Black Pearl » » Lee Seokmin

By Kind_of_Lost

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"Você é minha tempestade e minha calmaria." Soo Yun estava cansada de ditarem o seu caminho e seu futuro. Ela... More

⊱AVISOS⊰
⊱PRÓLOGO⊰
⊱1⊰
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⊱4⊰
⊱5⊰
⊱6⊰
⊱7⊰
⊱8⊰
⊱9⊰
⊱10⊰
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⊱39⊰
⊱EPÍLOGO⊰
⊱◈◈◈⊰

⊱3⊰

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By Kind_of_Lost

+Lee Seokmin+

Meus pés doem. Doem pelo tempo que estou andando de um lado para o outro no convés recém limpo pelos meus homens. Odiava não saber o que fazer, ficar sem reação ou saída. E no momento eu realmente precisava de uma.

"Ela chegará em segurança ao norte, eu prometo."

Onde eu estava com a cabeça? Não consigo nem ao menos cuidar de mim mesmo, quem dirá de outra pessoa. Que maravilha... Preciso mantê-la em segurança, mas se eu não arriscar seu pescoço todos morreremos de fome.

Estamos navegando a dois dias. O galpão do Moon seria fácil de encontrar naquela pequena cidade que já era visível no horizonte, no entanto nenhum dos meus homens poderá falar com os senhores que cuidam do galpão, não sem causar um alarde. E precisamos de alguém que consiga permissão para atracarmos e abastecermos. A nossa última aventura teve uma repercussão maior que o esperado e a poeira ainda não baixou o suficiente para conseguirmos passar despercebidos então a chance de encontrarmos com oficiais e eles nos reconhecerem é maior do que a normal.

Moon Soo Yun é a resposta. Ninguém faz ideia de que ela está conosco e qualquer oficial perderia o foco ao olhar para aquele rostinho bonito. Contudo, ainda seria arriscado e de qualquer forma teríamos que nos virar se ela se recusar a ajudar. Nesses dois dias ela não saiu da cabine, tudo o que vejo é sua figura enterrada em uma pilha de livros que cresce mais a cada hora que passa, ela mal toca na comida que levamos para ela ou diz alguma coisa.

Ela ainda é um mistério. Pela forma que seu pai falava dela eu tinha uma visão diferente de como Soo Yun seria, a pequena princesa mimada do papai que não se importa com nada além dela, mas até agora não foi isso o que vi. Mesmo com tudo o que aconteceu, não a vi derrubar uma única lágrima, ou se lamentar pela situação e isso me surpreendeu. Talvez eu esteja errado em julga-la pela sua família ou não, no fundo estou apenas esperando um certo... Drama.

— Você vai acabar quebrando o piso assim. — A voz de Wonwoo me faz parar de andar e pela primeira vez sinto o vento frio da noite soprar em meu rosto. — Decidiu o que vamos fazer?

— Ela é nossa melhor saída, não vejo outra opção. — Deixo um suspiro escapar, não quero ter que pedir isso a ela, não quero ter que despejar algo tão importante sobre suas costas. — É arriscado, mas a chance de dar certo vai ser maior.

— Vai falar com ela agora? Creio que ela ainda está acordada, lendo. — Assinto pegando o chapéu que estava descansando sobre o timão e o colocando. — Ela leu quase metade da prateleira em apenas dois dias. Nem eu faço isso.

— Parece que nossa carga é de fato, muito interessante... — Juntos descemos os degraus e recebo um olhar nada feliz de meu amigo.

— Não fale dela assim, não é como se ela tivesse alguma escolha nessa situação, trate-a como uma convidada. Afinal, sabemos muito bem o que é perder a família. — As vezes o lado racional de Wonwoo me irrita, ele sempre está certo no que diz e não posso nem ao menos refutar.

Ele tocou em uma velha ferida, que estava cicatrizada a muito tempo, mas ainda incomoda e está claramente marcada e visível para mim. Por fim meu imediato toca meu ombro e desce as escadas a minha frente, sumindo depois do mastro principal. Há essa hora da noite, meus marujos devem estar dormindo ou bebendo pelos compartimentos do navio, espero que eles estejam descansando, amanhã será um dia agitado.

Respiro fundo e decido acabar logo com isso. Seguindo até minha cabine tento montar um breve discurso para convencê-la, no entanto sei que será inútil porque no momento que eu olhar para ela as palavras irão sumir. Tão bela quanto uma sereia, tão misteriosa quanto os versos de um tesouro perdido no tempo.

Sua figura logo rouba a minha atenção. O cabelo longo e escuro cai pelas suas costas em ondas como o mar em um dia calmo, sua postura está péssima na pequena poltrona, os olhos frios se movem rápido pelas páginas, o vestido simples que demos a ela ficou um pouco frouxo e o tom vinho do tecido contrasta com a pele clara e as sardas escuras em suas bochechas. Assim que eu me aproximo seus olhos se voltam para mim, não com medo, mas talvez com repúdio ou ódio, como se eu fosse o culpado pela sua situação e em parte, ela não está errada em me culpar. Um antigo exemplar de um dos escritos de Copérnico, ao qual não faço ideia do nome, está firme em suas mãos finas.

Me sento a sua frente, procurando as palavras certas para pedir algo delicado e possivelmente perigoso. Por fim, crio coragem para encará-la e decido ser direto.

— Precisamos da sua ajuda. — ela fecha o livro e ajeita a postura. Seus olhos me estudam com calma e curiosidade até que eu quebro o silêncio novamente. — Estamos a poucos quilômetros da ilha onde seu pai deixou os suprimentos que precisamos, mas eu e minha tripulação não podemos ficar em terra por muito tempo, muito menos, falar com os encarregados pelo galpão, precisamos que alguém seja o intermédio para podermos atracar sem problemas.

Soo Yun me ouve com calma, prestando atenção em cada detalhe. Reforço que ela é nossa melhor opção já que não podemos desfilar por aí a luz do dia e precisamos de ajuda para abastecer o navio para a viajem longa que enfrentaremos nos próximos dias.

— Então, vai nos ajudar?

— Eu até ajudaria, mas você está esquecendo de um detalhe importante. — Não esperava ganhar uma resposta tão rápido, sua voz soa mais forte do que me lembrava e sua resposta me intriga. — Não irão me dar ouvidos, pelo menos foi isso o que aconteceu comigo em toda a minha vida. Portanto, a menos que as pessoas daqui sejam completamente diferentes e pensem de maneira mais sensata que todo o resto do mundo, não serei ouvida.

Não sabia que Soo Yun pensava dessa forma e ela não está errada. Havia esquecido desde detalhe gigante, mas tem que haver uma maneira. Como Fazer uma mulher ser ouvida no meio de uma multidão de homens?

Um sorriso nasce em meu rosto involuntariamente quando a melhor ideia que eu poderia ter veio a minha mente. Muito provavelmente ela não irá se agradar com isto, mas é uma solução.

— Tive uma ideia. — Ela arqueia a sobrancelha e se inclina na minha direção interessada, mas recua assim que ouve as próximas palavras que digo. — E você não vai gostar nem um pouco.

◅▻◌◅▻

O dia amanheceu nublado, frio e o mar revolto como a muito eu não via. Meus homens devem estar acordando junto dos primeiros raios de sol daquela manhã, contudo, espero que eles demorem bastante para que Soo Yun se sinta a vontade.

Eu e Wonwoo fomos obrigados a sair da cabine enquanto ela escolhe o que mais lhe agrada, e desde então estamos esperando do lado de fora para avaliar a consistência de seu pequeno... Disfarce.

Para o meu espanto, ela concordou em nos ajudar, mesmo com o meu plano feito de última hora e agora estou mais intrigado do que tudo a respeito dela. Se antes Soo Yun era um mistério, agora eu diria que ela é uma peça rara, tão rara quanto as cargas que fazíamos para alguns nobres querendo fugir de impostos. De fato ela era uma carga um tanto quanto... Interessante.

Um pigarro nos faz olhar na direção do som e quase me espanto. Soo Yun, que antes era a imagem delicada e bem cuidada de uma mulher de família rica, agora não passava de um jovem marujo entrando na maioridade.

A camisa preta e larga de botões ficou maior que o esperado, mas servirá. As calças, da mesma cor, serviram bem e não ficaram compridas demais, assim como as botas de couro escuro e os suspensórios que manteriam tudo no lugar e fariam o papel de esconder todo o necessário, os coldres estão vazios, mas me tranquiliza o fato dela não negar o uso de armas. As únicas coisas que a entregam são os longos cabelos soltos e o rosto bem desenhado e delicado, mas nisso eu posso dar um jeito.

— Então, o que acham? — Ela pergunta enquanto prende o cabelo no alto da cabeça, no entanto ainda não seria suficiente para disfarçar.

Olho em volta procurando um chapéu perdido por aí, mas falho nessa tarefa, Wonwoo me estuda, provavelmente se perguntando o que raios eu estou fazendo, mas logo estala os dedos e tira o chapéu da minha cabeça.

— Ei! — Protesto, muito embora, a peça negra de abas largas  já estava completando o disfarce de Soo Yun e só pude aceitar que fica melhor nela do que em mim.

— Agora está perfeito. — O encaro indignado e recebo apenas uma risada fraca de meu amigo abusado. Vou pegar o chapéu dele depois de qualquer forma então não crio caso. — E você, o que acha?

— São confortáveis. — Ela admite enquanto avalia as próprias roupas. — E me agrada a chance de ter voz alguma ver na vida, afinal, essa é a única maneira de fazer vocês me escutarem de verdade.

Ela pisca e abre um sorriso depois de arrumar o chapéu em seus fios e então, sai para conhecer o navio e andar livremente por aí. Consigo apenas ficar estatelado encarando sua figura pequena se distanciar.

— Não sei você, meu caro amigo. — A mão de Wonwoo em meu ombro me acorda por um breve momento. — Mas eu já gostei dela.

Sorrio com sua fala e me limito a ficar calado, sem querer admitir o mesmo sobre a peça rara que estamos carregando.

──────⊱◈◈◈⊰──────

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