The Real Side

By hiddles-evans

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Segredos e mentiras fazem parte do nosso dia-a-dia. Em alguns momentos, simplesmente mentir ou ocultar fatos... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36¹
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40

Capítulo 6

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By hiddles-evans

Avril acordou com a sensação de que estava caindo e sem perceber, levou uma mão aos lábios. Sua mente estava em branco, nenhum pensamento se passava. Não sabia dizer quanto tempo estava ali, e também não se lembrava de nada.

O que diabos acontecera?

Normalmente ela se lembraria facilmente de seus sonhos, não precisava se esforçar tanto. Tinha algo errado. Era como se uma neblina a envolvesse, a impedindo de ver as coisas mais longes com mais definição. Não era uma sensação comum ou agradável. Avril não estava gostando disso.

– Agente Stark! – exclamou uma mulher loira, abrindo a porta do quarto da garota sem cerimônias – Reunião estranha na Central e você não está convidada.

– Você me acordou só para isso, Sam? – bufou a morena, se revirando em sua miniatura de cama. Samantha colocou uma mecha atrás da orelha e encostou no batente da porta. Sua amiga não parecia estar muito bem, e olha que os padrões dela não eram os melhores.

– A agente não foi convidada, mas a Srtª Stark foi – explicou Sam – Você está bem?

– Perfeitamente – suspirou a morena, deixando o quarto e sendo seguida pela amiga – Quem está lá?

– Seu pai, Capitão América, agente Hill, agente Romanoff e o irmão do senhor confusão, Thor.

– Onde está Fury?

– Interrogando Loki.

Loki.

Aquele nome se tornara incrivelmente familiar aos seus ouvidos.

Como em um passe de mágica, as imagens de seu último sonho inundaram sua mente. Loki tinha habilidades que eles não compreendiam, que eles desconheciam, qual era a chance dele ter invadido sua mente e ter feito uma grande bagunça?

– Sam, onde eles colocaram Loki? – perguntou Avril com um fio de voz. Ela estava com medo, tinha algo muito errado, dava para sentir cada célula do seu corpo gritando isso. A garota sentia dificuldades para raciocinar sobre o que acontecia, para analisar as informações que a cercavam. Parecia que tinham lhe dado um livro do último ano de faculdade e ela estava apenas na primeira série do ensino fundamental. Ela tinha medo que ela tivesse o inutilizado.

– Ele está trancado no quarto encomendado do Dr. Banner – informou a loira, confusa.

– Vá para a reunião e diga que estou dormindo – ordenou Avril – Se Tony disser que quer me ver, diga para ele se focar na busca do cubo. Depois me encontre no corredor perto da prisão improvisada. Não é uma boa ideia me deixar sozinha.

– Av, o q...? – Sam nem terminara a frase. Avril já tinha sumido pelos corredores.

– Diretor Fury, ainda está com o asgardiano? – perguntou a morena, apertando o botão de seu comunicador.

- O que você quer, Stark? - respondeu Fury.

– Preciso falar com Loki, a sós – disse ela, prevendo o surto de seu chefe.

- E por que eu te deixaria sozinha com o assassino intermundial?

– Tenho boas razões para acreditar que Loki esteja... – não havia uma palavra que não soasse estranha para a situação – Me bloqueando. Acredito que ele esteja bagunçando minha mente.

O silêncio seguiu suas palavras. Parecia que Fury estava considerando seu pedido.

- Hill, bloqueie o som e a imagem que os Vingadores têm de Loki> - a ordem vem logo, mas não trouxe muito alívio - Stark, você tem cinco minutos.

Sentindo que o oxigênio não queria ficar em seus pulmões, Avril correu para o andar.

Fury a esperava do lado de fora do local que fora feito para caso o Dr. Banner saísse de controle. O diretor não estava lhe dando permissão porque era legal: ele apenas queria respostas que a morena não tinha. Não era aceitável se dar ao luxo de perder mais uma agente, já bastava o Barton.

– Cinco minutos para você entender o que está acontecendo e me fazer um relatório completo sobre o que está acontecendo – disse Fury simplesmente, com a voz autoritária. Avril apenar murmurou "Sim, senhor" antes de entrar no local.

Por um momento, Avril não acreditou que aquele fosse o homem que aparecera em seus sonhos, mas foi quando Loki lhe lançou seu olhar penetrante que não teve dúvidas:

Não existiam olhos como aqueles.

– Senhorita Stark! – disse Loki se fingindo de surpreso, aproximando-se do vidro que a impedia de fugir, com um sorriso satisfeito em seus lábios – Eu realmente esperava que viesse me fazer uma visita. Fico contente. Não há boas companhias nessa nave.

Avril subiu os poucos degraus a sua frente, ficando cara-a-cara com o deus novamente. Era difícil acreditar que tudo não passara de um sonho.

– Foi bem real, não? – riu Loki, assustando-a – Sem seu dom, você se torna extremamente transparente. Claro que meus níveis de análise não se comparam aos seus, mas está fácil saber o que se passa em sua mente.

– O que você fez? – perguntou ela receosa, vendo o homem mostrar seu habitual sorriso trapaceiro.

– Estou apenas te protegendo – suspirou ele calmamente, como se falasse com uma criança – As coisas que irão acontecer iriam te matar se você continuasse com seus poderes.

– Você me inutilizou! – grunhiu ela – Não passo de uma civil assim!

– Primeiro: não é permanente. Mesmo que você tivesse escolhido ficar ao meu lado, eu teria que te bloquear. Digamos que é parte da sua evolução e eu estou apenas a adiantando – contou Loki, sorrindo cada vez mais – Você será tão grandiosa quando isso tudo acabar. É realmente uma pena você não me acompanhar, Av...

Avril socou o vidro em sua frente. Sua vontade era estapear o deus, mas como o bendito vidro os separava, ia ele mesmo.

Loki abriu a boca em indignação.

– Você não ficou irritada assim quando eu te beijei.

- Agente Stark, seu tempo acabou - informou Fury, enquanto Avril continuava a socar o vidro.

– Você não passa de um cínico, um cretino de primeira classe! – rosnou a garota, colocando sua testa onde Loki também colocara a dele no vidro – Você realmente acredita que sabe algo sobre mim? Você não deve saber algo nem sobre você!

– Que interessante! – exclamou Loki fingido – Temos muitas coisas em comum.

– Acha mesmo que eu sou idiota o suficiente de acreditar que você quer o meu bem? Que quer me proteger?! – continuou ela, ignorando seu chefe – Você quer desfalcar o time adversário. Comigo, nossa vitória é garantida.

– Eu me importo com você, Av... – insistiu o homem, lhe lançando um olhar meigo – Você é boa demais para eles. Nick Fury, Tony Stark, Steve Rogers, Clint Barton... Nenhum deles chega aos seus pés.

– Eu chego aos seus pés? – perguntou Avril com uma expressão inocente. Loki sorriu satisfeito.

– Embora fisicamente eu seja mais alto, somos da mesma altura.

– Nos tempos vagos de trabalho de deus você é comediante?

A expressão de Loki se endureceu. A garota estava dando nos nervos. Agora ele entendia o porquê dela ser tão isolada, Avril tinha a mesma personalidade do pai. Era difícil de aturar.

– Vai fazer piada para se defender, querida? – suspirou Loki – Eu vi seus maiores temores esta noite, adentrei nos lugares mais profundos de sua mente.

Por alguma razão, Avril podia ver a verdade nos olhos azuis do deus. Ele sabia. Como ela podia argumentar com ele sendo que ele a conhecia por completo?

– É agradável saber que seus esforços para se esconder são inúteis, não? – riu o homem. Beirava o divertimento vê-la demonstrar tamanho desespero. Pela primeira vez, ele teve um vislumbre da garota assustada do inconsciente de Avril, e não podia negar que estava se divertindo.

– Cale a boca... – grunhiu ela, se afastando do vidro.

– Seus temores são reais, Avril – exclamou Loki, sorrindo maldoso – As pessoas que te cercam não veem a Avril. Eles apenas veem a filha de Tony Stark ou a agente que pode quase prever o futuro. Você não passa de uma arma ou de um rosto bonito para a maior parte do mundo. Quantas pessoas, tirando eu, realmente te conhecem, Av?

Avril não respondeu, apenas correu para fora do local sem olhar para trás, quase trombando com Nick Fury na saída.

– Algo errado, agente Stark? – perguntou Fury confuso. Avril negou com a cabeça, se recompondo – Pode me explicar o que aconteceu?

As palavras de Loki ecoavam em sua cabeça. A pergunta de Fury não estava relacionada ao seu bem-estar físico ou emocional, e sim ao mental, mas não por se preocupar com ela, por se preocupar com sua arma particular.

O deus estava certo. Ele tirara a única coisa de útil que ela podia fazer.

– Loki tem habilidades mágicas... – começou ela – Ele possuiu Clint com aquele Tridente com pisca-pisca azul...

– Aquilo é um cetro – corrigiu o diretor. Avril apenas o ignorou.

– Ele tem habilidades mágicas, não podemos negar – continuou a garota – Loki invadiu minha mente no caminho até aqui e me privou das habilidades que chamaram sua atenção.

O homem estranhou o tom que a morena usara. Stark era muitas vezes considerada fria e calculista, mas sua voz beirava a petulância. Era como se ela quisesse deixar claro que não tinha o que fazer naquele lugar, se recusando a auxiliar na situação. Avril poderia ser considerada jovem para a função, mas não costumava ser assustada com tanta facilidade, Loki tinha acertado alguma ferida aberta.

Fury continuou fitando-a enquanto ela esperava uma reação de seu chefe.

– O que ele fez? Te deixou retardada? – repetiu Fury.

– Meu nível de raciocínio e de análise está se igualando ao de uma pessoa normal – finalizou Avril – Eu testei. Em dez minutos meu raciocínio diminuiu algo em torno de sessenta por cento e continua.

Fury continuou em silêncio, digerindo a informação. Em período de guerra e ele perdera dois de seus melhores agentes: Barton e Stark. Quem seria o próximo? Romanoff? Coulson?

– Vá se juntar a seu pai e ao Banner – ordenou o homem, sem saber no momento como contornar a situação – Tente se libertar e fique longe desse local. Não sabemos o que mais Loki pode fazer.

Avril assentiu e se virou para voltar para o laboratório. Pelo menos se distrairia dando uma de fã com Bruce.

– Srt.ª Stark? – chamou-a Fury novamente, sua voz cansada ecoando pelo corredor vazio – Tente não criar confusão.

---

Quando chegou à central, todos à mesa estavam se levantando, partindo para suas tarefas específicas da missão.

– Está atrasada, Stark – brincou Bruce, ao ver a garota de braços cruzados. Tirando os agentes, que já não aguentavam mais ver a garota, todos se viraram para Avril. Seus olhos pararam em um rosto que ela apenas vira por fotos, e das bem antigas. Não tinha como não se encantar ao ver Steve Rogers pessoalmente. O cara era o Capitão América. Ela teria que perguntar para Phill o que ele falara ao ver o loiro.

– Srt.ª Stark, sou a agente Romanoff – apresentou-se Natasha, com a expressão vazia, mas rindo por dentro. Sabia que Avril estava adorando todo o teatrinho. Depois de apertar a mão da colega de trabalho, a ruiva direcionou Avril para a única pessoa que ela não conhecia formalmente – Esse é o Capitão Steve Rogers. Cap, essa é Avril Stark, filha do Tony.

– É um prazer conhecê-la, senhorita – disse Steve, lhe oferecendo a mão. Avril riu internamente ao ver o olhar mal-humorado que seu pai lançava aos dois – Se me permite dizer, você parece um pouco com seu avô.

– Vocês trabalharam juntos, não foi? – lembrou ela, sorrindo. Uma das primeiras coisas que Nick Fury ordenara é que ela fosse gentil e educada com os "convidados", mesmo que o projeto nunca entrasse em ação. Mas isso, em relação ao Rogers, ele não precisava pedir. Steve realmente era um herói, já tinha alguns pontos com ela por sua reputação - Ele falava muito de você. Realmente te admirava.

– Av, temos muito que fazer agora – resmungou Tony, travando a mão em seu antebraço e praticamente puxando-a pelos corredores.

Alguns agentes apenas viraram o rosto para evitar rir, a imagem de uma agente de nível mais alto sendo arrastada pelo hellicarrier como uma criança registrada em sua memória para sempre. Avril mataria sem pensar duas vezes quem ousasse comentar sobre aquilo no futuro.

– Desde quando você é toda meiguinha com desconhecidos? – grunhiu Tony, antes de entrar no laboratório, onde Bruce trabalhava sozinho. Ele, por sua vez, fingiu que não ouvia nada.

– Desde quando a Pepper me deu educação – resmungou Avril, chamando a atenção de Bruce – Olá de novo, querido.

Bruce arrumou seus óculos em seu rosto.

– Olá, Av – respondeu o homem, voltando a analisar sua tela – Senti sua falta na reuniãozinha improvisada.

– Desculpe, estava cansada. Mas agora você tem sua assistente de volta – brincou ela. Tony fechou mais a cara – No que posso ajudar?

Tony cruzou os braços um pouco enciumado: sua filha não o tratava assim, com toda essa alegria e gentileza. Teria uma séria conversa com Avril sobre isso.

– Estou fazendo o programa que eu te contei mais cedo – explicou Bruce, rindo discretamente da careta emburrada que Tony fazia – Esse programa irá rastrear liberações de radiação gama em todo o planeta.

– Quer ajuda? – se ofereceu a garota, já tomando a outra tela do laboratório – O que quer que eu faça?

– Uma Stark sem saber o que fazer? – brincou Bruce, olhando de um para outro.

– O expert desse laboratório é você, Bruce – lembrou Avril, o sorriso mais falso e convincente da sua vida em seus lábios – Você manda e nós obedecemos.

– Prefiro dizer que ele nos implora por ajuda e nós pensamos no caso – disse Tony, se colocando ao lado da filha – Assim é mais agradável aos meus ouvidos.

Avril abaixou a cabeça rindo e depois olhou para o pai. Tinha que admitir que Tony estava completamente certo.

– Eu humildemente peço que vocês procurem algum detalhe que eu deixei passar – disse Bruce com seu sorriso discreto de lado. Estava achando graça nos dois. – É trabalho de um, vocês podem revisar.

– Deixe que os experientes trabalhem, Av – alfinetou Tony, empurrando de leve Avril para o lado. A garota ficou indignada.

– Desde quando você é experiente nisso?

Ao ouvir a frase da garota, Tony e Bruce começaram a rir.

Avril ficou confusa, o que ela perdera?

– Desculpe, coração – suspirou Tony ainda rindo – Tony Stark não repete piada.

– Obrigada pela consideração, pai – resmungou Avril rindo, indo sentar em cima de uma mesa vazia. A mesa no final das contas servira de apoio. Por um instante, a mente de Avril deu pane, a forçando a se segurar na primeira coisa mais próxima.

Foram milésimos de segundos sem nenhum pensamento, nem nenhuma informação entrando ou saindo. Era apenas o vazio.

Não era uma sensação muito agradável.

– Mente cem por cento bloqueada – sussurrou Avril para si mesma. Em segundos, Tony e Bruce a ajudavam a levantar, perguntando o que acontecera – Acho que não estou me dando muito bem com a altitude... Melhor eu voltar para meu quarto – respondeu a garota já saindo do laboratório, indo atrás de Fury.

– Bruce.

– Sim?

– Ela me chamou de "pai" - contou Tony em um sussurro, seu olhar travado na porta pela qual sua filha saíra - Tem algo muito errado aqui.

---

Avril correu até o corredor mais distante possível do laboratório. Ela odiava admitir, mas estava com medo. Desde seus seis anos era praticamente impossível pegá-la de surpresa e agora ela estava vulnerável.

Avril estava desarmada no meio de uma guerra.

– Senhorita Stark? – uma voz conhecida chegou aos exaustos ouvidos da garota. Seu raciocínio estava tão ruim que não conseguiria dizer sequer de onde a voz vinha.

Mas isso não foi necessário: o dono da voz se prontificou em se pôr a sua frente. Steve Rogers a fitava preocupado.

– Você está se sentindo bem? – perguntou o loiro, analisando bem o rosto delicado da neta de seu grande amigo. Seus traços doces demonstravam desespero, seus olhos castanhos quase transbordavam lágrimas misturadas com medo.

Sob os olhos azuis do homem, Avril se sentiu pior: parecia que até o soldado conseguia analisar informações melhor que ela no momento. Avril tinha a impressão que Steve tinha o mesmo dom que ela: o homem a olhava como se quisesse ler a sua alma, como se ela fosse um livro aberto e ele tivesse acabado de aprender a ler.

Isso a deixava incrivelmente desconfortável.

– Estou bem, Cap – sussurrou Avril com a voz rouca, passando as mãos pelos cabelos, nervosa. Steve era apenas o Capitão América, ele não tinha uma mente superdotada – Apenas uma dor de cabeça. Logo passa.

– Há algo que eu possa fazer? – perguntou Steve. Avril estava confusa, ele estava ou não estava acreditando nela? Como as pessoas normais analisavam os outros sem dados básicos como batimentos cardíacos entre outros?

– Só se nesse cinto de utilidades você tiver guardado uma aspirina – brincou Avril, fazendo-o rir.

– Quem o projetou não imaginou que eu pudesse encarar uma dor de cabeça. Desculpe.

– Sem problemas, Cap. Vou para o meu quarto – informou Avril, acenando para Steve enquanto se afastava.

– Tem algum problema se eu for com você? – perguntou o loiro, depois pensando no que falou e ficando sem jeito – Digo, não ir para o seu quarto! Isso seria desrespeitoso. Eu não quis dizer isso...

Rogers passava as mãos pelo rosto e cabelo. Estava indo tão bem em sua conversa com Avril, sem engasgar, sem dizer nada errado e ele solta uma dessa. Não tinha motivos para ficar nervoso perto da garota. Claro que via que Avril possuía uma grande beleza, era educada e inteligente. Avril era neta de Howard, isso quase a tornara uma amiga, um elo com o seu passado, alguém que o lembraria de seu tempo.

Sem querer, Steve pensou em Peggy e com o rosto da mulher em mente, ele se acalmou, corrigindo sua frase:

– Posso te acompanhar até seu quarto? – perguntou o loiro – Diferente de seu pai, sou útil apenas na ação.

Avril não aguentou e sorriu. Não queria deixar o homem mais sem jeito.

– Aqui não tem muita opção de divertimento, não é? – riu ela – Não tem problema em você me acompanhar.

Com um sorriso tímido, Steve seguiu Avril pelos corredores. Não sabia como ela decorara o caminho tão rápido. Ele não admitiria em voz alta, mas estava perdido quando encontrara a garota.

– Então, onde você estava antes de te trazerem para cá? – perguntou Avril quando o silêncio começava a incomodá-la.

– No meu apartamento, no Brooklin – disse Steve – A S.H.I.E.L.D. que o providenciou. Estou lá desde quando fui... Encontrado.

– Não deve estar sendo fácil...

– No começo foi pior – riu o loiro – Pensei que forças inimigas tinham me capturado e fugi do prédio da S.H.I.E.L.D. em NY... Acho que ainda estou na fase de aceitação.

– Você não tem nenhum parente vivo?

– Não, meus pais morreram antes mesmo do projeto Super Soldado... Eu tinha um amigo, Bucky, mas ele morreu em batalha.

Avril se sentiu um pouco mal com isso. A dor de Steve era quase palpável de tão intensa. Logo ela, que decidira se isolar de sua família, estava comovida. Ao analisar esse pensamento ela balançou a cabeça, o afastando de sua mente. Sofrer a dor dos outros não era muito sua cara.

– Sinto muito – sussurrou Avril sem jeito. Agora ela estava desconfortável – Bom, esse é meu quarto.

Steve sorriu, se despedindo da garota. Talvez a amizade de Howard tivesse passado para Avril, pulado uma geração.

Avril, por sua vez, fechou a porta de seu quarto e se apoiou nela. Queria sua mente inteira de volta e não fazia ideia de como fazer isso.

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