Como já dizia o ditado, "quem é vivo sempre aparece", não é mesmo? Sendo assim, aqui estou, feliz por ter conseguido escrever este capítulo finalmente. Espero que gostem!
• Votem e comentem bastante!!!
• Capítulo não revisado.
• P.s.: só eu achei essa música perfeita para definir a instável pessoa que nosso Harry é?
• P.s.2: Leiam as notas finais, por favor!
-> MÚSICA DO CAPÍTULO: UNSTEADY, X Ambassadors.
{"Mamãe, venha aqui, aproxime-se, apareça. Papai, eu estou sozinho, porque esta casa não parece com um lar. Se você me ama, não deixe ir. Segure, segure, me agarre, porque eu sou um pouco instável. Um pouco instável."}
- Obrigado por ter vindo atrás de mim. - sussurro com meu rosto a milímetros do dela e então a beijo, não querendo dar chances para que ela pense muito nas palavras que saíram da minha boca, afinal elas significam muito mais do que parecem.
Elizabeth leva sua mão para o meu rosto e o acaricia enquanto nosso beijo se intensifica. Colocando meu braço em volta de sua cintura eu a puxo para mais perto de mim, deixando nossos corpos mais próximos e nosso beijo mais ofegante. Quando nossas línguas estão ocupadas demais explorando e se entrelaçando uma a outra e minha mente concentrada no beijo o bastante para me deixar longe de todo o resto, meu celular toca. Ignoro a ligação e a impeço quando ela faz menção a se afastar de mim, mas quando nosso beijo está recuperando sua intensidade, o telefone volta a tocar. Reviro os olhos e afastando minha boca em apenas milímetros da boca da morena, coloco meu telefone celular em meu ouvido e o atendo, nem um pouco preocupado em olhar de quem a ligação vem.
- Harry Styles.
- E eu Louis Tomlinson, muito grato em poder falar com você. - Elizabeth começa a rir ao ouvir a voz do meu amigo - Será que você poderia, por obséquio, ir beijar sua secretária em outro lugar e desocupar a cozinha para minha bela mãe terminar de fazer o bolo para seu querido filho? - o rosto de minha secretária ruboriza e ela se afasta de mim. Eu apenas encerro a ligação, irritado pela interrupção.
- É melhor eu ir. - Elizabeth diz, ajeitando sua camisa já engomada no intento de desviar seu olhar vergonhoso dos meus olhos.
- Eu te levo. - ofereço, seguindo-a para fora da cozinha.
- Não, sério, já estou pedindo um Uber. - ela recusa prontamente ao mesmo tempo que pega seu celular assim que entramos na sala, para provar seu ponto. Louis e Johannah estão nos encarando descaradamente e posso sentir seus dois pares de olhos fixos em nós, mesmo estando ignorando completamente esses olhares que, tenho certeza, estão cheios de significados e teorias com relação a mim e minha secretária. Talvez eu deva ligar para o Niall e dar uma ideia para um de seus romances clichês e idiotas, afinal de contas, pareço estar vivendo dentro de um!
- Você que sabe. - dou de ombros, nada a fim de insistir. Meu humor instável parece ter sofrido uma de suas bruscas mudanças quando começo a me sentir um idiota por estar dando tanta importância para essa garota. Minha cabeça parece borbulhar com imagens desconexas da minha vida que eu preferiria não lembrar, tento expulsa-las como todas as vezes, mas elas parecem não querer ir embora enquanto o rosto de Elizabeth permanece na minha frente. - Sabe, eu não te entendo. Eu estava com a língua dentro da sua boca agora mesmo, então...
- Harry! - ela arregala os olhos e seu rosto tem a cor de um pimentão quando ela me olha indignada por eu estar falando isso na frente do meu amigo e sua mãe. Mas eu sinceramente não vejo motivo pra alarde, todo mundo sabe como acontece um beijo e no fim das contas, tudo que aconteceu foi isso: um beijo, apenas um beijo.
- É a verdade, Srta. Johnson, então não vejo o porquê de você estar fazendo tanta cena por causa de uma carona. - mantenho meu tom natural e despreocupado, mostrando que é claramente ela quem está dando importância de mais para seja lá o que esse beijo significou para ela. Noto que Elizabeth fica envergonhada e se encolhe como se eu estivesse fazendo ela se sentir exposta. Queria poder dizer que me arrependi o suficiente para pedir perdão e fazer ela se sentir melhor, mas não é como eu me sinto. - Com licença. Tenha uma boa noite, Srta. Johnson. - me esforço para manter pelo menos a educação e não ser um completo idiota novamente. Apesar de tudo, não quero ser o culpado por mais lágrimas dessa garota e muito menos quero essa imagem se tornando mais uma das que me assombram e me fazem sentir um ser humano tão desprezível quanto o meu pai não poupa tempo nem saliva em dizer que sou.
Quando me viro para retornar a cozinha não perco o olhar reprovador de Louis para mim. Sei que ele não aprova minha arrogância e nem deveria, mas mesmo sendo meu melhor amigo ele simplesmente não entende. Louis não se lembra das coisas que passei quando éramos crianças, na verdade creio que ele nem mesmo saiba de muitas delas. Como poderia afinal? Eu nunca as contei a ele e nem eu as entendia direito. Tudo que sei é que era Johannah quem me consolava em quase todas as vezes, pelo menos até eu me tornar esse homem ingrato, rude e perdido com o qual eu me deparo no espelho desde meus treze anos até hoje.
Depois de alguns minutos perambulando pela cozinha e ouvindo enquanto a porta se fechava e Louis e Johannah se despediam de Elizabeth, me sento e volto a olhar as fotos que deixei sobre a mesa. Minha mente não se foca nas imagens a minha frente, mas prefiro fingir que sim quando ouço os passos das outras duas pessoas nessa casa se aproximando do cômodo. A mãe do meu amigo volta a mexer com o bolo, tirando-o do forno e se pondo a fazer a cobertura do mesmo. Louis, por sua vez, se aproxima, sentando-se na cadeira em minha frente. Sinto o olhar do meu amigo fixado em mim e quase posso ouvir o barulho em sua mente, seus pensamentos lutando para tentar compreender o enigma que eu pareço ser, lutando para tentar entender minhas ações e reações e lutando para encontrar as palavras certas para me colocar no meu lugar sem me chatear. Louis é um idiota, mas é o mais sensível, compreensivo e companheiro cara que eu já conheci. É claro que eu nunca vou falar isso para ele, mas eu o admiro, não é a toa que ele é meu melhor amigo, sei que mesmo quando briga comigo é pensando no meu bem e ele se esforça para sempre tratar todos ao seu redor da melhor forma possível e fazê-los sentir confortáveis na sua presença. Talvez não seja exagero dizer que ele é tudo que eu não sou.
- Sabe que foi um idiota mais uma vez né? - Louis enfim se pronuncia e eu coloco de lado as fotos que estava fingindo observar tão atentamente.
- Eu que estava agindo feito um idiota? A garota recusou a carona que eu ofereci como se eu fosse um suspeito sequestrador, pelo amor de Deus. - meu amigo revira os olhos.
- Harry, você já agrediu aquela menina mais vezes do que eu sou capaz de contar em um período de cerca de três meses. Convenhamos que ela tem motivos válidos para se sentir apreensiva com você.
- E eu tenho motivos suficientemente válidos para me sentir apreensivo com qualquer pessoa, mas ninguém defende minhas atitudes por causa disso, não é verdade? - nesse momento sinto que não importa a situação, eu sempre serei visto como o vilão, porque, aparentemente, eu não passo de um grosso insensível, e os poucos momentos em que me dedico para não ser assim, pelo visto não fazem diferença, viram apenas migalhas perto das minhas palavras e atitudes rudes, e são essas que ficam realmente marcadas na mente das pessoas. Qual o sentido de tentar ser diferente no final das contas se as pessoas sempre ficarão apegadas às coisas ruins que você faz?
- Ela já tem problemas suficientes em casa, Harry, e está tentando evitar mais um porque já percebeu o quão instável você é. - o cara a minha frente volta a defender a garota que deixou seu cheiro impregnado em minha roupa alguns minutos atrás - Você sabe que é assim, não estou tentando te ofender aqui. - tento me lembrar em tudo que mentalmente falei sobre meu amigo e sua personalidade admirável, mas estou muito irritado agora. Me limito a passar a mão na minha nuca, esticando meu pescoço numa tentativa de acalmar tudo que está borbulhando na minha mente. Por fim, com um um suspiro longo e audível, eu me levanto.
- Me desculpe pelo incômodo que lhe causei hoje, Johannah. - a mãe de Louis se vira para mim para responder, porém não dou tempo para sua fala compreensiva e amorosa e seu olhar penalizado - Vou para casa, está tarde. Te vejo amanhã, Louis.
- Harry, cara... - meu amigo vem atrás de mim, mas sou rápido em alcançar a porta e batê-la atrás de mim.
Lori, a jovem faxineira de casa que eu quase não vejo, ainda está aqui quando chego. Estranho sua presença visto que devido ao meu horário de trabalho eu sempre saio antes de ela chegar e chego depois que ela já saiu.
- Me desculpe, Harry, quer dizer, Sr. Styles, - minha cabeça que está latejando e meus pensamentos que estão borbulhando contra mim me deixando irritado, acabam dando uma pausa e sinto vontade de rir pelo jeito desajeitado como Lori se move e pelo jeito atropelado como fala por estar nervosa - eu tive uns imprevistos hoje durante o dia, por isso me atrasei com o serviço, mas estou terminado e já vou me retirar. - ela esclarece enquanto passa o pano pelo balcão da cozinha.
- Tudo bem. Acontece. - digo, simplesmente e parece ser o suficiente para deixá-la pelo menos um pouco mais aliviada.
E afastando alguns passos jogo minhas coisas sobre o sofá e me sento no mesmo. Me sinto exausto até mesmo para subir as escadas. Me reclino sobre o meu corpo, colocando meus cotovelos sobre os joelhos e minhas mãos sobre a cabeça. Ao me recostar novamente sobre o sofá e varrer meu olhar pela sala, noto um retrato pousado sobre a mesinha de centro bem na minha frente. Já fazia tanto tempo que não me sentava aqui que nem mesmo havia reparado. No retrato estamos eu, minha mãe e meu pai. Creio que foi a última foto que tiramos em família, antes de tudo começar a ir ladeira abaixo. Mesmo assim minha cara emburrada, o sorriso falso da minha mãe e o cenho franzido do meu pai mostram como nunca fomos uma família realmente feliz. Se não estou enganado devo estar com meus oito anos nesta foto, cerca de um ano antes de minha mãe cometer suicídio e um ano antes de meu pai começar a me odiar, o que significa que foi poucos anos antes de eu me tornar o garoto ingrato e mal educado que aos olhos de todos eu continuo sendo até hoje.
Sinto uma lágrima descendo pelo meu rosto e isso me deixa irritado. Um flash começa a se passar em minha mente e me lembro dos meus pais brigando por minha causa, me lembro da minha mãe indo embora de casa, do meu pai me dizendo coisas horríveis por causa disso, me lembro de quando a notícia de que minha mãe havia morrido chegou até nós e quando meu pai me mandou enxugar minhas lágrimas porque ela tinha tirado a própria vida porque eu não fui o que ela queria e precisava, me lembro de quando comecei a apanhar porque minhas notas na escola começaram a cair e porque eu comecei a bater nos meus coleguinhas sem motivo algum, - já que eles zombarem da minha mãe morta e das marcas que carregava do meu pai agressivo não era considerado um motivo válido - me lembro quando comecei a odiar minha mãe e a culpa-la por tudo de ruim que veio a acontecer comigo, me lembro quando comecei a comparar toda e qualquer mulher com minha mãe e então para mim elas não passavam de seres egoístas e deviam ser tratadas com egoísmo a altura, sendo usadas somente como objeto - e acredite ou não, a maioria delas me tratava da mesma forma. Todas as memórias voltam com intensidade suficiente para me fazer sentir fora do meu próprio corpo.
Pego o retrato em minhas mãos e me levanto, o atirando na parede com toda a força que consigo, movido pela raiva dentro de mim. Sinto que meu rosto está lavado em lágrimas e saber que o motivo delas são pessoas que não as merecem só faz a raiva dentro de mim aumentar. Do outro lado da sala Lori está grudada na parede, seu olhar é assustado e eu me sinto desconfortável por como estou na frente dela. Ela me encara por um tempo e ela parece ser capaz de entender como me sinto, o que a move a pegar suas coisas e sair, em completo silêncio.
Me sinto perdido e sozinho. Talvez eu seja tão desprezível quanto meu pai diz afinal. Eu... meu celular apita em sinal de nova mensagem.
"Harry, cara, me desculpa. Não quis te ofender. Somos como irmãos, sempre fomos. Sei que no fundo você entendeu o que quis dizer. Não me force a ir te procurar pra dizer que te amo amanhã no trabalho pq sabe que eu faria isso sem um pingo de vergonha. Mamãe ficou chateada pela forma como foi embora, você deve desculpas a ela, sabe o quanto ela se importa com você. Uma droga de noite pra você. Nos vemos amanhã."
É Louis e sua mensagem é breve e tão sensível quanto ele pode demonstrar ser, porém, por mais estranho que me sinto ao admitir isso para mim mesmo, era o que eu precisava no momento.
Louis. Johannah. O idiota do Colin. Niall... E até Elizabeth Johnson. Eles são a prova de que não estou sozinho. Pelo contrário, tenho ao meu lado até mais gente do que eu imaginava que poderia ter.
Continua...
Primeiramente, mil perdões pela demora. Como sempre digo fico decepcionada comigo mesma quando demoro para atualizar a história, por isso peço desculpas e agradeço a compreensão contínua de vocês. Como prova de que apesar de demorar eu estou sempre tentando escrever:
E vocês são minha motivação para não desistir ❤️ além de eu amar escrever também, é claro. kkk
Muuuuito obrigada também pelos 38k de leituras, não sei nem como expressar minha enorme gratidão. Sério, vocês são incríveis e eu amo muito vocês!
Por fim, gostaria de perguntar algo... devido a demora que não estou conseguindo evitar que ocorra para atualizar, vocês preferem que eu finalize a história e só volte a publicar depois que estiver finalizada (o que eu não sei quando vai acontecer, porque devido aos bloqueios que ando tendo, fica difícil estipular uma data), ou preferem que apesar da demora eu continue publicando assim que for finalizando cada capítulo?
Não deixem de responder, por favor!
Muito obrigada por tudo mais uma vez.
Até breve, meus amores...
All The Love,
P.I. 💞🖤