A Dama Sem Nome: Um Romance d...

By medjeks

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🚹 A T E N Ç Ã O🚹 R O M A N C E D A R K Este livro está inserido numa classificação de Ro... More

Personagens.
CapĂ­tulo 2
CapĂ­tulo 3
CapĂ­tulo 4
CapĂ­tulo 5
Capitulo 6
Capitulo 7
CapĂ­tulo 8
CapĂ­tulo 9
CapĂ­tulo 10
CapĂ­tulo 11
CapĂ­tulo 12
CapĂ­tulo 13
CapĂ­tulo 14
CapĂ­tulo 15
CapĂ­tulo 16
CapĂ­tulo 17
CapĂ­tulo 18
CapĂ­tulo 19
CapĂ­tulo 20
CapĂ­tulo 21
CapĂ­tulo 22
CapĂ­tulo 23
CapĂ­tulo 24
CapĂ­tulo 25
CapĂ­tulo 32
Ele chegou no Amazon!
Curiosity
E se??
O DomĂ­nio do BĂĄrbaro

CapĂ­tulo 1

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By medjeks

ALERTA 🚨

🚨 Atenção: Este livro tem como foco principal o gênero: " Dark Romance".
Se você não gosta ou é sensível a este tema, sugiro que leia qualquer um dos meus outros livros inseridos nesta plataforma. 🚨

Boa leitura !


Nem tudo é o que parecer ser...


Cheiro forte de gasolina. Barulho da chuva crepitante que batia na lataria do carro que após um grave acidente se encontrava de cabeça para baixo. No silêncio mortal da madrugada, apenas o barulho da roda do carro que ainda girava sozinha no ar.

Acordou com a insistência de um gotejo que caía em sua testa. Foi assim que se deu conta do que acontecia ao seu redor. Zonza, e com um apito ensurdecedor no ouvido, percebeu que estava de cabeça para baixo e que pingos insistentes da chuva, adentravam por uma rachadura e a molhavam. Tentou olhar em volta, mas uma dor aguda no pescoço a fez gemer de dor. Forçou as vistas para enxergar no breu, mas percebeu que era em vão. Não reconhecia o lugar. Procurando não se desesperar tanto, mas sentindo a adrenalina correr forte, deu-se conta do tamanho da gravidade de sua situação.

O cinto de segurança a prendia de cabeça para baixo, mas foi ao tentar mover os braços, que o primeiro som da noite que escutou foi seu próprio grito. Um raio cortou o céu, junto a dor lacerante que sentiu e iluminou onde estava permitindo que visse o osso do braço partido ao meio. Sem conseguir mais manter o controle de suas próprias emoções, se desesperou, lutando em vão com o cinto de segurança.

Sem conseguir flexionar os braços para retirar o cinto, percebeu que o esforço a fez sentir ainda mais dor em diferentes partes do corpo. Principalmente na cabeça. De repente, sua agonia era tanta que a fez perder o fôlego.

Com muito esforço, respiração entre cortada e gemidos de dor, finalmente conseguiu se libertar do cinto se segurança, caindo num baque surdo e imediatamente agonizando de dor. Assim que sua aflição permitiu que se levantasse um pouco, deu-se conta de que o carro estava virado, amassado e com a lataria toda retorcida.

Um barulho mais alto e ensurdecedor de trovão cortou o céu e dessa vez, uma vozinha bradou assustada. Era o grito de uma criança. Foi como se todo seu corpo entrasse em estado de alerta. Olhou para o local que tinha ouvido o grito, e se espantou ao ver que igualmente presa, estava uma garotinha. O rostinho estava completamente machucado, com várias escoriações, mas principalmente: muito assustado.

Lutando contra a própria dor, arrastou- se até ficar próximo da garotinha, sentindo o corpo inteiro protestar em agonia. Com dificuldades para se situar no escuro e esbarrando em cacos de vidros, chegou perto da garotinha, que gemia de dor, e de perto parecia ainda mais machucada.

Conseguiu desprender a menininha com mais facilidade, fazendo o corpinho cair em seus braços, parecendo uma boneca. A garotinha estava inerte, respirando fraco e quase sem vida. Seu coração se apertou e doeu.

Sentindo muita angústia e dor física, olhou desolada para os lados, e pareceu achar uma pequena solução. Ao tentar se movimentar, sentiu a perna protestar e incomodada, tentou enxergar o que era. Olhou no exato momento em que um clarão alaranjado se iniciava na frente do carro. Apesar da chuva constante, os pingos não eram fortes e não puderam conter o fogo que se iniciava no motor do carro.

Na urgência de salvar ela e a menina, a mulher tentou abrir a porta do carro, mas se encontrava demasiadamente amassada e empenada. Tentou bater no vidro, mas gritou de dor ao perceber que o esforço que fazia, doía ainda mais outras partes no corpo.

Por dentro o fogo rapidamente ia se alastrando e tomando proporções gigantescas no painel do carro enquanto uma fumaça preta e sufocante começava a chegar até elas. No desespero do momento reuniu forças e num só golpe empurrou o vidro totalmente trincado com uma perna boa, conseguindo quebrá-lo.

Rastejou e empurrou a menina desacordada para fora, enquanto passava pela pequena brecha e se cortava nas laterais pontiagudas.

Do lado de fora, a escuridão da noite era preenchida pela luz do incêndio. O que a fez procurar desesperadamente pelo corpinho da garotinha desacordada. Achando-a, a pegou nos braços e a protegeu, tentando ao mesmo tempo se arrastar, ignorando o chicotear da chuva fina que caía. Com muita dificuldade, se pôs de pé e carregando desajeitadamente a menininha, que agora estava desmaiada, foi tentando se afastar ao máximo do carro .

Foi quando de repente, algo no ar crepitou e uma repentina explosão as arremessou para longe. Caída no chão, a moça não viu quando a garotinha acordou, buscou por ela, e em seguida desmaiou novamente.

Naquela noite, a sorte foi que o fogo não as alcançou. E bem próximo dali, um carro de polícia patrulhava.

As chamas, a fumaça e o barulho da explosão, chamaram atenção e logo homens fardados se arriscaram a descer o barranco, iluminando o escuro com potentes lanternas. A moça e a criancinha nada viram, como também não perceberam o grupo de bombeiros e paramédicos que desceram até lá para salvá-las.

Continuaram desmaiadas dentro da ambulância que as levou às pressas para o hospital. E foi somente lá que a criança foi retirada de seus braços e levada para sua própria maca. Para ambas, restava apenas um fio de vida e somente um milagre poderia resolver. Era isso e mais nada.

Um grupo de homens vestidos de negro, altamente armados, vasculhavam o local do acidente em busca de provas ou de alguma pista. O metal da carroceria do carro — que havia deixado um rastro nas paredes da ribanceira — estava quase todo visível.

Algumas outras partes do carro estavam espalhadas, junto com alguns vestígios da explosão, mas o mais interessante é que unicamente havia sobrado intacto dois passaportes de capa azul que pertenciam a mulher e a menina que haviam se acidentado. Quem os mantinha em mãos era um homem alto, bem apessoado e de porte altivo. Entretanto, naquele momento, o que mais chamava atenção nele era o olhar nefasto e cheio de ódio direcionado à mulher da foto do passaporte.

Exibindo a beleza única que tinha, a mulher de cabelos longos e pretos, olhos azuis, lábios cheios e extremamente sensual, encarava-o na foto, como se o desafiasse a dizer algo. O passaporte era expedido pelo governo brasileiro em nome de Bárbara Lima, com estado civil de casada. No outro passaporte a foto da menininha de três anos, olhos grandes e pretos, como os dele e cabelos lisos e pretos, como os da mãe. Júlia.

Havia sido notificado assim que elas puseram os pés na Calábria, e desde então, cada passo foi monitorado por ele. Entretanto, ninguém pôde prever o que aconteceria, e era o que mais o espezinhava, afinal, soubera exatamente a hora em que o carro caiu no barranco.

— Senhor Guerra, não encontramos mais nada. — Um de seus homens interveio.

Thiago Guerra, encarou o passaporte com tamanho ódio que sentiu o sangue pulsar. Nos primeiros dias sequer pisou na ala do hospital para ver a situação de Bárbara. Sua preocupação era sempre direcionada a Júlia, a garotinha. Sua presença no hospital era constante e dedicada, adentrando sempre com o rosto sombrio enquanto observava a evolução da filha, do qual se recuperava paulatinamente.

Todos os dias, ele ia do céu ao inferno ao se deparar com alguma situação crítica relacionado a saúde da menininha, sentindo de perto o ímpeto de ir até a outra ala e matar Bárbara sufocada ou desligando os aparelhos que a mantinham viva. Quer fossem os meios, ele queria vê-la morta.

Por fim, com o passar dos dias, a pequena garotinha apresentou melhoras significativas e sem lesões permanentes. Como um pai atencioso que era, Thiago levava presentes e aos poucos ia conquistando a confiança da garotinha cada vez mais. Isso era o necessário a se fazer, já que Júlia não parava de perguntar pela mãe.

Foi somente no final da quarta semana no hospital que a mulher deu os primeiros sinais de recuperação. O cérebro havia desinchado e as formas de seu rosto já estavam sendo formadas novamente seguindo o curso para o lugar que lhe era natural. Por alguns momentos, abria os olhos e tomava consciência do lugar onde estava e nunca ninguém estava lá para recebê-la. As pessoas iam e vinham como sombras.

Às vezes, mãos cuidadosas tocavam seu corpo dolorido, cuidando e virando-a na cama. Vozes alteradas murmuravam de vez em quando, algumas delas a chamando, mas o estupor a tragava novamente para a profundeza tão confortável da inconsciência.

Um dia ela despertou. A luz fluorescente que tremeluzia, feria seus olhos. Murmurou em protesto, mas sua voz estava metálica e a boca seca, e o simples ato de mexer os lábios doeu. Tentou virar o rosto, mas uma dor perpassou seu corpo, lançando pequenas ondas agudas, fazendo-a perder o fôlego. O homem sentado do outro lado se levantou com um triunfo maléfico brilhando nos olhos negros, veio até ela em passos largos e a segurou com força, empurrando-a de volta para se deitar, fazendo com que a dor física que sentia aumentasse muito mais com a forma que ele fizera.

— Fique quieta, sua idiota!

A mulher o olhou chocada como se não tivesse entendido bem. Todo aquele rancor e desprezo intrínseco na voz grave e sonora não faziam sequer sentido. Já ele, permanecia a olhar de maneira impassível e cheia de rancor quando se debruçou e apertou o botão da campainha das enfermeiras. A moça, por sua vez, continuava a encarar o homem completamente assustada com o que emanava do olhar cheio de ódio.

Uma enfermeira, entrou no seu campo de visão e ela girou o pescoço para vê-la melhor, mas novamente a dor muito aguda atravessou-lhe o corpo. De maneira a equilibrar a intensidade do que sentia, tentou respirar mais fundo, e como resposta, retorceu suas feições percebendo que de qualquer maneira, tudo nela doía. A enfermeira pareceu perceber, e piedade apareceu nos olhos cor de âmbar dela.

— Por favor, Bárbara, preciso que respire devagar e não se mexa. O doutor já está chegando.

Bárbara! Ela se concentrou naquele nome enquanto o médico entrava no quarto.

— Ela voltou a si, Thiago? — O doutor perguntou preocupado, e como resposta, recebeu apenas um olhar de indiferença e sem expressão, como resposta. — Pois vamos dar uma olhada.

O homem de olhos cheios de ódio, cujo médico se referiu como sendo Thiago, rumou para a saída do quarto enquanto os outros começavam a examiná-la, a fim de buscar por possíveis lesões permanentes. O simples ato em si era doloroso, fazendo-a ficar cada vez mais pálida.

Tudo doía, até respirar! Aquilo a forçava a usar a respiração curta, evitando ao máximo o subir e descer natural. A cabeça doía terrivelmente a forçando a manter as pálpebras inchadas fechadas, e até mesmo o lençol incomodava nas partes feridas.

— O que aconteceu comigo? — Ela perguntou baixo e com muita dificuldade.

O médico que agora examinava a perna, levantou os olhos através dos óculos de grau e respondeu.

— Teve um acidente sério, Bárbara, tem sorte de estar viva! Mas a boa notícia é que está se recuperando muito bem.

— Onde é que estou ferida?

— Praticamente em todo o corpo. — Ele murmurou calmo, tentando passar tranquilidade. — Entre outras coisas, você teve o braço quebrado e concussão cerebral, fraturas na perna, crânio e costelas... e outras grandes variedades de ferimentos que só vendo para crer!— O médico retirou as luvas e a jogou no cesto de lixo, olhando novamente para a paciente.— Está se recuperando espetacularmente bem, graças à boa saúde que têm, e ao meu talento médico.

Ele sorriu, convidando-a a sorrir também de sua resposta bem-humorada. Ela piscou os cílios longos, tentando fixar no lugar o rosto do médico que estava em pé, de frente a ela.

— Obrigada. — Sussurrou com seu sotaque, tão diferente da fala do médico. — Onde estou?

— Guardiã Médica Guerra, em Reggio.

— Aonde fica Re- Reggio? — Ela perguntou novamente, fechando os olhos e contraindo os músculos da face em sinal de dor.

O médico alinhou o suporte do gesso do braço fazendo-a suspirar aliviada.

— Em Calábria, na Itália, Bárbara.

A moça registrou aquela informação nova, sabendo não fazer o menor sentido estar ali naquele país uma vez que não o conhecia, mas tentou afastar aquela preocupação.

— Quanto... — Parou de falar ao sentir a fisgada, e fez uma nota mental, obrigando-se a lembrar de falar mais devagar. — Quanto tempo faz que eu estou aqui?

— Um mês e 20 dias.

Por um momento, ela ficou em completo silêncio. Absorvendo todas aquelas informações, lidando com a confusão mental e absorvendo a dor dos olhos por causa da claridade extrema. O médico pareceu perceber e dirigiu-se até o interruptor de luz, desligando a parte que iluminava totalmente o ambiente e acionando o modo que deixava tudo iluminado à meia luz.

— Meu nome é Bárbara? — Ela perguntou.

— É, sim. — O médico respondeu, surpreso. — Você não sabia?

— Não. Parece que não me lembro de nada.

— Lembra-se de algum outro nome? — Ele perguntou já preocupado.

— Não. Nenhum..— Sua voz foi gradativamente sumindo e ficando pastosa.

Ela estava cansada por causa do esforço de falar e ter que lidar com tanta dor e confusão mental ao mesmo tempo. Todo aquele esforço parecia demais naquele momento.

— Bom, melhor não nos preocuparmos ou fazer alarde agora. Você ainda precisa descansar bem e se recuperar totalmente. — O médico a instruiu, voltando-se depois para a enfermeira que assistia tudo calada. — Fiorella, por favor, acomode-a melhor. Preciso falar com Thiago.

Bárbara fechou os olhos e escorregou novamente para a escuridão, onde não havia sonhos e mais nada. Apenas escuridão. Escuridão esta que ajudava a entorpecer toda dor física que ela sentia, e consequentemente a curava. 

Votem! 🌟


Obrigada @JaquelineMotta-RJ você é foda !
ps: KKKKK

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