Capítulo Quinze

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Chego na casa da minha melhor amiga vinte minutos depois, acho, normalmente quando eu estou andando e não tenho mais nada para fazer ou pensar eu apenas começo a contar o tempo em que estou andando.

Mas nesse caso, eu tinha coisas para pensar, é só a minha cabeça que está uma enorme bagunça.

Bato três vezes na porta e sou recebida pela senhora Johanson que logo me joga um sorriso tão encantador que me fez retribuir da melhor maneira possível. O que eu imagino que tenha dado certo.

– Olá minha querida, Kate está animada para vê-la. – Diz assim que abre passagem para mim entrar.

– É a Rose!? – Ouço minha amiga gritar e logo tenho a visão da mesma na minha frente, ela não mudou nada no decorrer do tempo, seus cabelos ruivos apenas estão um tantinho mais longos, na altura dos ombros, ela sempre quis os manter assim curtos, diferente de mim que deixei os meus crescerem, seus olhos verdes continuam marcantes e intensos, e seu jeito mandão de ser continua firme em sua personalidade. – Obrigada Tina, pode ir. – Ela diz assim que me vê e a senhora Johanson sorri para nós mais uma vez ante de sair. – Hey! E aí como vai? Animada? – Sorrio sem mostrar os dentes e começamos a andar, indo para o seu quarto.

– Nem tanto, na verdade estou nervosa.

– Não fique, você já fez um drama imenso quando achou que o Tom não ia te chamar para ir com ele, não vai fazer agora que tudo está dando certo, vai?

Como eu já citei antes, hoje é o meu baile de formatura, estou me formando no Ensino Médio, e estou absurdamente apavorada. Está na hora de muita gente da minha idade passar esse capítulo da vida, sendo que eu vou passar para algo bem mais complexo do que apenas arranjar um emprego ou fazer ensino superior.

– Nem me fale, como é que ele está? Não o vejo já tem uns três dias. – Entramos no quarto de Kate e nos sentamos na cama dela.

– E já deu para dar saudades? – Provocou e eu revirei os olhos. – Brincadeira, sua mal humorada. – Ela ri e cruza as pernas apoiando a cabeça nas mãos. – Ele está bem sim, anciosicimo mas vai sobreviver.

– Isso eu espero. Não quero ficar viúva tão cedo. – Brinco e nós duas rimos.

– Ele tem uma surpresa para você.

– O que? – Perguntei demonstrando verdadeira curiosidade.

– Você se lembra quando ele te fez uma promessa dizendo que seu primeiro passeio de motocicleta seria com ele? – Assinto me lembrando do episódio, foi há três anos, os governantes de Alavor chegaram com esse novo meio de transporte e eu fiquei encantada com aquilo, e quem não ficou diferente foi o Tom, ele disse que iria comprar uma para ele e me levar para passear. Sendo que ele tinha apenas quatorze anos, e a idade mínima para dirigir aqui é de dezesseis. – Bom, ele economizou dinheiro e enfim conseguiu comprar a tão sonhada moto dele.

– Que fofo! – Afirmei, provavelmente com um sorriso bobo no rosto.

– Ele disse que vai te levar de moto para o baile. – Arregalei os olhos.

– Mas... e o vestido?

– Sim, eu pensei o mesmo por isso te contei, para você já ir pensando em uma maneira delicada de negar.

– Não vou negar. – Agora foi ela quem se assustou. – Isso é importante para ele, não farei isso.

– Terão outras oportunidades. – Aí é que está, não terão outras oportunidades. Desvio os olhos. – O que foi?

– Depois eu te digo. Então o que vamos fazer durante a tarde? – Emendei minha resposta. Ela me olha duvidosa por alguns segundos antes de sorrir animada.

Sobre a Luz das EstrelasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora