Tobias
Samantha acorda com um sorriso no rosto, vê-la assim mexeu comigo, foi como se tivesse mil fogos de artifícios explodindo no meu interior. E sem muito esforços meus lábios se moveram, em um sorriso de orelha a orelha. Vou até a Sam, beijando como todo amor do mundo, acho que nunca estive mais feliz em minha vida.
- De onde vem tanta felicidade? - Brinco.
- Só de estar ao seu lado. - Ela faz uma cara apaixonada, que faz meu coração bater mais forte. Nada pode estragar meu dia, ou melhor minha vida. Mas algo não esta 100% completo.
Pego-a em meus braços, ela se debate um pouco soltando algumas gargalhadas.
- Onde esta me levando? - Questiona.
- Meu amor, de uma coisa é certa, não a machucarei nunca, então não se preocupe com nada.
- Não é medo, muito menos preocupação. Só curiosidade mesmo.
Coloco Sam sentada na cadeira da mesa, pego a bandeja em cima da bancada, e a sirvo com tudo que ela merece.
- Lembre-se, uma alimentação saldável por causa do nosso bebezinho. - Antes que ela possa responder, a campainha toca, dou um beijo na testa da Sam, e vou em direção a porta.
Deparando com uma mulher alta já de meia idade, seus olhos claros me lembram o mel, seus cabelos cheios de luzes a torna chique, nunca a vi antes, mas pelo seu olhar, ela sabe muito bem quem sou.
- Olá? - Digo em tom de pergunta.
- Oi, sou Taliny, eu sou a mãe da Marcelle, sua vizinha de corredor.
- Ahhh.. - Faço uma expressão de quem não esta entendendo bem a situação, o que realmente esta acontecendo.
- Então, sei que deve estar achando estranho, mas pelo que sei, você é a única pessoa que tem contato com ela, ela é uma menina muito sozinha... - Ela faz uma pausa, e eu continuo sem saber onde ela quer chegar. - Marcamos para ela me pegar no aeroporto, mas ela não apareceu, sorte que eu tenho o endereço e dinheiro para pegar taxi.
- Onde você quer chegar com isso? Quer que eu pague seu taxi? - Após terminar de dizer, arrependi de ter sido tão grosso. Ela estava sendo muito educada, mas enrolando muito.
- Não, de jeito nenhum. Eu vim até aqui para saber se você tem alguma noticia sobre a Ma, por que já bati tanto na porta, e não ouve sinal algum dela. - Vejo a preocupação em seus olhos. - Me diga que ela esta aqui com você, por favor. - Sinto pena.
- Realmente gostaria de dizer que ela esta aqui, mas não tenho noticias dela a algum tempo... - Deixo a frase no ar. - Lembro-me de encontra-la no elevador antes de ontem, ela estava chegando da rua e estava muito feliz. Já perguntou na portaria se eles lembram de vê-la chegando ou saindo?
- Não.
- Vou ligar lá, pera ai, entra. - Vou em direção a cozinha, onde o interfone esta localizado. Taliny vem logo atrás.
- Quem era? - Pergunta Samantha.
- Mãe da Marcelle, ela esta preocupada por que sua filha sumiu... - Sam olha para mim com uma cara de espanto, seu coração é tão bom e sei que ela gosta da Marcelle.
- Nossa. Será que ela não esta na casa de alguém?
- Amor, não se preocupa, por favor. - E so então ela percebe a mulher ao meu lado.
- Prazer, Samantha. - Ela estende a mão.
- Taliny.
- Nome diferente.
- Nem sei de onde minha mãe tirou. - Ela força um sorriso.
- Aceita alguma coisa? - Pergunta Samantha apontando para mesa.
- Não, obrigada.
Quando volto da cozinha os olhos de Taliny se enchem de esperanças, sinto um aperto no coração.
- E então? - Pergunta Sam.
- Ele disse que ela chegou ontem de noite, estava muito bêbada, mal conseguia andar, um cara levou ela ate o apartamento, mas não demorou mais que uns três minutos, depois disso ela não saiu mais do apartamento.
A esperança em seus olhos aumento, mas ainda havia preocupação.
- Já bati tanto lá. Tem alguma coisa errada.
- Vamos tentar de novo, talvez ela tenha acordado...
Batemos tanto na porta, que alguns vizinhos chegaram a abrir a porta. E no final chamamos um chaveiro que demorou uns trinta minutos, Sam foi muito gentil, tentou o tempo todo tranquiliza-la, esse foi um dos motivos pelo qual eu me apaixonei por ela.
Quando o chaveiro finalmente conseguiu abrir a porta, o ar foi invadido por um cheiro horroroso de vomito, o chão estava coberto de poças de vomito, Marcelle foi encontrada estirada ao lado do sofá, estava suja, ela estava inconsciente, liguei para a ambulância antes de qualquer coisa. Taliny estava aos prantos, deixei-a com Samantha em meu apartamento e acompanhei Marcelle na ambulância, Taliny não teria condições alguma de ficar no hospital.
Estou sentando na sala de espera pensando em como nunca imaginará que esse poderia ser o meu dia, em pensar que tinha feito tantos planos, um deles era buscar as coisas de Samantha na casa da bruxa.
Aproveitei o tempo livre e criei inúmeras coisas para o meu futuro, e todas elas incluíam Samantha.