Cap. 45

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Rebeca


 "Ainda não acredito que Marlon realmente se casou, abandonando-me na escuridão, eu poderia passar muito aperto sem ele. Acima de tudo, minha filha preferiu ficar com ele. O ódio corre por todo o meu corpo, fazendo com que eu fique vermelha e faça coisas sem pensar.

Pensar que a puta desgraçada da Samantha também arrumou outra pessoa... O que eu fiz para merecer coisas assim? Onde eu errei meu Deus? Mas ela se arrependerá de tudo que fez comigo."

Minhas pernas estavam tremulas, minha visão estava turva, não sabia para onde ir, não queria voltar para casa, muito menos ficar sozinha. Tirei o celular do bolso, havia uma mensagem não lida, que acabou me surpreendendo, era de Paulinho, ele me chamava para um jantar em uma churrascaria chique, a qual eu nunca tinha ido, cheguei a achar que nunca iria.

Um sorriso brotou em meu rosto, fazendo com que as lagrimas cessassem, o destino finalmente tinha colocado alguém que prestava no meu caminho. Sequei as lagrimas que haviam escorrido, entrei no carro e atingindo a velocidade máxima da pista, dirigi até minha casa. Não queria perder tempo algum, fora isso, queria estar linda, uma estrela brilhante.


Passei mais de uma hora dentro da banheira, esperando o tempo passar, lembrando-me de tudo que aconteceu, revendo cada erro, cada grosseria que fiz com a Samantha, um leve arrependimento cortou meu peito, eu fui um tremenda megera, acho que tem razão de todo mundo me abandonar, primeiro o Marlon, depois a Sam, e olha que ela babava em mim, era perceptivo  a todos os alunos do colégio.

Meus olhos haviam se enchido de lagrimas novamente, eu estava arrependida de todo o mal que fiz para todas aquelas pessoas que um dia me amaram, e só então percebi que realmente mereci ser deixada por todas essas pessoas. Se não eu nunca perceberia a fera que me transformei.

Foi ali naquele momento na banheira que realmente decidi mudar. Eu quis ser uma  nova Rebeca, e iria começar a mudança com o Paulinho, dando a chance que ele sempre havia me pedido.

Ao sair da banheira, fui direito me olhar no espelho, eu vi um brilho em meus olhos que nunca havia visto antes, talvez ele estivesse tampado pela maldade que eu era.

Coloquei uma blusa de manga azul clara, uma calça jeans com um sinto que deixava umas penas penduradas, uma sapatilha de couro preta. Eu pretendia ir como uma deusa, mas percebi que isso não importava muita coisa, por isso escolhi a roupa mais simples que achei no guarda-roupa.

Passei um batom claro só para não ter uma cara de morta, um lápis de olho bem fraquinho, não estava afim de chamar muita atenção, não queria me destacar, queria apenas que ninguém além do Paulinho me percebesse.

***

- O que te fez me convidar para sair essa noite? - perguntei, mesmo sabendo que era coisa do destino.

- Não tinha nada para fazer, e fazia uma semana que não parava de pensar em você, na verdade nunca parei desde o dia em que te conheci.

A roster, que estava deslumbrante, nos acompanhou ate nossa mesa. Logo em seguida já fizemos o nosso pedido da entrada.

- Você está tão linda, meiga. Acho que nunca tinha te visto assim, tão... Como posso dizer? Fofa? - Meu rosto ficou vermelho de vergonha, coisa que não acontecia com a antiga receba.

- Obrigada. - Levantei da cadeira, ficando sobre a mesa, dando um leve e carinhoso beijo nos lábios do Paulo.

Paulo ficou sem reação, percebi que seus músculos ficaram rígidos, e fiquei um pouco sem graça por isso.

- O que foi isso? - Ele pergunta um pouco sem folego. Como se eu tivesse feito grande coisa, um beijinho tão simples não podia causa isso em uma pessoa... Pelo menos era o que eu achava, já que não entendia nada de amor.

- Eu so estou dando a você, a chance que sempre pediu. - Então eu vi um sorriso, aqueles que tornam as pessoas bobas. E pela primeira vez em anos senti de verdade que tinha voltado a ser adolescente.

A hora de ir embora chegou, mas a noite havia sito tão divertida e agradável, que eu simplesmente não queria ir. E foi ai que surgiu o convite, que eu não consegui negar.

- Quer ir conhecer minha casa? - Meus olhos se encheram, não por tristeza e arrependimento como havia acontecido mais cedo, mas pelo fato de que ninguém nunca tinha falado isso comigo, o Marlon já tinha feito parecido, mas eu nunca tinha sentido a emoção que senti quando o Paulo disse isso.

- Posso ir no meu carro, tenho medo de deixa-lo abandonado...

- Claro, só não me perca de vista. Não quero uma donzela perdida de noite, pode ser muito perigoso... - E esse comentário me deixou vermelha novamente.



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