A Dama Sem Nome: Um Romance d...

By medjeks

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Personagens.
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capitulo 6
Capitulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 25
Capítulo 32
Ele chegou no Amazon!
Curiosity
E se??
O Domínio do Bárbaro

Capítulo 24

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By medjeks

Bárbara, agarrou a corda e apressou-se ao entrelaçar Júlia prendendo-a bem pela japona de frio. Olhou em direção à margem, mas Thiago havia sumido. Seu desespero aumentou ainda mais ao perceber que a rachadura do gelo só aumentava. Ao redor, percebiam que apesar do barulho ensurdecedor do helicóptero, existiam vozes masculinas e o desespero de uma mulher chorando.

De repente, olhando com atenção, Bárbara viu as pontas dos cabelos negros. Era Thiago que se aproximava rastejando até elas. Ao vê-las, analisou ambas, muito apreensivo e em busca de ferimentos.

— Estão bem?

— Sim! — Bárbara respondeu emocionada demais por estarem sendo salvas.

Thiago gritou por cima do ombro dando ordens para que puxasse a corda e rastejou buscando aproximar-se, mas o gelo estalou alto e o trinco no gelo expandiu. Bárbara olhou de olhos arregalados para ele e de repente num solavanco Júlia foi puxada. Ao perceber, a criança começou a chorar e a gritar desesperada com o susto e por estar sendo levada para longe da mãe.

Ao ver o desespero da filha, Bárbara arregalou os olhos e inconscientemente ergueu o braço, mas no instante em que ela se inclinou para engatinhar, Thiago gritou algo para ela, e o gelo abaixo de seu corpo partiu-se num estalo surdo, arremessando-a para dentro da água.


A sensação que teve foi de várias agulhas penetrando sua pele ao mesmo tempo. Era impossível respirar, seus pulmões estavam insensíveis, dormentes. Abrindo os olhos, viu a água azul e as camadas grossas de gelo sob a água. Levantando um pouco a cabeça, tudo o que conseguia enxergar era uma superfície branca meio azulada, mas não conseguia se mover. Seu corpo simplesmente estava travado pelo choque, afinal jamais havia sentido tanto frio.

Tentava olhar para os lados, mas não estava achando a saída e os pulmões começavam a arder. Estava agonizando, vendo as bolinhas de ar subirem e o oxigênio abandonar seu corpo, enquanto o corpo não respondia direito. Olhou com mais atenção e viu um buraco, tentou nadar, mas as pernas não obedeciam, pareciam literalmente congeladas. Balançou os braços e emergiu um pouco, viu rapidamente o céu nebuloso, as bordas do gelo quebradas flutuando n'água e Thiago. Afundou um pouco e procurando certo impulso, atingiu novamente a superfície ao mesmo tempo que tentava segurar-se ao gelo com movimentos débeis e lentos. Sem conseguir se firmar, afundou novamente, mas a esperança de ver Thiago foi o que a encheu de forças, fazendo-a agitar os braços em busca de ver o buraco novamente. E conseguiu.

Só precisava manter-se firme mais um pouco. Bárbara bem que tentou, mas não tinha a mesma força de antes. Seu próprio peso começou a puxá-la para baixo e logo a água tornou a cobri-la.

Tenho de subir. Preciso saber se Júlia chegou bem.

Agora suas ideias começavam a ficar perturbadas, e ela não conseguia coordenar os movimentos e voltar à tona. Por um momento, chegou a pensar que morreria, mas sentiu quando algo a agarrou e começou a puxá-la para algum lugar. Abriu minimamente os olhos e viu que Thiago estava dentro d'água e a levava para emergir e respirar. Ao atingirem a superfície, ele a segurou e gritou alto, por conta do barulho das hélices:

— Agarre-se na escada do helicóptero, Bárbara! Agarre-se, porra! — Ao ver que ela não respondia. Thiago reafirmou a ordem. — Bárbara, agarre a corda!

O tom autoritário dele renovou-lhe a coragem e a fez tirar um braço de dentro da água para agarrar a primeira coisa que viu: uma escada de corda estendida até pouco mais a dentro do buraco aberto. Mas era tarde demais. Já não conseguia mover o braço que ficou mergulhado.

As mãos travadas não respondiam fazendo-a começar a chorar de desespero quando os dedos não obedeciam para se fecharem ao redor da corda. Thiago lutava, tentando erguê-la e firmá-la, mas viu que ela não tinha forças e suas mãos não se fechavam.

— Eu não consigo me mover e nem tenho mais força. — disse chorosa com a voz rouca, quase falhando.

— Não chore, não quero que chore... Olhe, olhe para mim. — Thiago pôs as mãos no rosto completamente gelado da mulher assustada e de lábios e extremidades roxas. — Vou te impulsionar e você vai firmar na corda, depois eu quero que você apenas se prenda a mim assim como acabei de lhe dizer, certo?

A mulher assentiu completamente trêmula de frio. Com engenho, ele a trouxe para perto e a prendeu junto a seu braço, ele mesmo agarrou a escada de corda, e subiu a trazendo consigo. Com força, prendeu-a pelo diafragma junto ao corpo tendo tanta convicção de que não a deixaria escapar, que não percebeu que a estava sufocando durante o trajeto até a margem.

Bárbara sentia-se aliviada por finalmente sair de dentro da água extremamente gelada. Seu sistema estava lento e ela sentia dificuldade em processar cada informação. Os braços, as pernas, seu corpo inteiro não respondia bem quando ela tentava fazer algum esforço e por isto, Thiago a suspendeu fortemente com um braço enquanto com o outro segurava a corda e sustentava o peso dos dois, mas com este gesto inconsciente, ele a sufocava. Bárbara não conseguia falar para pedir que ele ao menos afrouxasse. O aperto era doloroso, prendia o ar para dentro e ainda machucava bastante. Novamente ela se viu sufocada.

O helicóptero alçou voo e finalmente os retirou d'água, mas não foram muito longe. Não conseguiram devido ao estado que estavam sendo transportados e à grave hipotermia que Bárbara sofria, por isso o helicóptero os depositou junto à margem. Ao descer, tiveram ajuda de Diogo, que retiruou Bárbara dos braços de Thiago, que era envolvido em cobertores isolantes de calor.

Não percebendo que o pior acontecera, Diogo tentou firmar Bárbara no chão, mas ela não aguentou e caiu, quase sem vida. Thiago jogou de lado o cobertor e ajoelhou-se ao seu lado, agasalhando-a em seus braços. Nisto, reparou que ela mal conseguia manter os olhos abertos ou sequer respirar. Desesperado, gritou dando leves tapas em seu rosto:

— Não durma! — disse em tom ríspido, de puro desespero. — Abra os olhos! Vamos! Continue lutando! Não desista!

Todos estavam muito apreensivos, mas Thiago agiu retirando a japona e as roupas que a envolviam completamente encharcadas. Vendo que não respondia ou sequer respirava, posicionou as mãos bem acima do peito dela e depois começou a imprimir peso sobre o corpo estendido. Afundava o tórax aproximadamente por cinco centímetros e retirava o peso.

Foi preciso repetir o mesmo gesto algumas vezes para a reanimação obter êxito e enfim, ela tossir e puxar ar. Com um alívio que não soube explicar, a amparou enquanto percebia que apesar de tentar acalmar a tosse, ainda respirava com dificuldades.

— O que está sentindo? — perguntou. — Me mostre aonde dói.

Com dificuldade enorme, levantou a blusa, e Thiago pôde ver uma mancha de mistura roxa e vermelha sob suas costelas. Ele havia apertado demais. De forma a analisar melhor, tocou com cuidado a parte de cima e ela gemeu.

— Mas que caralhos eu fiz com você, garota?

Não entendeu ao que ele se referia, mas também decidiu não perguntar. Thiago olhou para trás em busca do soldado chefe, e o viu dando ordens a alguns outros.

— Shiba! — O chamou sob o ombro. — Traga o Nanderitti aqui.

Sem mais palavras, ele a envolveu em vários cobertores e levantou com ela nos braços. Diogo tentou intervir e ajudar o primo, vendo-o que estava tão molhado quanto a mulher, mas apenas recebeu o olhar que dizia bem claro para ele não chegar perto.

Andou acompanhado de homens que iam na frente preparando sua passagem. Chegaram até um local de trilhas onde havia um carro alto e totalmente equipado estacionado. Um soldado abriu a porta traseira, onde Bárbara foi colocada deitada. Ao adentrar, o aquecedor interno foi ligado e o motorista pôs o carro em movimento. Thiago estranhamente não reclamava do frio, apenas esfregava as mãos umas nas outras perto do ar quente.

Bárbara não conseguia ter a mesma reação. O descongelar de seu corpo causava-lhe uma sensação ainda pior do que o congelar e ela só sentia a intensa vontade de fechar os olhos e voltar a dormir.

— Eu não deixei você fechar os olhos. — De repente a voz grave soou dentro da cabine do carro.
— M- mas eu n-ão consi-sigo. — Ela explicou tremendo de frio.

— Você vai ter que se esforçar. Sabemos como Júlia é. Vai ficar assustada se ver a mãe entrando em casa desmaiada.

Ela sabia que Júlia jamais vagava pela casa sem a presença de um adulto, e a probabilidade era ínfima de ver a mãe entrar, principalmente porque tinha se "acidentado" também. Ela sabia que Thiago usava aquelas palavras para instigá-la e convencer a ficar acordada, entretanto, o gesto leve e as palavras suaves, em nada combinava com o homem que conhecia de semblante frio, gesto calculista, e de atitudes cruéis e imprevisíveis.

Arte feita pela querida JaquelineMotta-RJ

Voltei mais cedo!!

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