A Dama Sem Nome: Um Romance d...

By medjeks

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🚨 A T E N Ç Ã O🚨 R O M A N C E D A R K Este livro está inserido numa classificação de Ro... More

Personagens.
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capitulo 6
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 32
Ele chegou no Amazon!
Curiosity
E se??
O Domínio do Bárbaro

Capitulo 7

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By medjeks

No sábado seguinte, o gesso do braço e da perna foram removidos junto com os curativos da cirurgia plástica realizada. Seu rosto estava inchado, e ela recebia compressa de gelo em todo o rosto três vezes ao dia. No fim da tarde, Fiorella entrou trazendo uma mala grande de roupas.

— Esta mala é para você.

Bárbara olhou com curiosidade e abriu, deparando-se com uma gama infinita de roupas e produtos de beleza.

Ela pegou algumas coisas e olhou para cada uma delas, avaliando. Por fim, arrumou cuidadosamente sob a cama a roupa que escolheu para sair do hospital. Era um vestido simples, florido e bonito, de pano leve, em total contraste com as outras roupas caras que estavam ali.

— Vou ter alta? — Questionou. — Dr. Leonardo não disse nada até ontem.

— Sim, você vai ter alta. Já está tudo pronto. Aquela delicadeza de homem que é seu marido está esperando você. — Fiorella disse baixinho, com ironia, para que os homens que faziam a guarda na porta não ouvissem, e ambas riram. Bárbara, mais de apreensiva. — E ele não é muito paciente. Portanto, rápido!

Bárbara sentiu intimamente uma grande tristeza por deixar o hospital e ter de encarar seu trágico destino. Sentia medo pelo que estava por vir e de como sua vida terminaria.

— Ganhou peso, não? Isso é muito bom! — observou Fiorella. — Tem as curvas no lugar certo. Aposto que daqui uns meses estará bem melhor e mais bonita! — Encorajou-a.

Bárbara passou a mão pela cintura da saia do vestido, ajeitando, enquanto percebia que a magreza evidente a tinha abandonado.

— É. Parece que sim.

Terminando de calçar os sapatos, Bárbara foi para o espelho, pentear o cabelo.

— Ainda não, Bárbara. — Fiorella interferiu. — O couro cabeludo ainda não está cicatrizado inteiramente.

Olhou diretamente para o estado do cabelo e viu que estavam bastante maltratados. Não se alimentou bem nos últimos meses, e basicamente o cabelo vivia enrolado num coque. O cabelo estava abaixo dos seios e na lateral raspada, começavam a nascer.

Suspirando, guardou a escova e segurou uma nécessaire que havia encontrado abarrotada de maquiagens. Ela passou o batom, espalhou um pouquinho de blush nas faces, um pouco de rímel e ajeitou os cabelos com a mão, para cobrir o pedaço na lateral.

— Ainda bem que está crescendo de novo — disse, sorrindo para Fiorella no espelho — Estou parecendo àquelas mulheres alternativas, não?

— Você está uma beldade comparada com a aparência que tinha na noite em que chegou aqui. — Fiorella riu. — Feia nem é bem o termo. Você estava medonha!

Bárbara agiu como se o comentário a tivesse magoado e depois caíram na risada.

Examinou seu próprio reflexo e viu um rosto magro, quadrado, emoldurando dois grandes olhos esverdeados, muito intensos, debaixo das sobrancelhas escuras e arqueadas. Cílios fartos, curvados, dando à expressão um ar de inocência. As maçãs do rosto salientes, ainda pálidas, e um queixo firme e delicado. Toda sua aparência estava um pouco fora de ordem; o nariz estava com curativos da cirurgia e abaixo dos olhos havia algumas manchas roxas. Ela estava desalinhada, por assim dizer.

— Sabe, depois de escutar como eu era, fico imaginando minha verdadeira aparência, antes do acidente. As fotos sempre enganam muito... Vai saber se eu já não era feia e você não sabia, Fiorella.

— Era linda. — A voz grave de Thiago fez Bárbara virar-se depressa. Ele estava encostado na porta de maneira despojada, como se estivesse há muito tempo ali. Havia um certo desdém estampado no rosto. O que combinava bastante com a frieza na voz e tornava o que ele disse não propriamente um elogio. — É uma surpresa vê-la brincar com isso. Antigamente você costumava ficar histérica com a menor alteração em sua aparência.

Entretanto, algo a chocou. De alguma forma, a maneira como ele brevemente a olhou, despertou algo nela que fez com que seu rosto esquentasse e o coração disparasse. Calou-se e virou-se de costas para não ter que lidar com aquela nova informação.

Será que estaria tão carente assim de validação masculina? — pensou se sentindo patética.

— Já está tudo pronto. — Thiago assentiu.

Um homem, não muito alto, mas que Bárbara reconheceu por sempre estar a postos do lado de fora de seu quarto, entrou e levou a grande mala para fora. Era chegado o momento de ir.

Ela controlou a vontade de chorar de desespero e virou-se para Fiorella, combinando de almoçar juntas quando viesse ao hospital para rotineiras consultas.

Saíram do hospital com quase toda a equipe médica emocionada pela melhora dela. Haviam feito um bom trabalho e a mulher estava quase recuperada. Thiago o tempo inteiro calado ia andando a frente, sem se importar com os cumprimentos ou desejos de melhoras que Bárbara recebia. Na verdade, ele parecia quase que incomodado e com muita pressa de ir embora dali.

Pararam diante de uma SUV toda preta, que pela altura, fez Bárbara olhar em dúvida sem saber se conseguiria subir. Sem um pingo de cuidado, Thiago a tomou no colo e praticamente a jogou no banco, batendo a porta do carro com força em seguida.

O ato em si, fez com que ela sentisse uma pequena dor aguda na costela e sua respiração ficasse desregulada. Fechou os olhos por um momento, absorvendo toda aquela situação. Para sua surpresa, a porta do outro lado se abriu e Thiago veio assumir lugar ao seu lado. Afastou-se, ficando o mais longe possível, entretanto, ainda suava, sentindo dor, e ele pareceu reparar nisso.

— O que foi? — Perguntou com brusquidão.

— Talvez se não tivesse me jogado de... — Tomou fôlego. — qualquer modo, não estaria sentindo tanta dor.

— Vai se acostumar.

Parou um momento e olhou para o rosto dele. Só acreditava que havia sido casada com ele, porque haviam dito, caso contrário, jamais teria acreditado!

— Como me apaixonei a ponto de casar com alguém feito você?— Deixou escapar, para somente perceber depois. Ansiosa, achou que levaria um tapa, mas tirando os olhos do celular, Thiago sem interesse algum respondeu:

— Não me lembro de termos nos gostado alguma vez.

Aquela informação, definitivamente pareceu não fazer sentido algum para ela, por isso, retrucou.

— Ninguém se casa com um homem de quem não gosta.

— Mas você casou.

— Como assim?! — se atreveu a perguntar, mesmo com muito medo.

Pela primeira vez, tinham uma conversa. O que a deixava mais nervosa agora, principalmente por saber o perigo que ele representava. Thiago era imprevisível, agressivo, e a odiava a ponto de querer vê-la morta, esperar gentileza dele era muito.

Foi no instante que ele levantou os olhos do celular e olhou para seu rosto como se analisasse algo, que imaginou ali as mil formas de morrer.

— Muito bem... está representando seu papel com perfeição... — soou calmo e perigoso — Até agora não cometeu nenhum deslize. Se eu não conhecesse tão bem sua capacidade de ser dissimulada, poderia até acreditar que você está mesmo com amnésia. Mas não me convenço fácil, Bárbara. — O nome dela saiu com puro veneno da boca dele. — Sei que você está preparando alguma coisa e eu estou só à espreita aguardando..., e não pense você que desta vez sairá ilesa, eu vou acabar com você.

Aquilo a deixou sem palavras. Não conseguiu pensar em nada para refutar o que ele tinha dito. Parecendo enojado dela, Thiago afastou-se novamente para o outro canto.

— Seria possível, pelo menos, fingir que acredita na minha condição de amnésia e me contar tudo? — arriscou pedir baixinho, com medo.

— É claro que não vou lhe contar nada. Por que iria eu estragar o efeito da sua representação e arruinar o gran finale?

O carro desceu por uma avenida arborizada e, depois de uma curva, acelerou pela estrada que subia. Ela não fazia ideia para onde estavam indo.

— Não existe nada. — falou meio que cansada. — Eu realmente não sei de nada! Nem da outra criança e nem...

Ágil, Thiago e a puxou pelos cabelos causando uma dor latente. Ela não podia acreditar no que estava acontecendo, e em pânico, olhou para o homem que calmamente dirigia e parecia muito pouco interessado em intervir. Olhou para o homem como se ele fosse um louco, enquanto levava uma das mãos até onde ele segurava, e tentava tirar, mas era como se as mãos fossem de ferro.

— Quanto é que estão pedindo pelo meu filho, Bárbara? Ou será que meu cargo na Famiglia é o preço? — Sibilou perto do seu rosto.

O local onde ele apertava latejava e ardia. Lembrou-se que o couro cabeludo estava danificado. Certamente, puxar não ajudaria em nada. Estava confusa e perturbada. Lágrimas caiam e molhavam o colo do vestido. O peso dele sufocava-a e ela começava ter dificuldades para respirar.

— Acha que vou querer dinheiro para contar onde está o seu... o nosso filho? — soluçou.

— Que mais podia ser, sua vadia?! — A risada que ele deu não era nada divertida. — Por que outra razão você voltaria a este país acompanhada do Lang?

Ficou petrificada em seu banco. Sabia que era errado um homem fazer aquilo com uma mulher, mas não achava a voz para afastá-lo.

— Onde é que o Lang está escondido? — ele perguntou, percebendo o súbito empalidecer dela. — Meu filho está com ele? Você sabe muito bem que se algo acontecer vão pagar muito caro, não sabe?

O homem estava enfurecido e cada vez mais parecia estar ficando fora de si. Quando ele largou seus cabelos, o carro fez uma curva fechada. A paisagem borrou-se diante de seus olhos e ela sentiu a cabeça confusa com todas as implicações daquela cáustica pergunta.

—  As respostas que você deseja eu não tenho, não me lembro de nada!

— Vou encontrar o Lang, e se eu descobrir que Pedro está com ele, pode ter certeza, Bárbara, vou tomar todo cuidado para que você assista tudo o que farei com ele.

Inteiramente chocada, limpou as lágrimas e encarou aquele homem odioso a seu lado, sentindo a boca amarga.

— O que foi que eu fiz para você agir assim comigo?! — Ela estava magoada, sentia-se mal demais e muito incomodada com isto. 

—Quer mesmo que eu lembre? — Ela apenas o encarava com dor no olhar sabendo que jamais gostaria da resposta daquelas perguntas. — Você não passa de uma mulherzinha de quinta, cavadora de ouro, que me enche de nojo.

Bárbara ficou sem fôlego. Tocou o rosto para se certificar que estava acordada, que era ela mesma que estava ali, sentada naquele carro possante que subia a estrada montanhosa. Como podia acusá-la de tamanha podridão e ainda assim ficar a seu lado?

— Você atinge os homens com tanta facilidade quanto uma lâmina quente cortando manteiga. Qualquer coisa serve, contanto que atinja seus interesses. Você sempre soube que eu jamais cogitei casar-me, ou sequer ter filhos, mas com a morte de Patrícia, achou a oportunidade certa para fazer um nome.

"Patrícia?"

O desdém dele era terrível, mas Bárbara não conseguia entender se era dirigido a ela ou a última informação. Um pouco dos dois, talvez. Angustiada e perturbada pelos conflitos, virou o rosto e olhou a paisagem montanhosa, deixando as lágrimas caírem.

Estavam chegando quase no topo quando o carro parou no meio de um grande espaço aberto. Thiago desceu e veio abrir a porta para ela.

— Vamos. — disse bruscamente.

— Onde? — perguntou temerosa, enquanto ia sendo retirada à força pelo braço. Murmurou em protesto, mas ele apertou ainda mais.

— Você vai ver — disse, enigmático e cheio de maldade. — Vamos ver como reage.

Apavorou-se achando que ele a mataria. Olhou para trás e viu que o motorista parecia novamente alheio a tudo, tranquilo demais. Brusco, a levou pelo braço para perto de um barranco. Naquele momento, era impossível prever o que se passava ou quais eram seus planos. Quando chegou perto o bastante do abismo ele a soltou e então, ela olhou para baixo atemorizada, deu um grito, pondo as mãos na cabeça em agonia, e por fim, caiu desmaiada.




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