Capítulo Oito

13 3 0
                                    

– Garota idiota! Quem te permitiu vir aqui? – Ele pergunta enfurecido.

– Não preciso da sua permissão não sou filha de um assassino. – Cuspo as palavras sem nem mesmo pensar no que disse.

– Não fale de mim assim mocinha. Você não sabe de nada!

– Mas é isso que você é. Um. Assassino. - Falo pausadamente na tentativa de fazê-lo entender.

– Já chega! – Ele me puxa pelo braço me levando até a saída da casa de Kate e, mais uma vez, penso na marca roxa que marcará o mesmo.

– Rô! – Ouço Kate gritar – Não machuque ela, seu monstro! – A voz desesperada de Kate me dói o coração, não era preciso me virar para saber que ela gritava fúriosa enquando se segurava para não chorar.

– Kate! – Vejo Dona Kátia se colocar na frente de sua filha.

– Não se meta garotinha estúpida – Aproveito a brecha para me virar e olhar nos olhos de minha amiga. Eu estava certa.

– Está tudo bem Kate – falo olhando-a nos olhos – Vai ficar tudo bem – Uso meu melhor tom de voz calmo para convence-la de que, realmente, estou bem. – "Vá" – Falo sem deixar sair som algum de meus labíos, em um sinal que apenas nós duas podemos entender, minha melhor amiga concorda com um aceno de cabeça tristonho, indo em direção às escadas.

– Covarde – meu pai diz e eu não posso evitar revirar os olhos – Venha! – Diz voltando a me puxar pelo braço. Entramos em uma charrete* e fomos em direção a nossa casa.

Olho para meu pai que está ao meu lado, ele olha fixamente para frente, sem direcionar seu olhar para mim nem por um minuto, o que me assusta um pouco. Tenho medo do que irá acontecer quando eu chegar em casa.

– Chegamos senhor. – O cocheiro fala olhando para frente, se recusando a encarar os olhos negros e assustadores de seu senhor.

Meu pai assente e me pega pelo braço, me conduzindo diretamente para o meu quarto, engulo em seco, já imagino o que irá acontecer. Antes mesmo de fechar a porta ele me joga no chão com brutalidade e chuta a minha barriga fortemente.

– Vou perguntar novamente, e espero que desta vez você responda como deveria: Quem foi que te deu permissão para ir para lá? – Como da outra vez, ele se abaixa para encarar meus olhos.

– A tia Kátia disse que ia te falar e... – Tento começar mas o choro me impede de conseguir continuar falando.

– Eu vou falar só uma vez. – Seu tom de voz era sombrio. Ele então segurou  meu braço e me forçou a levantar. – Nunca mais ouse ser desrespeitosa comigo, jamais! – Fala firmemente – Eu já falei isso antes e espero não ter que repetir, nunca mais me desrespeite, eu sou seu pai merda! Você não pode vir e me dizer o que vier na sua cabeça como se eu não fosse fazer nada! – Nesse ponto ele já gritava, ignorando a presença de todos na casa. Como se alguém fosse corajoso o suficiente para o enfrentar, além de Margareth. – Acha que eu não vou fazer nada? – Mal consigo raciocinar ao sentir sua grande mão contra meu rosto, em um tapa que faz um barulho alto. – Isso não é nada? – Mais uma vez ele acerta minha barriga, desta vez, com um murro, me forçando a cair novamente – Seja esperta! Nunca na sua vida você irá me desafiar e sair impune.

Ao falar isso ele sai do quarto batendo a porta fortemente. Me sinto tonta e enjoada, a vontade que tenho é de ficar no chão, dormir e nunca mais acordae, mas mesmo assim me apoio na minha cômoda e me levanto. Vou em direção ao banheiro e lavo o rosto, nem quero me atrever a olhar para o meu reflexo no espelho.

Caminho quase me arrastando até a banheira e ligo a torneira me sentando ao lado da mesma enquanto espero ela encher por completo, ou quase isso.

Quando mais da metade da banheira esta cheia, retiro minhas roupas e entro lentamente na água quentinha, suspiro me sentindo tão aliviada que quase choro, mas não me permito demonstrar tamanha fraqueza, mesmo estando sozinha.

Sobre a Luz das EstrelasHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin