Capítulo Trêze

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Olho mais uma vez para o documento ponderando o que na verdade já sei. Essa criança, sou eu.

Enfim eu o pego, abro e vejo uma foto, apesar da diferença de alguns anos posso notar que aquela sou eu, tinha talvez uns cinco ou seis anos de idade. Começo a ler:

Nome: Rosemary Elizabeth Price.
Idade: Cinco anos.
Data de nascimento: 13 de Janeiro de 1.990
Nacionalidade: Inglesa
Planeta: Terra
Pais: Louisiane e Jacob Price

Paro abruptamente ao ver essa informação, tá bom, que sou eu isso já está óbvio mas que história é essa de eu ser da Terra? E quem são Louisiane e Jacob? São meus pais? Isso é demais para a minha cabeça. Price? Então esse é o meu sobrenome? Mas e o Phillips? Será que o nome da minha mãe era Louisiane? Não.

O nome do meu pai não é Jacob, disso eu tenho certeza, quero dizer, eu não sei o nome do meu pai... Eu sei, é muito estranho uma criança não saber o nome do seu pai, mas é que eu sempre o chamei de pai, e TODO mundo que eu conheço o chama de Senhor Phillips, e mesmo assim seria estranho demais eu chegar e perguntar: pai qual é o seu nome hein?

Volto minha atenção para o papel a minha frente. Eu estava mesmo muito confusa, afinal, qual seria a explicação para tudo isso? Será que eu sou adotada? Seria uma boa explicação.

Ao folhear o documento, vejo que não há apenas papéis com meus dados, mas outras coisas também, como noticias e páginas arrancadas de jornais. Leio os títulos de algumas noticias: “Bebê terráqueo é sequestrado” “Homem Alavoreano sequestra bebê da Terra e autoridades de ambos os planetas investigam o caso” “Mãe de bebê sequestrado vem a Alavor e presta depoimento: 'eu só saio daqui com a minha filha', protestou

Paro ao ler essa noticia. Minha mãe? Minha mãe se importa comigo? Ela... ela está aqui? Procurando por mim? Sei que já fazem muitos anos mas não posso evitar o sorriso. Eu tenho que encontra-la!

Eu posso não saber muito sobre isso, mas sei que se uma mãe perde o filho desta maneira e chega ao ponto de viajar para outro PLANETA para encontra-lo, é porque ela realmente o ama.

E também, algo dentro de mim me faz sentir que ela ainda não foi embora. Olho novamente mo relógio: ainda tenho quinze minutos. Guardo tudo em seu devido lugar, exatamente como eu havia encontrado. Não quero correr o risco do meu pai descobrir, ou seja lá quem esse homem seja.

Tranco a gaveta e quando estou prestes a sair destranco a porta de entrada, sei que ele sabe que não deixou sua sala trancada, ainda mais com a chave dentro. Assim que o faço ouço uma voz conhecida do outro lado da porta.

Keyla.

– Senhor Phillips, o senhor já chegou?

– Sim, por que? Aconteceu algo?

Entro em desespero e coloco a chave em cima da mesa dele me aproximando da estante de livros, pronta para abri-la.

– Por que está em casa mais cedo? Você não ia chegar apenas para o almoço? – Continuo afastando a estante, porém era tudo mais dificil deste lado, estava pesada e eu nao tinha muito tempo, graças a Deus eu tenho Keyla.

– Deixe de ser intrometida oras, quem te deu o direito de me tratar como um amigo? Eu sou o seu chefe.

– Sim Senhor, me desculpe.

– Aonde está Rose? – Congelo, ah não!

– N-No quarto dela por que? – Keyla gagueja e eu tento andar mais rápido com o que fazia.

Sobre a Luz das EstrelasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora