A Casa de Bonecas

Por BlackChesire

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Em uma casa construída com mentiras, onde todas as palavras e reações são falsas, você deve saber reconhecer... Más

Epígrafe
Prólogo
Cap. 1
Cap. 2
Cap. 3
Cap. 4
Cap. 5
Cap. 6
Cap. 7
Cap. 8
Cap. 9
Recado da Autora I
Cap. 10
Cap. 11
Cap. 12
Cap. 13
Cap. 14
Cap. 15
Cap. 16 - Um Pedido
Cap. 17
Cap. 18
Cap. 19
Cap. 20
Cap. 21
Cap. 22
Cap. 23
Cap. 24
Cap. 25
Recado da Autora II
Cap. 27
Cap. 28
Alerta de Gatilho
Cap. 29
Cap.30
Cap. 31
Recado da Autora III
Cap. 32
Cap. 33
Cap. 34
Capítulo 35 - Final
Epílogo: All I Want For Christmas - Especial de Natal
Agradecimentos
Booktrailers e mais umas coisinhas
20 Fatos Sobre "A Casa de Bonecas"
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Cap. 26

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Por BlackChesire

Me desculpa, isso parece muito errado,
Um jovem desconhecido que passava me disse
Ah, ele disse que meu pobre corpo é lamentável
E gentilmente pegou minha mão.

Me desculpa, me desculpa por ser certamente uma criança inútil.

Hatsune Miku – Gomenne, Gomenne

◈◇◈

(Eliel)

Um dia antes...


Assim que entrei na casa de Mary, ela me disse para sentar no sofá da sala e ficar à vontade enquanto ela terminava de fazer o almoço, então assim o fiz, correndo os olhos pelo local para ter certeza de que não iria passar a tarde na casa de uma assassina de crianças.

Passar tanto tempo com a Lis está realmente afetando minha sanidade mental, pensei respirando fundo e me acomodando no sofá.

A sala parecia ter saído de uma daquelas revistas de lojas de móveis, organizada e bonitinha demais, com uma mesa de centro de vidro, cortinas rendadas nas janelas e vasos grandes com girassóis ao lado da estante onde ficavam a televisão e alguns porta-retratos. Bom, nenhum sinal de psicopatia.

Senti alguma coisa pequena e felpuda passar por entre os meus pés e me abaixei, me deparando com um pequeno gatinho siamês que me encarava e ronronava como se pedisse carinho. Sorri e o peguei no colo, imaginando que Lis viria aqui muito mais vezes se soubesse que eles tinham um gato.

Ainda ronronando, o gatinho deitou sobre as minhas coxas e fechou os olhos, muito provavelmente para cochilar. Gatos eram sempre tão preguiçosos, eu preferia mil vezes ter um cachorro.

Encostei a cabeça contra o sofá e fechei os olhos. Pelo visto não era só a minha irmã que estava se desgastando com essa coisa toda, eu sentia como se estivesse há três dias sem dormir, e estava quase pegando no sono quando o gato se levantou de repente, rosnando para algo enquanto apertava suas unhas contra a minha roupa.

Abri os olhos, pronto para tirá-lo dali por pensar que ele estava querendo me atacar, quando vi que estava de olho em algo no fim do corredor que daria para a porta de entrada. Suas costas estavam arqueadas para cima e seus pelos arrepiados como se ele estivesse brigando com outro gato, eu sabia que aquilo era um péssimo sinal.

Estendi minha mão para tentar acariciá-lo mas ele pulou de repente e saiu correndo, derrubando uma porção de coisas pelo caminho enquanto ia em direção à cozinha.

– Jesus! – ouvi Mary gritar e em questão de segundos ela apareceu na entrada da sala. – O que foi isso?

– E-eu... Eu não sei, o gatinho estava dormindo e de repente ele ficou louco e saiu correndo.

– Ah, Deus, que susto! Por um momento achei que algo sério havia acontecido. Mas tudo bem, gatos siameses são meio doidos assim mesmo, principalmente o Lick, ele foi tirado da mãe muito cedo, sabe? Então acaba sendo muito inseguro e ficando arisco assim por motivos bobos – ela disse enquanto colocava no lugar as coisas que seu gato havia derrubado. – Mas ele costuma ser um bom gatinho na maior parte do tempo, talvez isso melhore quando ele for adulto.

Apenas assenti e passei a mão pelas pernas para tirar os pelos brancos que haviam grudado no pano. Isso era um problema que até cachorros tinham. Talvez eu preferisse mesmo era ter um peixe.

– Bom, vou voltar para a cozinha, se ele aparecer novamente é só deixar ele quietinho no canto dele, ou ele pode acabar te arranhando – ela me alertou e agradeci, me levantando para dar uma olhada no corredor.

Já havia escutado que gatos tinham uma conexão com o outro mundo – mais um motivo para eu não gostar desses bichos esquisitos – e ele ter se irritado daquela forma não me parecia ser algo normal de um siamês ou de um filhote que foi tirado da mãe cedo demais. Ele havia se assustado com algo que havia visto, isto era óbvio.

Jesus, estou parecendo a Lis de novo. Quando em minha vida toda eu me importaria com uma besteira dessas?

Suspirei e estava voltando para a sala, pronto para esquecer algo tão bobo como aquilo, quando ouvi batidas na porta de entrada.

Fiquei ali, parado sem saber o que fazer, até que o som se repetiu.

– Mary? Eu acho que tem alguém na porta – eu disse mas não houve resposta alguma, então fui até a cozinha para avisá-la, mas o cômodo estava vazio, haviam apenas algumas panelas sobre o fogo ainda aceso e algo assando no forno.

Voltaram a bater na porta e eu soube que não desistiriam tão fácil, então voltei à entrada e parei. O que eu diria? Que era o mais novo filho adotado de Mary? Que era uma criança de rua recebendo assistência por dó?

Deixei isso de lado, sabendo que o que poderia acontecer de pior era Mary ficar brava ou chateada por eu ter atendido a porta por ela, então girei a maçaneta e abri a porta, franzindo as sobrancelhas ao ver que não havia ninguém ali.

Eu havia demorado tanto a ponto de a pessoa desistir e ir embora? Eu duvidava.

Parei na sacada e olhei para os lados, vendo uma garotinha loira, pouco menor que eu, correndo para longe. Ela parou quando chegou à casa ao lado – que por sinal era a minha – e se sentou nos degraus da entrada.

Será que estava perdida?

Notei que estava chorando e resolvi ir até lá, ignorando a voz da minha irmã que insistia em berrar na minha cabeça que eu não deveria sair da casa de Mary enquanto ela estivesse fora.

Quando cheguei mais perto, a menina se encolheu e virou de costas para mim, fungando. Coloquei a mão sobre seu ombro e ela escondeu o rosto por entre as mãos.

– Está tudo bem? – Perguntei e ela soluçou, seus ombros tremulando com o choro incessante.

– Não deveriam ter saído – ela disse com a voz fraca e baixinha e um arrepio percorreu meu corpo desde a cabeça até os dedos dos pés. Eu conhecia aquele modo de falar de algum lugar e sabia que não era bom. – Ele não gosta quando tentam fugir.

– Desculpe...?

– Agora os outros vão pagar pelo o que vocês fizeram, mas se não fosse por mim... – ela voltou a chorar compulsivamente, seus soluços agudos me causavam uma agonia esquisita. Eu só queria que ela dissesse que estava bem e fosse embora logo, mas que diabos? – M-me desculpe... Isso é tudo culpa minha.

– Olha se isso for uma brincadeira eu vou fazer seus pais brigarem feio com você se os encontrar, eu não tenho o dia todo para perder com besteiras.

– Eu sou uma inútil, e-eu... Eu só faço tudo errado, nem minha mama me quis – ela disse me ignorando completamente e eu estava pronto para gritar com ela novamente quando travei. Mama? Aquilo era francês, certo?

Ah, merda. Que bela porcaria, eu só me meto em merda, meu Deus do céu.

– E agora o papa vai machucar todos vocês por minha causa – ela continuou enquanto eu tentava me afastar da forma mais lenta e imperceptível possível. – Tudo porque não sou perfeita. Porque os outros têm medo de mim. Ei, Eliel...

Estremeci quando ela parou de chorar e disse meu nome como se já me conhecesse há anos. Que porcaria era aquela?

– Se o papa te levasse como levou todas as outras crianças, você teria alguém para te salvar? – Ela disse de forma fria virou seu rosto pálido em minha direção, deixando visível as órbitas vazias dos lugares onde deveriam estar seus olhos.

No mesmo instante que um grito estava pronto para rasgar minha garganta, um pano úmido foi colocado sobre minha boca e nariz. Aquilo era... álcool?

– Eu sinto muito, eu realmente sinto muito... – ouvi Abelle dizer baixinho antes que minha visão escurecesse e eu perdesse de vez o controle sobre o meu corpo.

◈◇◈

Oi gente, aqui é a Chess! Faz um tempo que não bato um papo com vocês no final do capítulo né? Como estão?

Eu tô bem tirando o fato de estar gripada e literalmente com os cabelos caindo de tanto estresse, mas já passei por coisa pior não é mesmo? E estou sendo compensada pela fada dos surtos de inspiração finalmente ♥

Aliás, o que estão achando dessa história? Mesmo que já esteja no fim, algumas coisas ainda não foram reveladas, vocês têm alguma teoria? Eu adoraria ouvir, sabem que eu super me divirto e até me surpreendo vendo que vocês conseguem ser mais doidos que eu.

Ah e gente, eu preciso compartilhar que eu S U R T E I quando achei fotos desse menino que tá na mídia porque ele simplesmente o Eliel que eu sempre imaginei todinho! E por isso eu quis muito colocar aqui, ainda mais porque esse é um capítulo mais focado nele né, mas desconsiderem se for diferente do jeito que imaginavam aushuahsuhas E o que acham desses capítulos narrados pelo Eliel? Eu amo escrevê-los porque ele tem uma visão totalmente diferente da Lis, chega a ser engraçado ashuahus

Enfim, acho que enrolei demais :P Muito obrigada pelos 6K de leituras e os quase 1K de notas, caramba, vocês não têm noção do quanto isso me deixa feliz, principalmente porque A Casa de Bonecas é simplesmente a história mais importante da minha vida! Obrigada mesmo, amo vocês demais ♥♥♥

Espero que continuem gostando assim até o final, beijos da Chess e até a próxima <3

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