Capítulo Nove

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Keyla me leva para uma sala até então desconhecida por mim. Olho ao redor, curiosa com a novidade. É um lugar simples, tem algumas mesas, um fogão, útensilios de cozinha, uma porta que provavelmente dá em um banheiro, alguns armários e, mais ao fundo, algumas camas para as criadas, eram quatro no total, apesar da simplicidade, tudo era minunsiosamente organizado.

- Aqui é a sala das criadas. - Explica ao notar minha curiosidade.

Keyla então vai até a última cama, a que fica ao lado da parede, ela afasta a mesma revelando nada além de uma parede comum, porém, me assusto quando ela pressiona a parede e um buraco se abre, semelhante ao portal de uma porta comum, porém menor em altura e mais largo em comprimento.

- Isso... é uma passagem secreta?

- Sim! - Responde animada.

- Como nos livros de mistério?

- Exatamente! - Fala sorridente e pega minha mão - Venha.

Ela começa a me puxar para dentro da parede e eu a acompanho, embora esteja assustada. Temos que nos abaixar para atravessar o buraco, embora dentro da passagem seja bem mais espaçoso do que pareceu ser. Assim que entramos ela fecha a entrada e puxando a cama para que a cabeceira cubra a abertura, depois, como uma porta automática, a parede se fecha novamente.

Keyla se vira para mim e liga uma lanterna, vai me guiando pelo que parece mais uma caverna, descemos tantos degraus que eu até perdi a minha noção de espaço, quanto mais adentravámos mais eu me sentia nervosa, meu coração batia contra o peito em uma velocidade absurda, será que ela é uma assassina em série que quer me matar?

Não! Claro que não, o que estou pensando?

A Branca de Neve coloca a mão na minha frente e eu paro imediatamente de andar, ela pisa em algo semelhante a um círculo no chão, e uma passagem se abre na nossa frente. Ela entra e eu vou logo atrás, dando de cara com um lugar incrível.

Meus olhos se recusavam a acreditar que tudo aquilo estava debaixo da casa que vivi durante toda a minha vida, era simplesmente lindo demais para ser real, eu me sentia em uma grande arena digna de gladiadores.

As paredes eram vermelhas com desenhos dourados que imitavam galhos de árvores, também haviam várias estátuas de animais, em cada um dos quatro cantos havia uma pilastra dourada semelhante a um tronco enorme de árvore, era magestoso.

- Que lugar é esse?! - Perguntei maravilhada.

- Isso, é um centro de treinamento - Seu tom de voz deixava escapar o orgulho que sentia.

- E o que seria isso?

- O lugar aonde se treinam lutadores.

- E por que me trouxe aqui?

- Rose - Ela me olha, se abaixando para poder olhar-me de um angulo justo. - Eu quero treinar você para ser uma lutadora, você precisa saber se defender. Principalmente se quiser ir para floresta um dia.

- Quem te disse que eu quero ir a floresta?

- Já te vi indo lá uma vez, há alguns anos atrás, você vai até a fronteira e se senta no topo daquela árvore. A única árvore no enorme quintal desta mansão.

- Que observadora.

- Sou mesmo. - Ela parecia ter orgulho disso.

- Por que?

- "Por que" o quê?

- Por que você me observava? O que eu tenho de tão interessante?

- Todas as pessoas são interessantes - Olho para ela e sorrio, acho que vamos nos dar muito bem daqui para frente - Cada uma a sua maneira, eu sempre quis ser próxima de você, sabe? Saber o que você pensa. Não me leve a mal, e nem fique triste mas você precisa de alguém bom ao seu lado, sabe, seu pai nunca foi bom para você.

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