Capítulo Sete

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Ouço um barulho, como se fosse um tambor, não, um sino. Forço meus olhos para abrirem, porém, é em vão, onde estou? Por que não consigo abrir meus olhos? Tento me mexer, também em vão.

De repente, o barulho para e eu consigo abrir os olhos. Na minha frente há um espelho, me assusto ao ver o meu reflexo. Meus cabelos estão presos em um coque, minha pele está estranhamente pálida, e meus olhos azuis, quero dizer eles já são azuis, mas estão mais azuis do que o normal, chegam a parecer um pedaço de gelo frio, gélido, o que mais me assusta é que eles não refletem emoção alguma.

– O que faz aí? – ouço uma voz conhecida perguntar e me viro abruptamente na direção dela.

– Margareth? O que... O que faz aqui?

– Ei! Eu perguntei isso primeiro – Fala sorrindo deixando transparecer o humor na sua voz – Eu sempre estou aqui, não é mesmo?

– Como? Como assim?

– Posso não estar fisicamente mas estou no seu coração – Sorri – E na sua memória.

– Pode me dizer o que houve com meus olhos?

– Ué eles sempre foram assim.

– Não! Eles não são tão claros.

– Ah isso? Isso é o poder querendo sair de você.

– Mas... Que poder?

– O que você tem aí dentro – Continuo sem entender – Ele “sairá”, por assim dizer, quando for a hora, mas pode ir mais rápido se for movido por alguma emoção forte, como dor, tristeza e raiva.

– Do que você está falando?

– Eu preciso ir – Diz se afastando.

– Que? Pra onde?

– Adeus minha pequena.

– Não! Margareth! Não posso te perder novamente – Digo correndo em sua direção para impedi-la de me abandonar mais uma vez, mas assim que eu chego ela simplesmente some e eu caio no chão, chorando, pedindo para isso não ter acontecido novamente. Fecho os olhos e me concentro apenas na minha dor, e nas lágrimas que caem dos meus olhos.

– Rose? Rose? O que houve? – Escuto uma voz distante dizer, porém, eu não abro meus olhos.

•••

– Rose? – A voz parece mais próxima, me obrigando a abrir meus olhos, ao fazê-lo me deparo com Kate de joelhos ao meu lado – Está tudo bem?

– O que aconteceu?

– Você teve um pesadelo – me sento e concordo com a cabeça, é claro. – Rose você tem que me dizer se isso está sendo muito frequente.

– Estou tendo desde – Engulo em seco – A morte de Margareth. O que tem dois dias, só tive dois, foram apenas esses.

– Oh Rô – Limpa uma lágrima minha e só ai eu percebo que realmente estou chorando – Quer falar sobre isso? – Assinto.

– No sonho – Paro – Pesadelo. Eu não conseguia abrir os meus olhos, parecia que alguém os havia colado, eu ficava escutando um barulho alto parecia um sino, quando o som parou e eu finalmente consegui abrir os olhos, eu vi um espelho, e meus olhos, eles estavam mais claros e eu não entendia o porquê, parecia que eles tinham virado gelo – Falo calmamente me sentando na cama e Kate se senta ao meu lado ouvindo tudo com atenção – Margareth estava lá, ela disse que sempre estará na minha vida, na minha memória – sorrio triste. – Quando eu a perguntei sobre os meus olhos ela disse que era o meu “poder”, o que eu tinha dentro de mim e que estava querendo sair. Eu não entendi absolutamente nada do que ela dizia mas ela não me explicou mais nada, apenas disse que precisava ir e, foi.

Sobre a Luz das EstrelasTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang