Cap. 41.2

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Rebaca

 A cada segundo que se passa tenho mais domínio sobre Samantha, a menina carente e inocente. Seu jeito de me amar, é tão cego que se torna ate repugnante. Ela acabou se tornando meu brinquedinho sexual. Dou um sorriso só de lembrar as coisas que já passamos juntas, e tudo que ela sabe, foi eu quem a ensinei.


Os dias se passaram, e o dia do casamento acabou chegando. Acordo com o pé esquerdo. Não sei bem o que farei, se irei ou não, mas de uma coisa é certa, arrumarei um jeito de destruir esse casamento, nem que eu tenha que acabar com minha vida para isso.
Fico jogada na cama, ouvindo o coração de Samantha bater, saber que ela esta deitada na mesma cama que eu, causa-me uma leve irritação. Estou pensando em separar os quartos, mas algo me diz que ela não entenderia muito bem. No inicio usa-la como um Marlon substituto, pareceu ser a coisa mais perfeita do mundo, o tempo passou, e eu adoraria que tudo fosse diferente, queria apenas que ela fosse meu objeto, e não ter que atura-la o dia todo. Pelo menos serve como empregada, já que ela faz de tudo para me agradar.

Olho para o teto e tento bolar alguma coisa para acabar com a vida do Marlon, assim como ele acabou com a nossa. Mas tudo que consigo pensar é em como a Samantha esta me irritando. E seu cheiro doce causa-me enjoo.

Uma ideia surge como uma chuva em dias nublas, um sorriso surge em meu rosto, levanto rapidamente, indo em direção ao escrito. Procuro por um papel em branco e uma caneta, o que não é muito difícil achar, já que tudo esta impecavelmente arrumado, a irritação por Samantha diminui.


Começo a escrever um discurso, cada palavra diminui meu ódio, cada letra aumenta minha sede por vingança.
Vinte minutos se passaram, eu já tinha acabado o discurso a tempos, sentindo-me incrivelmente bem, um sorriso largo surge em meu rosto. Uma sombra surge atrás da mim.
- Bom dia meu amor. - Fala Samantha. - Trabalhando em pleno sábado. Acho que irá chover... - Ela deixa a frase no ar.
- Só se for chover alegria em meu castelo de gelo seco. - Sua expressão muda de animada para sem entender.

 O dia passa sem muitas delongas, mantenho Samantha sempre ocupada e longe de mim. Ela parece pensativa, muito distante, deve ser algo normal.
Passo boa parte do tempo me arrumando. Coloco um vestido preto na altura do joelho na parte da frente, atrás ele cresce, chegando aos meus pés. Algo que esta na moda. Cai perfeitamente em mim. Prendo um pedaço do meu cabelo para trás, com uma presilha cheia de brilhos(falsos diamantes). Calço o salto mais alto que tenho. Minha maquiagem esta deslumbrante, com um batom vermelho ultra forte.

Leio mais uma vez o discurso, só para ter certeza de que tudo sairá conforme o imaginado. Saio do quarto confiante, sei que tudo dará certo. Ando como se estivesse em câmera lenta. E então Samantha me vê, sua boca se abre um pouco, percebo o grau de admiração.
- Você esta linda. Deslumbrante. - Ela diz por fim.
- Eu sei.
- Aonde vai? - Pergunta ela com um brilho nos olhos.
- Resolver uns negócios de família, devo voltar tarde. Não me espere. - Dou as costas para não prolongar o assunto.
- Mas... Mas...
- Não existe mas em minha vida. - Fecho a porta ao concluir a frase.

A praia esta perfeitamente decorada, ate as cadeiras colocadas, são decoradas com flores brancas. A maioria dos lugares já estão ocupados, vejo Marlon parado no altar, seu terno preto impecável, faz com que eu lembre o dia do nosso casamento. Meus olhos se enchem de lagrimas, as quais não deixarei cair.
- Preciso ser forte. Não pode borrar a maquiagem. Não posso borrar a maquiagem. - Digo a mim mesma.
Procuro o lugar mais escondido possível.
A cerimônia começa, Isabelle entra, ela esta tão deslumbrante, parece ate um anjo. Sinto um pouco de inveja, sua maquiagem quase inexistente, torna-a mais perfeita.

- Se alguém se opõe a este matrimônio, fale agora ou cale-se para sempre. - A frase que eu tanto esperei.

- Eu irei me opor a esse matrimonio. - Grito do fundo. Todos olham em minha direção, os olhos arregalados, a espera do que eu irei falar. Marlon cochicha com a Isabelle. Levanto com bastante calma, ando até a passarela, para poder me aproximar do altar.

- O que você pensa que esta fazendo? - Pergunta Marlon entre dentes. Vejo a raiva emanar dele.
- Eu vim dar minha opinião.
- Eu convidei você, achando que depois de tudo você seria menos psicopata, mas pelo jeito você nunca mudará. - Ele complementa.
- Posso falar, ou vai ficar me ofendendo?
- N-Ã-O!
- Deixa ela falar. - Pede Isabelle, e pela primeira vez, dei um sorriso verdadeiro a ela.

- Obrigada. - Olho para o céu, o sol esta se pondo, pergunto como não pensei em um casamento assim.
Respiro fundo, relembrando do discurso.
- Primeiro, esse casamento nunca deveria acontecer, esses dois são vadios, ela é uma vagabunda que destruiu minha vida. Acha bonito se envolver com cara casado? Acha mais lindo ainda leva-lo pro altar? Queria, você é uma vadia. - Sorrio, os olhos de Isabelle tremem, como se fossem se encher de lagrimas, mas nada acontece.
- PARE. - Grita Marlon.
- Continue. - Fala Isabelle. Não entendo, eu estou a ofendendo e mesmo assim ela pede para que eu continue.
- Segundo, você nunca pensou que se ele traiu a mim, pode muito bem trair a ti? Quem trai um, trai duas, três, quatros... Você esta cega, mas é só ele se cansar de ti, para que arrume outra. No final você acabará como eu, a chifruda. Entretanto, no fundo vocês se merecem. Dois imundos.

- Acabou? - Pergunta Isabelle, nenhum pouco mexida com tudo que eu disse, e se mexeu, ela soube esconder muito bem.
- Sim. - Tinha muito mais a dizer, mas nada esta atingindo-a.
- Agora é minha vez, eu não sou vagabunda por ficar com o Marlon enquanto ele estava contigo, se ele quem vive a relação, não a respeitou, por que eu teria que respeitar? Não sou nada sua, nunca fui. Eu não trai ninguém, foi ele. - Ela enche o peito para continuar. - E se ele decidiu trair você, acho que você não estava mais dando conta do recado, devia ter se tornado apenas a parceira sexual dele. Segundo, eu já pensei sim sobre ele me trair, mas se ele realmente me amar, não fará isso. Pois onde há amor, ser fiel não é uma obrigação, é   apenas algo que deve ser feito, sem questionar, sem ser muito difícil. Quem ama consegue desejar a mesma mulher todos os dias.
Minhas pernas começam a tremer, meus olhos enchem-se.
- Nós nos mereceremos, pois amamos um ao outro. - Ela continua. - Não somos imundos, pois o único ser imundo aqui é você, que não suportou ser deixada, e não suporta a felicidade alheia. Se tu realmente amas o Marlon, deveria se contentar com a felicidade dele, ao invés de querer arruína-la. Mas tu não amas, tu és doente, psicopata e infelizmente é mal amada. Lamento que sua tentativa de arruinar o dia mais feliz de nossas vidas tenha dado errado.

Assim que ela termina de falar, olho para o Marlon, que esta orgulhoso. As lagrimas começam a escorrer, todos me olham com desprezo, alguns ate com pena. Saio correndo, sem saber para onde ir. Estou envergonhada. Quero simplesmente ter onde enfiar a cabeça. Meu coração esta dilacerado.

Então lembro que Samantha esta a minha espera, o que me conforta um pouco.

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