Cap.25

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Tobias

- O pesadelo que tive. - Sussurra ela.

- Ah. - Fico sem saber se ela quer falar ou não sobre ele. Estou me roendo de curiosidade, mas me contenho.

Começo a desfrutar do omelete que ela preparou, que esta do jeito que eu gosto, fecho os olhos ao saboreá-lo. O suco esta fresco e sem açúcar, um arco-íris para meu paladar. Enquanto devoro tudo, Sam canta de boca cheia, uma coisa que só faz em momentos de extrema felicidade. Algumas pessoas achariam esse gesto muito sem educação, entretanto o vejo como uma demonstração de alegria, ela não faz essas coisas em publico, então não vejo problema algum.

Não presto muita atenção a letra, pescando apenas algumas partes. "Obrigada pelo tempo em vão", "se fez demais, eu ri". Tive a impressão de já tê-la ouvido em algum lugar, não conseguir me lembrar onde.

Samantha se levanta, retirando os pratos da mesa, não consigo mais conter minha curiosidade.

- Sam, você quer me contar sobre o que foi seu pesadelo? Estou me roendo de curiosidade. - Pronuncio as palavras rapidamente.

- Tutu, é algo muito delicado...

- Tudo bem. - Pego meu prato, retirando-me da mesa.

- Eu sonhei que você tinha me levado a força à casa dos meus pais, obrigando-me a contar para eles. - Não compreendo muito bem.

- Sobre a gravidez?

- Sim. - Ela suspira. - Meu pai começou a gritar comigo, eu tinha que abortar ou sair de casa. - Ela fez uma pausa.

- E ai?

- Eu tentei encontrar apoio em você, mas você saiu rápido e muito contente, como se tivesse gostado da minha desgraça... - Seus olhos se enchem d'água.

Deixo o prato dentro da pia, aproximando-me de Samantha. Pego seu rosto com a mão, acaricio seu braço, puxando-a para um abraço.

- Eu nunca, nunca mesmo, abandonaria você. - Sussurro em seu ouvido.

- Sei disso. Tive certeza na forma como você me abraçou essa madrugada. - Sinto um alivio de saber que ela nunca duvidou de mim. E se já, não duvida mais.

Solto-a, olhando nos fundo dos seus olhos, como poderia viver sem essa flor em minha vida? Nesse momento percebo que nossa amizade é maior que tudo, maior até que uma gravidez. Sorrio.

- Que tal uma caminhada pela praça? - Pergunto querendo tira-la de casa, pelo menos um pouco que seja.

- Adoraria. - Responde empolgada.

Em um segundo já estou vestido para uma caminhada, sento no sofá, folheando o jornal do dia, esperando Samantha terminar de se arrumar. Ela prendeu o cabelo em um rabo de cavalo, esta usando uma calça legging preta, uma blusa laranja saltinha e seu tênis all star vermelho.

- Vamos? - Pergunta ela ao se aproximar.

Deixo o jornal de lado, levanto e saímos porta a fora. Andamos por meia hora, foi um passeio descontraído, que não me importaria se voltasse a se repetir. Primeiramente demos a volta na praça, paramos umas duas vezes sobre a sombra de uma árvore para Samantha descansar, jogamos conversa fora, colocamos o papo em dia, mesmo que ela esteja passando a semana na minha casa e não indo a escola, tivemos muitas coisas para colocar em dia. Por fim, paramos para tomar um sorvete, pedi um triplo de chocolate com cobertura de menta, Samantha pediu um duplo de flocos com cobertura de chocolate.

Fiquei muito jubiloso por ver Samantha dando sorrisos verdadeiros, já não aguentava mais vê-la como uma cachorrinha me seguindo. Aquilo foi algo tão deprimente de se ver. E o bom, foi que não tive que busca-la no fundo do poço, ela soube sair sozinha. Dando-me orgulho.

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