Capítulo Dezoito

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Uma melodia instrumental soava enquanto dançávamos lentamente tornando o momento ainda mais romântico. Eu gostava daquilo, sentir sua mão firme, porém carinhosa, contra minha cintura, ouvir o toque de seu coração claramente por estar com a cabeça encostada em seu peito, deixando que a melodia se misture com seu batimento descompassado.

Eu não estava diferente, meu coração batia tão depressa que me fazia acreditar que a qualquer momento ele saltaria pela garganta. Embora pareça, não é uma sensação ruim, eu gosto. Realmente não quero sair daqui tão cedo.

– Rose? – Tom me desperta de meus pensamentos e me viro em sua direção.

– Sim?

– Preciso te dizer uma coisa. – Ele olha ao redor. – Mas quero que fiquemos a sós.

Penso um pouco, me lembrando imediatamente do lugar perfeito. Rapidamente me viro para ele com um largo sorriso.

– Sei de um lugar. – Falo animada e seguro sua mão o guiando até lá.

Tentamos passar despercebidos em meio aquele mar de adolescentes que, assim como eu, aproveitavam seu último momento fora da dura realidade que os aguarda na vida adulta.

Embora minha realidade provavelmente seja diferente da deles.

Conforme caminhamos pelos corredores vazios da escola não consigo evitar pensar nos dias que vivi aqui. Foram anos de ouro, anos difíceis, mas anos que eu nunca mudaria, pois me tornaram quem sou. Sentirei falta daqui.

Afasto os pensamentos quando atravessamos o campo de esportes e chegamos a uma estufa. Pego minha bolsa e retiro uma chave de lá.

– Do que é essa chave? – Ele pergunta curioso.

– É uma chave mestra. Serve para abrir qualquer porta. – Sorrio quando giro-a na fechadura ouvindo o som reconfortante das engrenagens quando a porta se abre. – De qualquer lugar. – Tom parece divinamente surpreso.

– Uau! Aonde achou isto?

– Apenas os homens mais importantes de toda Athés tem uma dessas. Uma vez, por pura curiosidade, eu peguei a do meu pai e mandei fazer uma cópia. Como eu fiz o pedido em nome dele, todo o trabalho foi bem mais rápido. E ele nem percebeu. – Embora eu tivesse destrancado, tive o cuidado de manter a porta fechada em nome do suspence.

– Puxa que esperta. – Sorrio.

– Eu já sabia que era uma chave mestra, mas eu não havia pensado em nenhuma porta que eu quisesse abrir. Então uma vez eu comecei a abrir todas as portas da escola até achar este lugar. – Falo com suspense e abro a porta, revelando um jardim colorido e magnífico, meu jardim secreto.

– Uau! – Foi tudo o que conseguiu dizer, enquanto eu o observava com curiosidade.

– Eu amava vir aqui, parece que ele é um tipo de jardim experimental ou algo assim. Tem algumas flores estranhas e diferentes que, após dar algumas olhadas em livros, eu descobri ser plantas terrestres. – Sorrio radiante. –  Eu sempre amei aquele planeta e o amo ainda mais agora que descobri que deve ser tão maravilhoso, eu chamo aqui de minha Terra particular, meu pequeno pedaço do planeta de onde... – Paro de falar ao perceber o que iria dizer, apenas Kate sabe que eu vim da Terra. – Aonde tem coisas tão lindas. – Emendo. Ele me olha confuso, talvez percebeu a mudança repentina mas eu resolvo continuar. – Veja! Está planta se chama Margarida, não é linda? E essa se chama Copo de Leite, e está aqui se chama Tulipa, falam sobre elas no livro que eu li, um da Terra que fala sobre uma doença chamada Câncer. Mas enfim, essas aqui são Rosas, nós temos delas aqui. E essas são Orquídeas, como você sabe também temos dessas aqui, eu acho o Copo de Leite muito parecido com Lotpus não acha? – Ele sorri atento a mim enquanto falo das plantas sem esconder o ânimo. – O que achou?

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⏰ Última atualização: Aug 04, 2022 ⏰

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