🚨Atenção, temos um recado no final. 🚨
Boa leitura..
A camada de gelo que lhe cobria o rosto já havia derretido; o mais espantoso, porém, era o fato de Thiago já ter recuperado vu as forças e o vigor, como se o apuro que acabara de passar não o houvesse afetado em nada. Com muito custo, conseguiu arrumar-se no assento, mas já não tinha mais quase nenhuma coordenação motora. Enquanto Thiago já havia conseguido despir a camiseta, ela ainda mal tirara uma das mangas do suéter que vestia por debaixo do casaco acolchoado. Ele, por sua vez, começou a tiritar e uns tremores intensos sacudiram-lhe o corpo de uma só vez. Mas Bárbara não estremecia, o que era mau sinal.
Thiago olhou para ela e logo depois para o soldado que dirigia o carro concentrado na estrada. Geralmente os carros que usava dispunham de um vidro de proteção que bloqueava a visão e audição do passageiro com o condutor do veículo, mas aquele veículo em questão, não tinha. Aproximou-se do soldado por trás do banco e disse:
— Se olhar pelo retrovisor, eu cego você.
O soldado, muito sério, apenas assentiu e Thiago voltou-se para Bárbara, agarrando-lhe a ponta da blusa e levantando.
— Você tem de tirar essas roupas. — dizia reanimando-a, enquanto levantava a blusa. — Converse comigo. Vamos, fale.
Ela virou o rosto parcialmente na direção dele e esboçou uma reação mínima com os olhos.
— O q-que es-tá faz-zen-do? — disse com dificuldade.
— Retirando a roupa molhada do seu corpo. Sua situação não está nada boa e essas roupas apenas pioram. Além disto... — Acrescentou. — Tecnicamente, não existe um só palmo seu que eu não tenha visto... — Disse expondo suas pernas ao retirar as calças molhadas.
Apesar de letárgica, pôde sentir um certo acanho quando o olhar de Thiago varreu todo seu corpo, e ainda uma nota rápida de divertimento no rosto dele quando tapou debilmente a visão dos próprios seios e com o outro braço escondeu sua parte íntima. Se não fosse o rosto ruborizado, certamente se passaria por uma cena despretensiosa de alguém que se cobria de frio;
Ignorando aquilo, Thiago a cobriu novamente com o cobertor, podendo notar que finalmente, Bárbara começava a tremer. O soldado estacionou o Jeep o mais próximo possível da porta de entrada, facilitando para ambos que, amparados um pelo outro, subiram as escadas.
Foi depositada na cama, enquanto Ileana entrou silenciosamente atrás deles e se dirigiu ao banheiro, fazendo com que Bárbara percebesse o ar de gravidade e apreensão com o qual ela olhou para Thiago quando se retirou. Foi quando a mente deu um choque e ela se lembrou de algo.
— E Júlia? — perguntou a voz débil.
— Está bem. — respondeu sucinto enquanto retirava a calça, ficando apenas de cueca.
Por um momento, reparou no porte físico saudável, cheio de músculos, e o sentimento de culpa brotou.
— Júlia está com quem?
— Marietta.
Olhou bem para Thiago enquanto ele a pegava no colo novamente e a levava para o banheiro, depositando-a sentada em cima da banqueta.
O cobertor havia ficado pela cama e ela trajava apenas roupas íntimas. Olhando agora ao redor, reparou que Ileana viera para justamente lhes preparar um banho. A banheira estava cheia e a fumaça fumegante saía e exalava um cheiro muito bom. Mas ainda estava apreensiva, apavorada, apesar de estar em silêncio e cabisbaixa. Se achava que dividir o quarto com Thiago era algo completamente íntimo, avaliasse tomar um banho de banheira com ele. Ainda que neste caso, seu corpo estivesse congelado.
— Venha, vamos entrar na banheira. — Ele disse, chegando de repente, trazendo-a consigo para o interior da banheira.
Felizmente, para sua dignidade, continuaram de roupas íntimas, mas a banheira pareceu dez vezes menor quando Thiago entrou e se apossou dela. O corpo grande dele derrubou boa parte da água para fora, e foi necessário que enchesse novamente.
Sentou-se de frente para ele e dobrou as pernas recostando a cabeça nos joelhos, afundando até mergulhar os ombros. O contraste da água quente com sua pele enregelada era tão doloroso que lhe trouxe lágrimas aos olhos. Thiago recostou a cabeça no suporte da banheira e foi sentindo intensos calafrios, enquanto o queixo tremia sem parar. Era preciso suportarem aquele tratamento de choque já que não tinham outra forma de se recuperar.
Foi assim que aos poucos a dor das extremidades foi passando e os membros quase congelados, recuperaram a sensibilidade.
— Está melhor?
— Sim. — Reparou que a dicção ainda estava débil, e paulatinamente melhorava à medida que seu corpo ia esquentando. Porém os lábios ainda tremiam muito.
Ambos permaneceram na banheira até que a água começasse a esfriar. Então Thiago apertou um local, onde mais água quente começou a descer, porém, notando-a ainda um tanto sonolenta, foi com ela até o box e abriu o chuveiro, deixando que a água quente escorrer por seus corpos.
O tempo inteiro o coração dela batia acelerado ao pensar o quão perto e íntimos estavam. Podia jurar que ele não a afetava, até estarem ali. O roçar de pernas ao entrar na banheira, a forma inconsciente com que ele emitia sons graves ao se deliciar com a água, o corpo másculo e a testosterona que exalava, o quão era bonito, apesar de sério, e o quanto a barba cerrada o deixava ainda mais charmoso. Tudo isso mexia com sua libido e fazia com que ela entrasse em completa negação.
Não poderia pensar em transar com ele! Não depois de tudo! Era obsceno! Horroroso!
Alguns minutos depois, Thiago desligou o chuveiro e saiu para fora do box, e Bárbara aproveitou para soltar o ar que nem achava que prendia. Com liberdade para se movimentar melhor, elevou as mãos ao alto da cabeça e passou com elas ainda trêmulas nos cabelos, retirando o excesso de água. Os fios longos estavam um pouco abaixo da cintura e a parte que fora raspada havia crescido o bastante para que agora fosse colocada atrás da orelha, e ela apreciava isso.
Virou-se para frente e viu que Thiago estava parado analisando-a. Era como se ele a reparasse pela primeira vez, mas logo a sensação não durou muito. Em silêncio, ele estendeu-lhe uma toalha que ela usou para secar o corpo. Fazia isso com movimentos lentos e tranquilos com Thiago mantendo-se sempre atento aos seus movimentos, e deixando-a completamente ciente disso.
Mas não conseguia pensar muito sobre. Sem forças, sentia uma imensa moleza; como se acabasse de passar por um dia agitado, e seu maior desejo era deitar-se na cama e dormir durante um mês. De repente, Thiago segurou-lhe o rosto entre as mãos certificando-se de que ela o ouvia:
— Está me ouvindo?! Não durma! Fique aqui dentro, que está quente, até eu voltar com suas roupas.
"Sempre me dando ordens como se eu fosse um de seus soldados". — Pensou meio aérea antes de responder monótona: — Sim, Thiago, não vou sair daqui.
Aproveitando-se da saída momentânea dele do banheiro, com muita dificuldade, despiu-se por completo, descartando as peças íntimas molhadas para serem lavadas. Depois, sentou-se na borda da banheira e permaneceu à sua espera, enrolada na toalha.
Assim que adentrou, Bárbara viu que Thiago trazia um pijama vermelho de shorts e alcinha de seda. Tentava se manter acordada, mas estava sendo praticamente impossível. Percebendo como estava, sem cerimônia alguma, ele desenrolou a toalha e a vestiu, deixando-a além de inibida, tímida. Por outro lado, Bárbara tentava expulsar aquele clima entre eles, imaginando que em algum momento da relação estranha que tiveram no passado, Thiago a tinha visto além do que via no momento.
A pegou no colo com facilidade, e a colocou em cima da cama macia com um cuidado tão impressionante que se surpreendeu. Olhou para ele, esperando meio que a resposta daquilo tudo, e o olhar magnético a deixou tão excitada quanto ansiosa pelo que possivelmente poderia acontecer.
De repente, uma batida na porta e uma empregada diferente entrou. Bárbara se aprumou, enquanto Thiago se afastava e entrava no closet. Deixando a bandeja sobre o criado mudo, Bárbara desejou ter trocado mais que um simples maneio e sorriso com a mulher; queria saber notícias da filha, algo mais detalhado do que apenas palavras sucintas.
No momento que a mulher saiu e fechou a porta. Thiago saiu do closet abotoando a camiseta social. Bárbara não sabia bem como agir diante dele, por isso, incerta e tímida passou as mãos pelos cabelos. O viu se aproximar e levantar a tampa da bandeja. Era uma espécie de soza.
— Coma.
— E você?
— Estou muito mais alerta. Além do que, sou bem maior e fiquei menos tempo na água.
A primeira colherada do alimento quente e saboroso, eliminou o resto de frio por completo, trazendo-a ao seu estado normal. Thiago ainda a obrigou a repetir, embora ela já estivesse boa a ponto de não sentir mais o sono latente. Percebendo-a já totalmente recuperada, ele comunicou-lhe:
— Quero que esteja acordada para quando o Nanderitti chegar. Júlia vai ficar aos cuidados de nonna enquanto Teresa não vier, por isso, não se preocupe com a menina.
Bárbara arregalou os olhos, e perguntou:
— Quem é Teresa? Onde está Gabriela?
Ao obter como resposta o olhar arrogante de Thiago, deduziu o que ele tinha em mente; ajoelhou-se na cama e impensadamente segurou no antebraço dele ao dizer:
— Ela é nova, Thiago. Uma boa menina e a culpa não foi dela. Eu, como mãe, devia estar atenta, mas ao invés disso, fui eu quem tirou Gabriela do foco. A culpa é minha, Thiago! Eu gosto dela e Júlia também... por favor?
— Essa sua piedade me enoja.
A resposta veio tão brusca quanto as mãos que retiraram as suas com brusquidão. Com isso, Thiago saiu do quarto e bateu a porta ao fechá-la. Ali, sozinha no grande quarto e sentada por cima das pernas naquela cama, Bárbara entendeu que apesar de toda a tensão e atração sexual, e de tê-la salvo daquele momento no lago de gelo, Thiago ainda continuava sendo o mesmo algoz de sempre e era preciso que ela se lembrasse sempre disto.
Por algumas horas se obrigou a não fechar os olhos e ceder ao sono terrível. Testou a maçaneta da porta, mas ela estava trancada, impedindo-a de escapar sorrateiramente e ir ver a filha. Chateada, lutou bravamente até perceber que claramente havia sido enganada e que Dr. Nanderitti jamais viria. Exausta, e ao mesmo tempo enfurecida por ter sido feita de boba, caiu em um sono profundo.
...O quarto estava imerso em escuridão, e ela apenas escutava os gemidos profundos e roucos que escapavam da garganta dele. Thiago estava sentado, encostado com as costas na cabeceira da cama, nu e de pernas abertas. No meio delas, ajoelhada e apenas de calcinha estava ela. Ambos envolvidos em completa lascívia.
Olhava para cima enquanto masturbava o membro longo e grosso. Alternava os olhares entre Thiago e o membro ereto. Para ela, era a coisa mais bonita e excitante que já havia apalpado. Thiago a olhava com os lábios entreabertos, passeando com a mão esquerda por dentro de seus cabelos. Ambos excitados, com calor, com extremo tesão e hormônios em ebulição.
Debruçou-se sobre ele encostando os seios propositalmente em suas coxas e distribuiu lambidas e chupões da base até a cabeça, lubrificando, esquentando, deixando trilhas do desejo explícito, tudo isso sem deixar de masturbá-lo. Com vontade, engoliu até onde conseguia, sem deixar se levar pela gana de querer engoli-lo completamente. Ela sabia que o tamanho do membro, comparado ao espaço em sua boca e garganta, não permitiriam a proeza.
Com a mão em seu cabelo, Thiago controlava a frequência do subir e descer e gemia rouco quando ela ousava passear com a língua em seus testículos. Babava, chupava, lambia, comprimindo as pernas uma na outra buscando alívio do tesão absurdo que sentia. Ali, ajoelhada à frente daquele homem cruel, sentia-se completamente poderosa, por conseguir deixá-lo à sua mercê tão facilmente.
Controlando-a pelos cabelos, Thiago puxou sua cabeça para que ela o olhasse. Estava tão absorta e concentrada no que fazia que ao menos percebeu que ainda mantinha os lábios entreabertos. Ele rapidamente se afastou, saiu da cama e agarrou-a pelos pés, puxando para fora da cama, fazendo-a se ajoelhar à sua frente, enquanto agarrava ainda mais forte seus cabelos pela nuca.
— Quero que olhe para mim enquanto eu estiver fodendo essa boca gostosa.
Um tapa não muito forte ele deu em seu rosto, que a deixou ainda mais excitada e com expectativas do que aconteceria a seguir.
— Está me ouvindo?
— Sim. — A voz saiu quase que implorando ansiosa para que ele viesse a fazer logo tudo o que tinha em mente.
Com um sorriso sádico, Thiago aproximou o membro da boca sedenta. Novamente ela o estimulou, mas sem interromper o contato visual enquanto ia reunindo saliva na boca. Cheia de volúpia, passeou com a língua por toda a glande, descendo até a extensão, masturbando-o lentamente, mantendo sempre o contato com os olhos negros e perverso.
— Chupa. — O modo autoritário com que ele ordenou, não deixava sombra de dúvidas sobre quem mandava nela.
Lentamente subiu com a boca e engoliu mais ou menos até a metade de tudo aquilo. Thiago, respirou com dificuldade, mas com vontade, encheu as mãos dos cabelos negros dela e pôs-se no comandando novamente, desta vez mais bruto. Gradualmente ele ia aumentando a velocidade até começar a estocar com vontade dentro da boca. Naquele momento ela entendeu perfeitamente o que significava ter a boca "fodida".
Bárbara engasgava-se em alguns momentos e Thiago parava, respeitando com uma pequena pausa para que ela se recuperasse, sem deixar a luxúria que estavam envoltos se dissipar. Sua saliva misturava-se com os fluídos dele, suas mãos depositadas uma em cada perna, o cheiro de sexo e lascívia, e tudo ficava ainda mais molhado e erótico. Thiago gemia, não se permitindo nem por um momento fechar os olhos para todo aquele espetáculo...
Foi quando de repente, o som da porta se abrindo preencheu o quarto. Afoita, Bárbara se afastou, tentando disfarçar com vergonha o que estavam fazendo, mas o homem que entrara por ela, apenas olhava para a cena com raiva e de olhos marejados.
— Porquê você me fez isso?! Por que você fez isso com a gente, Su?!
O homem estranho gritava possesso, parecia completamente enervado e magoado com o que ela tinha feito. Bárbara o encarava sem saber o que dizer uma vez que não fazia sentido nenhum para ela aquela cena. Era casada com Thiago, poderiam em consentimento fazer o que bem quisessem um com o outro. Mas o homem não entendia e parecia realmente estar muito magoado com aquilo tudo.
Bárbara procurou Thiago com o olhar e o viu sentado na poltrona que havia no quarto, relaxado, apenas observando tudo com um copo de bebida na mão. Ao ver que ela olhava para Thiago, o homem tentou avançar na esperança de capturá-la, mas ela foi mais rápida. Correu e puxou o lençol da cama tentando cobrir sua nudez e desvencilhar-se do homem desconhecido.
— Você não vai falar nada? É assim que nós terminamos, Su?
"Su?" — Perguntava-se.
— Do que você está falando? — Ela finalmente indagou.
O homem a alcançou e a agarrou pelo braço, puxando-a para si e fazendo com que o lençol caísse e mostrasse o seio.
— Tire as mãos da minha mulher.
Fora o que ela escutou, antes de um barulho estrondoso ecoar pelo quarto e ela ver o homem cair para trás de olhos arregalados. Com um tiro certeiro, Thiago acertou a cabeça do homem desconhecido, fazendo-o cair sem vida, num baque surdo.
— Não existe mais nada entre vocês... Você agora é minha.
Dizendo isso, Thiago veio novamente para perto dela e, ali, com o homem ainda morto no quarto a puxou para um beijo...
Assustada, levantou-se completamente ofegante. Correu os olhos pelo quarto em busca do que a havia acordado, ou do corpo do homem estendido, mas percebeu que o que acabava de ter tido era um sonho. E dos mais reais. Seu corpo estava suado e sua intimidade pulsava, completamente excitada. O coração estava acelerado e suas mãos tremiam, pensando realmente ter visto o assassinato de um homem.
Tudo não passava de peças que sua mente havia pregado... — Pensou, buscando se acalmar. — Ou talvez o homem faça parte de alguma lembrança... — Ponderou consigo mesma. — Mas lembrança de quê?
Seus pensamentos davam voltas e mais voltas tentando entender quem era o homem do sonho, mas a memória sexual que o sonho realista deixara, parecia viva demais e sempre vinha à tona com força. Estava sozinha no quarto e intimamente grata por isso. Saber que havia sonhado eroticamente com seu algoz era uma vergonha que ela levaria para o caixão, e que outrora, se ele estivesse ali, certamente teria ficado constrangida se acordasse e o visse.
Completamente abismada, obrigou-se a não pensar muito e voltou a dormir, e desta vez o sono veio sem sonhos.
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Bjokas!