Cap. 26

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Rebeca demora a pegar no sono, ela não consegue compreender o que esta acontecendo, sente que esta perdendo o Marlon, a cada segundo que passa ele é menos dela, menos atencioso, menos carinhoso, menos tudo. Talvez ele só esteja trabalhando muito, mas isso é a desculpa que ela esta usando para não enxergar que algo esta errado.

Rebeca tenta se concentrar em seu trabalho, dar aula esta sendo impossível, não consegue formular muito bem as palavras, a explicação do novo conteúdo é confusa e ela acaba se perdendo algumas vezes.

- Gente, sinto muito, mas não consigo. - Olha para cima tentando conter as lagrimas.

A turma se assusta, nunca tinha visto a professora naquele estado. Se isso acontecesse na sala de Samantha, ela surtaria ao tentar ajudar a Rebeca, fazendo com que todo mundo percebesse o envolvimento das duas. Rebeca pisca algumas vezes, mas uma lágrima acaba escorrendo por seu rosto, sendo seguida por outra.

- Professora, você esta bem? - Pergunta Victor, um aluno maconheiro, que tem um vocabulário muito rico, um potencial muito grande, Rebeca o aprecia muito. Ela já havia dados alguns conselhos a ele. Ele nunca precisou lhe contar sobre seu vicio, pois ela soube reconhecer, mas isso não impediu os dois tiverem uma relação amigável.

- Sim, meu bem. Foi só um cisco que caiu no meu olho. - Rebeca seca o rosto com a mão. - Não se preocupe.

Ela sai da sala com bastante calma, como se realmente estivesse bem. Rebeca tem se sentido muito sozinha, desde que deixara de gostar de Samantha, ela sabe do vazio que sente, mas ainda não percebeu que ele pode se tornar grave. Bebe um pouco d'água no bebedouro, mil coisas se passam por sua mente em questão de segundos.

Eu preciso fazer alguma coisa, tenho que reacender nossa chama do amor.

E uma ideia fabulosa aparece na mente de Rebeca, ela da um sorrisinho de felicidade, crendo que isso era o que eles precisavam. Voltou sorridente para sala, passa um exercício avaliativo, mantendo a turma quieta, enquanto Rebeca sentada a sua mesa, prepara os detalhes para o seu grande plano.

A ansiedade percorre seu corpo, deixando-a inquieta. Rebeca começou a roer as unhas, uma coisa que faz raramente. E finalmente tinha chegado o ultimo horário, Rebeca já tinha terminado de bolar tudo, seus dedos estavam quase chegando no sangue, por falta de unha, porém ela parecia nem perceber.

Rebeca pede licença a turma, por educação, pois ela pode sair quando bem entender. Fecha a porta atrás de si, ficando sozinha no corredor tranquilo. Tira o celular do bolso do jaleco, disca um número que tem guardado na memória. Fica impaciente quando aguarda que alguém a atenda. Ao terceiro toque a pessoa atende.

- Alo. - Diz uma voz grave, que fica mais rouca pelo telefone.

- Paulinho, tudo bem? - Rebeca fala rápido.

Paulinho é um cara que trabalhou junto com Rebeca a alguns anos atrás.

- To ótimo. O que você quer? - Ele é curto e grosso.

- Nossa, esta me chamando de interesseira?

- Não era bem essa palavra que iria usar, mas ela cai perfeitamente. Todos sabemos que você so me liga quando esta precisando de alguma coisa. Então o que a senhorita quer dessa vez?

- Bom, será que você pode me cobrir hoje? Tenho um compromisso de ultima hora. - A linha fica muda, ele esta pensando a respeito, o que a deixa apreensiva.

- O que eu não faço por você. - O tom que ele usou deixou bem claro que ele não sabia dizer não a ela.

- Obrigada. Obrigada. Obrigada.

O mais novo interesseWhere stories live. Discover now