JACOB
A conduzi até onde estavam três dos nossos amigos e os apresentei a ela.
— Thea, estes são Rayson Ferraro, Adrian Valleta e Alexos Sayer. Gente, essa é a Theodora, uma nova amiga minha e do Apolo.
Eles logo trocaram alguns apertos de mãos, em cumprimento.
— Vocês são gays também como o Apolo e o Jacob? – Thea perguntou sendo bem direta como sempre e eu vi o Adrian ficar bastante desconfortável com aquela situação toda.
— Não sou não – respondeu Ray, de modo muito educado.
— Eu sou. Igual ao meu irmão Ethan – disse Alexos, sorrindo gentilmente para ela.
— Você é o irmão do Ethan? Caraca! Que legal! Deve ser bom ter um irmão gay assim como você.
— Nem tanto, meu anjo. Às vezes, por causa dos boys, nós dois brigamos ao ponto de sairmos na porrada mesmo – Alexos comentou e ergueu uma das mãos – Está vendo esse dedo mindinho torto? Quebrado anos atrás pelo Ethan numa briga.
— Sério? – ela indagou, surpresa.
— Sim. Só porque eu tinha dado um simples selinho no gato que meu irmão havia acabado de conhecer na balada.
— Selinho, Alexos? – inquiri quase rindo – Que eu me lembre vocês praticamente transaram só com as línguas, um na boca do outro. Você saiu no lucro com o mindinho quebrado daquela briga, porque pela raiva eu achei que o Ethan ia era arrancar o seu pau fora.
Ele soltou uma gargalhada.
— E você... Adrian, não é? Você também é gay?
— Eu sou casado – anunciou Adrian, bem evasivo e um pouco rude.
Apenas Apolo e eu sabíamos que nosso amigo, mesmo sendo casado com a nossa também amiga Karina e tendo uma filha de sete anos, ele mantinha um caso escondido com o Alexos, há mais ou menos dois anos.
Já tentamos convencer o Adrian de que ele poderia ser feliz com o Alexos se ele se assumisse gay perante sua família, amigos e sociedade, mas infelizmente o nosso amigo ainda não se aceitava como era e isso é o passo mais importante a dar primeiro antes de "sair do armário".
— Eu também sou casado – comentou Rayson e informou que as esposas deles estavam arrumando as daminhas e o pajem em uma salinha ao lado do salão.
Naomi e Karina logo apareceram então nos sentamos quando os músicos, posicionados em um canto do salão, começaram a tocar e as pessoas adentraram, se acomodando em seus lugares.
APOLO
A cerimônia foi simplesmente linda e de vez em quando eu saía do meu lugar, ao lado do Jacob, e ia tirar uma ou duas fotos para o book de casamento da Leila e do Ravi. A espertinha da minha irmã não queria pagar nada pelo book então por isso que ela tinha me pedido para tirar as fotos, na desculpa de que eu era o melhor fotógrafo da região.
Leilinha estava muito linda naquele vestido de noiva e o mesmo, não sendo o branco tradicional e sim um lilás claro com um belo corpete acetinado e saia tule em estilo mullet, com detalhes em flores, contrastando perfeitamente com todo o ambiente do salão da recepção que se encontrava decorado em tons em preto, branco e cinza.
Tirei mais algumas fotos dos noivos e da festa, e depois fui curtir um pouco. Jacob e Theodora estavam sentados na mesa dos nossos amigos, mas apenas Rayson se encontrava ali. Adrian e Alexos tinham sumido já fazia alguns minutos e, provavelmente estariam se pegando em algum lugar do prédio.
Karina e Naomi estavam olhando suas filhas que brincavam no playground existente no pátio ao ar livre, ao lado do salão. Já Ethan e sua irmã caçula Filipa estavam se acabando de dançar na pista de dança, juntamente com alguns convidados.
— Já terminou de tirar as fotos? – Jacob perguntou quando me aproximei e me inclinei, o abraçando por sobre os ombros e lhe dando um beijo na bochecha.
— Já sim, amor. Vamos dançar? – indaguei, já o puxando pelo braço, fazendo com que ele se levantasse.
— Quem são os dois gays mais lindos do mundo e que eu amo muito? – Leila perguntou nos abraçando por trás, aparecendo do nada.
— Matt Bomer e Adam Lambert – Jacob falou sorrindo enquanto nos virávamos para ela e minha irmã fez uma cara pensativa.
— Verdade. São dois tesudos da porra... Oh delícia...
Ela começou a ficar com uma cara de besta, provavelmente pensando em sexo então a chamei, mas nada dela voltar a terra.
— Peste, acorda! – exclamei batendo de leve na cabeça dela fazendo Rayson rir.
— Oi?
— Você foi longe, hein Leila? – ele comentou.
— Fui, mas já voltei, Ray. E não é o Adam e nem o Matt não. Depois deles?
— Zachary Quinto e Matt Dallas? – arrisquei e ela balançou a cabeça em negativa.
— Não, depois desses aís?
— Nós? – Jacob e eu dissemos juntos, nos entreolhando, depois rolamos os olhos.
— Isso mesmo. Vocês são os primeiros da minha lista top 3 gays loves.
— Estamos em terceiro lugar, Leilinha. E Ethan vai te deixar careca de novo se ele ouvir que não está nessa sua lista aí.
— Com aquele outro doido eu me acerto depois. E os últimos serão os primeiros, lembra maninho? – ela disse rindo e nos abraçou ao mesmo tempo, porém logo nos empurrou e deu um passo, puxando a cauda do seu vestido, parando ao lado da cadeira da Thea, que permanecia ainda comendo os petiscos da festa – E você quem é? Peraí, você deve ser a... OH MEU DEUS!
Leila deu um grito tão alto que até pararam a música da festa, tornando o lugar um silêncio total e fazendo nós sermos o alvo de todos os olhares do recinto. Coloquei a mão na minha cara, envergonhado, enquanto minha irmã puxava e abraçava a Theodora, que se encontrava assustada demais para reagir.
— NÃO ACREDITO QUE VOU SER MESMO TIA! Eu vou ser tia, né? – Leilinha perguntou um pouco baixo nos olhando enquanto a música voltava a preencher o lugar então eu assenti e ela começou a gritar de novo, um pouco menos eufórica – PEGA PORRA! EU VOU SER TIA! Senhor, eu não tô bem!
— Quem manda ficar gritando igual a uma louca – Jacob murmurou rindo.
— Deixa eu comemorar em paz, seu chato – ela disse finalmente desgrudando da Thea e pulando nos meus braços, abraçando-me – Obrigada, maninho. Esse foi o melhor presente de casamento – Leila desgrudou de mim e abraçou Jacob também, depois se virou para Theodora que tinha voltado a comer – Vem, Thea.
— Para onde você vai levar ela, hein sua louquinha?
— Ah, Apolo, deixa eu passear com a minha sobrinha em paz – minha irmã falou, já saindo arrastando a Theodora, atracada ao braço dela.
— Deixa ela, amor – Jacob disse passando seu braço por sobre meus ombros e sussurrou perto do meu ouvido – Vem comigo. Preciso te falar sobre uma coisa, em particular.
Estranhei um pouco, mas fui com Jacob e entramos no salão onde tinha ocorrido a cerimônia. O mesmo se encontrava vazio aquele momento.
— O que houve, amor? – indaguei.
— Hoje de tardezinha, eu estava saindo do banheiro, do seu antigo quarto, lá na casa dos meus sogros e me deparei com a Thea no quarto.
— Ela te viu pelado? – inquiri, não sabendo se sentia raiva ou ciúme, ou as duas coisas.
— Sim e ficou excitada...
— Vocês fizeram algo?
— É claro que não, Apolo, mas eu convidei a Theodora para dormir com a gente hoje à noite, só que ela recusou. Então eu fiquei com essa pulga atrás da orelha.
— Que pulga? Jacob, se ela não quer então não vamos insistir.
— E se a Thea não quer porque o ex dela a traumatizou de alguma forma? Então, eu estava pensando de você ficar com ela primeiro...
— Por que eu? Se ela está realmente traumatizada com algo, você que é o mais romântico de nós dois e outra, eu nunca fiquei com uma mulher sozinho. Lembra da regra que criamos? Se é para ficar com uma mulher que seja os dois ao mesmo tempo.
— Eu não me esqueci da nossa regra, amor, mas eu sei que você é meio ciumento, muito na verdade, e eu não quero acabar com esse clima de paz entre você e a Theodora.
Fiquei um pouco pensativo, pois por um lado, eu não queria que Jacob e Thea ficassem, mas pelo outro, eu não sabia como iria transar com ela, se nem tesão eu sentia pela garota.
— Eu posso tentar, mas não prometo nada, querido – falei o abraçando pela cintura – Você sabe que não sinto atração por mulher, então como eu vou comer ela de pau mole?
— Faça igual a mim, na época do colégio. Eu fazia a Leila me chupar até ficar bem duro e depois era só meter até gozar. Qualquer pau fica duro com um bom boquete, amor. E se você não conseguir, apenas feche os olhos e pensa em mim.
Jacob me beijou e segundos depois sorriu, desvencilhando seus lábios dos meus.
— E em quem mais eu pensaria, seu bobo? – sussurrei, dando-lhe um selinho rápido, então me lembrei que precisávamos voltar e salvar a Theodora das maluquices da Leilinha e ele riu, concordando comigo.