Sobre a Luz das Estrelas

By dear_utt

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Quando tinha apenas 10 meses de vida a pequena Rose Phillips foi sequestrada e levada para longe de sua casa... More

SOBRE A LUZ DAS ESTRELAS
PARTE I
Sinopse
Dedicatória
Prólogo
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Trêze
PARTE II
Sinopse
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete

Capítulo Dezoito

6 1 0
By dear_utt

Uma melodia instrumental soava enquanto dançávamos lentamente tornando o momento ainda mais romântico. Eu gostava daquilo, sentir sua mão firme, porém carinhosa, contra minha cintura, ouvir o toque de seu coração claramente por estar com a cabeça encostada em seu peito, deixando que a melodia se misture com seu batimento descompassado.

Eu não estava diferente, meu coração batia tão depressa que me fazia acreditar que a qualquer momento ele saltaria pela garganta. Embora pareça, não é uma sensação ruim, eu gosto. Realmente não quero sair daqui tão cedo.

– Rose? – Tom me desperta de meus pensamentos e me viro em sua direção.

– Sim?

– Preciso te dizer uma coisa. – Ele olha ao redor. – Mas quero que fiquemos a sós.

Penso um pouco, me lembrando imediatamente do lugar perfeito. Rapidamente me viro para ele com um largo sorriso.

– Sei de um lugar. – Falo animada e seguro sua mão o guiando até lá.

Tentamos passar despercebidos em meio aquele mar de adolescentes que, assim como eu, aproveitavam seu último momento fora da dura realidade que os aguarda na vida adulta.

Embora minha realidade provavelmente seja diferente da deles.

Conforme caminhamos pelos corredores vazios da escola não consigo evitar pensar nos dias que vivi aqui. Foram anos de ouro, anos difíceis, mas anos que eu nunca mudaria, pois me tornaram quem sou. Sentirei falta daqui.

Afasto os pensamentos quando atravessamos o campo de esportes e chegamos a uma estufa. Pego minha bolsa e retiro uma chave de lá.

– Do que é essa chave? – Ele pergunta curioso.

– É uma chave mestra. Serve para abrir qualquer porta. – Sorrio quando giro-a na fechadura ouvindo o som reconfortante das engrenagens quando a porta se abre. – De qualquer lugar. – Tom parece divinamente surpreso.

– Uau! Aonde achou isto?

– Apenas os homens mais importantes de toda Athés tem uma dessas. Uma vez, por pura curiosidade, eu peguei a do meu pai e mandei fazer uma cópia. Como eu fiz o pedido em nome dele, todo o trabalho foi bem mais rápido. E ele nem percebeu. – Embora eu tivesse destrancado, tive o cuidado de manter a porta fechada em nome do suspence.

– Puxa que esperta. – Sorrio.

– Eu já sabia que era uma chave mestra, mas eu não havia pensado em nenhuma porta que eu quisesse abrir. Então uma vez eu comecei a abrir todas as portas da escola até achar este lugar. – Falo com suspense e abro a porta, revelando um jardim colorido e magnífico, meu jardim secreto.

– Uau! – Foi tudo o que conseguiu dizer, enquanto eu o observava com curiosidade.

– Eu amava vir aqui, parece que ele é um tipo de jardim experimental ou algo assim. Tem algumas flores estranhas e diferentes que, após dar algumas olhadas em livros, eu descobri ser plantas terrestres. – Sorrio radiante. –  Eu sempre amei aquele planeta e o amo ainda mais agora que descobri que deve ser tão maravilhoso, eu chamo aqui de minha Terra particular, meu pequeno pedaço do planeta de onde... – Paro de falar ao perceber o que iria dizer, apenas Kate sabe que eu vim da Terra. – Aonde tem coisas tão lindas. – Emendo. Ele me olha confuso, talvez percebeu a mudança repentina mas eu resolvo continuar. – Veja! Está planta se chama Margarida, não é linda? E essa se chama Copo de Leite, e está aqui se chama Tulipa, falam sobre elas no livro que eu li, um da Terra que fala sobre uma doença chamada Câncer. Mas enfim, essas aqui são Rosas, nós temos delas aqui. E essas são Orquídeas, como você sabe também temos dessas aqui, eu acho o Copo de Leite muito parecido com Lotpus não acha? – Ele sorri atento a mim enquanto falo das plantas sem esconder o ânimo. – O que achou?

– Incrível, tudo isso é a sua cara e você pareceu uma criança falando dessas flores. – Sorrio. – E sim, essa branquinha parece com Lotpus. E essas Tuli alguma coisa parecem com as Límpias.

– Verdade. – Sorrio de novo, e assim que olho para Thomas percebo que ele me olha diferente. – Está tudo bem? – Ele assente com um sorriso. – Então? O que houve?

– É que... – Ele lentamente se aproxima de mim, por impulso dou um passo para trás e ele me cerca, quase colando nossos corpos. – Eu gosto de você Rose.

– C-como? – Pergunto paralisada.

– Eu te amo e isso não é de hoje. Já tem muito tempo que eu sinto isso e nunca pude te dizer. Por medo. Mas hoje eu tive coragem. E por isso estou dizendo que te amo, por que eu amo. – Ele sorri  e seus olhos brilham de esperança em meio a expressão leve de medo.

– Eu também te amo Tom. Há muito tempo. – Ele sorri, um sorriso genuíno. E com uma coragem que não sei de onde vem, eu o beijo, selo nossos lábios em um beijo inexperiente mas cheio de sentimento.

Esse é o meu primeiro beijo e eu não sei o que fazer, mas parece que tudo está trabalhando por nós, fazendo com que dê certo.

Nos separamos e ficamos assim, com os rostos a milímetros de distância, a única coisa que se podia ouvir era o som de nossas respirações. Eu encarava aqueles olhos cor de esmeralda ao mesmo tempo que ele também olhava fixamente nos meus olhos, ele parecia conseguir ver o meu interior.

– Quer namorar comigo? – Me assusto com sua pergunta, não era para isso acontecer. Eu não quero isso para mim, abandonar alguém um dia depois de começar a namorar. Como eu não pensei nisso? Vou magoa-lo de qualquer maneira.

– Isso foi um erro. – Acabo pensando alto. – Me perdoe Thomas mas eu não posso fazer isso. – Ele me olha confuso e magoado, sinto um aperto no peito. – Adeus! – Falo e saio correndo. Tiro os sapatos e corro descalça para casa. Corro para fora dos muros da escola e chego rapidamente nos limites da vila, pois a escola é bem no centro. Não sei o que estou fazendo, minha casa muito longe da escola. O guarda da vila Alváres me olha assustado.

– O que houve senhorita?

– Tenho que ir para casa.

– Você está fugindo de um casamento? – O olho se entender. – O homem que ama está se casando com outra? – Faço cara de desentendida, eu só tenho dezessete anos. – Acredite isso é comum por aqui. De aonde a senhorita é?

– Athés.

– Bem, é meio longe. Gostaria que eu providenciasse um motorista para levá-la? Ou pretende voltar a pé? – Pergunta com humor encarando meus pés descalços.

– Um motorista, por favor. – Ele assente, mas noto seu olhar e por algum motivo ele não se afasta, e sim, se aproxima de mim com um sorriso.

– Não sei o que te fez fugir assim mas se for um homem eu posso te fazer esquecer dele agora. – Fala com um sorriso tão nojento quanto sua atitude.

– Olha, eu tenho 17 anos, então a não ser que queira ser morto por pedofilia, eu sugiro que saia de perto de mim. – Seu sorriso murcha enquanto o covarde se afasta.

– Vou chamar o motorista.

– Sim, faça isso. – Tento ser autoritária.

Quando um senhor chega em seu veículo sorrio grata entrando no mesmo, dou a ele as instruções de minha casa e chegamos rápidamente, nem mesmo tenho tempo de pensar nos acontecimentos passados.

Chegamos e eu agradeço. Ainda do lado de fora noto agitação, algo está fora do normal. O que é muito estanho. Entro em casa, todas parecem apressadas e preocupadas, andando para lá e para cá, me aproximo de Lisa a cutucando de leve, ela parece se assustar ao me ver.

– Senhorita Phillips? Já chegou?

– Sim, o que está acontecendo?

– Nada, senhorita. – Fala um pouco sem graça e olha para os lados. – Ahm, não foi bom lá? A senhorita chegou mais rápido do que imaginei.

– Por quanto tempo fiquei lá? – Perguntei completamente imersa ao horário.

– Uma hora, acho.

– Está bem. Mas o que está acontecendo? Estão todos tão agitados. – Insisto na minha pergunta e Lisa olha para os lados, inquieta. – Onde está Keyla?

– Ahm...

– O que houve? Por que não quer me responder?

– Bom senhorita, é que a Keyla, bem ela...

– Ela se foi. Fugiu para longe daqui. – Uma voz grossa completa a frase atrás de mim, sinto meu corpo gelar, tenho medo de me virar, embora saiba a quem aquela voz pertence.

– S-Senhor Phillips? O senhor ahm... Vai querer jantar agora? – Pergunta Lisa mudando completamente de assunto.

– Sim, quero. Filha? – Chama. – Venha você também. – Ele não precisa alterar o tom de voz, o tom grave soa como uma ordem mas ele parece calmo.

– Não estou com fome. – Me sinto fraca quando as lágrimas teimam em tentar cair.

– Claro que está, comeu no baile?

– Comi, não estou com fome. Me dê licença. – Faço uma referência sem querer olhar em seus olhos e subo direto para o quarto.

Por que eu só sei perder quem amo?

Essa pergunta martela na minha cabeça, vezes e vezes sem conta, como uma fita no repete.

Me jogo na cama e chuto meus sapatos para longe. Como assim se foi? Como assim ela foi embora? Eu perdi ela, perdi a pessoa que esteve sempre do meu lado. Isso soa para mim como um sinal, como um alarme soando na minha cabeça me mostrando que devo ir. Que devo executar o meu plano agora.

Me levanto de repente e agarro uma mochila aonde coloco tudo, algumas peças de roupas quentes, vestidos longos e blusas de frio, água, e cobertor. Acho ridículo o fato de mulheres não poderem usar calças e, embora eu tenha uma, não posso usá-la na rua e ainda tem o fato de ela ser um moletom masculino um tanto folgado que não é nada apropriado para correr.

– Estou pronta. – Falo para mim mesma fechando o punho com força. Com cautela, saio do quarto em busca de alguma pessoa que possa me ajudar a encontrar minha amiga. – Tenho de ficar calma, eu vou encontra-las. – Cochicho como um mantra.

Eu precisava acreditar tanto quanto eu precisava conseguir.

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