar de mim. - digo e ela gargalha.
- Meu bem claro que sou sua amiga, se não, não estaria nem aqui preocupa que esta sem comer e só bebendo mas meu lado feminista quer chutar suas bolas e torce pra Emanuelly te maltratar.- ela esta rindo muito da minha cara.
- Vou tomar um banho, fica ai rindo as minhas custas, maluca. - saiu rumo ao quarto e ouço a campainha, provavelmente é Guilherme, Marcela que abra a porta pra ele.
Tomo um banho rápido e volto pra cozinha, Marcela esta terminando a comida e eu começo a arrumar a mesa.
- Cadê o Guilherme? Ouvi a campainha.- pergunto pra ela que esta concentrada no fogão.
- Ainda não chegou, era a nova vizinha pedindo uma informação sobre o supermercado mais próximo, parece que não conhece nada por aqui e a amiga dela saiu e esqueceu o celular em casa, achou melhor perguntar pra mim. Eu já tinha visto ela na hora que cheguei, pareceu bem simpática.- ela diz e eu nem sabia que o apartamento ao lado tinha sido ocupado.
A campainha toca e vou atender, agora é o Guilherme, ele não esta melhor do que eu, está passando por uma barra também.
- E ai Gui? - comprimento ele e vamos para a cozinha.
Ele já vai na geladeira pegar uma cerveja e Marcela da um tapa no braço dele guardando a bebida na geladeira novamente.
- Ai, está doida mulher?- ele resmunga esfregando o braço.
-Sempre fui doida, nunca percebeu não? - ela fala e eu acabo rindo. - Não vou ficar vendo vocês dois se acabando em bebida não, vamos almoçar e depois da uma volta, ficar bêbedo não vai resolver seus problemas, vira homem e enfrente seu pai. - ela diz brava.
- Você sabe que não posso fazer isso. - ele rosna baixo pra ela. - Se acontecer algo com ele eu não vou me perdoar.
- Não adianta rosnar que não tenho medo não. - ela apontado o dedo pra ele. - Então você vai viver infeliz, sendo obrigado a conviver com uma mulher que você não sente nada para satisfazer seu pai? Acha que ele esta certo? Desculpa o que vou dizer Guilherme mas isso não é amor de pai, ele só esta pensando nele e nos negócios. Pronto falei.- ela diz e se vira pro fogão novamente e desliga.
- Podemos não falar disso hoje por favor? - ele pede e ela acena positivamente.
- Vamos comer, já terminei e depois vamos dar uma volta no shopping, vão ter que me aturar fazendo comprar já que sou obrigada aturar vocês. - ela diz brincando e vamos comer.
-----//------
Estamos andando no shopping com a descompassada da Marcela, serio ela não é normal.
- Olha Matheus sua nova vizinha. - ela diz e acena para uma moça que esta parada enfrente uma loja.
Caminhamos para perto da moça e ela sorrir pra gente.
-Ei, Marcela ne?- ela pergunta e abraça a Marcela.
- Isso mesmo, esse é meu amigo que te falei que mora naquele apartamento, Matheus, e esse outro que esta precisando de um babador enquanto te olha é o Guilherme.- ela diz rindo.- Meninos essa é a Fabiana, nova vizinha do Matheus.
- Prazer em conhece-la Fabiana. -Eu aperto sua mão.
- Prazer é meu. - ela sorrir e se vira para o Guilherme, ele realmente esta babando. - Prazer em conhece-lo Guilherme.- ela estende a mão pra ele que não se move. Dou uma cotovelada nele que parece acordar pra vida. Eu e Marcela gargalhamos.
- Desculpa, prazer em conhece-la Fabiana. - o cara ate engrossou a voz.
- Vamos tomar um Chopp com a gente Fabi? Posso te chamar assim ne? - Marcela pergunta animada, parece ate que conhece a menina a vida toda.
- Por mim tudo bem, só estou esperando meus amigos. - ela diz e então olha pra trás da gente e acena sorrindo. - Chegaram.
Ela diz e me viro, meu mundo para, meu peito dói. Não sei descrever a confusão de sentimentos que me encontro. Quando ela olha pra cima e me vê paralisa.
Emanuelly esta a poucos passos de mim, pior que não esta sozinha, esta com o mesmo cara e a mesma criança que eu vi quando fui atrás dela em Santa Catarina. A criança esta no meio de mãos dadas com os dois, ela estava sorrindo pra eles antes de me ver.
Não consigo desviar meus olhos e nem ela, parece que o tempo parou, eu tive tanta saudades dela, e foi preciso só olhar em seus olhos pra saber que a amo demais, não tenho duvidas alguma.
Eu não resisto e dou dois passos pra frente, diminuindo mais a distancia.
- Bom revê-la Emanuelly. - digo serio e ela nem pisca.
Só escuto um coro atrás de mim.
-Puta que pariu, fudeu. - Guilherme, Marcela e Fabiana dizem ao mesmo tempo.