De Sol a Sol

Par perdidanasnuvens

541K 51.5K 19.5K

❝ Amélia Machado sempre foi uma garota introvertida, fechada em seu próprio mundo que podia facilmente ser re... Plus

Sinopse
Sobre
Epígrafe
01 | Aeroporto
02 | Bem-Vinda ao Havaí
03 | Segunda Longa Viagem
04 | Apelidos e o Punk
05 | Malas e Informações
06 | Primeira Lição
07 | O Xis Da Questão
08 | Bicicleta Azul
09 | Aloha, Bob
10 | Alfinetadas e Fofocas
11 | Roupa Cafona com Preço Absurdo
12 | Poder de Persuasão
13 | Dona Karla
14 | Cone
15 | Vinte Minutos
16 | Praia e Fobias
17 | Sexo, Sexo e Sexo
18 | Ariel e Pinóquio
19 | Aula de Ciências
20 | Ben Foster?
21 | O que é bonito deve ser elogiado
22 | Constrangimento entre amigos
23 | Laninha e Heitor
24 | Autoescola em um minuto
25 | Castigos
26 | Sinto Muito
27 | Ligação Inconveniente
28 | O dia em que tudo deu errado
29 | Qual é, Princesa?
30 | Um dia de praia
31 | DRama
32 | Machismo Enraízado
33 | Rivalidade Feminina
34 | Encontro-Não-Encontro
35 | Matemática Do Ben
36 | Dia Vermelho
38 | Drama Adolescente
39 | Dia de Chuva
40 | Bom Dia
41 | Festão - Parte 1
42 | Festão - Parte 2
43 | Quem é Você?
44 | Santa Amélia
45 | Franciele Ramirez
46 | Cerca(dos).
47 | Clichê Ambulante
48 | Novos Rostos
49 | Aloha Nui
50 | Prosposta Infame
51 | Fim de festa
52 | Lā o ka make
53 | Ataque de Pânico
54 | Confissões
55 | A Mala da Kailana
56 | Reserva
57 | Noite na Floresta
58 | Sábadou ‐ Parte 1
59 | Sábadou - Parte 2
60 | Fazendo as Pazes
61 | Super-Heroína
62 | Trabalho em Dupla
63 | Mansão Ramirez
64 | Familiaridade
65 | Praia do Templo
66 | Revelações
67 | Auto-sabotagem
68 | Aliada Improvável
69 | Lágrimas de Sal
70 | Reencontros
Notas e Agradecimentos

37 | Aquela Conversa

6K 629 137
Par perdidanasnuvens

      Depois que eu cheguei em casa, tudo melhorou. Eu tomei um banho refrescante, cuidei do que tinha que cuidar e lavei a minha saia manchada.

A estava estendendo junto com a minha calcinha numa cordinha preta, que servia como um varal, do lado de fora, quando alguém entrou gritando dentro de casa.

— MEL? — me chamou primeiro — CADÊ VOCÊ??

— AQUI ATRÁS! — gritei pra Kailana que apareceu na porta dos fundos da cozinha com uma cara de espantada.

A menina pulou os degraus de madeira, parando em minha frente, onde me agarrou com suas mãos desesperadas.

— O que você tá sentindo? — perguntou enquanto puxava a minha linha d'água para baixo para verificar meus olhos — Acha que precisa ir ao médico? Eu liguei para a minha mãe no caminho, ela está esperando alguém ficar no lugar dela para conseguir vir pra casa.

— Espera, o quê? — me perdi.

— Acho que você não tá com febre — ela disse depois de por uma mão no meu pescoço e a outra no dela para medir nossas temperaturas.

— Lana, pera aí! O que aconteceu? — eu a afastei, atordoada, o que fez ela unir as sobrancelhas em confusão.

— Como assim "o que aconteceu"? Você não tá passando mal?

— De onde você tirou isso? — franzi todas as minhas linhas faciais e balancei a cabeça, tentando entender o que diabos estava acontecendo.

, o Benício me procurou no intervalo dizendo que você não estava se sentindo bem no primeiro período e que não conseguia achar você, então quando eu me dei conta que você tinha vindo pra casa, deduzi o pior, porque, bom, se você precisou vir pra casa, então você devia estar péssima, né? — abri a boca em um "a" e arqueei as minhas sobrancelhas quando finalmente entendi o motivo daquela bagunça.

Eu tinha me esquecido completamente do Ben, e ele devia estar preocupado.

— Tá tudo bem — achei melhor a tranquilizar primeiro, antes de dizer o que realmente havia acontecido — Eu não fiquei doente, eu só tô naqueles dias.

Aaaaah! — Lana suspirou, aliviada — Nossa, do jeito que o Ben te descreveu, eu jurava que você tava com uma tuberculose!

Sorri culpada.

— Eu acho que tenho uma pequena culpa nisso, entrei um pouco em pânico quando senti que havia sujado a minha saia — olhei para a peça de roupa atrás da gente, justificando o porquê de eu estar naquela parte da casa em primeiro lugar.

— Você podia ter ido falar comigo, bobinha! Tenho roupas extras dentro do armário para casos de emergência, como esse — contou.

— Você estava em aula e eu nem sabia qual era. Não ia ficar batendo de porta em porta até te achar, né? — dei de ombros e ela concordou com a cabeça.

— Bom, pelo menos a diretora Hale te deu uma folguinha. Ela geralmente dá aquelas calças horrorosas do colégio para usarmos — Lana revirou os olhos.

— Não deu — a corrigi, antes que ela entendesse mais uma coisa errada.

— O quê?

— A diretora Hale não me liberou, porque eu não cheguei a ir na sala dela — confessei e comprimi os lábios ao ver a expressão horrorizada da Kailana.

— Tá me dizendo que você tá matando aula? — encolhi os ombros e ela entendeu o meu gesto como um "sim" — E você só me fala isso agora? Meu pai amado, Amélia, minha mãe vai te matar!

  Kailana puxou o celular do bolso traseiro de seu short jeans e discou o número da mãe rapidamente, colocando o aparelho contra o ouvido assim que começou a chamar. Mordi o meu lábio inferior, apreensiva.

— Mãe? — disse assim que a mulher do outro lado da linha atendeu — Foi um alarme falso! — avisou — Só foi a pressão dela que abaixou na escola, mas ela já tá melhor. — silêncio — É claro que vou fazer ela comer, mãe — mais alguma coisa que eu não escutei — Aham, ok — mais silêncio — É, não precisa vim. Eu dou conta. —....— Ok, amo a senhora também, tchau.

   Ao finalizar a ligação, Lana se virou para me encarar.

— Garota, essa foi por pouco! — assobiou e passou a mão na testa, como se limpasse algum suor.

— Obrigada, mas eu não entendi qual é o problema de dizer que eu vim pra casa porque tô naqueles dias? — cruzei os braços.

Já vi muita gente na internet dizendo que cólicas no período menstrual era frescura e tudo mais, mas a maioria dos que falavam eram homens, então isso por si só já justifica a ignorância.

— O problema não tá no porquê de você ter vindo pra casa, mas como você veio, e ela ficaria muito louca da vida se descobrisse que você saiu sem autorização — Lana respondeu e colocou o peso do corpo em uma só perna — Aliás, por que você não foi falar com a diretora? A sua cólica tava tão insuportável assim pra você ter que vim correndo?

— Não, é só que eu achei que ficaria estranho, então me poupei do constrangimento — alisei meu próprio braço, me sentindo desconfortável por confessar aquilo.

— Mel — Lana riu — Você sabe que toda mulher menstrua, não sabe?

— É claro que eu sei — recuei um passo, ofendida.

— Então não tem o porquê de se sentir constrangida por uma coisa tão natural — a menina deu um passo em minha direção, restaurando a nossa aproximação e pousando a mão em meu ombro — Não é nojento, nem errado, Mel. É só nosso corpo sendo ele mesmo. — sorriu. Não era um sorriso feliz, mas era como se quisesse me tranquilizar sobre aquela questão em específico — E pessoas sangram, mas as mulheres foram amaldiçoadas a sagrarem sete dias na semana todo santo mês!

Sorri, mais leve.

— Eu só sangro por dois e olhe lá! — a informei e a morena em minha frente abriu a boca exageradamente em um "o".

— Sua filha da mãe privilegiada! — xingou brincando e eu acabei gargalhando.

— Eu não sinto nojo, eu só acho estranho ter que falar sobre isso, porque eu nunca recebi nem um aviso da minha tia de que iria menstruar um dia. Tudo o que sei foi porque aprendi sozinha ao pesquisar no Google "o porquê de eu estar sangrando por baixo aos onze anos e se aquilo significava que eu iria morrer!"

Kailana gargalhou.

— A minha mãe teve a conversa comigo e com o Kaike no dia da minha primeira menstruação. Falamos sobre período menstrual, mesmo sob os protestos do Kai, e sobre o que isso significava. Então depois o nosso pai sentou com a gente pra falar sobre sexo e as melhores formas de nos prevenirmos, advertindo que só deveríamos fazer quando tivéssemos idade o suficiente e nos sentíssemos prontos — contou com um sorriso ao mesmo tempo que com uma careta — Foi estranho, não vou negar, mas foi essencial. Acho importante todos os pais terem esse tipo de conversa com os filhos, nem que seja uma única vez.

— É, eu acho que teria esse tipo de conversa se os meus pais estivessem vivos — dei de ombros e Lana me mostrou um sorriso solidário.

— Bom, já que estamos em casa, por que não fazemos um dia de spa? — sugeriu animada.

— Olha, eu vou aceitar, porque eu tô mesmo precisando cuidar de mim! — disse ao olhar para as pontas do meu cabelo ressecadas, Kailana sorriu e me puxou para dentro de casa.

Que o dia comece!

Aloha, guys

aaaaaaa eu achei esse capítulo tão essencial, por mais que não tenha "nada demais", sabe? Eu tô tentando lidar com esses assuntos da forma mais leve possível e eu amo o fato de ter tantos persongens desconstruídos, ajudando os outros a se desconstruirem.

E só pra constar, vocês tão arrasando nos comentários. Eu me divirto horrores lendo, sério! Às vezes deixo acumular pra ler tudo de uma vez e eu me acabo de rir sozinha olhando pro celular, o povo fica achando q eu tô doida hahahahahaha

Em compensação, vou dar um mini spoiler. Preparados? Lá vai

Tô escrevendo a cena de uma festa de aniversário. VISHHHHHHHHHHHHH!!!!
De quem vocês acham que é? E o que vocês esperam ter nela?

Continuer la Lecture

Vous Aimerez Aussi

115K 9.3K 37
Em um futuro distópico, a terra fora dividida em duas partes: O Velho e O Novo Lar. Genevieve Roisin vive em um lugar privilegiado, o Novo Lar, mas s...
39.1K 3.9K 57
Adolescência pode ser a fase mais divertida da vida, mas, quando algo sai fora do programado, ela se transforma em algo bem difícil. Julia não sabia...
13.6K 169 27
Receita de doces caseiro fácil de preparar...
119K 5.7K 43
A historia se passa em Sao Paulo Bianca Marcela de Mendonca e uma garota linda ,popular ,extrovertida que namora o lindo e popular Ricardo Sartori q...